‘Saúde mental nas escolas públicas’ é tema do Programa Jovem Senador 2023

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Estudantes da rede estadual podem se inscrever até 5 de maio para concorrer à vaga de representante do Tocantins na Semana de Vivência Legislativa, em Brasília

Núbia Daiana Mota/Governo do Tocantins

Estudantes tocantinenses podem se candidatar à vaga do Programa Jovem Senador 2023, até o dia 5 de maio. A iniciativa do Senado Federal, apoiada, no Tocantins, pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), é destinada a estudantes de escolas públicas estaduais de ensino médio de todo o país e vai selecionar 27 alunos, um de cada unidade da Federação, para vivenciarem o trabalho dos parlamentares, por uma semana em Brasília.

A seleção dos estudantes é feita por meio de um concurso de redação. O tema de 2023 é “Saúde mental nas escolas públicas”. Os inscritos passarão por duas etapas de seleção, uma estadual e uma do Senado, que neste ano acontecem nos dias 31 de maio e 12 de junho, respectivamente.

Seleção

Para participar é necessário estar matriculado na rede estadual de ensino, ter, no máximo, 19 anos completados até 31 de dezembro de 2023, além de disponibilidade para participar da Semana de Vivência Legislativa, no período de 21 a 25 de agosto, na Capital Federal.

Na etapa estadual, a escola escolhe a melhor redação e depois a Seduc define as três melhores. Destas, uma será selecionada pelo Senado. O autor ou autora da redação escolhida se torna um jovem senador ou senadora, representando o Tocantins.

Legislatura

O trabalho dos jovens senadores simula a atuação dos senadores da República, podendo inclusive apresentar sugestões de projetos. A legislatura tem quatro dias de duração, começa com a posse e eleição da Mesa e termina com a aprovação dos projetos e sua publicação no Diário do Senado Federal. As sugestões acatadas são encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Regulamento, folha de redação e ficha de inscrição estão disponíveis no site do projeto.

Jovem senadora 2022

Em 2022, a estudante Mara Daniella Rocha Cardoso, de Palmeirópolis, foi a vencedora do concurso Jovem Senador, representando o Tocantins. Mara Daniella cursa a 3ª série do Ensino Médio, no Colégio Estadual Professora Oneides Rosa Moura, e escreveu sobre os movimentos negros no período da independência do Brasil.

Mara Daniella Rocha Cardoso foi a vencedora do concurso Jovem Senador em 2022 pelo Tocantins
Fonte: Arquivo pessoal

Calendário

Etapa escolar
Inscrições – 8 a 05/2023

Seleção da etapa estadual
31/05/2023

Seleção da etapa Senado
12/06/2023

Anúncio dos vencedores
Até 15/06/2023

Semana de Vivência Legislativa
21/08 a 25/08/2023

Sugestões de legendas

Foto 1 – Seduc é parceira do programa Jovem Senador, no Tocantins (crédito: Agência Senado)

Foto 2 – Mara Daniella Rocha Cardoso foi a vencedora do concurso Jovem Senador em 2022 pelo Tocantins (crédito: arquivo pessoal)

Atenciosamente,

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Desafios da formação em ensino superior na rede de ensino pública

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O ato de aprender carrega singularidades e desafios que devem ser considerados no processo de formação, aspectos econômicos, sociais, culturais e geográficos são alguns dos elementos que podem estar diretamente associados ao nível de escolaridade alçado e à valorização da formação acadêmica como estratégia de superação da realidade. Fica a pergunta: como se formar em meio a tantos desafios?

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes estudantes, da rede pública e privada para falarem sobre os desafios da formação acadêmica no Brasil. Nesta série de entrevistas eles falam sobre trajetória acadêmica, os aprendizados e os desafios que ainda precisam ser superados. As narrativas nos mostram o cenário atual de precarização não só das estruturas de formação, mas também do baixo índice de criticidade e autonomia dos alunos sobre seu processo de formação. Precisamos (re) aprender a aprender.

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de aprender livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados e das instituições de ensino. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, estudantes da rede pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje cursa Pedagogia, no estado do Tocantins. De forma clara, a mesma relatou abertamente sobre a sua trajetória até a graduação. Percebe-se a importância que a estudante atribui ao ensino, mas também deixa claro que existem pontos negativos, que podem afetar diretamente na saúde dos estudantes.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

(En)Cena: Qual a importância da graduação na sua vida?

Estudante: Eu considero uma vitória, pois na minha casa estou sendo a primeira a fazer uma graduação, meus pais não tiveram essa oportunidade e eles me apoiam e celebram muito a cada semestre graduado. Além de uma realização pessoal, sei do valor que há um curso de nível superior nesse processo de competitividade no mercado de trabalho. Quero ocupar um espaço onde profissionalmente eu me sinta preparada para exercê-lo e também dê continuidade a formação após esse ciclo atual.

(En)Cena: Como você acha que a universidade te auxilia para alcançar seus objetivos de vida?

Estudante: Acredito que o conhecimento abre portas e nos conduz aos lugares que almejamos, entendo que a faculdade seja uma facilitadora, um “degrau”  para o futuro que desejo, então, sim, a universidade me auxilia nesse processo de conquista pessoal..

(En)Cena: O que você acha do modelo de ensino vigente?

Estudante: Acho que poderia ser melhor, no sentido de ser mais dinâmico e prático, acredito  também que tem outras maneiras de “medir” o aprendizado de alguém sem necessariamente fazer uma prova para isso. Tenho aprendido sobre isso nesse processo de formação com professores que estabelecem uma prática para além daquilo que é o comum e esperado, e isso me inspira como futura profissional na área da educação. O modelo pode e precisa ser expandido, e isso não invalida o processo, pelo contrário, enriquece-o.

(En)Cena: Você enxerga o contexto acadêmico como inclusivo?

Estudante: Sendo sincera, poderia ser bem melhor, ainda existe um grande desequilíbrio a respeito de quem consegue ter acesso a universidade comparado aqueles que não conseguem entrar por vários fatores e contextos, é visível a “desigualdade” nesse sentido, e quando se consegue essa inserção ainda há inúmeros desafios desde a pessoas que portam alguma necessidade específica a também os universitários que não possuem condições econômicas mínimas para que dêem continuidade ao processo de graduação..

(En)Cena: Você acha que a universidade pode afetar a saúde mental dos estudantes?

Estudante: Sim, particularmente já vivi algumas situações não tão legais, com professores que acabam sendo bem autoritários e tem a questão do excesso de atividades, esses pontos acabam gerando um desgaste emocional e mental.

(En)Cena: Como foi seu trajeto até chegar na Graduação?

Estudante: Eu estudei em escola pública a vida inteira, tive inúmeras experiências boas e também ruins, algumas dessas experiências foram limitantes,  mas também tiveram aquelas que foram potencialmente validantes, e quando chegou a hora de pensar em ingressar no Ensino Superior eu me vi diante de algumas opções de instituição de ensino e entendi que antes de pensar em qual entrar eu precisava me preparar muito para o ENEM,  realmente tinha a necessidade de passar numa faculdade pública ou conseguir alguma bolsa, se fosse de outra forma não conseguiria estar na graduação no momento, foi um desafio, está sendo um desafio, mas olho para todo esse trajeto e celebro, pois apesar de tudo o ensino público nos oportuniza espaços em lugares onde podemos sim realizar nossos sonhos.

(En)Cena: Há algum ensinamento que você aprendeu em sala de aula e que leva para vida?

Estudante: Sem dúvidas, aprendi muito sobre perseverança, sobre acreditar em mim, e sobre respeito a mim e aos meus limites, como também aprendi e aprendo sobre respeito ao outro e sua história de vida e particularidades no processo. Entendo que esse entendimento supera qualquer um outro, pois é onde baseiam os demais saberes, precisamos olhar para quem éramos, quem somos, e quem desejamos ser, e isso precisa passar também pelo próximo. O mercado de trabalho precisa ser pautado pela ética profissional, e isso é possível quando me vejo e enxergo o outro como um ser humano em seu processo de contínua formação.

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