A necessidade de programas de saúde mental nas universidades

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A temática “saúde mental” tem se tornado cada vez mais presente nas discussões sociais e na mídia, e isso se deve a uma combinação de fatores que evidenciam sua importância. A priori, o significativo número de casos de ansiedade e depressão, especialmente entre jovens, tem chamado a atenção. Estudos da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) revelam uma quantidade expressiva (83,05%) de universitários com dificuldades emocionais em sua trajetória educacional. Nesse sentido, faz-se necessária a implementação de programas que visem promover a saúde mental nas universidades.

Somando a isso, pode-se levar em consideração que o estigma associado à saúde mental vem diminuindo gradativamente. Tal aspecto se deve à pandemia da COVID-19³, que desempenhou um papel crucial nesse cenário. O isolamento social, a incerteza e as mudanças abruptas no contexto mundial impactaram profundamente a saúde mental de muitas pessoas. A crise alarmou a necessidade de suporte psicológico, trazendo à tona discussões que antes eram marginalizadas. Logo, movimentos sociais e projetos de conscientização e intervenção se disseminaram, encorajando as pessoas a falarem mais sobre suas experiências, promovendo um ambiente onde buscar ajuda não é visto como um sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem.

Concentrando-se no cenário universitário, pode-se observar que os anos de formação acadêmica são frequentemente marcados por estresse intenso, pressão para obter resultados, expectativas sociais e incertezas econômicas. De acordo com Padovani (2014, p. 2), estudos com estudantes universitários registram sintomas de estresse, ansiedade e depressão, ratificando a necessidade de intervenções nesse campo. Logo, priorizar a criação de um ambiente que promova a saúde mental, oferecendo recursos como atendimento psicológico e programas de apoio, é essencial.

Portanto, levando em consideração que, desde muitos anos, a universidade necessitou de “ações de promoção na área de saúde mental comunitária, permitindo um trabalho com visão multidisciplinar que possibilita a atuação de diferentes profissionais na área de saúde e educação” (Hahn; Ferraz; Giglio, 1999, p. 82), é crucial investir em programas que objetivem promover a saúde mental dentro da universidade. Afinal, instituições que implementam políticas de apoio e recursos voltados para a saúde mental não apenas beneficiam seus alunos, mas também fortalecem a comunidade acadêmica como um todo. Ao cuidar do bem-estar psicológico, promovem-se relações interpessoais mais saudáveis e um ambiente de aprendizado mais colaborativo, o que é fundamental para a formação integral do indivíduo.

REFERÊNCIAS

GAGEIRO, Luciana; GURSKI, Rose. Saúde mental na universidade: ansiedade, desânimo e outras questões emocionais afligem maioria de estudantes no Brasil. The Conversation, 2024. Disponível em: https://theconversation.com/saude-mental-na-universidade-ansiedade-desanimo-e-outras-questoes-emocionais-afligem-maioria-de-estudantes-no-brasil-229773. Acesso em: 15 set. 2024.

PADOVANI, Ricardo. Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, n. 1, p. 2–10, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20140002. Acesso em: 15 set. 2024.

HAHN, Michelle; FERRAZ, Marcos; GIGLIO, Joel. A saúde mental do estudante universitário: sua história ao longo do século XX. Revista Brasileira de Educação Médica, n. 2/3, p. 81–89, 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbem/a/t8zQdXWT4HjHcWr4KLZxvyG/?lang=pt. Acesso em: 15 set. 2024.

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