Tenho guardado um profundo segredo.
É algo simplório; se aproxime, não tenha medo!
Falarei sussurrando para que não haja escândalo:
Existe hoje, no mais escondido de meu ser, uma caixinha bem pequena, que tem muito a oferecer.
Para contar-te o que nela há, chamaria minha criança, ao auge de seus seis anos, para aqui falar.
Porém, sei que ela poderia se atrasar, pois despende todo o seu tempo em balé e jazz, para coreografias a todos apresentar.
Convidaria, então, minha bela garotinha em sua pré-adolescência; se ela não estivesse totalmente engajada em aprender mais de três idiomas para dialogar com fluência.
Apesar disso, me pediu para conversar com minha linda garota à flor da juventude.
Fui procurá-la e não a encontrei, pois estava viajando pelo universo que escrevera em um momento de inquietude.
Ao final de minha busca por uma antiga versão de mim para a caixinha desvendar, decidi que seria melhor meu atual “eu” sobre ela confessar.
A caixa não esconde nada além do que todas as versões já tocaram e hoje eu posso tocar também.
Ela guarda minhas conquistas, meu caminho e meu amor. E eu a levarei comigo, com minhas memórias, para onde quer que eu for.