Eixos na Fenomenologia Existencial: uma revisão

Awareness

Ao se utilizar o termo awareness, faz se necessário a busca por seu “significado”, no qual os textos descrevem de diversas formas tais como: presentificação, tornar-se presente, concentração, conscientização, tomada de consciência entre outros. No entanto este termo é de suma importância dentro da Gestalt terapi apois para Yontef (1998, p. 234) a awareness é um dos princípios que define a Gestalt Terapia. “A Gestalt Terapia é fenomenológica; seu objetivo é apenas awareness e sua metodologia é a metodologia da awareness”. Baseado nessa premissa pode-se conferir que awareness é a metodologia e o alvo da G.T.

Quando se refere a awareness é importante ressaltar que esta não se limita somente a tomada de “consciência mental”, pois envolve outros aspectos do organismo como um todo. Dessa forma a Gestalt Terapia privilegia uma nova maneira de abordar o cliente e utiliza-se de perguntas tais como: o que você está sentindo? O que você se dá conta nesse momento? Entre outras, formas de questionamento com o firme propósito de proporcionar a pessoa uma reflexão acerca do que ele sente naquele momento, ou seja, no aqui agora.

Fontes: https://bit.ly/2JQVlMw

Assim, awareness é uma forma de experienciar o “aqui agora”, ou seja, de se dá conta dos fenômenos recorrentes no atual momento. Na Gestalt Terapia awareness é de suma importância, pois nesta abordagem sem a toma de consciência é praticamente nulo atingir as metas deseja das dentro de uma psicoterapia.

É através da awareness, que o cliente se dá conta de possíveis gestalt abertas e começa a trabalhar consigo mesmo as possíveis soluções para estes fenômenos, e consequentemente fechar as gestalt que estão “encobertas”, ou mesmo as esquivas de contato, ou seja, ele precisa da awareness para descobrir em si seus “déficits” e suas potencialidades para haja um desenvolvimento saudável.

Vale ressaltar que trabalhando dessa maneira se possibilita, que, não somente o terapeuta haja de maneira fenomenológica, mas também o cliente vai agir de maneira fenomenológica.

Deflexão

Existem dois tipos de deflexão, a modal e a objetal. A modal é o ato de entrar em uma conversação com uma pessoa e não investir energia necessária para se conectar com aquele outro indivíduo, de forma a: evitar contato direto, desviar o olhar, desviando do assunto ou até debochando do que o indivíduo diz, por exemplo quando um casal está brigando e algum dos indivíduos fica revirando os olhos e desdenhando de tudo que o parceiro fala. E a objetal é a que o indivíduo expressa algo que queria dizer para uma 3ª pessoa e não para quem ele realmente quer direcionar aquele conteúdo, por exemplo quando um aluno reclama de algo da matéria com o amigo ao invés de reclamar com o professor.

Fonte: https://bit.ly/2HWsuo9

Existem também casos em que a deflexão pode ser útil, KAETEL 2015 cita POLSTER 2001 (p.103) “Se eu o insulto com palavrões no auge de minha raiva, isso não caracteriza necessariamente meus sentimentos permanentes a seu respeito. Confiança, tempo e conhecimento íntimo entre as pessoas farão uma ponte sobre esses momentos, mas sob circunstâncias em que eles não estejam disponíveis, pode ser sábio e necessário defletir a raiva.” Ou seja, alguns comportamento que aparentam ser deflexão modal, na realidade são uma forma de defletir algum sentimento, como no exemplo foi citado a raiva.

Organísmica: Auto-Regulação

A ideia de auto–regulação é advinda da Teoria Organísmica do neurologista alemão Kurt Goldstein, de quem Fritz Perls, o criador da Gestalt–terapia, foimédico–assistente. Perls foi bastante influenciado pelas novas teorias de Goldstein sobre o processo de readaptação de pacientes que haviam sofrido lesão cerebral na guerra, formuladas a partir da sua experiência no contato direto com este tipo de paciente no entanto as premissas básicas da teoria organísmica serão discutidas a seguir.

Kurt Goldstein, tratou da auto–regulação como uma das características fundamentais do funcionamento de qualquer organismo definia a auto–regulação organísmica como uma forma do organismo interagir com o mundo, segundo a qual o organismo pode se atualizar, respeitando a sua natureza do melhor modo possível. Segundo as palavras do próprio Goldstein (1995, p. 162): “Esta tendência a atualizar sua natureza e a si mesmo é o impulso básico, o único impulso pela qual a vida do organismo é determinada”, para que a auto–regulação aconteça, é fundamental que o organismo possa ter respostas novas para as situações pelas quais ele passa na sua permanente interação com o meio ambiente. Entretanto se pensarmos desse modo, nos parece que ser criativo é uma condição fundamental ao processo de auto–regulação, que é o principal critério para se considerar se o modo como uma pessoa está se relacionando com demandas do meio está sendo harmônico ou satisfatório.

Fonte: https://bit.ly/2JV5smJ

Conforme citação de Kurt Goldstein (1995, p. 50): “O meio–ambiente de um organismo não é absolutamente algo definido e estático, pelo contrário, está em metamorfose contínua, comensurável com o desenvolvimento do organismo e sua atividade”.  Portanto que os indivíduos se auto–regulamdando prioridade para a execução de ações que visem à satisfação das suas necessidades emergentes, e quando uma necessidade é satisfeita, esta deixaria de ser figural.

REFERÊNCIAS:

GOUVÊA, Graça. PSICOPATOLOGIA – MECANISMOS DE DEFESA E RESISTÊNCIAS. Disponível em: <http://www.gestaltemfigura.com.br/gestalt-terapia/psicopatologia-mecanismos-defesa-resistencias>. Acesso em: 19 out. 2017.

KAITEL, Alexandre. Abordagem Gestáltica #3: Mecanismos Neuróticos. 2015. Disponível em: <http://dialogizar.blogspot.com.br/2015/08/abordagem-gestaltica-3-mecanismos.html>. Acesso em: 19 out. 2017.

https://www.igt.psc.br/Artigos/teoria_organismica.htm

Goldstein, K. The Organism.  Nova York: Zone Books, 1995.