Entendendo a Teoria Organísmica à luz da Fenomenologia Existencial

Compartilhe este conteúdo:

Para Goldstain não existe um ser humano dividido, mas sim, um indivíduo que embora com partes que são “divididas” estão inteiramente interligadas afetando-se mutuamente e se auto regulando

A teoria organísmica foi desenvolvida por Kurt Goldstain, que era um neurologista e psiquiatra. Ele criou uma teoria holística do organismo, com base na teoria da Gestalt que influenciou profundamente o desenvolvimento da Gestalt-terapia. Goldstein realizou seus estudos em pacientes com lesões cerebrais causadas por ferimentos de guerra, e após investigação percebeu que mesmo as lesões sendo em áreas específicas do cérebro, estas modificaram e afetaram outras partes do corpo.

Um exemplo citado é de uma lesão na área motora que afetava não somente a estrutura cerebral, mas também os movimentos físicos e a forma de pensar e se relacionar com as outras pessoas. Então, observou que estas “transformações” ocorriam de forma holística, ou seja, os indivíduos haviam modificado não somente a estrutura cerebral, mas também o físico, e os processos de relacionamento pessoal e interpessoal. Para ele, era como se houvesse uma reorganização no campo cerebral ou neuronal, com a função de acomodar se a esta nova realidade.

Fonte: https://bit.ly/2U82lc6

Para Goldstain não existe um ser humano dividido, mas sim, um indivíduo que embora com partes que são “divididas” estão inteiramente interligadas afetando-se mutuamente e se auto regulando, numa espécie de auto realização que o organismo faz, com a função de acomodar-se a esta nova realidade, função essa ligada a auto-realização, ou seja, uma tendência criativa da natureza humana, que pode ser entendido como o ‘princípio orgânico pelo qual o organismo se torna mais desenvolvido e mais completo’.

Para Goldstain qualquer necessidade é um estado de déficit que motiva o organismo a supri-lo, de acordo com as potencialidades individuais e inatas diferentes, que dão forma aos seus fins e dirigem as linhas do seu desenvolvimento individual. No entanto a teoria organísmica enfatiza a unidade, a integração, a consistência e a coerência da personalidade normal, ou seja a organização é o estado natural do organismo.

É natural de o organismo selecionar aspectos do ambiente os quais ele mesmo irá reagir, exceto em circunstâncias raras e anormais, o ambiente não pode forçar o indivíduo a se comportar de maneira inapropriada a sua natureza, logo se o organismo não consegue controlar o ambiente, ele tentará se adaptar à ele, portanto é mais valoroso um estudo compreensivo de uma pessoa do que uma investigação extensiva de uma função psicológica observada em muitos indivíduos. Atrelado a isso a teoria organísmica e a Psicologia da Gestalt assemelham-se na forma como ambas tendem a “ver” e perceber o ser humano de modo unificado e não como um conjunto de partes separadas.

Fonte: https://bit.ly/2GbQS7M

A teoria organísmica tem como principais conceitos (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012):

➔   O organismo tende a estar organizado; é um estado natural do organismo. A desorganização, por sua vez, pode ser considerada patológica e, frequentemente, é consequência do impacto do meio ambiente.

➔   Os teóricos organísmicos creem ser impossível compreender o todo estudando as partes de forma isolada.

➔   O organismo age motivado por um impulso dominante, o de auto realização, e não por vários impulsos. Isto quer dizer que o homem luta continuamente para realizar suas potencialidades inerentes.

➔   Crê que as potencialidades do indivíduo lhe permitem desenvolver-se de forma ordenada, em um meio apropriado. Nada é naturalmente mau no organismo, faz-se mau por interferência de um meio ambiente inadequado, lembrando as ideias de Jacques Rousseau, de que todo homem é naturalmente bom, mas pode ser corrompido por um meio que lhe negue oportunidade de atuar conforme sua natureza.

➔   O estudo sobre as percepções e a aprendizagem do organismo constitui a base para a compreensão do organismo total.

➔   Afirma que pode aprender mais com o estudo compreensivo da pessoa do que em uma investigação extensiva de uma função psicológica específica e isolada do indivíduo.

Relação com a Gestalt

A Gestalt-Terapia é uma abordagem psicológica que dá ênfase e estuda o papel dos processos de criatividade como uma das ferramentas para a auto-regulação organísmica. Esta noção de auto-regulação, é advinda da Teoria Organísmica, pois Kurt Goldstein foi médico assistente de Fritz Perls, sendo este muito influenciado pelas teorias de Goldstein devido os pacientes em estado de readaptação após a guerra que ambos tratavam. As ideias dos dois com este trabalho resultaram em um livro que apresenta as premissas da teoria organísmica.

Fonte: https://bit.ly/2Gck3ru

A Gestalt-Terapia compartilha do mesmo da Teoria Organísmica de que a repetição de padrões de comportamentos, a não exposição a novas situações, é uma esquiva para evitar situações de ansiedade gerada pelo desconhecido. Para a Gestalt isso seria um estado neurótico de comportamento que limita a vida do sujeito, pois para ambos o neurótico desistia muitas vezes da satisfação devido suas experiências negativas. Na Teoria Organísmica, Goldstein deu importância ao papel da criatividade para o indivíduo se auto-regular, evitando assim a ansiedade, e estimulando este indivíduo a ir em busca da novidade.

REFERÊNCIAS

LIMA, Patrícia Albuquerque. Criatividade na Gestalt–terapia. 2009. Disponível em: <http://www.revispsi.uerj.br/v9n1/artigos/html/v9n1a08.html>. Acesso em: 9 ago. 2017.

PORTAL EDUCAÇÃO. Teoria Organísmica. 2012. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/teoria-organismica/23636>. Acesso em: 7 ago. 2017.

Compartilhe este conteúdo:

Vetores Ideológicos da Psicologia Comunitária

Compartilhe este conteúdo:

Vetor ideológico: Metodologia Participativa

No artigo de Nepumuceno et al (2013) os autores defendem o valor da metodologia participativa na realização das atividades em comunidade, ou seja, o uso de um método que permita a participação direta dos sujeitos, e não os considere somente como meros receptores. Pois acredita ser extremamente relevante na execução de um trabalho social e facilita o conhecimento mútuo. Foi o que utilizaram num projeto de extensão que tinha como foco a saúde comunitária, realizado na comunidade do Bom Jardim, conteúdo este confirmado pelos autores, no trecho “As metodologias participativas favoreceram a aproximação da equipe com a realidade social e propiciaram a construção dos vínculos em equipe, trabalhadores e usuários desses equipamentos, o que possibilita a apropriação e conhecimentos dos espaços, pessoas e relações”.  Sendo assim um método que necessita da participação dos interessados, na comunidade segue uma linha horizontal que depende do outro, da reciprocidade porque a mudança não acontece de fora para dentro, a pesquisa participativa ajuda os membros encontrar a solução que parte de dentro dos próprios sujeitos.

Já no artigo de Ximenes, de Paula e Barros (2009), apresentam o mesmo valor que surge quando a comunidade e a equipe são levadas a conhecer toda a realidade social, os limites, desafios, conflitos. Conteúdo que pode ser proporcionado pelas técnicas do método participativo, na presença de diálogos, entrevistas, no conhecimento das atividades cotidianas, do processo econômico e social daquele lugar, o que facilitará a análise das demandas, a organização e mobilização daquelas pessoas no território que vivem, detectando seus potenciais individuais e coletivos (metodologia apontada pelo SUAS as equipes do CRAS) e assim poder  fomentar novas atividades comunitárias, cujo o objetivo é a melhoria da qualidade de vida coletiva e a Proteção Social Básica, citado no artigo. Ideias comprovadas no trecho:

“a práxis psicológica apresentada pode se orientar pelos seguintes eixos: a familiarização com o contexto comunitário, identificação conjunta de necessidades e potencialidades, elaboração de perspectivas de ação e trabalho coletivo pautado na avaliação processual e na sustentabilidade das ações (Monteiro, 2006).  Para tanto, utiliza aportes participativos, como a observação-participante (Gois, 1994; Monteiro, 2006) a pesquisa-participante e a ação-participante (Góis, 1994), bem como o acompanhamento de grupos comunitários (Góis, 1994; Monteiro 2006). ”

Diante dessa perspectiva os autores Junior e Ximenes, (2010) em suas produções defende o vigente valor, ao considerar o método participativo influente inclusive para desenvolvimento de outros métodos semelhantes, também advindos da psicologia comunitária. E é na união a essa ciência que será proporcionado a compreensão da atividade comunitária, facilitando a interação entre psicólogo e morador, na utilização desses aportes participativos. Elementos que serão fundamentais para percepção da vida em comunidade, e para que assumam essa realidade, oportunizando assim uma transformação do indivíduo, do coletivo e finalmente da realidade social. Dessa forma Junior e Ximenes se apoiam em outros teóricos para fundamentar suas teses, como pode ser apresentado no trecho:

“Segundo Thiollent (2005), as metodologias participativas são aplicadas de forma coletiva, com diversos graus de participação dos interessados. Montero (2006) enfatiza que a participação favorece o trabalho comunitário dos diferentes atores sociais e o alcance de um objetivo comum. Góis (2008) enfatiza a importância da participação. Para ele, a atuação comunitária propicia a autonomia, participação e sentimento de pertença de todos nas atividades comunitárias. A influência de instrumentais metodológicos participativos na construção do método dialógico-vivencial em Psicologia Comunitária possibilita um aparato maior para a compreensão da atividade comunitária”

Vetor ideológico: Empoderamento

No artigo de Nepomuceno et al. (2013) é retratado a questão de participação social da comunidade como contribuição para a saúde. Quando falamos de participação social, somos remetidos a pensar na questão do empoderamento, que vem ilustrada de forma implícita no texto. De acordo com o dicionário online, Significados, vamos definir o que é o empoderamento:

“Empoderamento é a ação social coletiva de participar de debates que visam potencializar a conscientização civil sobre os direitos sociais e civis. Esta consciência possibilita a aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a superação da dependência social e dominação política. ” (SIGNIFICADOS, 2011)

Diante da definição podemos notar que os trabalhos “Participação Social na Comunidade do Bom Jardim” e “Avaliação participativa de uma Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ” vieram exatamente de encontro com este valor. No momento que os usuários do CAPS e seus familiares foram convidados a participar da avaliação e das assembleias do centro eles passaram a ter mais consciência dos papeis exercidos ali, e principalmente, conseguiram mensurar as mudanças que já estavam sendo colocadas em prática ali naquele local. O resultado do processo de empoderamento que foi vivenciado naquele ambiente gerou uma série de medidas, decisões e cuidados para serem colocados em pratica que iriam melhorar as condições de atendimento do local, e o mais interessante de tudo isso é que foram os próprios usuários que ajudaram para que houvesse essa evolução.

Ainda no texto de Nepomuceno é citado o trabalho de Rodrigues, Brognoli e Sprisigo (2006):

“[o trabalho] corroborou essa linha de atuação quando discutiu a importância da participação em uma associação de usuário de um CAPS como espaço de informação e formação, construção de autonomia, pertencimento, instrumento político e de empoderamento, que, segundo os autores, é compreendido como a solidariedade dos participantes no desenvolvimento de ações coletivas. A participação dos usuários e familiares nessa associação colabora com o fortalecimento da Reforma Psiquiátrica, gestão das políticas públicas, processo de reivindicação de direitos e de construção coletiva. ” (NEPOMUCENO et al., 2013)

Já no artigo de Ximenes, de Paula e Barros (2009) o mesmo valor surge quando falamos dos diálogos possíveis entre a psicologia comunitária e a proteção social básica, pois o ser humano não só reage ás injustiças como também é um ator social que participa da criação do dia a dia da comunidade. Este cidadão é trazido para o foco, pois é agente ativo do processo de transformação de determinada comunidade (XIMENES apud MONTEIRO, 2009). Isso também é empoderamento. Eles são construtores das ações que serão desenvolvidas juntamente com a equipe multidisciplinar, agindo de forma ativa no planejamento, execução, avaliação e aprimoramento de medidas. “A atividade comunitária realiza-se por meio da cooperação e do diálogo em uma comunidade, sendo orientada por ela mesma e pelo significado (sentido coletivo) e sentido (significado pessoal) que a própria atividade e a vida comunitária têm para os moradores da comunidade. ” (XIMENES apud GÓIS, 2009)

Então o autor Vasconcelos também fala da importância do empoderamento para usuários e familiares em saúde mental no texto “Empoderamento de usuários e familiares em saúde mental e em pesquisa avaliativa/interventiva: uma breve comparação entre a tradição anglo-saxônica e a experiência brasileira”. Ele faz uma contextualização do empoderamento, comparando as atividades que empoderam seus usuários hoje no brasil com o self-help da tradição anglo-saxônica. E ao comparar a tradição anglo-saxônica com a experiência brasileira, lá existe muito esse empoderamento, uma autonomia onde o indivíduo pode escolher o que lhe convém dentro do tratamento. Isso faz com que eles se apropriem de uma liberdade que pode ser positiva ou negativa a eles, para que ele possa ser conduzido nesse processo de busca pela saúde mental (VASCONCELOS, 2013). No Brasil, os usuários têm opções e uma liberdade de participar dos processos sociais, da realidade da sua comunidade.  E faz parte deste trabalho ser multidisciplinar para que a pessoa se sinta responsável pela própria saúde, fazendo com que ele alcance sua saúde mental.

REFERÊNCIAS:

NEPOMUCENO, Léo Barbosa et al. Participação social em saúde: contribuições da psicologia comunitária. 2013. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/10102/8847>. Acesso em: 04 nov. 2016.

REBOUÇAS JÚNIOR, Francisco Gilmário; XIMENES, Verônica Morais. Psicologia Comunitária e Psicologia Histórico-Cultural:: Análise e Vivência da Atividade Comunitária pelo Método Dialógico-vivencial. Revista Lapip, Fortaleza, v. 5, n. 2, p.151-162, ago. 2010. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/volume5_n2/Reboucas_Junior_e_Ximenes.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2016.

SIGNIFICADOS: Encontre aqui significados, conceitos e definições sobre os mais variados assuntos. Portugal: 7graus, 2011-2016. Disponível em: <https://www.significados.com.br/empoderamento/>. Acesso em: 08 nov. 16.

VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Empoderamento de usuários e familiares em saúde mental e em pesquisa avaliativa/interventiva: uma breve comparação entre a tradição anglo-saxônica e a experiência brasileira. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001000007>. Acesso em: 08 nov. 2016.

XIMENES, Verônica Morais et al. Psicologia comunitária e política de assistência social: diálogos sobre atuações em comunidades. 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932009000400004>. Acesso em: 04 nov. 2016.

Compartilhe este conteúdo:

Eixos na Fenomenologia Existencial: uma revisão

Compartilhe este conteúdo:

Awareness

Ao se utilizar o termo awareness, faz se necessário a busca por seu “significado”, no qual os textos descrevem de diversas formas tais como: presentificação, tornar-se presente, concentração, conscientização, tomada de consciência entre outros. No entanto este termo é de suma importância dentro da Gestalt terapi apois para Yontef (1998, p. 234) a awareness é um dos princípios que define a Gestalt Terapia. “A Gestalt Terapia é fenomenológica; seu objetivo é apenas awareness e sua metodologia é a metodologia da awareness”. Baseado nessa premissa pode-se conferir que awareness é a metodologia e o alvo da G.T.

Quando se refere a awareness é importante ressaltar que esta não se limita somente a tomada de “consciência mental”, pois envolve outros aspectos do organismo como um todo. Dessa forma a Gestalt Terapia privilegia uma nova maneira de abordar o cliente e utiliza-se de perguntas tais como: o que você está sentindo? O que você se dá conta nesse momento? Entre outras, formas de questionamento com o firme propósito de proporcionar a pessoa uma reflexão acerca do que ele sente naquele momento, ou seja, no aqui agora.

Fontes: https://bit.ly/2JQVlMw

Assim, awareness é uma forma de experienciar o “aqui agora”, ou seja, de se dá conta dos fenômenos recorrentes no atual momento. Na Gestalt Terapia awareness é de suma importância, pois nesta abordagem sem a toma de consciência é praticamente nulo atingir as metas deseja das dentro de uma psicoterapia.

É através da awareness, que o cliente se dá conta de possíveis gestalt abertas e começa a trabalhar consigo mesmo as possíveis soluções para estes fenômenos, e consequentemente fechar as gestalt que estão “encobertas”, ou mesmo as esquivas de contato, ou seja, ele precisa da awareness para descobrir em si seus “déficits” e suas potencialidades para haja um desenvolvimento saudável.

Vale ressaltar que trabalhando dessa maneira se possibilita, que, não somente o terapeuta haja de maneira fenomenológica, mas também o cliente vai agir de maneira fenomenológica.

Deflexão

Existem dois tipos de deflexão, a modal e a objetal. A modal é o ato de entrar em uma conversação com uma pessoa e não investir energia necessária para se conectar com aquele outro indivíduo, de forma a: evitar contato direto, desviar o olhar, desviando do assunto ou até debochando do que o indivíduo diz, por exemplo quando um casal está brigando e algum dos indivíduos fica revirando os olhos e desdenhando de tudo que o parceiro fala. E a objetal é a que o indivíduo expressa algo que queria dizer para uma 3ª pessoa e não para quem ele realmente quer direcionar aquele conteúdo, por exemplo quando um aluno reclama de algo da matéria com o amigo ao invés de reclamar com o professor.

Fonte: https://bit.ly/2HWsuo9

Existem também casos em que a deflexão pode ser útil, KAETEL 2015 cita POLSTER 2001 (p.103) “Se eu o insulto com palavrões no auge de minha raiva, isso não caracteriza necessariamente meus sentimentos permanentes a seu respeito. Confiança, tempo e conhecimento íntimo entre as pessoas farão uma ponte sobre esses momentos, mas sob circunstâncias em que eles não estejam disponíveis, pode ser sábio e necessário defletir a raiva.” Ou seja, alguns comportamento que aparentam ser deflexão modal, na realidade são uma forma de defletir algum sentimento, como no exemplo foi citado a raiva.

Organísmica: Auto-Regulação

A ideia de auto–regulação é advinda da Teoria Organísmica do neurologista alemão Kurt Goldstein, de quem Fritz Perls, o criador da Gestalt–terapia, foimédico–assistente. Perls foi bastante influenciado pelas novas teorias de Goldstein sobre o processo de readaptação de pacientes que haviam sofrido lesão cerebral na guerra, formuladas a partir da sua experiência no contato direto com este tipo de paciente no entanto as premissas básicas da teoria organísmica serão discutidas a seguir.

Kurt Goldstein, tratou da auto–regulação como uma das características fundamentais do funcionamento de qualquer organismo definia a auto–regulação organísmica como uma forma do organismo interagir com o mundo, segundo a qual o organismo pode se atualizar, respeitando a sua natureza do melhor modo possível. Segundo as palavras do próprio Goldstein (1995, p. 162): “Esta tendência a atualizar sua natureza e a si mesmo é o impulso básico, o único impulso pela qual a vida do organismo é determinada”, para que a auto–regulação aconteça, é fundamental que o organismo possa ter respostas novas para as situações pelas quais ele passa na sua permanente interação com o meio ambiente. Entretanto se pensarmos desse modo, nos parece que ser criativo é uma condição fundamental ao processo de auto–regulação, que é o principal critério para se considerar se o modo como uma pessoa está se relacionando com demandas do meio está sendo harmônico ou satisfatório.

Fonte: https://bit.ly/2JV5smJ

Conforme citação de Kurt Goldstein (1995, p. 50): “O meio–ambiente de um organismo não é absolutamente algo definido e estático, pelo contrário, está em metamorfose contínua, comensurável com o desenvolvimento do organismo e sua atividade”.  Portanto que os indivíduos se auto–regulamdando prioridade para a execução de ações que visem à satisfação das suas necessidades emergentes, e quando uma necessidade é satisfeita, esta deixaria de ser figural.

REFERÊNCIAS:

GOUVÊA, Graça. PSICOPATOLOGIA – MECANISMOS DE DEFESA E RESISTÊNCIAS. Disponível em: <http://www.gestaltemfigura.com.br/gestalt-terapia/psicopatologia-mecanismos-defesa-resistencias>. Acesso em: 19 out. 2017.

KAITEL, Alexandre. Abordagem Gestáltica #3: Mecanismos Neuróticos. 2015. Disponível em: <http://dialogizar.blogspot.com.br/2015/08/abordagem-gestaltica-3-mecanismos.html>. Acesso em: 19 out. 2017.

https://www.igt.psc.br/Artigos/teoria_organismica.htm

Goldstein, K. The Organism.  Nova York: Zone Books, 1995.

 

Compartilhe este conteúdo: