1 de dezembro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Relato
Compartilhe este conteúdo:
A leitura pode ser transformadora, em momentos difíceis, os livros podem ser uma ótima companhia, proporcionando suporte e conforto, auxiliando no cuidado da saúde mental, ou servindo de puro entretenimento. Nem tudo precisa ser edificante, mas livros no geral são. Um fato de conhecimento geral, é que tivemos um longo período de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19, sendo esta uma época muito difícil para a maioria das pessoas. Nesse contexto, algumas pessoas buscaram na medida do possível preencher o vazio e a solidão favorecidos pelo cenário, buscando a distração. Assim, eu reencontrei a leitura.
Meu pai me ensinou a gostar de ler. Quando criança, mesmo depois que aprendi a ler, o melhor momento do meu dia era quando ele lia para mim, era mágico. Com os anos, perdi o hábito de me aventurar nos livros como antes, mas nunca é tarde para recuperar esse tesouro perdido. Com isso em mente, descobrir que ler pode ser como um lugar para o qual você sempre pode retornar nos tempos difíceis e momentos delicados. Para mim, uma lembrança especial de uma época feliz, em que os laços que uniam a mim e meu pai se fortaleceram, eu fui princesa, heroína, aventureira, bailarina, pirata, detetive, e qualquer coisa que eu pudesse imaginar.
Durante a adolescência mantive o hábito de ler, não compreendia a aversão das outras pessoas, até entender que era mais relacionada a obrigatoriedade da leitura, e percebi o quando eu era sortuda, por ter encontrado a leitura como uma brincadeira, um pedaço divertido da minha infância. Já no início da vida adulta, os livros foram perdendo o espaço na minha rotina, ler não parecia mais tão empolgante como antes, porque era mais fácil e rápido assistir (ou perder horas procurando) qualquer coisa na Netflix após um dia cansativo.
O ponto aqui é, naquelas horas sombrias, em que a ansiedade crescia, dia após dia após dia, e a dolorosa incerteza sobre o amanhã, os livros me salvaram. Era como se de repente eu voltasse a ser criança, acolhida e confortada por livros e pela memória afetiva daqueles momentos preciosos com meu pai. Todos os romances, aventuras, mistérios, aprendizagem e as variadas experiências que só um bom (ou não) livro podem oferecer, que também são uma ótima companhia para manhãs ensolaradas, tardes chuvosas e noites tediosas. Vendo por esse lado, livros também se provam como um excelente suporte emocional em situações angustiantes, ainda que só em caráter de distração. No entanto, na minha experiência, foi como um reencontro, uma grata surpresa e um presente, visitando novamente um lugar do passado compartilhado com alguém especial.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2022 – Mostra destaca a prática em diferentes campos de atuação
24 de novembro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Mural
Compartilhe este conteúdo:
Na noite do dia 21 de novembro na programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), ocorreu a segunda edição da Mostra de Práticas em Psicologia com mediação da professora no curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior, Covilhã-Portugal (2015), a psicóloga clínica Muriel Corrêa Neves Rodrigues, que iniciou o evento falando sobre a escolha dos campos de estágios pelo acadêmicos do curso de Psicologia, exemplificando que o momento proporcionado pela Mostra é a explanação sobre as práticas de acadêmicos vivenciadas durante o Estágio Específico em Processos Institucionais e de Saúde do Ceulp/Ulbra em diferentes campos de atuação.
Iniciando as apresentações, as acadêmicas Luana Lenir de Laura Braga Costa, compartilharam a experiência de estagiar na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (SEMUS), no setor de causas externas, relatando as atividades realizadas durante o estágio, que se caracteriza pela monitoramento e a vigilância epidemiológica de situações de violência e acidentes, através de dados óbitos pela Ficha Individual de Notificação (FIN), preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente em que a suspeita da ocorrência de problemas de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal, essa ficha é recebida por meio de um prontuário eletrônico (e-SUS). A apresentação das acadêmicas enfatizou a importância dos dados, que possibilita a divulgação para a sociedade como um todo, gerando um importante impacto social dando visibilidade aos cenários de violência acidentes, tornando possível a atuação baseada em evidências, contribuindo para a tomada de decisões dos gestores e profissionais.
A segunda apresentação foi das acadêmicas Ágatha Caroline e Beatriz Cirqueira, relatando as atividades realizadas no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de Violência (Flor de Lis), e a atuação na política de enfrentamento à violência contra as mulheres, o centro de referencia se constitui em um espaço de acolhimento e atendimento psicológico, social, com orientações e encaminhamentos jurídicos á mulher em situação de violência, os atendimentos feitos em fases que se completam durante o processo, incluindo o levantamento de demandas, escuta qualificada/encaminhamentos, fornecimento de informações e orientações, monitoramento e acompanhamento, e o rompimentos do ciclo de violência e desligamento.
A terceira apresentação foi sobre a atuação no Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), feita pelos acadêmicos Emanuela Luz, Geovana Bosch, Geovana Gomes e Raimundo Leonardo, exemplificado as características do órgão de Proteção Social Especial, cuja função é ofertar e referência serviços especializados de caráter continuado para famílias e indivíduos em situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, durante a experiência prática do estágio no CREAS, os acadêmicos relataram as visitas institucionais e domiciliares, atendimentos psicossocial individual e familiar, discussões de casos, intervenção psicossocial entre outros.
As acadêmicas Camila Silva Alciléa Carvalho deram continuidade com a quarta apresentação da noite, falando sobre o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado ao Discente (Alteridade), que tem como objetivo oferecer suporte aos discentes do Ceulp/Ulbra no que relaciona-se com acessibilidade, processos de ensino aprendizagem, saúde mental e o desenvolvimentos de habilidades sociais e profissionais no contexto universitário, por meio do acolhimento, acompanhamento individual e intervenções em grupos com temas diversos, que se formam a partir das demandas apresentadas por professor e acadêmicos, além da realização de eventos, palestras e oficinas.
O acadêmico Matheus Saboia apresentou a Psicologia Escolar, com a vivência dos desafios impostos pela área, pontuando sobre a lei que regulamenta atuação de psicólogos em escolas públicas ser algo recente, porém atualmente não se encontra em efetivo funcionamento, escassez de produções científicas no Brasil, diretrizes de trabalho sem um padrão de atuação bem definido e o diálogo entre a escola, equipe de psicologia e pais, que demonstram um baixo engajamento na vida escolar dos filhos. Na atuação no Suporte Psicológico Escolar, que oferta atenção especial para alunos que apresentam dificuldades cognitivas e emocionais específicas, no desenvolvimento escolar, por meio de etapas como observação direta e entrevista com professores e familiares.
Ainda no campo escolar, a acadêmica Larissa Ferreira, discorreu sobre o tema “a música como ferramenta terapêutica na expressão das emoções no contexto escolar”, trazendo informações sobre o trabalho no ambiente escolar, sob as demandas autolesão e suicídio, a música nesse contexto foi utilizada como disparador, em encontros com temáticas relacionadas a suicídio, automutilação, preconceito, autoestima, sexualidade, família, motivação, amor, morte, por meio de músicas ligadas aos temas, sendo um encontro separado para entrevista individual, e outra em que os alunos levaram a música de sua escolha, com o público alvo de adolescentes de 11 a 14 anos do Ensino Fundamental II, totalizando 11 encontros, finalizando com uma devolutiva individual, os encontras proporcionaram discussões e reflexões acerca de assuntos relevantes, criando um ambiente seguro e acolhedor para os alunos.
Divulgação/CAOS
A sétima apresentação da noite foi das acadêmicas Brenda Leite, Lívia Oliveira, Vera Lima e Valquiria Rebelin, sobre a prática da Psicologia na Justiça Federal, nesse campo o foco é na Psicologia Organizacional e do Trabalho, realizando atividades como o escuta JF, com atendimentos e acolhimentos direcionados aos profissionais, servidores e magistrados da Justiça Federal, com até 10 atendimentos, e encaminhamentos quando necessários, realizando também atividades voltadas para a pesquisa de clima organizacional, pesquisa sobre assedio moral, sexual e discriminação, com orientações sobre os direitos das vitimas presentes no contexto organizacional, também com divulgações de cards de promoção a saúde com temas afim de gerar conscientização, participando também dos processos seletivo, programa de preparação para a aposentadoria e perfil profissional.
Apresentando a atuação da Psicologia na Defensoria Pública do Estado do Tocantins, a académica Rute Milene da Cruz compartilhou sobre a atuação em uma equipe multidisciplinar, na prestação de serviços de assessoria aos defensores públicos em processos de divorcio, separação, guarda, regramento de visitas e alienação parental, expondo pontos como a criação de documentos psicológicos que são, declaração, relatório psicológico, relatório multiprofissional, laudo psicológico, parecer psicológico, atestado psicológico. A prática como estagiária de Psicologia dentro da Defensoria compartilhada pela acadêmica passou pelo atendimento ao assistido encaminhado ao serviço, nas modalidades presencial ou por videoconferência, participação de reuniões para discussão de casos, que potencializa o aprendizado e elaboração de relatórios psicossociais.
A acadêmica Ester Moreno, compartilhou sua experiência no campo de atuação Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), através da colaboração em um grupo de apoio terapêutico ao tabagismo, onde cada encontro era direcionado por um cronograma definido pela Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, divididos em 7 encontros, com duração média de 1:30, os encontros começaram com 6 participantes, no terceiro tiveram 4, no quarto 3, no quinto 5, e no sexto 2, durante o processo o grupo proporcionou melhorias em relação à saúde, onde 3 dos participantes cessaram o hábito de fumar e 1 reduziu de maneira significativa.
Compartilhando as experiências no ambiente hospitalar, a acadêmica Ana Beatriz Silva realizou a décima apresentação da Mostra, falando sobre o tema “vivências em uma unidade de alta complexidade em oncologia: um relato de experiência”, no Hospital Geral de Palmas (HGP) onde o foco desse campo de estágio se baseia no estudo da qualidade de vida dos paciente oncológicos, referenciando-se nas áreas da psico-oncologia e psicologia hospitalar. A atuação no campo por meio da busca ativa se configurou em ofertar escuta qualificada, se estendendo aos familiares e os acompanhantes, buscando fortalecer os vínculos afetivos entre a família e o paciente, com o propósito de diminuir o risco de disfuncionalidade no sistema pessoal e familiar por intermédio da ressignificação e elaboração da situação, proporcionando qualidade de vida dos indivíduos envoltos no processo.
Em continuidade ao evento, as acadêmicas Crislenne Vitoria e Thaylla Cristianne também na temática sobre a atuação em Psicologia Hospitalar na área da internação pediátrica, ortopedia e especialidade no HGP, dividindo a vivência da atuação que inclui atividades como, avaliação inicial dos dados do paciente e acompanhante, escuta ativa, intervenções lúdicas e no emocional, manejo de estressores, orientações aos pais, monitoramento de leitos, e a preparação para a alta quando possível, devido a alta rotatividade da ala, com o objetivo de favorecer o bem estar do hospitalizado dentro do contexto de internação, passando pela compreensão de que o paciente se encontra ali focando na saúde orgânica, e os fatores psicológicos devem ser considerados e tratados como associados a questões físicas de saúde.
Fechando as apresentações da Mostra, as acadêmicas Giovanna Camargo e Yasmim Sousa, trouxeram o relato com o tema “entre violências: vivências de um estágio em Psicologia Hospitalar”, no campo Núcleo de Assistência à Pessoa em Situação de Violência (NUAVE), as acadêmicas exemplificar como funciona a rotina dentro do núcleo, que perpassa pela busca ativa, identificação de demandas, escuta, registro, planilha e encaminhamento. As demandas investigadas e acompanhadas são: violência autoprovocada, fraturas, violência interpessoal e surto psicótico. Os atendimentos são realizados por intermédio da escuta, acolhimento, atendimentos ao acompanhante, orientação, encaminhamento e monitoramento. O relato foi finalizado com apontamentos sobre os desafios presente na atuação, destacando o preconceito por parte dos profissionais com os pacientes internados por tentativa de suicido, a descontinuidade do acompanhamento extra hospitalar, que ocasiona a reincidência na internação de paciente com ideação suicida, falha na rede de assistência social e a falta de adesão a continuidade do tratamento psicológico, medicamentoso por parte do paciente.
A segunda edição da Mostra de Práticas em Psicologia foi encerrada após perguntas direcionadas aos acadêmicos sobre suas vivências e experiências nos campos de estágios citados, propositando ocasionar uma maior aprendizagem no espaço criado pelo evento.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2022: Seminários Clínicos em Psicologia evidencia práticas clínicas em diferentes abordagens
24 de novembro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Mural
Compartilhe este conteúdo:
Por Ana Paula Abreu Dos Anjos
Na manhã do dia 21 de novembro, dentro da programação do CAOS (Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia) aconteceram os Seminários Clínicos, a abertura ficou por conta da coordenadora do Serviço Escola de Psicologia do CEULP/ULBRA (SEPSI), a psicóloga Bruna Medeiros Freitas, que iniciou o evento pontuando questões relacionadas ao SEPSI enquanto campo de estágio, sendo os seminários o momento que oportuniza o contato dos acadêmicos do curso com diversas abordagens. Através da elucidação de recortes de experiências clínicas dentro do SEPSI, cada apresentação evidenciou o tipo de abordagem usada durante os atendimentos dos casos, o perfil, demandas e as características relevantes observadas durante o processo terapêutico.
As apresentações foram iniciadas pela acadêmica de Ênfase II em Processos Clínicos, Beatriz Cirqueira Almeida, sob a supervisão da Psicóloga e Professora de Psicologia do CEULP/ULBRA Cristina D’Ornellas Filipakis, com abordagem Sistêmica e o tema “Quando poderei ser adolescente? Atendendo filhos triangulados com os pais”. Com o caso de uma adolescente de 15 anos, usando o nome fictício Mirabel, com demandas como: problemas familiares relacionais, crises de ansiedade e medo excessivo. Durante a apresentação também foi discutido os pressupostos da Sistemática que fundamentaram os atendimentos, com apontamentos sobre a Terapia de Bowen, e os aspectos relacionados a triangulação, Terapia Narrativa, e os paradigmas que conduzem nossas ações e a forma como vivenciamos e funcionamos no mundo. Outro ponto exposto durante a apresentação foi relacionado a triangulação que ocorria com a paciente e seus pais, além de estratégias como a externalização do problema, finalizando com os progressos observados após a intervenção terapêutica, como por exemplo a diminuição do medo, melhora da ansiedade e o entendimento sobre o seu papel no contexto familiar.
A segunda apresentação foi do egresso do curso de Psicologia do Ceulp, Jucimar Souza Ribeiro, supervisionado pelo Professor de Psicologia do Ceulp e Psicólogo Sonielson Luciano de Sousa, com abordagem Psicologia Analítica e temática “Individuação/Autorrealização no manejo clínico Junguiano”, com exposição do caso da paciente Von Franz (nome fictício), uma mulher de 60 anos que tinha demandas relacionadas a abandono. A apresentação também incluiu informações sobre a abordagem com a exposição de termos como por exemplo consciência, inconsciente pessoal e coletivo e arquétipos. Durante os atendimentos terapêutico orientando pela Psicologia Analítica, como os processos dinâmicos Junguianos, com a explanação de múltiplas expressões que são usadas dentro da Psicologia Analítica, como, compensação que se refere a ação de busca completar aquilo que não se teve, identificação e diferenciação entre outros. Foi realizada explanação das fases da psicoterapia, por meio da exemplificação de recursos utilizados como a imaginação ativa, sendo finalizado com os progressos observados após a intervenção, como autorrealização e fortalecimento do Ego.
As acadêmicas do curso de Psicologia do Ceulp, Laura Braga e Giovanna Camargo, sob a supervisão da Psicóloga e Professora de Psicologia do Ceulp Ariana Campana Rodrigues, deram prosseguimento aos seminários, com a abordagem Psicanálise Freudiana e o tema “Sessões iniciais nos atendimentos psicanalítico” apresentando o caso de Lucas (nome fictício), 22 anos, com as demandas de ansiedade e insegurança. A apresentação prosseguiu com falas sobre os aspectos teóricos e técnicos da abordagem, com explanações sobre o início de uma psicanálise, as entrevistas preliminares, com o intuito de conhecer o caso, dando destaque ao ponto em que o terapeuta não pode determinar com exatidão os resultados que produzirá, e que é consentido tempo para o paciente entrar na análise. A apresentação seguiu com relatos sobre as técnicas utilizadas durante os atendimentos, sendo escuta, acolhimento e pontuação, um possível diagnóstico estrutural de neurose obsessiva, as resistências e testagem com a estagiária, como a repetição de assuntos e não querer falar da infância, finalizando com as pontuações sobre o sentido que o paciente quer dar para a terapia, com o paciente trazendo durante a última sessão o que ele trazia como sofrimento.
A quarta apresentação foi realizada pelos acadêmicos de Ênfase I em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp Matheus Gouveia Araújo e Crislenne Vitoria Meneses Silva, supervisionados pela Psicóloga e Professora de Psicologia do Ceulp Izabela Almeida Querido, com a temática “Psicologia Baseada em Evidências: aplicações na prática clínica”, pontuando a relação entre a escolha do tema e a prática clínica em Terapia Cognitivo-Comportamental, seguindo com o panorama geral dos pacientes em atendimentos no SEPSI em TCC, cuja idade média gira em torno de 38 anos, pontuando que as maiores demandas estão relacionadas ao humor, com a presença de queixas de aspectos somáticos, emocionais, cognitivas e comportamentais. Correlacionado o planejamento e condução do tratamento com as experiências vivenciadas no SEPSI, como a supervisão clínica semanal, que constitui uns dos pilares da Psicologia Baseada em Evidências (PBE). O seminário prosseguiu passando pelos pontos das expectativas ou preferências do cliente, a melhor evidência disponível, a perícia do profissional, os confundidores e os vieses, termos presentes na abordagem. Durante a apresentação também foram as práticas que vão em contrapartida à PBE, os benefícios da atuação norteada pela abordagem, finalizando com a diferenciação entre ausência de evidência é evidência de ausência, e a fatores que podem estar correlacionados entre a intervenção e a melhora, porém sem a necessidade de ser a causa específica.
A egressa do curso de Psicologia Paula Renata Casimiro, supervisionada pela Psicóloga e Professora de Psicologia do Ceulp Muriel Correa Neves Rodrigues, foi a quinta apresentação, com a abordagem psicoterapêutica Psicanálise e o tema “Recordar, repetir, repetir, repetir… qual o tempo de elaborar?”, trazendo informações sobre o caso atendido da paciente Ana (nome fictício), 28 anos e as demandas sendo dificuldade em lidar com os traumas em relação ao relacionamento familiar e amoroso. Inicialmente a egressa citou os aspectos teóricos e técnicos da abordagem, relatando sua fundação por Sigmund Freud, a partir dos seus estudos sobre a histeria, e menções aos outros autores que surgiram ao longo da história, como Melanie Klein e Jacques Lacan, explicando que os autores supracitados têm em comum é a utilização da associação livre, também citando o uso da entrevista preliminar, a identificação da estrutura da personalidade (neurótico, psicótico ou perverso), que determina a forma como o terapeuta lida com o paciente, trabalhando o inconsciente, as resistências o atos falhos e chistes, usando os sonhos e as metáforas na intervenção. A apresentação foi finalizada com os progressos observados após a intervenção, destacando a tomada de consciência sobre momentos traumáticos da infância, a repetição como um caminho para a elaboração e a quebra da resistência, enfatizando a importância de respeitar o tempo de compreender, repetindo, até chegar ao momento de elaborar, enfatizando sobre tempo ser subjetivo para cada indivíduo.
O evento foi continuado com a exposição da abordagem Analitico-Comportametal, representado pelas acadêmicas de Ênfase I em Processos Clínico Ana Paula de Lima e Jéssika Luane Barboza, sob a supervisão da Psicóloga e Professora de Psicologia do Ceulp Ruth do Prado Cabral, e a temática “Terapia Analitico-Comprtamental Infantil: a orientação parental como estratégia de intervenção”, iniciando a fala com exposições acerca do modelo de terapia, onde entendesse a criança a partir das suas interações, que norteia a construção da intervenção, mencionado conceitos presentes na abordagem como o modelo tríade, e dialogando sobre os pais como agentes efetivos para a promoção de mudanças comportamentais em seus filhos. O caso mostrado foi um grupo de orientação parental, que teve 7 sessões de 1h30min, detalhando o planejamento e desenvolvimento do grupo, o objetivo dos encontros era o de colaborar para que os pais pudessem oferecer condições para a generalização de comportamentos apreendidos durante as sessões, levando para o ambiente familiar, a partir do treinamento parental, finalizando relatando os resultados do processo de orientação aos pais, como uma possível melhora nas relações interpessoais vivenciadas no meio familiar, aumentos da habilidades sociais dos filhos e diminuição da frequência de comportamentos-problemas, a função da orientação parental no desenvolvimento da saúde mental infantil, entre outros.
A última apresentação foi realizada pelas acadêmicas de Ênfase I em Processos Clínicos Ana Maria Moura Maciel Costa e Larissa Ferreira Nogueira, supervisionadas pela Psicóloga e Professora de Psicologia do Ceulp Ana Letícia Covre Odorizzi Marquezan, com o tema relacionado a abordagem TFE – Terapia Focada nas Emoções “A raiva desadaptativa desencadeada por situações de violências”, trazendo o caso de Maria (nome fictício), 29 anos e as demandas, ajudar a organizar os pensamentos, mudanças de humor e a compreensão das emoções e sentimentos. Inicialmente as acadêmicas expuseram os objetivos da TFE, destacando que, dentro da abordagem a transformação de emoções com outras emoções, por meio da experimentação corporifica, que gera uma nova narrativa, e entendimentos que orienta a intervenção na abordagem, como a classificação das emoções como primárias adaptativa e desadaptativas, e emoções secundárias e instrumentais, além das técnicas que foram utilizadas durante o processo interventivo como, história de vida e focalização. A apresentação foi finalizada com os progressos após a intervenção, com a paciente acessando o esquema emocional traumático.
A quarta edição dos Seminários Clínicos em Psicologia foi encerrada após as perguntas direcionadas aos acadêmicos e egressos sobre os seus casos e/ou abordagem, a fim de proporcionar maior contato com os conhecimentos abordados durante o evento.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2022: Seminários Clínicos promovem experiências práticas dos acadêmicos de psicologia
18 de novembro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Mural
Compartilhe este conteúdo:
Parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), os seminários clínicos referem-se a explanação sobre as práticas clínicas de acadêmicos vivenciadas durante o Estágio Específico em Processos Clínicos e Psicoterapêuticos do Ceulp/Ulbra. Os seminários clínicos desta edição ocorrerão no dia 21 de novembro, a partir das 9 horas, no Auditório Central do CEULP/ULBRA, com mediação da psicóloga e coordenadora do Serviço Escola de Psicologia do CEULP/ULBRA (SEPSI), Bruna Medeiros Freitas.
Estudos de casos serão apresentados por acadêmicos a partir das perspectivas da Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicologia Analítica, Análise do Comportamento, Terapia Focada nas Emoções, Psicanálise e Sistêmica.
O CAOS – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia deste ano ocorrerá entre os dias 21 e 26 de novembro, o congresso é realizado pelo curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP), com o tema Saúde Mental no Trabalho. Para programação completa e inscrição acesse o site https://ulbra-to.br/caos/edicoes/2022/.
Programação – Seminários Clínicos em Psicologia
Local: Auditório Central – 09h.
Mediadora: Bruna Medeiros Freitas – (CRP 23/1777) Psicóloga Clínica e Coordenadora do Serviço de Psicologia – SEPSI – Ulbra Palmas.
TERAPIA SISTÊMICA: “QUANDO PODEREI SER ADOLESCENTE? ATENDENDO FILHOS TRIANGULADOS COM OS PAIS”
Beatriz Cirqueira Almeida – Acadêmica de Ênfase II em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Me Cristina D’Ornellas Filipakis – Psicóloga (CRP 23/844) e Professora de Psicologia do Ceulp.
PSICOLOGIA ANALÍTICA: “INDIVIDUAÇÃO/AUTORREALIZAÇÃO NO MANEJO CLÍNICO JUNGUIANO”
Jucimar Souza Ribeiro – Acadêmico de Ênfase II em Processos Clínicos em 2022/1 do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Prof Me Sonielson Luciano de Sousa – Psicólogo (CRP 23/1853) e Professor de Psicologia do Ceulp.
PSICANÁLISE FREUDIANA: “SESSÕES INICIAIS NO ATENDIMENTO PSICANALÍTICO”
Laura Braga Costa – Acadêmica de Ênfase I em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Dra Ariana Campana Rodrigues – Psicóloga (CRP 23/1288) e Professora de Psicologia do Ceulp.
TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL: “A PRÁTICA CLÍNICA E O USO DA PSICOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS”
Matheus Gouveia Araújo e Crislenne Vitoria Meneses Silva – Acadêmicos de Ênfase I em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Me Izabela Almeida Querido – Psicóloga (CRP 23/506) e Professora de Psicologia do Ceulp.
PSICANÁLISE FREUDIANA: “RECORDAR, REPETIR, REPETIR, REPETIR… QUAL O TEMPO DE ELABORAR?”
Paula Renata Casimiro Pereira – Acadêmica de Ênfase II em Processos Clínicos em 2022/1 do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Me Muriel Correa Neves Rodrigues – Psicóloga (CRP 23/377) e Professora de Psicologia do Ceulp.
TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL: “A ORIENTAÇÃO PARENTAL COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO”
Ana Paula de Lima Silva e Jéssika Luane Barboza dos Santos – Acadêmicas de Ênfase I em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Dra Ruth do Prado Cabral – Psicóloga (CRP 23/1690) e Professora de Psicologia do Ceulp.
TFE – TERAPIA FOCADA NAS EMOÇÕES: “RAIVA DESADAPTATIVA DESENCADEADA POR SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIAS”
Ana Maria Moura Maciel Costa e Larissa Ferreira Nogueira – Acadêmicas de Ênfase I em Processos Clínicos do curso de Psicologia do Ceulp. Supervisão: Profa Me Ana Letícia Covre Odorizzi Marquezan – Psicóloga (CRP 23/844) e Professora de Psicologia do Ceulp.
Compartilhe este conteúdo:
CAOS 2022: Mostra de Práticas em Psicologia cria espaço para o compartilhamento de experiências
18 de novembro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Mural
Compartilhe este conteúdo:
Parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), no segundo semestre de 2022, vai ser realizada a 2° Mostra de Práticas em Psicologia, esta edição ocorrerá no dia 21 de novembro, das 19h às 22h, no miniauditório 543 do CEULP/ULBRA, com mediação da professora no curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior, Covilhã-Portugal (2015), a psicóloga clínica Muriel Corrêa Neves Rodrigues.
A edição deste ano acontecerá entre os dias 21 e 26 de novembro, o congresso é promovido pelo curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP), e o tema desta edição é Saúde Mental no Trabalho.
Destinado a acadêmicos e profissionais de Psicologia, o evento tem como objetivo suscitar discussões no âmbito acadêmico e profissional sobre questões relacionadas à saúde mental no ambiente do trabalho, com palestras, mesa-redonda, minicursos, seminários, entre outros. Para programação completa e inscrição acesse o site https://ulbra-to.br/caos/edicoes/2022/.
Compartilhe este conteúdo:
Amor e fantasia: o que gostamos no outro?
8 de outubro de 2022 Ana Paula Abreu dos Anjos
Insight
Compartilhe este conteúdo:
O escritor francês Stendhal (1783-1842) disse que, quando se está apaixonado, o que você ama não é a outra pessoa, mas o estado eufórico de estar apaixonado (STENDHAL, 1822). Quando se observa por esse ângulo, no início do relacionamentoo que amamos não é a pessoa em si, mas as sensações que são geradas por esse sentimento, o aumento da frequência cardíaca, da energia, calor, bochechas vermelhas, pupilas dilatadas, a excitação, e o prazer que são desencadeadas por meio da liberação de neurotransmissores como a adrenalina e dopamina.
O ser humano tem a necessidade de afeto, de ficar próximo, de amar e ser amado. A afetividade influencia nossos pensamentos, e nosso comportamento e formas de nos relacionarmos com o outro. A dimensão afetiva é feita de sentimentos, emoções, relacionado a si mesmo, e ao mundo externo. Ela é essencial para a nossa humanidade, pois sem ela não passaríamos de autômatos (CARDELLA, 2009).
O ser humano é fundamentalmente social, se comunicar, interagir e estabelecer conexões parece de nossa natureza, por outro lado, a solidão pode ser uma fonte significativa de sofrimento, então o afeto demonstra ser essencial na constituição humana, proporcionando acolhimento e sentimentos positivos, o afeto é fundamental na promoção do bem-estar. E frequentemente é durante essas interações humanas que se percebe que, diversas vezes, se manifesta a dificuldade de gerenciar os sentimentos e principalmente quais as expectativas sobre a outra pessoa.
No drama Sul Coreano “Clean With Passion for Now” de 2018, a protagonista depois de uma série de eventos, percebe que passou anos de sua vida apaixonada por seu veterano da faculdade, não por ele ser uma pessoa legal, que se encaixava nas suas expectativas amorosas, mas sim pelas sensações que o sentimento desencadeou nela, e quando ela finalmente conhece melhor seu “crush”, ele não é exatamente um cara agradável, assim ela reflete que estava encantada pela ideia que tinha construído dele.
Imagem by jcomp on Freepik
Na busca por afeto, é comum que se busque o encaixe perfeito, o par ideal, que se apresenta como a solução de um conflito interno, a necessidade de se sentir completo. No entanto, entre expectativa e realidade quase sempre a decepção se apresenta, ao ver o outro como você deseja e não suas reais características, defeitos e qualidades, e esperar que essas fantasias sejam respondidas, baseados em convicções pré-estabelecidas e a idealização sobre o outro, gera no mínimo descontentamento e relações que não vão muito longe.
Relacionamentos são cercados por princípios e transições, uma dinâmica transformadora, no contato da subjetividade com o outro o do indivíduo consigo, é uma construção que movimenta o desenvolvimento da vida, que aparenta ser uma necessidade humana, que não é simples e demanda atenção e cuidado. Como Bauman (2004, p. 10) declara “[…] os relacionamentos são como a vitamina C: em altas doses, provocam náuseas e podem prejudicar a saúde.”.
Inícios de relacionamentos são carregados de expectativas, porém em concordância com Bauman (2014), o ato de se relacionar é movimentar-se pela neblina sem nenhuma certeza, então com começos tão ambiciosos, essas relações se tornam fragilizadas, e tendem a não durar, assim um círculo vicioso toma forma, a necessidade por afeto inerente ao ser humano, que leva a essa busca incessante pelo relacionamento perfeito, que geralmente não se concretiza, que gera relações quebradiças, decepções e corações partidos.
Vivencia a decepção em um relacionamento amoroso é mais comum do que a descoberta da felicidade, a criação da ideia de achar o par perfeito é uma narrativa fantasiosa, que quase sempre acaba se divergindo da realidade, manter uma relação saudável requer tempo, disposição, equilíbrio, e se responsabilizar pela própria felicidade, assim um relacionamento se constitui como um constante processo de aprendizagem, sobre si mesmo e o outro.
Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos vínculos humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
CARDELLA, Beatriz H. Laços e nós: amor e intimidade nas relações humanas. São Paulo: Ágora, 2009.
STENDHAL, H. Do Amor. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 1999.