Estudantes universitários e autocuidado: estratégias para manter o equilíbrio emocional

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Nos últimos anos, a saúde mental dos estudantes universitários tornou-se uma questão central em discussões acadêmicas e institucionais. A pressão por desempenho, prazos apertados, vida social intensa e, muitas vezes, a transição para a vida adulta criam um ambiente de vulnerabilidade emocional. Em um estudo recente, foi constatado que 82% dos estudantes universitários experimentaram níveis elevados de estresse, e 40% relataram sintomas de ansiedade e depressão em algum momento do curso (Barros; Silva; Oliveira, 2021). Diante desse cenário, é essencial que os universitários adotem práticas de autocuidado para manter o equilíbrio emocional e garantir que a experiência acadêmica seja saudável e produtiva.

Autocuidado pode ser definido como o conjunto de práticas e ações voltadas para o cuidado consigo mesmo, com o objetivo de promover o bem-estar físico, mental e emocional. Para os universitários, que frequentemente enfrentam longas horas de estudo e uma rotina intensa, o autocuidado não é apenas uma opção, mas uma necessidade vital para prevenir o esgotamento emocional.

A vida universitária apresenta uma série de desafios que podem afetar a saúde mental. Entre eles, destacam-se: excesso de leituras, trabalhos e prazos curtos que podem levar ao estresse crônico, prejudicando o rendimento acadêmico. Muitos estudantes sacrificam o sono para dar conta de suas responsabilidades, o que pode resultar em exaustão física e mental. A constante cobrança por boas notas e sucesso profissional pode gerar uma sensação de inadequação e medo de fracasso. Além disso, muitos estudantes se mudam para outras cidades ou até países, enfrentando a solidão e a dificuldade de adaptação.

Diante desses desafios, adotar estratégias de autocuidado pode ser a chave para prevenir o esgotamento e manter o equilíbrio emocional durante a universidade. Uma das causas mais comuns de estresse entre estudantes é a má gestão do tempo. Estabelecer uma rotina organizada e planejar as atividades com antecedência são práticas que ajudam a evitar o acúmulo de tarefas e reduzem a sensação de sobrecarga. Ferramentas como calendários e aplicativos de gerenciamento de tempo, como o Trello e o Google Calendar, podem ser úteis nesse processo.

O sono é fundamental para o funcionamento cognitivo e emocional. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard mostra que a privação de sono está associada ao aumento de problemas como ansiedade, irritabilidade e depressão (Harvard University, 2018). Por isso, garantir entre 7 e 9 horas de sono por noite é crucial para o bem-estar.

A atividade física regular tem efeitos comprovados na melhoria da saúde mental. Além de liberar endorfinas – substâncias que promovem sensações de bem-estar – o exercício ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2020), praticar ao menos 30 minutos de atividade física por dia pode fazer uma diferença significativa na vida dos universitários.

Buscar apoio psicológico, quando necessário, é uma estratégia fundamental de autocuidado. Muitas universidades oferecem serviços de apoio psicológico, como grupos de terapia, aconselhamento individual e workshops de manejo do estresse. No Brasil, o número de serviços desse tipo tem aumentado, o que representa um avanço, mas ainda é insuficiente para atender toda a demanda de alunos.

Manter boas relações com amigos, colegas e familiares é uma importante forma de autocuidado. Conversar com pessoas de confiança e compartilhar sentimentos pode aliviar a pressão emocional e criar um ambiente de suporte. O isolamento social, especialmente entre aqueles que moram longe da família, é um fator de risco para o desenvolvimento de problemas mentais. Por isso, é vital manter uma rede de apoio.

O autocuidado é uma prática essencial para qualquer estudante universitário que deseja manter a saúde mental em dia. Sem ele, a pressão constante do ambiente acadêmico pode levar a sérios problemas emocionais, prejudicando não só a trajetória acadêmica, mas também a qualidade de vida. É fundamental que as universidades não só incentivem essas práticas, mas também ofereçam suporte e recursos para que os alunos consigam manter um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e acadêmica.

REFERÊNCIAS

BARROS, L. M.; SILVA, P. R.; OLIVEIRA, C. A. Saúde mental de estudantes universitários: prevalência de ansiedade, depressão e fatores associados. Revista Brasileira de Saúde Mental, v. 10, n. 2, p. 33-42, 2021. Disponível em: https://www.revbraspsicologia.com.br. Acesso em: 24 set. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório Nacional de Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude. Acesso em: 24 set. 2024.

FERREIRA, M. A.; CUNHA, R. S. Autocuidado e bem-estar emocional em estudantes universitários. Revista de Psicologia Aplicada, v. 16, n. 2, p. 93-101, 2021. Disponível em: https://www.revistadepsicologiaaplicada.com. Acesso em: 24 set. 2024.

HARVARD UNIVERSITY. The impact of sleep on mental health. Cambridge: Harvard University, 2018. Disponível em: https://www.health.harvard.edu. Acesso em: 24 set. 2024.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS (INEP). Saúde mental no ensino superior: desafios e perspectivas. Brasília: INEP, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inep. Acesso em: 24 set. 2024.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diretrizes de atividade física e saúde mental. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2020. Disponível em: https://www.who.int. Acesso em: 24 set. 2024.

VIANA, R. B.; ALMEIDA, A. A. Efeitos da prática de exercícios físicos na saúde mental de jovens adultos. Revista Brasileira de Medicina Esportiva, v. 24, n. 3, p. 120-128, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 24 set. 2024.

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