O mito da mulher guerreira: uma análise da canção ‘’estou nervosa’’ filme Encanto

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Mais uma canção do filme Encanto (DISNEY, 2021), Como já vimos, o filme é rico em metáforas e reflexões, nos fazendo perceber que animação não é só coisa de criança. De fato é um verdadeiro encanto. Dessa vez vamos falar sobre a canção  ‘’Estou nervosa’’ no original ‘’surface pressure’’. Produzida por Lin- Manuel Miranda.

 

 

Antes de falar sobre a canção, cabe entendermos  um pouco da personagem Luísa, a qual  é marcada pelo arquétipo da mulher guerreira, tanto em sua aparência alta, com grandes músculos,  como o dom que ela recebeu da casita; força física. E é  através desse dom, que ela usa de estratégias e artifícios para ajudar as pessoas. 

fonte:http://encurtador.com.br/rtAZ4

As sociedades antigas e medievais, encontraram na transmissão dos mitos a forma de perpetuar, seus medos, anseios, verdades, e fantasias (DETIENNE,1992). O mito por trás da mulher  guerreira nos mostra que para tal  titulação uma mulher deve ser justa, disciplinada, corajosa, intrigante e competente, alguém que faz de tudo para atingir metas, e coloca o bem maior dos outros acima do seu. As mulheres guerreiras dos mitos e histórias, sempre causaram sentimentos contraditórios nos homens, ao qual desenvolveram um certo fascínio por elas, devido as suas habilidades no manejo de armas, e no campo de batalha, sendo vista com temor, ao mesmo tempo em que sua feminilidade desata e desafia a coragem e honra masculina. 

 A mulher guerreira, sempre muito forte mas ao mesmo tempo feminina, perpetua o imaginário de homens até hoje, alguém que consegue suportar tudo e ao mesmo tempo trazer a satisfação necessária. ‘’E, desta feita, a mitologia vai se adaptando e modificando ao longo dos tempos, pois “em cada imagem que cria e inventa, a mitologia se metamorfoseia e seu saber se desloca: ela toma a forma efêmera do espaço que habitou um dia.” (DETIENNE, 1992, p. 226)

Percebemos na canção  um desabafo de Luisa, frente ao seu papel ao revelar a sua sobrinha o quanto anda sobrecarregada dos diferentes afazeres em prol da vila e da família, mas que até então faz sem reclamar ou questionar.

fonte: http://encurtador.com.br/aexDU

Descartes (1596- 1650) na sua perspectiva do dualismo substancial, nos diz que somos constituídos de uma coisa extensa, o ccorpo, e uma coisa pensante; a mente, que vivem em constante interação e que formam um todo único.  Ele ainda aponta que quando estamos em uma emoção, significa  que possuímos um conhecimento intuitivo, direto, subjetivo não apenas sobre o que ocorre na mente, mas também no corpo. ‘’Cumpre notar que o principal efeito de todas as paixões nos homens é que incitam e dispõem a sua alma a querer as coisas para as quais elas lhes preparam os corpos; de sorte que o sentimento de medo incita a fugir, o da audácia a querer combater e assim por diante.’’ Descartes (1973a, p. 242).

Luisa é movida por esse misto de sentimentos ao mesmo tempo que se dispõe da audácia de querer combater,  da compaixão de querer ajudar, é cercada por um medo que enfraquece seus poderes e incita a fugir, mas ela não pode, pois quem iria fazer suas atividades? quem conseguiria estar no seu lugar? a pressão é tão grande que percebemos a ansiedade surgindo em seu desabafo. 

‘’ a pressão

é tanta por aqui-qui

que já me estressou, uou

e a pressão faz tic, tic, tic

meu limite chegou,uou, oh ,oh ‘’

Assim como Luisa, muitas mulheres compartilham dessa ansiedade, e sentem que já chegaram aos seus limites por  tantas cobranças e afazeres. As ditas ‘’mulheres guerreiras’’, não querem mais ”guerrear’’. Uma matéria  do buzzfeed intitulada: ‘’Precisamos parar de romantizar o termo “mulher guerreira” (Sofia Riccardi) Nos trouxe relatos de algumas mulheres, que estão cansadas de serem tratadas assim. Materia completa: http://encurtador.com.br/wHIPX

fonte:encurtador.com.br/wHIPX

Um paralelo entre esses desabafos e a canção, é a sobrecarga de afazeres, sociais, familiares e pessoais, a conciliação de tantas coisas chega a parecer impossível.  ‘’Se antes a “mulher perfeita” era a que cuidava bem do lar e da família, hoje ela precisa se destacar profissionalmente sem descuidar das questões anteriores e, ainda, ter um corpo modelo.’’( MORAES 2012, p.4).

Pesquisas feitas demonstram que mulheres são mais afetadas pelo estresse e esgotamento profissional, do que os homens. A  justificativa para isso são as inúmeras cobranças entre: trabalho, casa,filhos, saúde, conjugue, autocuidado. Essas mulheres são marcadas por um cansaço, falta de energia, desmotivação, desinteresse, irritação, mudanças de humor repentino, redução na concentração, esquecimento, desânimo, sentimento de fracasso e uma baixa autoestima. 

Sabemos que o stress é uma defesa natural do organismo, uma resposta fisiológica frente a agentes estressores. Quando existe a sobrecarga  dessas respostas, ocorrem consequências e danos à saúde. A sobrecarga da ‘mulher guerreira’ faz com que muitas mulheres de hoje desenvolvam o burnout e a ansiedade, pois estão tão empenhadas aos seus afazeres, que negligenciam a si mesmo. Podemos observar no trecho da canção:                                

‘’Não questiono se é pesado

O meu corpo suporta o fardo

Se me dão aço, eu piso, eu amasso

Com a força dos braços, eu faço estilhaço

Mas estou nervosa e ansiosa

Na corda bamba, sigo cautelosa

Estou nervosa

Como um herói que se cansou numa luta horrorosa’ Encanto (2021)

Essa sobrecarga ainda é marcada por julgamentos e críticas a si mesmo, quando não suportam mais e cedem a angústia, são por muitas vezes chamadas de surtadas.‘’É sempre um trabalho mental permanente, exaustivo e invisível, e portanto não reconhecido’’. Indiara leite (COMUNICA,2021)

‘Estou nervosa

Se eu não for generosa, me sinto ociosa

Não posso cansar, não posso falhar

Será que eu vou quebrar? o que me faz quebrar’’

Quanto a esse trecho da canção [..]

‘Estou nervosa, Eu fico ansiosa

Mas tento fingir ser corajosa

Estou nervosa

Ameaça é raivosa, fatal e silenciosa Encanto (2021)

Eu estou nervosa

Eu sei sou orgulhosa, a vida é perigosa

A casa vai cair, preciso agir

Eu uso a minha força, mas não sei como impedir ‘’ Encanto (2021)

 

Temos essa reflexão de Indiara Leite (COMUNICA, 2021)

” Infelizmente enquanto crianças, meninas frágeis e inocentes não sabíamos e ninguém nos disse que o mundo também é nosso por direito! Ninguém disse que a luta seria de igual para igual, ninguém dos falou de equidade e que por meritocracia conquistamos o que quer que seja, e por isso, corremos atrás do tempo, das oportunidades, das referências, do protagonismo, dos títulos e dos cargos, das migalhas e muitas vezes corremos contra outras mulheres para provar não sei o’que para não sei quem.

De acordo com a BBC (2021) especialista dizem que não existe uma única razão pela qual mulheres ficam esgotadas, mas que tem ligação com a forma com que as estruturas sociais e normais de gêneros se cruzam, ao causar desigualdades, um exemplo disso é o ambiente de trabalho.  Em geral, pesquisas ligam baixas rendas a altos níveis de estresse a uma saúde mental ruim.

No dia a dia vemos muitas mulheres como Luisa, sobrecarregadas, tendo que lidar com uma rotina exaustiva, equilibrando mil coisas, por isso precisamos repensar sobre o termo mulher guerreira, e as implicações que vem com tal ‘’estilo de vida’’.  É necessário entender que não está tudo bem, e poder proporcionar um espaço para que essas mulheres olhem para dentro de si, e se permitam sentir além dos julgamentos.  Precisamos ainda refletir e problematizar as questões de gêneros e combater o machismo tão estruturado ao qual coloca mulheres nessa posição. Ensinando as nossas garotas, que o lugar delas no mundo não é confortável, mas que lutamos para que seja, então está tudo bem sentir.

  A partir de hoje, quando você lembrar de uma mulher e pensar o quanto ela  é guerreira, pense também nas implicações que atribuem a ele esse fato e de que forma você pode ajudar, seja estendendo a mão, seja trazendo conhecimento,  de forma a tornar seus  fardos  menos pesados.

 

REFERÊNCIAS

COX, Josie.Por que mulheres sofrem mais de síndrome de burnout do que homens. BBC. 2021 Disponivel em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-58869558> acesso em 06 de maio de 2022

ENCANTO. ‘’Estou nervosa’’. EUA. Disney+ 2021. 1:14.

LEITE, Indiara. Burnout nas Mulheres:sobrecarregadas para a romantização da “mulher guerreira. COMUNICA. 2021. Disponivel em <https://comunicarh.com/burnout-nas-mulheres-de-sobrecarregadas-para-a-romantizacao-da-mulher-guerreira/> acesso dem 06 de maio de 2022.

O mito da mulher guerreira: uma análise da saga de Hervör. João Pessoa: Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos, 2021, 258 páginas. ISBN: 978-65-00-22255-5

MORAE, E. Ser mulher na atualidade: representação discursiva da identidade feminina em quadros humorísticos de maitena. In TASSO, I., and NAVARRO, P., orgs. Produção de identidades e processos de subjetivação em práticas discursivas [online]. Maringá: Eduem, 2012. pp. 259-285. ISBN 978-85-7628-583-0. Available from SciELO Books .  

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Animação Encanto: precisamos falar sobre o Bruno

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A animação Encanto, criação de Jared Bush e Byron Howard,  se tornou o mais novo fenômeno da Disney. Trazendo muita representatividade e música latina. A  trilha sonora, composta por Lin-Manuel Miranda chegou ao topo da Billboard 2000 e já superou a marca de 500 milhões de streams . Entre  essas canções está ‘’ Não falamos do Bruno’’ We Don’t Talk About Bruno” (na versão original) que atingiu o marco número 1 das paradas internacionais, como a música da Disney mais ouvida de todos os tempos.

Encanto é um filme cheio de personagens marcantes, sendo uma animação reflexiva,  que nos mostra a  saga da família Madrigal, onde cada membro da família possui ou está à espera de um dom. Algumas das mensagens que o filme nos trás é a toxicidade familiar e o processo de cura das relações. Cada uma de suas canções traz o ponto de vista de seus principais personagens e suas dificuldades, que estão encobertas, pelo “bem maior” da família.

A canção ‘’não falamos do Bruno’’ é a única não cantada pelo seu personagem central e nos leva a refletir sobre o abandono das relações entre familiares.

Podemos perceber que ao longo da canção, cada um tem seu motivo para não falar do Bruno, o seu dom era a profecia, e por ser alguém muito diferente dos demais, ele nunca foi bem visto. Quando então começou a prever coisas que eram nada mais nada menos que a realidade, ficou ainda mais marcado. As pessoas em sua volta não estavam preparadas para lidar com aquilo. Aos poucos Bruno foi sendo excluído pela família, até o ponto em que ele mesmo foge, e todos o enxergam como alguém que abandonou a família, resolvendo então silenciar qualquer assunto sobre ele.

Uma pesquisa da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, concluiu que mais de um a cada quatro norte-americanos relata ter se distanciado de algum parente. Segundo reportagem da BBC, empresa estatal de mídia do Reino Unido, um estudo similar foi realizado pela Stand Alone, organização britânica dedicada ao distanciamento familiar, levantando que o fenômeno atinge uma a cada cinco famílias naquele território. O artigo ainda informa que estudiosos e terapeutas na Austrália e no Canadá também afirmam observar uma “epidemia silenciosa” de rompimentos familiares. 

Segundo um artigo da BBC (2021) Não existem dados concretos, mas há uma percepção crescente entre terapeutas, psicólogos e sociólogos de que esse tipo de rompimento intencional entre pais e filhos vem crescendo nos países ocidentais. Podemos entender então que o rompimento familiar é mais comum do que imaginamos, Bruno não está sozinho,  nos levando a refletir: quais são os fenômenos que podem estar por trás de tal acontecimento?

fonte:http://encurtador.com.br/kmBD5

Visões de mundo conflitantes

Segundo Samuel (2022) a impossibilidade de diálogo a respeito das diferentes visões de mundo é um dessas dificuldades, Samuel destaca ainda.‘’Não é um problema que os entes familiares pensem diferente. O problema é a imposição autoritária dessas perspectivas, pois gera violências e impede a construção de uma identidade própria”. Nessa visão de mundo, acontece o  abandono de parentes com identidades marginalizadas e as minorias sexuais e de gênero,  como aponta uma matéria da BBC (2021).

Distanciamento Emocional

Chamado formalmente de estrangement, expressão inglesa para uma situação na qual alguém se separa ou deixa de estar em bons termos com um grupo social, que poderia ser traduzida como “distanciamento”, o conceito é definido com leves variações pelos especialistas. (BBC, 2021) .

A pessoa que se afasta, vê em sua família uma ameaça, às suas crenças, seu jeito de ser e pensar, podendo haver relações de violência psicológica, abusos emocionais, verbais, físicos ou sexuais. Segundo o pesquisador Karl Andrew Pillemer, o divórcio é outro fator de influência, quando o filho, já adulto, é levado a escolher um lado ou passa a lidar com disputas – sejam elas financeiras ou afetivas.Logo a pessoa resolve se afastar, cortando todas as comunicações com um ou mais parentes, essa situação pode perdurar a longo prazo, mesmo quando membros do grupo do qual a pessoa se afastou tentam restabelecer o contato.

fonte:http://encurtador.com.br/BDFJR

Diferenças de valores culturais, políticos e religiosos

O doutor em psicologia social Cláudio Paixão Anastácio, aponta que o aumento da polarização e o recrudescimento do conservadorismo observado nos últimos anos contribuem de maneira significativa para os afastamentos. Um estudo publicado em outubro por Coleman e pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, demonstrou que desavenças baseadas em valores foram mencionadas por mais de uma a cada três mães de filhos que se distanciaram .(BBC,2021)

Karl Pillemer, da Universidade Cornell, diz que nessas diferenças de valores, começa a acontecer o distanciamento, devido a conflitos resultantes de “questões como preferência pelo mesmo sexo, diferenças religiosas e adoção de estilos de vida diferentes”. Em uma pesquisa realizada foram percebidos alguns exemplos dessas radicalidades. BBC(2021)

O distanciamento é por muitas vezes algo silencioso

Em uma pesquisa feita, observou-se que os entrevistados  não conseguiam identificar um incidente que causou tal afastamento, costumavam dizer ‘’ que não sabem como isso aconteceu’’. BBC (2019) Tais acontecimentos até podem ser fruto de uma comunicação atravessada, onde não existe diálogo e compreensão.

O empobrecimento social, gerado por um modelo econômico capitalista excludente, concentrador de rendas, ampliado pela falta de políticas públicas, faz com que comportamentos adversos se instalem no seio familiar, afetando diretamente sua tarefa primordial de cuidado e proteção de seus membros e um de seus maiores valores, o afeto (Mioto, 1997). Embora seja uma citação antiga, podemos trazer a visão de Mioto a atualidade, relacionando a modernidade líquida de bauman, onde as relações e afetos são atravessados por uma ótica capitalista, de um mundo capitalista, que exige de nós pressa, produção e menos cuidado.

fonte:http://encurtador.com.br/dmO24

Bruno  podia prever o futuro e isso assustava, os outros membros da família, suas visões eram muito realistas, e fugiam daquilo que seus familiares esperavam. No enredo do filme, Bruno resolve ir embora, porque prevê a maior tragédia de todas. Mas implicitamente percebemos que as fortes críticas dos membros da família,  juntamente com o medo e o sentimento de rejeição, foram os elementos  que levaram Bruno a fugir. Mas ele não fugiu de fato, passou a viver dentro da casa da família, em um lugar escuro, juntamente com ratos e uma grande sujeira, talvez a maior representatividade de como a família o enxergava alguém obscuro, que deveria viver longe do convívio de outras pessoas.

 

 Bruno viveu um  relacionamento familiar tóxico.

Sobre relacionamentos familiares tóxicos: ”Se não é possível atendermos ou sermos atendidos inteiramente quanto às nossas expectativas, a outra pessoa torna-se uma espécie de obstáculo ou entrave. Mas não é simples, afinal é também nesse enganche relacional que nutrimos nossos desejos, o que gera um impasse. Ao mesmo tempo que nos sentimos repelidos, somos atraídos por algum tipo de conexão que nos mantém atrelados. Lidar com essas tensões é parte natural da construção dos laços sociais e familiares.” Felipe Batista (VOGUE, 2021)

fonte:http://disneyplusbrasil.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Bruno-Encanto.jpg

Por um buraco na parede ele observava, a família, sua afeição e devoção, fizeram continuar ali, esperando que um dia pudesse ser aceito novamente ao convívio de seus familiares, nos mostrando na prática a intensidade desses laços e as consequências ruins desse tipo de relação. Na concepção espinosa (conceito filosófico) a família é o único grupo que promove a separação e sobrevivência biológica e humana, sendo a sua eficiência dependente da sensibilidade e da qualidade de vínculos afetivos estabelecidos entre os indivíduos do grupo no decorrer da história (SAWAIA, 2005). Aquilo que se entende por família é ‘’um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo, tendo laços sanguíneos ou não (MIOTO,1997)

Algumas famílias buscam por reconciliação, outras não têm dimensão dos problemas causados, nesses casos o diálogo e o não julgamento são boas estratégias de aproximação. No caso da canção, cada um tinha um motivo pessoal com Bruno e as gerações mais novas nem sequer sabiam quem ele era, mostrando o impacto do rompimento dessas relações. Percebemos ao longo do filme que Bruno, foi apenas uma pessoa mal compreendida, e que tudo não passou de grandes mal entendidos. Em outra canção do filme intitulada ‘’vocês’’ vemos a reconciliação com seus familiares.

[Camilo] E que tal falar um pouco do Bruno?

Antonio] O Bruno

[Bruno] Bom 

O que vou dizer sobre o Bruno?

Ok, lá vai

Pepa, estraguei seu casamento

Me desculpe o sofrimento

Não era o horóscopo

Eu só li seu pensamento

Não se esqueça, por favor

Do valor desse amor

Se chover, garoar

Se nevar, chuviscar

É amor!

[Félix] Eu vou com ela onde for!

[Bruno] Eu tenho tanta coisa pra me desculpar[Julieta]

Ei, o que importa é você voltar!

[Bruno] Uh, mas

[Pepa] Não tente fugir

[Agustin] O seu lugar é aqui

Enfatiza-se aqui a importância do diálogo, da diversidade, e da compreensão, enxergar o outro como diferente, praticando a tolerância e o respeito. Bruno foi inserido no contexto familiar, onde houve perdão e compreensão. Mas quero destacar que esse texto não tem o intuito de normatizar as relações familiares tóxicas, pois ninguém é obrigado a  estar em relações prejudiciais. O filme todo mostra um processo de mudança entre os familiares e a  busca pela ‘’cura’’

Referências:

BATISTA, Felipe. ‘’Precisamos falar de relacionamentos toxicos’’. VOGUE, 2021. Disponivel em  https://vogue.globo.com/Wellness/noticia/2021/09/precisamos-falar-sobre-o-relacionamento-toxico-familiar.html> acesso em 24 de maio de 2022 

BESSAS, Alex. Por razões emocionais, mais filhos têm rompido relação com os pais.Otempo, 2022. Disponivel em <https://www.otempo.com.br/interessa/por-razoes-emocionais-mais-filhos-tem-rompido-relacao-com-os-pais-1.2656123> Acesso em 24 de maio de 2022

Dinamarco, Marco Aurélio. Em busca dos elos rompidos: um estudo sobre a importância do vínculo afetivo nas relações familiares. 2009. 250 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

FRANGO, Luis. Vamos falar um pouco mais sobre o Bruno: uma analise da música de Encanto. Clapper, 2022. Disponivel em <https://www.clapper.com.br/artigo/analise-musica-encanto> acesso em 24 de maio de 2022.

RO, Cristien. por que tantas pessoas se  distanciam de seus familiares?. BBC. 2019

Disponivel em<https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-48157656>. Acesso em 24 de maio de 2022.

SAVAGE, Maddy. Por que cada vez mais filhos cortam laços com pais por saúde mental. BBC, 2021. Disponivel em <https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-59656561> acesso em 24 de maio de 2022

 

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Isso é amor? canção looney tunes “estamos apaixonados”.

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Um pouco sobre amor patológico através da canção: ‘’estamos apaixonados’’ Looney Tunes Song.

Looney tunes show (2011) é uma série animada, produzida pela Warner Bros e reproduzida pela stream HBO. A série  mostra a vivência e interação dos clássicos personagens Patolino e Pernalonga, com seus  inúmeros vizinhos do mundo Looney que aparecem com uma nova cara e novas personalidades. Cada episódio nos traz um tema, e no meio desses episódios são reproduzidos um curta metragem intitulado como  ”Merrie Melodie’’ um clássico de curtas produzidos pela Warner entre 1931 a 1969. Que em 2011 ganharam uma versão mais atual e repaginada.

No episódio 11 intitulado ‘’o descascador’’ (PT, BR.) encontramos a ‘’merrie melodie’’ ‘’Estamos apaixonados’’, na qual a personagem Lola, resolve declarar todo o seu ’’amor’’ por Pernalonga. É uma canção interativa, que acaba por virar um diálogo entre os dois. 

Letra

(Lola)Eu quero te dizer uma coisa que eu tenho pensado

(Pernalonga) Ah tô meio ocupado

(lola) Que o nosso amor está cada mais forte em nós dois

(Pernalonga) Amor? Pera,aí

(Lola) É fácil ver que está se afirmando

(Pernalonga)Afasta um pouco

(Lola) E dentro do seus olhos vejo que você se sente igual

(Pernalonga)Tá me sufocando

 

(isso é amor)

(Lola)Hoje eu quero só você

(isso é amor)

(Pernalonga)Eu acho que é melhor correr

(isso é amor)

(Pernalonga) Congestionou a linha

(isso é amor )

 

(Lola) Sim isso é coisa minha

(Pernalonga) Tenho que dizer que você é muito linda

(Lola) Lindão!

(Pernalonga) Mais também e muito doida

E me faz querer mudar para a bolívia

(Lola) Vou com você

(Pernalonga) Eu penso em pedir um mandado de afastamento

(Lola) Isso é difícil conseguir

(Pernalonga) Pois seu carro eu vejo me minha porta toda a noite,sim

(Lola) Vizinho gentil

(Pernalonga) E por sua causa que eu fecho as cortinas

(Lola) Eu olho pela chaminé

(Pernalonga) Eu instalei alarmes com detectores de movimentos

(Lola) Eu sei o código

(isso é amor)

(Pernalonga) Vê se dá um tempo

(isso é amor)

(Lola) Tempo esgotado

(isso é amor)

(Pernalonga) Você se mudo pra cá

(isso é amor)

(Lola) Sim,eu vim morar aqui

(isso é amor)

Não é não!!!

Seria esse um relacionamento tóxico? ou o Pernalonga apenas deveria ser uma pessoa mais aberta  e falar sobre seus reais sentimentos? Antes de iniciarmos tais especulações, precisamos dimensionar; afinal o que é amor? No dicionário Oxford languages amor se define por uma forte afeição por outra pessoa. Na bíblia livro cristão, encontramos em coríntios (13:4-7) o amor como algo paciente, que tudo crê, tudo suporta, tudo espera, onde não há inveja, nem orgulho, um ato marcado pela bondade, pela paciência e pela verdade. Sendo considerado por muitos como o ideal de amor. Mas existe um ideal de amor, ou um amor ideal? Ao longo de sua obra platão hierarquiza diferentes discursos sobre amor, e a certeza que ele consegue ter é que sua origem vem de muito longe, e o que temos sobre o amor na verdade é uma sequência fragmentada de múltiplos e heterogêneos discursos, onde existem falhas, hiatos e silêncio, nunca um discurso inteiro e contínuo (PESSANHA,  2022). Então o fato que podemos reconhecer  é o amor como algo subjetivo, inerente a cada um, a forma de sentir, de expressar, ou até mesmo de guardar tais sentimentos. 

Como definido por platão amor e palavra estão intrínseca e definitivamente ligados, o amor é sobretudo um discurso. No diálogo com Lísis, Platão  mostra que o amor passional é escravizante, avassalador, e contrapõe-se a outro tipo de amor, o amor baseado no aprendizado, no saber um amor que liberta. Dando continuidade a essa ideia, no diálogo de o banquete (380 a.c) Platão reúne grande variedade de recursos e estilos literários para encerrar a selvageria do amor/paixão de Alcebíades. Enxergamos aqui o amor passional como algo negativo, que consome e leva o sujeito a inúmeras idealizações que se distanciam da realidade, tornando o sujeito alguém alienado às suas próprias ideias. Baseado nesse conhecimento podemos perceber  através da canção, esse amor passional, e obsessivo que Lola alimenta por Pernalonga.

Muitos são os motivos que levam uma pessoa a  desenvolver formas ‘’incorretas’’ de demonstrar carinho e  afeto, como aponta  a psicóloga Fernanda Brito (2021). Um deles pode ser o medo exagerado de perder a pessoa. O  problema é que esse mesmo medo não deixa o amor ser leve, e acaba criando quadros de amor obsessivo e de sufocamento, que só prejudicam o desenrolar da relação. Pernalonga até considera ter sentimentos por Lola:

            

              ‘’Tenho que dizer que você é muito linda

                            Mas também e muito doida

  E me faz querer mudar para a bolívia’’  (Pernalonga)

Mas essa obsessão que ela carrega por ele, acaba o afastando ainda mais, fazendo com que ele enxergue tudo isso como loucura, não permitindo que fluam sentimentos sinceros. Lola pode ser identificada  em um quadro de amor patológico, caracterizado  pelo comportamento de prestar cuidados e atenção ao parceiro, de maneira repetitiva e desprovida de controle. Pernalonga tenta várias vezes afastar ela, mas mesmo assim, Lola dá um jeito de conseguir burlar as barreiras que ele impõe, motivada por seu ‘’sentimento incodicional’’ e fora da realidade, mas que por muitas vezes a  mesma não consegue perceber.  

Um estudo feito em 2004 pela psicóloga Eglacy  Sophia publicado pela revista Synapsis identificou que entre o amor patológico e a dependência química coexistiam seis critérios em comum, um exemplo são os sinais de abstinência  que surgem quando o parceiro está distante, além de dedicação de tempo e energia exagerados para o parceiro, comprometendo as  atividades anteriores.A pessoa que sofre de amor patológico tem atitudes bem peculiares em relação ao parceiro, tais atitudes fogem do controle e muitas vezes invadem a liberdade do outro, trazendo desentendimentos entre ambos.

(Pernalonga) Eu penso em pedir um mandado de afastamento

(Lola) Isso é difícil conseguir

(Pernalonga) Pois seu carro eu vejo me minha porta toda a noite,sim

(Lola) Vizinho gentil

(Pernalonga) E por sua causa que eu fecho as cortinas

(Lola) Eu olho pela chaminé

 É Importante entender que a essência desta patologia não é o amor, mas sim o medo como aponta a psicóloga Thaiana Brotto (2014) logo as atitudes de espionagem e desconfiança apesar de trazer grande desconforto ao relacionamento, proporcionam um alívio destes temores. Também é importante destacar que atos de  stalking e perseguição podem ser caracterizados como crime apontados na  Lei 14.132/21, que entrou em vigor na data de sua publicação (1º/04/21).

De uma forma cômica vemos um comportamento problemático, que pode estar presente em muitas relações. Autores recentes identificam que a atitude de fixar atenção e cuidados em relação ao companheiro é esperada em qualquer relacionamento amoroso saudável. Porém quando ocorre a falta de controle e liberdade, de tal forma que um sujeito se anule e anule o outro, foge dos limites se tornando algo patológico. Podendo estar presente em outros transtornos, se associando a sintomas depressivos e ansiosos, ou ocorrendo de forma isolada em personalidades vulneráveis, com baixa autoestima, sentimentos passivos de raiva e rejeição (Sophia,Tavares e Zilberman, 2007)

 

(Pernalonga) Vê se dá um tempo

(isso é amor)

(Lola) Tempo esgotado

(isso é amor)

(Pernalonga) Você se mudo pra cá

(isso é amor)

(Lola) Sim,eu vim morar aqui

A ’’ solução’’ para esse problema não é se mudar invasivamente para o apartamento da pessoa desejada, como Lola fez, mas sim quem sabe dar o tempo maior  que Pernalonga pediu, e ir em busca de um profissional. Ao ponto de que o mesmo possa partir de uma avaliação, havendo um critério diagnóstico, poderá ser oferecido um melhor suporte para o controle de atitudes e pensamentos destrutivos ao relacionamento e ao próprio indivíduo.

  O amor patológico não é determinado apenas por fatores culturais como aponta a psicóloga Elgacy Cristina (2021) Lola precisa de ajuda tanto quanto Pernalonga precisa da sua liberdade, ela deve se responsabilizar por suas atitudes, mas antes é importante que ela possa criar consciência  de que isso não é um comportamento saudável.  

Outro ponto é que tudo que Lola expressa na canção, ela diz “isso é amor” mas sabemos que   NÃO É NÃO!  Como já deixou claro Pernalonga. É apenas uma visão distorcida daquilo que ela enxerga como amor.

Lola desrespeita os sentimentos de Pernalonga e os seus limites, a isso deve-se ter uma atenção e cuidado, pois existem diferentes tipos de relacionamentos não saudáveis, existindo emoções e comportamentos prejudiciais que precisam ser identificados e solucionados. Embora  esses comportamentos estejam partindo de Lola, não são exclusivos de um gênero, podendo acometer todos os diferentes tipos de relação, até mesmo relações não românticas. Por isso é bom estarmos atentos a entendermos aquilo que nos faz mal, sermos conhecedores de nossos limites e de nossos direitos, assim estaremos prontos para buscar  ajuda ou oferecer ajuda a alguém.

 

 

 

REFERÊNCIAS

BRITO, Fernanda. Amor obsessivo: quais os sinais e o que fazer? desenvolver 2021. Disponível 

em<https://desenvolviver.com/relacionamentos-amorosos/amor-obsessivo-quais-os-sinais-e-o-que-fazer/#:~:text=Relacionamentos%20amorosos%20traum%C3%A1ticos%20tamb%C3%A9m%20podem,para%20evitar%20uma%20nova%20perda.> acesso em 25 de abr de 2022.

BROTTO, Thaiana. Amor patológico: limites e características. Psicologia e terapia, 19 de outubro de 2014, Paraná. disponível em <

https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/amor-patologico/.> Acesso em 25 de abr de 2022.

COSTA, Adriano. FONTES, Eduardo. HOFFMANN, Henrique. Stalking: o crime de perseguição ameaçadora. Consultório  jurídico, 6 de abril de 2021. Disponível em <

https://www.conjur.com.br/2021-abr-06/academia-policia-stalking-crime-perseguicao-ameacadora> acesso em 25 de abr de 2022

MEDEIROS, Roberta. O cérebro apaixonado e o transtorno do amor patológico.Synapsis. 21 de maio de 2021. Disponível em <https://sinapsys.news/o-cerebro-apaixonado-e-o-transtorno-do-amor-patologico/> acesso em 25 de abr de 2022.

PESSANHA, José. Platão: as várias faces do amor. Arteepensamento 1987 Disponível em <https://artepensamento.ims.com.br/item/platao-as-varias-faces-do-amor/> acesso em 25 de abr de 2022.

Sophia, Elgacy C, Tavares, Hermano e Zilberman, Monica LAmor patológico: um novo transtorno psiquiátrico?. Brazilian Journal of Psychiatry [online]. 2007, v. 29, n. 1 [Acessado 26 Abril 2022] , pp. 55-62. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-44462006005000003>. Epub 04 Ago 2006. ISSN 1809-452X. https://doi.org/10.1590/S1516-44462006005000003.

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3º Simpósio de Avaliação: Avaliação psicológica e SUS

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No dia 25 de maio de 2022, às 14h, se deu início a oficina de avaliação psicológica e SUS ministrada pela psicóloga, Lissa Maciel, residente em saúde da família e comunidade, pós-graduada em Neuropsicologia. Em um espaço de conhecimento e grande abertura para eventuais dúvidas e perguntas, Lissandra nos levou a refletir ‘’Existe avaliação psicológica onde a gente acredita que existe’’.

Quando pensamos em avaliação psicológica muitas vezes nos limitamos a certos conceitos como a clínica, dentro do SUS pensamos em avaliação para um processo cirúrgico ou para um laudo específico. Essa oficina veio desmistificar essas crenças e ampliar nossos olhares.

Ao iniciar a oficina, foi feita uma dinâmica em que teria que ser dito, com uma frase ou palavra. O que se pensa, quando falamos de avaliação psicológica e SUS? Deixo aqui também essa pergunta, para que antes de você prosseguir com a leitura, possa refletir.

 

Fonte: arquivo pessoal

Logo depois, em um primeiro ponto, entendemos como se dá a estruturação do SUS. Sendo a unidade básica de saúde a porta de entrada do SUS, suas atividades são mapeadas por áreas de atuação e região, fornecendo um acompanhamento mais próximo à comunidade através dos agentes de saúde. Os principais serviços oferecidos pela UBS são consultas médicas, inalações, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, fornecimento de medicação básica e o encaminhamento para outras especialidades clínicas. Entendemos também o SUS como sendo uma estrutura dinâmica, e para todos, existindo uma diversidade de usuários, atendendo desde quem não tem o que comer até quem anda de Mercedes. A atuação do psicólogo no SUS se da pelo NASF, que é o núcleo de apoio à saúde e à família. Esse núcleo é composto por profissionais de diferentes áreas do conhecimento que, atuando de maneira integrada às equipes de saúde da família.

Trabalhar no SUS é uma coisa tão linda e eficiente, me apaixonei por aquele fazer” – Lissandra Maciel

Em um segundo momento entendemos o conceito de avaliação psicológica , que de acordo com CFP (2018): ‘’ É definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, compostos por métodos, técnicas e instrumentos com o objetivo de promover informações à tomada de decisão no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas.’’ Onde compreendemos através da psicóloga mediadora a avaliação psicológica, como um processo sendo, que seu resultado final nem sempre é um laudo.

Fonte: arquivo pessoal

Outro ponto pautado foram as etapas da avaliação psicológica, que de acordo com Lissandra se dividem em; levantamento dos objetivos e das particularidades do indivíduo, coleta de informações, integração das informações e desenvolvimento das hipóteses iniciais, indicação das respostas à situação e motivador da avaliação e resultados.

Por fim o mais esperado, o contexto da avaliação psicológica dentro do SUS, onde entende-se a avaliação como parte necessária a demanda levantada pelo usuário, sendo abordados nessa prática a anamnese, histórico (prontuário eletrônico do e- SUS) discussão de caso com a equipe de referência, relatório escolares (quando preciso), relatório de outras instituições, atendimentos em grupos, jogos e instrumentos e atividades informais para a observação e análise clínica. Logo entendemos que a avaliação psicológica cabe em diferentes contextos, mesmo perante aos desafios, que dentro do SUS são muitos, entre eles uma estrutura fisicamente limitada, poucos recursos e materiais, muitas demandas e poucos profissionais.

Para fechar com chave de ouro, participamos de um estudo de caso.

Através dessa oficina aprendemos muito, refletimos e pensamos fora da ‘’caixinha’’ percebendo os diferentes caminhos que a avaliação psicológica pode ter. Além de todo o conhecimento Lissandra deixou uma dica valiosa para os acadêmicos: ‘’Aproveitem cada segundo dentro da graduação, daqui você vai se formar e viver o conhecimento que se tem lá fora’’.

Fonte: arquivo pessoal

REFERÊNCIAS

SECRETARIA DE SAÚDE. ”núcleo de apoio à família ‘’ . sidebar. 2020 Disponível em

< http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/dab/nasf/> acesso em 30 de maio de 2022

CFP. Resolução 09/2018, que regulamenta a Avaliação Psicológica. cfp.ogr. 2018. Disponível em <https://site.cfp.org.br/nova-resolucao-sobre-avaliacao-psicologica/>. Acesso em 30 de maio de 2022.

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Lissandra Maciel fala sobre sua experiência como residente em Saúde da Família e Comunidade

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O 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica contou com diversas oficinas, dentro do contexto em avaliação psicológica, dentre elas tivemos a oficina de avaliação psicológica e SUS, mediada pela empresária e psicóloga egressa do CEULP/ULBRA Lissandra Maciel, residente em saúde da família e comunidade, pós graduanda em neuropsicologia.

Em entrevista ao portal En(Cena), Lissandra contou um pouquinho sobre seu processo de atuação, seus desafios, suas dificuldades e o que lhe dá motivação.

“A atuação no SUS requer dinamismo e criatividade. Precisamos estudar muito e conhecer todas as nossas possibilidades de atuação” – Lissandra Maciel

(En)Cena – Como é o dia a dia de uma residente em saúde da família e comunidade?

Lissandra – Bom, a residência possui uma carga horária extensa, temos que cumprir cerca de 60h semanais de atividades de campo (áreas de atuação) e de atividades teóricas. É um processo intenso e com um dia a dia cheio de compromissos, sejam eles do território em que atuamos ou das unidades educacionais. Ser residente em saúde da família e comunidade é um desafio maravilhoso. Precisamos de uma excelente organização e uma boa administração de tempo.

(En)Cena – Para você quais são os desafios a serem enfrentados dentro das políticas de saúde pública?

Lissandra – São vários, mas os principais são a falta de estrutura física para atender às diversas demandas, poucos recursos de materiais e as frequentes mudanças de organização

(En)Cena – Quando se fala de avaliação psicológica e SUS quais são as possibilidades? E quais  os desafios a serem enfrentados ?

Lissandra – Estamos em constante avaliação do nosso usuário da rede SUS, apesar das limitações estruturais e de recursos podemos trabalhar com diferentes fontes de informação para colhermos dados para a construção de uma avaliação psicológica, a anamnese, os estudos de caso com as equipes de saúde, histórico do paciente no sistema, relatórios escolas ou de outras instituições, jogos, grupos são alguns fontes e possibilidades. Não temos recursos para testagem psicológica, mas sabemos que a testagem é apenas um dos possíveis recursos para uma avaliação, sendo assim, possuímos diversas outras possibilidades. Os desafios são os mesmos que citei nas políticas de saúde públicas, uma grande demanda, poucos profissionais e estrutura precária

(En)Cena – O que você mais gosta na sua atuação?

Lissandra – As diversas possibilidades de demandas, que consiste também como um grande desafio como profissional, o trabalho em equipe e o contato íntimo e direto com a comunidade.

(En)Cena – Sabemos que o Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas pensadas para um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. Diante disso gostaria de saber como é o processo de avaliação psicológica em um PTS (Plano terapêutico singular), como ele é inserido?

Lissandra – A avaliação psicológica no PTS constitui uma rica ferramenta de coleta de informações para a investigação dos fenômenos psicológicos dos pacientes, com o objetivo de guiar as condutas e as possibilidades de cuidado, a avaliação é inserida no PST como uma atribuição do profissional psicólogo.

(En)Cena – De acordo com o CFP 1º do Artigo 13 da Lei 4119/62. No diz que  Art. 1º-  Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou técnica de uso privativo da Psicologia. Sabemos que de acordo com Manual de Elaboração de Documentos Escritos (Resolução CFP n.º 007/2003) menciona que a Avaliação Psicológica (AP) é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudo e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos. Isso significa dizer que a AP possui caráter processual e não se restringe apenas ao uso de testes.  Porém em relação ao que diz respeito à testagem psicológica, gostaria de saber, existe uma prática de testes em um âmbito público? Como vocês lidam com essa questão?

Lissandra – Infelizmente não somos munidos de testes, o sistema não nos proporciona esses recursos, a delicadeza do manuseio dos testes também é um grande desafio, pois não temos uma sala adequada e reservada, assim como falta estrutura para armazenar esse material com segurança. Assim, fica de minha inteira responsabilidade caso eu queira usar alguns instrumentos de para testagem.

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A senhora na minha sala

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Ali estava ela radiante, soltando seus cabelos e dançando como se fizesse aquilo pela primeira vez, mesmo eu a observando de pertinho ela estava tão entretida que nem podia ver minha risada de canto.

A senhora na minha sala, dançando alegremente, me fazendo pensar o que se passa ali? Ela dançava e cantava com tanto entusiasmo que a alegria contagiava o lugar. Eu me pergunto quantas histórias têm ali, são tantos anos vividos, quantas músicas cantadas? Quantas delas foram de alegria? Será que quando ela canta também chora?

Ela faz parecer que a vida é tão leve, que a música leva embora toda solidão, enquanto ironicamente dança sozinha. É como se essa dança fizesse com que anos de história passassem igualzinho uma retrospectiva de fim de ano na TV, mas a juventude segue sendo conservada ali, por alguns minutos da canção.

Ela me faz enxergar que a música é nada mais nada menos que, uma viagem no tempo. Ela canta uma letra que existia mesmo antes de eu nascer, mas tanto ela quanto a música estão ali e agora.
Talvez a vida seja isso, se lembrar do passado com alegria ou com tristeza.
Cada um sabe dentro de si a emoção que se carrega, enquanto aqui e agora se aproveita o momento, a canção se conecta com o passado, criando memórias para o futuro. Mesmo que os próximos minutos sejam sentar no sofá e descansar, depois de se cansar em consequência de instantes radiantes. Pois a vida também tem seus momentos de pausa e respiração, para que então haja continuidade e amanhã ou depois novas outras canções.

Um dia, infelizmente essa senhora, não vai estar mais na minha sala, mas deixará comigo a certeza de que sempre estará eternizada em uma canção e no meu coração.A música é: palavras, tempo, momento, cura, contagia, transforma, transtorna, conecta e liberta. Agradeço pela senhora na minha sala, que me ensinou tanta coisa que sei, mas mesmo assim continuo a aprender…
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A cientista e psicóloga que negou a teoria de superioridade masculina

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Leta hollingworth

fonte: arquivo pessoal

Nascida em maio de 1886, no oeste de Nebraska. Sua história de vida já começa marcada pelos paradigmas do patriarcado. A história conta que sua mãe  Margaret Danley Stetter, enviou várias cartas ao seu pai, que estava trabalhando longe, tentando fazer com que ele voltasse para casa, para ver seu nascimento e ao chegar e vê-lá  sua primeira reação foi dizer: ‘’ Eu daria US$1.000 se fosse um menino’’. infelizmente era algo comum na época em que acreditava-se que mulheres eram fisicamente e mentalmente inferiores a homens.

Anos mais tarde  isso pareceria como o destino, pois as visões de Leta  passariam a desafiar os paradigmas da época. Por séculos homens mistificaram os ciclos menstruais, alegando que mulheres não deveriam fazer parte do ensino superior ou do trabalho, por sua instabilidade durante a menstruação. Médicos identificaram  essas condições com causas físicas e mentais, pois consideravam mulheres como ‘’excessivamente emocionais’’ surgindo então o termo histeria.’A causa da histeria era atribuída ao útero, que teria o poder de se movimentar dentro da mulher, por ser um ser vivo autônomo, podendo ocorrer então a sufocação da matriz, do útero – origem da palavra histeria (Ávila & Terra, 2010; Leite, 2012). O diagnóstico era sério, levando a tratamentos duvidosos e até a internação.

fonte:http://encurtador.com.br/bdBMR

A fim de refutar a fragilidade feminina, Leta conduziu vários testes diários em seis mulheres e dois homens durante meses, que avaliavam agilidade física e habilidades escritas. O resultado foi um desempenho igualitário entre homens e mulheres, inclusive no período de  menstruação. Baseando-se nesses teste e em seu conhecimento publicou no seu artigo em 1914 ‘’ “homens que escreveram com autoridade sobre qualquer assunto sem que possuíssem conhecimento confiável ou especializado” não hesitaram em fazer afirmações não comprovadas sobre as habilidades intelectuais e físicas das mulheres durante seus ciclos menstruais.

Por meio de seu trabalho, também  se envolveu na luta pelo voto feminino, que resultou na  ratificação da 19ª Emenda nos Estados Unidos, que assegurou a participação de algumas mulheres na eleição de 1920. Ela acreditava que os poderes da sugestão social e da opinião pública eram umas das muitas maneiras em que homens exerciam poder sobre as mulheres. De acordo com pesquisas feitas atráves do artigo da revista forbes(2020): Em um artigo publicado no “American Journal of Sociology”, em 1916, a cientista sugeriu que o governo norte-americano obrigava as mulheres a terem filhos, tornado ilegal a divulgação de informações sobre controle de natalidade: “Enquanto apontam que o objetivo da natureza feminina é a maternidade e o cumprimento dos deveres maternos”, escreveu Leta, “a sociedade restringe as possibilidades para as mulheres”.

Leta, assim como outras mulheres, encontrou na ciência sua forma de lutar. Sua carreira profissional começou como professora, depois de se formar na universidade de Nebraska em 1906. Prosperando nesse emprego, se mudou para Nova York juntamente com seu noivo Harry Hollingworth, em 31 de dezembro de 1908 . Leta pretendia dar aulas em Nova York, mas descobriu que a cidade tinha uma política em que mulheres casadas não tinham permissão de ensinar. Ela então continuou  escrevendo e ocupando-se de tarefas domésticas, mas com o tempo vendo que não conseguia contribuir financeiramente começou  a se sentir entediada, frustrada, começando então a desenvolver depressão. Tentou então ir à pós-graduação, mas foi impedida pela descriminação de gênero da época, o que fez ela começar a questionar o papel da sociedade em relação às mulheres e a desigualdade de oportunidades.

Em 1911 ela pode começar a sua pós graduação, devido a uma bolsa de pesquisa que seu marido conseguiu pela coca-cola, ele a contratou como assistente de direção dos estudos, além de arcar com partes dos custos. Durante a pós-graduação ela passou a se concentrar em aspectos femininos. Nos anos seguintes publicou a série de estudos que questionaram a diversidade intelectual masculina. Para Leta, as mulheres eram tão inteligentes (e ignorantes) quanto os homens. Segundo a revista forbes(2020)  Em 1914 juntamente com Henrietta e membros da aliança feminista, enviaram uma carta ao presidente norte americano Woodrow Wilson, pedindo apoio para uma emenda constitucional determinando que “nenhum direito civil ou político deve ser negado a qualquer pessoa por causa do sexo”, de acordo com para o jornal “The Sun”.

Alguns feitos de Leta foram: a primeira a escrever um livro sobre crianças superdotadas, bem como dar um curso sobre crianças superdotadas. Foi a primeira a estudar crianças com quocientes de inteligência (QI) acima de 180. Publicou mais de 30 estudos sobre pesquisas e desenvolvimento talentosos e pioneiros em ambientes naturais. Desenvolveu terapia de centro infantil e treinou Carl Rogers . 

Hollingworth afirma em seu artigo,  “Sem dúvida, um dos problemas mais difíceis e fundamentais que hoje enfrentam as mulheres pensantes é como garantir para si mesmas a chance de variar de seu modo de vida. sexo e, ao mesmo tempo, procriar, em uma ordem social que foi construída sobre a suposição de que há pouca ou nenhuma variação de gostos, interesses e habilidades dentro do sexo feminino. É um problema que nunca me confrontou . ” [15] Embora seja algo escrito em 1914 podemos olhar frente a isso como um paradigma atual, mulheres ganham cada vez o seu espaço, mas ainda não são valorizadas pela variação de seus gostos, ainda existindo espaços em que ‘’não são para mulheres’’.

Leta morreu em 27 de novembro de  1939, aos 53 anos, deixando um legado de contribuição  para a eugenia na educação americana que foram fundamentais para a fundação e disseminação de programas para superdotados e talentoso, além de contribuir de uma pequena forma para mudar as visões em relação às mulheres levando as mulheres a terem o direito de votar em uma nação que por muito tempo as negou esse direito. Hoje, assim como muitas mulheres da ciência, sua história nos inspira e nos motiva mulheres a buscar seu lugar de igualdade.

 

 

REFERÊNCIAS

JENNINGS,Katie. Leta Hollingworth: a cientista do século 19 que refutou as teorias de superioridade masculina.Forbes, 2020 . Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/forbes.com.br/colunas/2020/08/conheca-a-cientista-do-seculo-19-que-refutou-as-teorias-de-superioridade-masculina/%3famp>. Acesso em: 15 de abr de 2022.

Leta Stetter Hollingworth. Stringfixer. Disponível em <https://stringfixer.com/pt/Leta_Stetter_Hollingworth> acesso em 15 de abr de 2022.

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Dicas de como fazer mapas mentais e conceituais.

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Construção e  diferenças: mapas mentais e mapas conceituais.

fonte:http://encurtador.com.br/kAT12

 Vamos jogar um jogo ? Leia a palavra abaixo, em negrito e letras maiúsculas, em seguida feche os olhos e mantenha os fechados durante 30 segundos,  enquanto isso  comece  a pensar na palavra.

(BUZAN 2002,p.42)

     FRUTA

Ao ler a palavra e fechar os olhos, na sua mente você visualizou apenas a palavra e seu significado? É claro que não! muito provavelmente o seu cérebro gerou uma imagem da sua fruta preferida, de uma bandeja de frutas ou de um hortifruti e assim por diante. Provavelmente você também tenha visto cores diferentes de frutas, relacionado a sabores e ainda pode ter sentindo gostos e aromas. Isso acontece porque nosso cérebro trabalha com imagens sensoriais e conexões adequadas com as associações. O que se pode constatar com esse exercício, é que seu cérebro cria mapas mentais (Mapas mentais, 2002,p.42)

O surgimento dos mapas mentais, o que são ?

Criados por  Tony Buzan em 1996, a ideia surgiu porque quando criança, ele adorava tomar notas para estudar, mas na adolescência tudo começou a ficar confuso, vendo que apenas as anotações não funcionavam mais. Logo então começou a sublinhar palavras chaves e a destacá-las de vermelho, escrevendo aquilo que realmente era importante. Ao se deparar com a psicologia descobriu que no cérebro acontecem processos de aprendizagem entre eles a associação e imaginação, logo então começou a se concentrar não só apenas na memória, mas na imaginação ao tomar notas.

Mapas mentais são formas de registrar informações, são ferramentas de pensamentos que permitem reflexões sobre o que se passa na mente, organizando os pensamentos usando o máximo da capacidade mental. Ao se observar um mapa mental, vemos uma série de ideias a respeito de um tema central, as quais estão ligadas e compõem um assunto. BUZAN(1996)

Como construir mapas mentais?

O que se tem de comum nos mapas mentais é que todos usam cores, tendo uma estrutura natural que parte do centro, utilizando-se de linhas, símbolos, palavras e imagens. Um conjunto de regras simples,  básicas, naturais e familiares ao cérebro Buzan(2002). Pode ser elaborado sem nenhuma tecnologia embora hoje existam ferramentas que auxiliam nessa construção. Basta um papel, alguns lápis e canetas coloridas, podendo também ser de forma mais simples com apenas um lápis.  A construação de um mapa mental é  simples e intuitiva, como destaca o seu criador.

Existem 7 passos para a construção de um mapa , e algumas justificativas de o poruqê dessas técnicas.

  1. Comece no centro de uma folha de papel branco virada de lado, na diagonal. Ao focar no centro temos a liberdade de expandir em várias direções, e de se expressar de forma mais livre e natural.

  2.  Use a imagem de uma figura como uma ideal central.  Uma imagem o faz manter o foco e estimula a sua imaginação ao associar com outros elementos.

  3. Use cores durante o processo. As cores estimulam o cérebro tanto quanto as imagens. Tornando o pensamento criativo e divertido.

  4. Ligue ramos principais a imagem central unindo ramos secundários e terciários aos primários e secundários. Como sabemos o cérebro trabalha por associação assim lembraremos com mais facilidade

  5. Desenhe ramos curvos, não em linha reta. Linhas retas entediam o cérebro, ramos curvos estimulam muito mais os olhos.

  6. Use uma única palavra chave por linha. Palavras chaves sozinha dão mais força e flexibilidade, cada imagem ou ramo sozinho é como um multiplicador, gerando sua própria espécie de associações e conexões. Empregando palavras individuais, cada uma fica mais livre, desencadeando novas ideias e pensamentos. Frases ou sentenças tendem a refrear esse efeito desencadeador.

  7. Use imagens do início ao fim. Porque cada imagem vale mais do que 1000 palavras. Assim é como se 10 imagens se equivalessem a 10.000 palavras.

 Exemplo de mapa mental:

             

fonte: livro Mapas mentais e sua elaboração ( BUZAN,2002.p.65)

 Podemos adaptar os mapas de acordo com as nossas necessidades e o conteúdo requerido.  Temos a tecnologia a nosso favor, existindo ferramentas onlines  de construção de mapas mentais, e também diversos tipos de produtos, para aqueles que amam papelaria. 

fonte:http://encurtador.com.br/asIR4

MAPAS CONCEITUAIS 

Além do mapa mental também temos o mapa conceitual, de fato algumas pessoas tendem a confundir as diferenças entre os dois, mas quando tomamos conhecimento sobre isso, fica bem claro essa diferenciação. 

 O mapa conceitual foi criado em 1972 por Joseph Novak, surgiu com a necessidade de acompanhar o desenvolvimento cognitivo de crianças no processo de ensino-aprendizagem.Baseando-se na psicologia cognitiva de Ausubel,  a qual nos  ensina que a aprendizagem ocorre por assimilação de novos conceitos.

Os conceitos são escritos dentro de figuras geométricas, como retângulos ou elipses, onde se desenham linhas que se conectam os conceitos aos desdobramentos, como uma hierarquia. Nas linhas se colocam expressões de ligações para poder dar sentido às conexões pensadas. Pode se utilizar de conjunções e verbos. A aparência de um mapa conceitual se assemelha a  uma rede de conexões (ALCÂNTARA, 2020)

fonte:http://encurtador.com.br/qryEG

Diferença entre mapa mental e mapa conceitual.

Ambos são a representação do pensamento que se organizam visivelmente a partir de ideias chaves. Porém um soa mais como uma hierarquia, algo mais rígido e outro como um pensamento mais livre, ambos partem de associações e são excelentes métodos de ensino e aprendizagem. 

DICAS 

Agora que sabemos a diferença, fica fácil colocar em prática, trago aqui alguns sites, aplicativos e ferramentas que podem ajudar. Na dúvida use o bom e velho papel, juntamente com toda a sua criatividade.

SITES

    Miro:encurtador.com.br/npvN9

    Mind: encurtador.com.br/bqQY7 

    Canva: encurtador.com.br/ceAD3

    lucidchart: encurtador.com.br/cfvO8

APPS

 

fonte:https://play.google.com/store

REFERÊNCIAS

ALCANTARA, Elisa Ferreira Silva de. MAPA CONCEITUAL E MAPA MENTAL. Simpósio, [S.l.], n. 8, mar. 2020. ISSN 2317-5974. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/simposio/article/view/2106>. Acesso em: 10 abr. 2022.

BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração: um sistema  definitivo de pensamento que transformará sua vida. 12. SP Brasil: pensamento cultrix Ltda, 2002.

 Mapas conceituais e aprendizagem significativa. Secretaria de educação, Curitiba paraná. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=325&evento=3#menu-galeria Acesso em: 10 de abr de 2022

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3º Simpósio de Avaliação Psicológica conta com oficina de Avaliação psicológica e o SUS

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No dia 25 de maio acontece o 3 simpósio de avaliação psicológica, que terá como seu local de encontro a Universidade Luterana de Palmas.

Como parte do simpósio acontecerá oficinas voltadas para diferentes contextos da avaliação psicológica, sendo um deles a oficina: Avaliação psicológica e o SUS . O evento contará com a presença da psicóloga  e egressa do SUS Lisandra Maciel de Sá, especialista em neuropsicologia, pelo instituto de pós-graduação-IPOG ,também residente em saúde da família  e comunidade no município de Palmas-TO.  A oficina em questão será ministrada na  sala 207 do bloco 4 (prédio do CEULP/ULBRA) com previsão de início às 14hs da tarde.

O tema  Avaliação psicológica e o SUS, tem entrado em evidência, pela busca de uma psicologia que vá além de uma profissão liberal, trazendo novas discussões da psicologia com outros campos de atuação e  de conhecimento .  Nesse sentido, de acordo com CFP(2019) a relação entre a Psicologia e a saúde no âmbito da Atenção Básica (AB) é profundamente nova; é uma área em formação, seja por cronologia— a portaria que define a atuação do Núcleo de Saúde da Família (NASF) foi publicada em 20082 — seja por assentar um modo efetivamente diferente de entender o lugar da(o) psicóloga(o) e sua relação com o trabalho.

Fonte: Arquivo Pessoal

A lógica curativo-individualista ainda deixa psicólogas(os) impotentes frente às expectativas de gestores, equipes multiprofissionais e usuários de receberem uma postura clínica de escuta protegida e individual, como atesta Perrella (2015), Leite, Andrade e Bosi (2013), Alexandre e Romagnoli (2017). Os currículos das graduações de Psicologia por muitas vezes não têm contribuído para a superação dessas dificuldades. Na pesquisa feita pelo CREPOP, os respondentes  identificaram os vazios curriculares quanto à inserção do profissional da Psicologia nas políticas públicas e em especial na saúde coletiva,  o que traz desafios a serem enfrentados no contexto da atenção básica do SUS, (CREPOP, 2019)

Diante a tal contexto para  acadêmicos de psicologia e profissionais da área, este evento se faz importante, proporcionando uma imersão de novos conhecimentos práticos, ao saber da avaliação psicológica e  o SUS,  identificando as possíveis formas de atuação. Ao  abranger o olhar para novas oportunidades, a oficina trará a relação que o campo da psicologia estabelece com a saúde coletiva, mostrando as construções do saber ao se pensar em um cuidado integral em saúde. Refletindo as relações teóricas e éticas na atuação da avaliação psicológica, sua ligação com o SUS e sobre  as possibilidades de fazer psicologia nesse contexto.

O simpósio também contará com Palestra de abertura e fechamento, mesas redondas, oficinas de avaliação psicológica e apresentações culturais. No dia 25 de maio de 2022 das 8h às 19h. As inscrições podem ser realizadas através do link.

REFERÊNCIA

Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na atenção básica à saúde / Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia e Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. 2. ed. Brasília : CFP, 2019. Disponivel em <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/CFP_atencaoBasica-2.pdf> acesso em 06 de maio de 2022.

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