É realizada nessa terça-feira (09) nas dependências do Centro Universitário Luterano de Palmas a XXII edição da Exposição das Profissões – EXPRO. A ação tem o intuito de mostrar as várias atribuições de cada profissão, ressaltando o mercado de trabalho e suas potencialidades. Entre as atividades desenvolvidas no stand do curso de Psicologia, está a “Lápide do Preconceito”, onde os visitantes da exposição podem escrever e depositar os seus preconceitos que devem ser “enterrados”.
Frente às constantes manifestações de ódio percebidas na atualidade, a ideia partiu de acadêmicas de Psicologia com o intuito de provocar os jovens estudantes do ensino médio a refletirem sobre seus preconceitos e a necessidade de abandoná-los.
Para Beatriz Rodrigues (14), visitante da exposição, falar de preconceitos é difícil: “Eu me senti mal, pois muitas vezes a gente fala sem pensar e acredita que a outra pessoa não vai achar ruim. As pessoas deviam pensar antes de falar qualquer coisa”, pontua.
Para Gabriela Gomes, acadêmica de Psicologia e organizadora da intervenção, falar de preconceito na graduação é importante pois, “um dos pilares da nossa profissão é que as pessoas são diferentes e que a gente precisa respeitar as diferenças, tanto é que isso está no código de ética. E independente de raça, gênero, religião, as pessoas tem que ser tratadas com respeito, e o profissional da psicologia que não sabe disso, não está exercendo sua profissão corretamente, então é muito importante que os acadêmicos saibam que os preconceitos precisam ser deixados de lado”.
A Exposição das Profissões do Ceulp/Ulbra já se encontra em sua vigésima segunda edição. Durante a feira os cursos de graduação da instituição, por meio de docentes e acadêmicos, desenvolvem diversas atividades em stands, onde os alunos visitantes de escolas públicas e particulares de Palmas podem conhecer as várias faces de cada profissão, áreas de interesse, perfil do profissional e o mercado de trabalho.
“Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como.” Viktor Frankl
Magneto (Erik Magnus Lehnsherr) é um personagem da Marvel Comics criado por Stan Lee e Jack Kirby, que fez sua primeira aparição na revista em quadrinhos “Uncanny X-Men #1” (Setembro de 1963). O mutante nível Alfa possui poderes extraordinariamente fortes relacionados à manipulação de qualquer tipo de metal e campos magnéticos, e também possui poder de vôo se em sua vestimenta houver componentes metálicos. Suas habilidades são tão fortes que pode manipular até a quantidade de ferro no sangue de qualquer criatura. Magneto também usa um capacete que lhe confere imunidade à intrusões psiônicas.
Fonte: https://bit.ly/2OHIKSu
O personagem se tornou popular no Brasil através da série animada “X-Men: Evolution”, que foi transmitida em TV aberta por vários anos, assim como os filmes live action da franquia X-Men. Tanto na animação quanto na franquia americana de filmes, Magneto atua com frequência como anti-herói, porém tem status de vilão. Suas idéias relacionadas ao futuro da classe mutante o tornam, sem dúvidas, um dos principais vilões dos X-Men, nos quadrinhos, desenhos e filmes.
Dor e ódio
Nascido com o nome de Max Eisenhardt, foi perseguido junto com sua família pelos alemães nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, por serem judeus. Após ver sua família ser assassinada, foi mandado ao campo de concentração de Auschwitz, onde trabalhava como Sonderkommando, uma classe de escravos que fazia os serviços mais indesejáveis, como incinerar corpos e limpar câmaras de gás.
A mãe de Max é morta com um tiro em Auschwitz, após ele não conseguir mover uma moeda com seus poderes. Fonte: Filme “X-Men: Primeira Classe”.
No campo de concentração, conheceu uma cigana chamada Magda. Ambos se apaixonaram e conseguiram escapar de Auschwitz com muito custo. Max assume então o nome de Magnus, para viver em anonimato. Magnus e Magda se estabeleceram em uma vila russa, e apesar de terem que pagar para se manterem lá, tinham uma vida normal e tiveram uma filha, chama Anya. Porém, quando Magnus se recusou a continuar pagando a alta taxa para viver na vila, teve sua casa incendiada e viu sua filha morrer queimada. Tomado pelo ódio, revela seus poderes pela primeira vez e os usa para matar todos os moradores da vila, exceto Magda, que foge para as montanhas sem antes ter revelado que estava grávida. Magda então tem filhos gêmeos, que foram criados por ciganos e ganharam o nome de Wanda e Pietro Maximoff.
Fonte: https://bit.ly/2q6IMEz
Em suas viagens, Magnus conhece Charles Xavier, o fundador dos X-Men, e o ajuda em uma missão. Porém, rompe sua amizade com Charles por acreditar que a única maneira de salvar os mutantes dos ataques dos humanos é fazendo uma revolução. Magnus assume o nome de Magneto e passa então a dedicar sua vida a recrutar e treinar mutantes para dominar a humanidade, se tornando um dos maiores inimigos dos X-Men.
Um encontro existencial
“No campo de concentração todas as circunstâncias conspiram para fazer o prisioneiro perder seu controle. Todos os objetivos comuns da vida estão desfeitos. A única coisa que sobrou é “a última liberdade humana” – a capacidade de escolher a atitude pessoal que se assume diante de determinado conjunto de circunstâncias. […] Os prisioneiros eram apenas cidadãos comuns; mas alguns, pelo menos, comprovaram a capacidade humana de erguer-se acima do seu destino externo ao optarem por serem “dignos do seu sofrimento”.”
O fragmento de texto acima foi retirado do prefácio do livro Em Busca de Sentido escrito pelo psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997). Frankl, assim como o personagem Magneto, foi capturado pelas tropas nazistas durante a segunda grande guerra por ser judeu, porém, na vida real. Entre os anos de 1942 e 1945, o psiquiatra esteve em vários campos de concentração, entre eles o de Auschwitz. Nesse percurso viu seu pai, sua mãe, seu irmão e esposa serem assassinados ou cremados, apenas sua irmã conseguiu se refugiar na Austrália. Durante sua trágica jornada, doente, Viktor encontrou sentido existencial ao roubar papéis dos escritórios nazistas para escrever um de seus livros. A vontade de rever o restante de sua família e publicar seu livro o motivou a sobreviver até sua libertação, quatro anos após ser preso.
Max vislumbra uma sala completamente lotada de óculos de pessoas assassinadas. Fonte: X-Men: Magneto- O Testamento.
A confluência entre as jornadas de Viktor Frankl e do personagem Magneto é inegável. Ainda que se procure evitar reducionismos ao descrever a grande biografia e teoria do psiquiatra, as semelhanças com a história de Magneto não se resumem apenas nas suas sofríveis trajetórias pelos campos de concentração, mas pelo sentido existencial que ambos encontraram para resistir a elas.
Para Frankl (1991), o ser humano teria uma tendência inata a buscar um significado para dar sentido a sua existência com base em desafios a serem superados, a vontade de sentido. Para tanto, a condição para a saúde mental seria uma tensão entre as possibilidades que podem ser exploradas no presente e a realização de anseios futuros doadores de sentido.
Desse modo, a busca humana por um sentido é a motivação principal da vida, sendo esse sentido pessoal e específico, só podendo ser cumprido pela própria pessoa. Assim a vontade de sentido seria satisfeita, tornado esse indivíduo capaz de empenhar sua vida em função de seus ideais e valores (FRANKL, 1991).
Fonte: https://bit.ly/2R5n6nO
Apesar de todas as adversidades, Magneto encontrou com êxito sentidos para viver. Hora pelo amor por Magda pela sua filha, hora pelo ódio à raça humana. Assim, os porquês do vilão, superaram os mais grandes sofrimentos imagináveis, como perder repetidamente as pessoas que ama. As possibilidades do seu conturbado presente deram significado ao seu futuro. Ainda que o personagem atue como anti-herói lutando lado a lado com os X-Men, sua colaboração nunca anulou seu grande desejo: elevar a raça mutante sobre a raça humana. Magneto somente luta pela sua vida e dos seus aliados contra ameaças cataclísmicas.
Apesar de a tendência da maioria das pessoas seja torcer pelos mocinhos, Magneto é um personagem que deve ao menos causar empatia nas pessoas que conhecem sua história. Alguém que passa por sofrimentos tão grandes, precisa de razões igualmente grandes para viver.
A atriz Lynda Carter, primeira mulher a interpretar a Mulher-Maravilha para a TV, certa vez disse:
“Super-heróis são na verdade apenas uma personificação de quem acreditamos ser: Pioneiros e Heróis.”
Então, talvez, super-vilões sejam a personificação de quem de fato somos: seres que perdem, sentem raiva e sofrem.
Fonte: https://bit.ly/2PILz1P
REFERÊNCIAS:
FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Vozes, 1991.
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Telejornal é apresentado por acadêmicos de Psicologia do Ceulp/Ulbra
Transtorno do Pânico e Agorafobia foi o tema da apresentação na disciplina de Psicopatologia Geral II
Nessa quinta-feira (04), um grupo de acadêmicos da disciplina de Psicopatologia Geral II do curso de Psicologia, ministrada pelo professor Me. Iran Johnathan Oliveira, apresentou a encenação de um telejornal com o tema Transtorno do Pânico e Agorafobia. O telejornal chamado “Bate Papo Comportamental” contou com notícias, reportagens, previsão do tempo, entrevistas e comercial.
Os integrantes do grupo entrevistaram acadêmicos de outros cursos do Ceulp/Ulbra, encenaram psicólogas especialistas no tema e ensinaram técnicas de respiração aos expectadores do auditório. De acordo com a acadêmica Bruna Medeiros, integrante do grupo, a ideia de encenar um telejornal surgiu de várias inspirações: “A ideia surgiu como uma forma de satirizar um telejornal. Procuramos ter como norte os quadros que geralmente acontecem em um telejornal como previsão do tempo, entrevistas nas ruas, questões policiais como engarrafamentos no dia a dia e entrevistas contando histórias de pessoas, visitando suas casas. Porém, adaptamos este modelo fazendo uma fusão com um programa de auditório para que assim conseguíssemos gerar interação com a turma e o professor.
A experiência foi muito gratificante, conseguíamos sentir que a sintonia que o grupo teve foi transmitida para a turma e conseguimos ver que a turma interagia com a gente, seja com as técnicas de respiração ou até mesmo com piadas simples com trocadilhos de nomes de teóricos da análise do comportamento ou nome de algum professor nosso”, pontua.
A disciplina Psicopatologia Geral II compõe a matriz curricular do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra. Entre as competências e habilidades requeridas dos alunos estão: demonstrar uma abordagem funcional no que se refere ao desenvolvimento do comportamento humano mais complexo e apresentar de forma descritiva e teórica os processos de avaliação e tratamento das psicopatologias, bem como apresentar passo a passo, protocolos verídicos sobre estudos de caso que possibilitem a tomada de decisão nas avaliações e intervenções terapêuticas das respectivas psicopatologias (fonte: Ceulp/Ulbra).
Iran Johnathan Oliveiraé graduado em Psicologia (PUC Goiás), Especialista em Criminologia e Ciências Criminais (ESMAT), e Mestre Processos Clínicos com ênfase na Análise do Comportamento (PUC Goiás). Tem experiência na área de Terapia Comportamental no tratamento de Psicopatologias e pessoas com Deficiência Intelectual, em perícia psicológica nas varas de infância, juventude e família (Tribunal de Justiça do Tocantins) e também é autor do livro Síndrome de Down – Modificando comportamentos (editora ESEtec). Atualmente, é professor de Psicologia no Ceulp/Ulbra nas disciplinas de Estagio Básico V, Psicologia Experimental e Psicopatologia Geral II.