Yoga é aliada da Psicologia como Prática Integrativa e Complementar

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Há vários estilos de yoga, e a técnica vem sendo usada por profissionais da saúde como um importante aliado para a mudança de estilos de vida e promoção da saúde – sobretudo a saúde mental

Uma das técnicas de meditação que envolvem aspectos psicofísicos – e espirituais/integrais – mais conhecidas no ocidente, hoje, é o yoga. Trata-se de uma prática originária da Índia, fortemente ligada as tradições hindus e muito difundida no Brasil, Europa e EUA a partir do Vedanta, um conjunto de crenças que busca o despertar espiritual através das ações do cotidiano – que são sacralizadas.

Há vários estilos de yoga, e a técnica vem sendo usada por profissionais da saúde como um importante aliado para a mudança de estilos de vida e promoção da saúde – sobretudo a saúde mental. Neste sentido, o yoga compõe o mix de opções ofertadas pelas Práticas Integrativas e Complementares do SUS – Sistema Único de Saúde, por se entender que o modelo biomédico/biologicista, centrado na medicalização, não consegue atender as demandas apresentadas pelos sujeitos contemporâneos.

Dentro das linhas de yoga há a Kundalini Yoga, que em Palmas é ofertada pela professora Hari Kiran Kaur (Márcia Finelli), uma egressa do Ceulp/Ulbra do curso de Fisioterapia. Hari Kiran Kaur é certificada pelo Internacional Kundalini Yoga Research Institute com aperfeiçoamento em Nível II, Módulos: Ciclos de vida & estilo de vida; Mente e meditação; Comunicação Consciente; Estresse e vitalidade.

De modo resumido, a Kundalini Yoga é uma ciência milenar voltada para a arte de lidar com a expansão da consciência, a partir do despertar da energia Kundalini, composto sutil bioenergético situado na base da coluna. O esforço dos praticantes é fazer subir esta energia pela coluna, a partir de posturas físicas (asanas), intervenções na respiração, além do uso de mantras, dentre outras coisas.

Neste contexto, o Yoga vem sendo cada vez mais usado por profissionais da Psicologia para auxiliar nas intervenções clínicas – sobretudo a partir de abordagens como a Psicologia Junguiana e a Psicologia Transpessoal –, bem como em ações com grupos. Para falar mais sobre este tema, o (En)Cena entrevistou a professora Hari Kiran Kaur. Confira abaixo.

(En)Cena – Quais as contribuições do Yoga para os processos terapêuticos?

Hari Kiran Kaur – O Yoga nos traz a consciência, nos ensina a controlar nossa mente, é um processo de cura para qualquer pessoa e qualquer tipo de doença. Estatisticamente falando 90% das pessoas têm uma mente negativa; se não há um equilíbrio entre as mentes positiva, negativa e neutra, são criadas limitações que geram frustrações que podem se manter internalizadas em nosso subconsciente, levando a algo físico. Nossos pensamentos são primordiais para nossa saúde. Yoga é uma ferramenta importantíssima para gerar o equilíbrio, auxiliando para a diminuição ou extinção de um processo de ansiedade, síndromes de pânico, depressões, onde o aluno passa a tomar consciência da sua responsabilidade no seu processo da própria cura. Se a pessoa não se curar, não vai ter ninguém que poderá fazer isso por ela.

(En)Cena – A psicologia bioenergética e a transpessoal já usam muito o Yoga como suporte/complemento. É possível desvencilhar a prática de seu caráter espiritual?

Hari Kiran Kaur – Desbravando mais uma vez o tema Mente, memórias de um subconsciente carregado por toda nossa vida e com respostas sendo concretizadas na matéria (no corpo como doenças), o Yoga vem nos mostrar e conscientizar que o que o homem vem fazendo consigo mesmo o torna extremamente superficial. Construímos um poder que rodeia o indivíduo. Por exemplo, sempre fazemos as seguintes perguntas: Quantos carros você tem? Quantas casas você tem? Quantos namorados você tem? Que roupa você veste?

O homem está buscando Deus fora de si. O Yoga veio para unir o individual da consciência com a consciência infinita. E a partir da procura deste aluno ou paciente, entra o propósito que ele busca na prática. Mas tornar esta prática espiritual dependerá da crença de cada um. Torna-se possível desvencilhar sim, mas depende de qual linha este aluno irá seguir e como será seu olhar. Segundo a psicóloga Priscila Sobral, as pessoas vão em busca do que faz sentido para elas. ‘Às vezes elas entram em um espaço de Yoga com várias estátuas de deuses Hindus, não se sentem bem… outras pessoas já acham que aquilo faz parte da decoração… tudo vai do que estas pessoas procuram’. As pessoas às vezes confundem o estilo de vida com a religião.

(En)Cena – Você acredita que os terapeutas já focam em intervenções psicofísicas, ou ainda se negligencia o corpo?

Hari Kiran Kaur – Ainda existe uma negação de muitos. Lembro-me do início da acupuntura aqui no Brasil, muitos médicos eram irredutíveis em indicar ao paciente este tipo de tratamento; hoje eles querem o tratamento só para a área da medicina. As mentes estão se abrindo, todos estão conseguindo visualizar a mudança na mente e no corpo. E o acesso que temos via internet está muito fácil, hoje podemos estudar sobre tudo, o que nos limita realmente é a falta de conhecimento. Temos aí um bom livro como, por exemplo, “O Segredo” de Rhonda Byrne, que fez mudar o pensamento de muitas pessoas, temos a física quântica dando sua cara, a Nova Medicina Germânica e por aí vai.

(En)Cena – Em sua opinião é possível ser psicólogo e ser yogi?

Hari Kiran Kaur – É possível ser de qualquer área profissional e ser um yogi.

(En)Cena – O Yoga serve para quem? Há contraindicações?

Hari Kiran Kaur – Yoga é para todos e para todas as idades, não existe contraindicação; alguns exercícios devem ser evitados, por exemplo, em caso de gestantes, temos exercícios que aceleram processos de contrações, mas tudo isso vai ser indicado e todo o cuidado será orientado através do professor. Assim como alunos que apresentem hérnias discais podem fazer Yoga, mas a orientação será primordial para que não haja lesões ou agravamento do quadro clínico.

Quando o aluno entra na sala pela primeira vez, ele não consegue fazer todas as poses, o ganho é gradativo, em longo prazo, mas orientamos que eles fechem seus olhos e se visualizem na pose, este já é um estímulo dado ao cérebro que dará o retorno desejado.

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Acadêmicos de Psicologia recebem técnicas de redução de estresse e promoção da saúde mental

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Ação ocorre no Sepsi e é focada em técnicas de atenção plena, concentração e respiração para os acadêmicos do último ano do curso

 

Os acadêmicos de Psicologia do Ceulp/Ulbra que estão no último ano do curso recebem neste semestre uma série de intervenções a partir do plano de ação do Crescer – Centro de Redução de Estresse e Promoção de Saúde Mental do Ceulp/Ulbra, um projeto de extensão ligado ao (En)Cena – Saúde Mental em Movimento, focado na redução de estresse e promoção da saúde mental dos acadêmicos. A iniciativa é da coordenação do curso, que tem a frente a profa. Dra. Irenides Teixeira e profa. Me. Cristina Filipakis.

As práticas serão conduzidas pelo prof. Me. Sonielson Sousa, cuja formação contempla Mindfulness, Meditações e Yoga, a partir de protocolos amplamente testados pela ciência – sobretudo em países centrais como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. O objetivo é que, com esta iniciativa, os acadêmicos na reta final do curso ampliem as possibilidades de autoconhecimento, o que irá facilitar um cenário interno de maior equilíbrio, diminuição da ansiedade e aumento da capacidade de concentração.

De acordo com a coordenadora Profa. Dra. Irenides Teixeira, a intenção da instituição é ‘propiciar que os acadêmicos do curso de Psicologia experimentem e se apropriem das atuais técnicas ligadas a terapias breves no campo da redução de estresse atreladas aos protocolos de Mindfulness, além de oferecer a oportunidade para que eles possam enfrentar com mais leveza os desafios do semestre’.

 

 

Esta é a primeira ação do Crescer, que foi pensado levando-se em consideração as crescentes e desafiadoras demandas relacionadas à saúde mental dos acadêmicos, sobretudo a partir da eclosão das chamadas ‘novas patologias do cotidiano e do trabalho’. Os encontros começam em breve, no Sepsi, as quartas e quintas, das 8h20 as 8h50. Para participar, o acadêmico deve estar no último ano de formação. As inscrições serão realizadas no próprio Sepsi, através da coordenadora Fernanda Gomes e da Thaís Monteiro.

 

Referência: http://ulbra-to.br/cursos/Psicologia/noticia/2019/02/08/Academicos-de-Psicologia-recebem-tecnicas-de-reducao-de-estresse-e-promocao-da-saude-mental

 

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Os benefícios do Tai Chi Chuan e Yoga para a Saúde Mental

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Existem muitas crenças falsas sobre o envelhecimento, uma das principais seria que a velhice afastaria a pessoa da vida ativa, com a chegada da “Terceira Idade” sem dúvida pode sentir o organismo com algum desgaste, mas ter a mente lúcida e uma vida dinâmica, um exemplo que ilustra muito bem a idéia de uma “Terceira Idade dinâmica” é o da FATI – Faculdade Aberta da Terceira Idade, que faz parte de um Programa de Extensão Comunitária da Anhanguera de Jundiaí e destina-se às pessoas com mais de 45 anos, que desejam atualizar seus conhecimentos, desenvolver atividades baseadas na convivência sadia e ainda reintegrar-se no convívio social.

O presente texto é uma parte do meu relatório de estágio, na área de Saúde, que teve como objetivo verificar por meio de observação e também com diálogos informais, os benefícios que as práticas dos exercícios meditativos de Tai Chi Chuan e Yoga trazem a saúde mental dos alunos da Faculdade Aberta da Terceira Idade, o estágio foi desenvolvido na Faculdade Anhanguera de Jundiaí, no período de setembro a dezembro de 2012.

Nas aulas de Tai Chi Chuan, observei a extrema concentração dos alunos ao desempenhar os movimentos, a instrutora relatou que para uma real compreensão dos benefícios do Tai Chi somente praticando os exercícios. Realizei juntamente com os demais alunos os movimentos do primeiro módulo, movimentos graciosos eram efetuados enquanto os seus nomes chineses e seus respectivos significados no português, tal como “Tan Pien” – Passo do Arqueiro, “Pai ho lian Chuei” – Garça branca estende as asas, eram recitados pela instrutora, que também não abre mão de ensinar um pouco do conteúdo teórico e da história que permeiam esta arte marcial.

Nas aulas de Yoga falou-se muito da importância da respiração realizada de uma forma correta, fez-se a prática das “Ássanas e Pranaymas”, também foi recomendado um livro para leitura. As aulas de Yoga são intercaladas com a realização de posturas e movimentos físicos, respiração e momentos de relaxamento e meditação. No tempo que as aulas foram acompanhadas, me surpreendeu a incrível evolução dos alunos.

Os alunos de Tai Chi e de Yoga relataram que ambas as práticas ajudaram muito na diminuição da ansiedade e também no aumento da calma e da concentração, o que representa uma melhora significativa para a saúde mental dos alunos, além disso, relataram que obtiveram ganhos positivos no condicionamento físico, diminuição das dores na coluna e também melhoras na autoestima.

Os professores de Tai Chi Chuan e de Yoga da FATI foram muito atenciosos comigo, ambos “exigiram” que eu participasse ativamente da aula, realizando os exercícios, sendo assim, pude “sentir na pele” o que os demais alunos sentiam. Confesso que foi engraçado as tentativas iniciais de realizar as sequências dos movimentos de Tai Chi Chuan, e mais engraçado ainda foi o meu desempenho nos exercícios de alongamentos da Yoga, costumo brincar que fizeram mal para minha autoestima, pois era complicado o fato de tentar executar uma postura, suar (literalmente) e não conseguir, e ao olhar para o lado notar que uma senhora que tem o dobro de sua idade consegue realizar com certa facilidade, isso reforçou a minha crença de que todos podemos ser exemplos de superação, basta ter bastante disciplina, esforço e determinação.

Ter estagiado na FATI foi algo muito importante e agregador nessa minha caminhada pessoal para me tornar um psicólogo, digo isso, pois pude me ver diante de aspectos que ainda não conhecia na prática, como por exemplo, as aulas de Tai Chi Chuan e Yoga, pois antes desse estágio eu pouco ou nada conhecia sobre estes assuntos, também foi positivo na medida em que pude desfrutar de muitos bons momentos, tais como o convívio quase que diário com pessoas idosas que se empenham muito para realizar várias atividades, as conversas repletas com relatos das histórias de vida de cada um deles, a tranquilidade interior trazida pelos momentos de meditação, entre outras coisas.

Enfim, ter estagiado na FATI foi muito significativo e tenho plena certeza que as várias experiências vivenciadas nesse estágio ajudaram muito não só no meu desenvolvimento acadêmico, mas também no meu crescimento como pessoa.


Nota: Relato de experiência como estagiário de Psicologia desenvolvido na Faculdade Anhanguera de Jundiaí, no período de setembro a dezembro de 2012.

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