Estresse Universitário: a hesitação entre a reta final e o início de um novo ciclo no cenário atual

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A incerteza sobre o futuro é uma das causas associadas ao estresse universitário que foi intensificada com a crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid-19, que modificou o ano letivo de muitos estudantes. Apesar da elaboração e distribuição em massa da vacina contra o vírus, muitos universitários ainda assistem aulas online, em suas residências, situação que levou muitos jovens a terem crise de ansiedade e estresse. A constatação foi obtida pelo estudo denominado “Global Survey Student”.

Conforme a pesquisa realizada e divulgada pela organização internacional Chegg 2021, quase 80% dos brasileiros entrevistados disseram que sofreram algum tipo de impacto relacionado à saúde mental.  De acordo com os dados, do total de brasileiros, 87% falaram que houve um aumento de estresse e ansiedade e 17% declararam ter pensamentos suicidas. Mesmo com esses dados alarmantes, somente 21% buscaram ajuda por um profissional da área de saúde mental.

Maia e Dias (2020) explicam que “as alterações rápidas a que os estudantes universitários foram sujeitos, da suspensão das aulas ao decreto do estado de emergência, podem ter desencadeado dificuldades de adaptação e estados emocionais menos positivos, importa explorar as implicações psicológicas dessas circunstâncias.”. É importante ressaltar que diversos estudantes não dispõem de computadores e notebooks, em suas residências, sendo que muitos tiveram que assistir as aulas, pelo celular. Situação que estendeu aos discentes do ensino médio e fundamental da rede pública de ensino, como noticiado pelos veículos de comunicação.

Apesar do aumento dos números de estresse e ansiedade entre estudantes universitários, em especial, no último período da graduação, com a Covid- 19, o assunto já estava em discussão pelos meios acadêmicos, com a elaboração de obras, palestras e seminários. Sobre o assunto, Carvalho, Bertoline, Milane e Martins (2015) destacam que “os sintomas psicológicos da ansiedade entre os estudantes incluem sentimentos de nervosismo antes de uma aula, pânico, esquecimento durante uma avaliação de aprendizagem, impotência ao fazer trabalhos acadêmicos, ou a falta de interesse em uma matéria difícil”.

Fonte: encr.pw/aoLZh

Monteiro, Ribeiras e Freitas (2007) acrescentam ainda que o ambiente acadêmico deveria colaborar na aquisição e construção de conhecimentos, no sentido de ser a base para as experiências de formação profissional, como um projeto piloto. No entanto advertem que este ambiente se torna um “desencadeador de distúrbios patológicos, ocorrendo assim uma exacerbação da problemática do estresse acadêmico nos estudantes”. Fator que prejudica o rendimento, o processo criativo em determinados cursos, bem como o desinteresse.

Rossetti (2008) observa que o “estresse se torna excessivo e produz consequências psicológicas e emocionais que resultam em cansaço mental, dificuldade de concentração e perda de memória imediata, bem como crises de ansiedade e de humor”.  Nesse sentindo é preciso que o estudante procure ajuda profissional, podendo ser na própria universidade que disponibiliza atendimento psicológico com os estudantes em final de curso desta graduação.

Schleich (2006) aponta que o “ingresso na vida acadêmica é caracterizado pela expectativa e mudanças que exigem adaptações a uma nova realidade, interferindo no desenvolvimento pessoal, cognitivo, profissional, afetivo e social dos estudantes. Para ele, essa nova realidade pode gerar ansiedade e estresse a ponto de interferir no seu desempenho acadêmico.

Por fim, a universidade é uma etapa da vida de muitas pessoas, e passar por esse estresse será inevitável, em especial, nos finais de semestre, bem como nos cursos. O ideal para vencer esse momento, é procurar descansar e fazer uma atividade física no sentindo de aliviar o estresse ocasionado pelo dia a dia.  Caso os sintomas de ansiedade persistam, procure um profissional de saúde para ajudar a trilhar o caminho.

Referências

CARVALHO, E. A.; BERTOLINI, S. M. M. G.; MILANI, R. G.; MARTINS, M. C. Índice de ansiedade em universitários ingressantes e concluintes de uma instituição de ensino superior. Ciência, Cuidado e Saúde, 2015

Global Survey Student(2021)- Disponível em < https://www.chegg.org/global-student-survey-2021> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

Maia, Berta Rodrigues e Dias, Paulo César. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19(2020). Disponível em < https://www.scielo.br/j/estpsi/a/k9KTBz398jqfvDLby3QjTHJ/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

MONTEIRO, C. F.; FREITAS, J. F.; RIBEIRO, A. A. P. Estresse no cotidiano acadêmico: o olhar dos alunos de enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, 2007.

ROSSETTI, M. O. O inventário de sintomas de stress para adultos de lipp (ISSL) em servidores da polícia federal de São Paulo. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2008.

SCHLEICH, A. L. R.. Integração na educação superior e satisfação acadêmica de estudantes ingressantes e concluintes. Dissertação de Mestrado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 2006

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CRP-23 aborda tema relacionado à Psicologia Escolar

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No dia 19 de outubro de 2017, o Conselho Regional de Psicologia realizou uma roda de conversa voltada à temática da Psicologia Escolar. O evento foi proposto e organizado, pela psicóloga egressa do Ceulp/Ulbra Haréli, e contou com a participação do professor de Psicologia da UFT – Campus Miracema, Ladislau Ribeiro ( Doutor em Psicologia Social), do professor de Psicologia José Fernando Patino ( Mestre em Psicologia Cultural e Doutor em Educação) também doscente do Campus de Miracema, e da professora do Ceulp/Ulbra Ana Beatriz Dupré ( Mestre em Psicologia e Doutora em Ciências do Comportamento).

Contando com um público bastante variado, a roda de conversa possiblitou a presença de diversas classes da sociedade, desde alunos de graduação de cursos diferenciados, professores da educação básica, alunos de ensino médio, assim como profissionais psicólogos. Tal variabilidade, foi enriquecedora, uma vez que os diálogos estabelecidos possiblitaram grande reflexão sobre a conexão Psicologia e Educação.

Diante dos expostos trazidos pelos professores palestrantes, foi possível percebermos que o âmbito educacional tem sido alvo de preocupação de alguns profissionais, o que nos traz a esperança de melhorias nesse contexto. Melhorias estas que já vem sendo alcançadas.

O trabalho dos Psicólogos em Miracema, representado na pessoa do professor Ladislau e do professor José Fernando, vem com uma proposta de intervenção incrível em escolas públicas do município de Miracema. Angariando uma parceria entre os representantes educacionais do Município e a UFT, o projeto de pesquisa e intervenção, baseado em queixas escolares/necessidades educacionais, já esta sendo executado nestas escolas. Tal projeto tem sido campo para aprendizagem  dos acadêmicos de Psicologia do Campus de Miracema.

Aqui em Palmas, no Ceulp/Ulbra, a Psicologia Escolar tem se destacado no campo da Acessibilidade, com o Núcleo Alteridade, coordenado pela professora Ana Beatriz, que apresentando nosso serviço de apoio aos discentes, ganhou elogios e admiração por parte dos estudantes que estavam ali presentes. O Núcleo que conta com diversos serviços que vão desde grupos variados destinados ao desenvolvimento acadêmico dos discentes, até planejamentos de formas de ensino-aprendizagem adaptadas às mais diversas dificuldades apresentadas pelos nossos alunos.

Ainda na fala do Psicólogo Colombiano José Fernando, que por sinal, foi uma fala muito perto da nossa realidade acadêmica. Quando nos falou sobre as dificuldades da trajetória universitária, a identificação dos acadêmicas ali presente foi genuína. José lembrou-nos sobre a importância de olhar para o universitário como um ser humano, passível de interferências de vida emocional, econômica, social. Ou seja, ele nos trouxe sobre a importância da saúde mental do universitário.

O evento foi lindo e enriquecedor, trouxe reflexão e também gratidão, por essa nova era de conexão entre a Psicologia e a Educação, que por muitos anos foi baseada na aplicação de testes e na problematização do aluno como o problema. É aliviante pensar que esse cenário está sendo mudado, e que uma nova configuração da Psicologia Escolar vêm se estabelecendo a cada dia.

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