In(Visibilidade) dos Povos Ciganos

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“Enquanto a humanidade não resgatar sua enorme dívida para com nossos irmãos ciganos, nenhum de nós poderá falar em direitos humanos e cidadania”

Pretende-se com essa explanação abarcar as questões étnicos-culturais, especificamente, referentes à cultura cigana e sua significância para o mundo atual, propiciando e auxiliando para uma ampliação da percepção acerca da população cigana, bem como a representação social desta, haja vista a contribuição dessas representações para a segregação desses povos. Utilizando-se, portanto, da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, na qual carece de ser analisado a partir de duas dimensões: processo e produto, ou seja, as pessoas acabam reconstruindo a realidade a partir de um conhecimento particular, em que influencia em determinados comportamentos e comunicações entre indivíduos (BERTONI, 2017).

Assim, pode-se compreender que a população cigana tem uma história ocultada durante milênios. Sendo uma grande problemática e um instrumento para o aumento da discriminação e preconceitos frente a estes povos. Aliás, ainda hoje há poucos registros sobre esta em meios científicos e, consequentemente, acadêmicos, haja vista a dificuldade para se encontrar dados de sua originalidade. Contudo, há evidências de que os povos ciganos vieram da Índia para o Oriente Médio há cerca de 100 mil anos atrás (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2007).

Eles se denominam de “roma” ou “rom” que traduzido para a Língua Portuguesa significa “homem”. Os povos ciganos vivem no nomadismo, tem uma dimensão cultural intensa e perpassa o misticismo, a sabedoria e a alegria. Muitos historiadores supõem que estes povos saíram da índia para se esquivarem dos povos muçulmanos. Havia muitos ciganos vivendo em Portugal e foram levados ao Brasil e a África. No cenário nacional, estes se dividem em alguns clãs: Moldowaia, Kalderash, Sibiaia, Roraranê, Lovaria, Mathiwia e Kalê, além de haver divisão de falas (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2007).

Em dois estudos realizados entre os anos de 2012 e 2017 no estado de Sergipe e em Vitória no Espírito Santos propuseram-se a mostrar como as pessoas não ciganas veem os povos desta cultura. Além das questões afetivo-emocionais que perpassam esta dinâmica relacional entre povos de culturas distintas. Em ambas as pesquisas houve um contraponto entre o nível de contato das pessoas não ciganas com o grupo cigano, além de analisar as questões afetivas com relação a eles. Segundo Bonomo, Cardoso, Faria, Brasil e Souza (p. 6, 2017) as representações sociais, como crenças compartilhadas acerca de um grupo, influem nos comportamentos e atitudes. […] imagem negativa difundida acerca dos ciganos, como se vê no primeiro quadrante, não favorece à integração entre eles.

Fonte: encurtador.com.br/swxA4

No estudo realizado por Carvalho, Lima, Faro e Silva (2012) a entrevista de 300 pessoas foram analisadas 147 delas moravam distantes dos ciganos e cerca de 157 moram nas proximidades. Diante do exposto, foi solicitado que dissessem acerca dos pensamentos, imagens desencadeadas ao ouvirem sobre os “povos ciganos”  observou-se que tanto no grupo controle como no grupo de experimento houve a presença de fatores relacionados com os estereótipos e preconceitos, ou seja, nos dois casos não há presença de representações positivas frente a esses povos. Apesar das representações sociais terem sido diferentes no que se refere aos dois grupos, as questões pejorativas se mantiveram presentes. Assim, fica explícito que embora possuidores de uma proximidade, eles tinham a necessidade de se mostrarem pessoas “diferentes” dos povos ciganos, com fortes questões emocionais frente ao grupo, por isso insistem em afirmar que são perigosos, sujos, com crenças imorais, ladrões.

Já no estudo realizado por Bonomo et al (2017) com 57 pessoas que diferiram quanto às representações sociais, mas as questões pejorativas ainda se mostram demasiadamente presentes similarmente ao estudo realizado em 2012 no estado de sergipe. Há uma constante presença de sentimentos ambivalentes frente a esses povos, ou seja, sentimentos positivos de admiração e afeição e, ao mesmo tempo, repulsa, aversão, antipatia, medo, mal-estar, bastante desconfiança frente a eles, indiferença. Além das questões relacionadas com as vestes e com a própria aparência deles, na qual causa estranhamento aos outros indivíduos. Contudo, o povo cigano passou por uma evolução à medida que eles começaram a se urbanizar, relacionando-se com outras pessoas.

O povo cigano procurou ao longo de décadas e caminhos que seguiu procurar adaptação aos ambientais as quais se inseriu, mas diversos traços culturais permaneceram iguais, a saber, suas tradições. É marcante a presença de um discurso pejorativo nos inúmeros meios de comunicação que os ciganos aparecem. É muito presente a exclusão, a discriminação, preconceito contra estes povos e seus modos de estar no mundo devido ao não padrão destes povos. A história vaga e disseminada socialmente exerce uma função que aumenta a exclusão, sem contar na onda de estupros frente contra estes povos, principalmente, crianças. (JÚNIOR, 2013)

Diante das questões trazidas, é notório que o processo de exclusão dos povos ciganos é alarmante e causa sofrimento a eles. Assim, a Psicologia não pode ser afastada deste cenário assustador, pelo contrário, suas intervenções e práticas precisam alcançar estes povos que se encontram ameaçados e em situações de vulnerabilidade. A Psicologia enquanto ciência e profissão tem um grande compromisso social e luta em prol dos Direitos Humanos e dos Direitos Sociais, por isso Desse modo, serve como reflexão para uma sociedade marcada por estereótipos negativos frente a culturas diferentes do padrão dominante, e a necessidade de buscar a ruptura desses paradigmas, mobilizando e visando a conscientização das pessoas para que também não adotem práticas discriminatórias.

Fonte: encurtador.com.br/bszQZ

Referências

ANDRADE JUNIOR, Lourival. Os ciganos e os processos de exclusão. Rev. Bras. Hist.,  São Paulo ,  v. 33, n. 66, p. 95-112,  Dec.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200006&lng=en&nrm=iso>. access on  18  May  2020

BONOMO, Mariana; MELOTTI, Giannino  and  PIVETT, Monica. Representações Sociais de Mulher Cigana entre População Não-Cigana Brasileira e Italiana: Ancoragem Psicológica e Social. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2017, vol.33, e3354.

BERTONI, L. M., and GALINKIN, A. L. Teoria e métodos em representações sociais. In: MORORÓ, L. P., COUTO, M. E. S., and ASSIS, R. A. M., orgs. Notas teórico-metodológicas de pesquisas em educação: concepções e trajetórias. Ilhéus, BA: EDITUS, 2017, pp. 101-122.

CARVALHO, Nayara Chagas. LIMA, Marcus Eugênio Oliveira. FARO, André. SILVA, Cíntia Almeida Figueiredo. Representações sociais dos ciganos em Sergipe: contato e estereótipos. Sergipe, 2017.

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Povo Cigano o direito em suas mãos. Brasília, 2007.

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Impasse: do apoio externo ao auto-apoio sob a ótica da Gestalt-Terapia

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O Psicólogo, lidando com o desconhecido, o desafio, a diferença no e pelo encontro com a alteridade dos outros, é constantemente convidado a estranhar-se, questionar suas teorias, e, por fim, modificar seus modos de ser. Assim, a cada encontro com outro realiza uma possibilidade existencial de ser-psicólogo (EVANGELISTA, 2016).

A Gestalt-terapia é uma abordagem psicoterápica consolidada por Perls, Goodman e Hefferline, considerada, destarte, parte da terceira força da Psicologia e recebe influência de diversos teóricos com visões de mundo diversa, têm, portanto, como fundamento filosófico: humanismo, existencialismo e a fenomenologia, utilizando em suas práticas, portanto, do método fenomenológico, este por sua vez objetiva voltar às coisas mesmas, aquilo que se mostra, a essência. Além disso, tem como fundamento teórico: Teoria de Campo, Teoria Holística, Teoria Organísmica, Psicologia da Gestalt, sofre influência, dessa forma, dos pressupostos da dialogicidade de Martin Buber. Contudo, o objetivo não é o aprofundamento nestas implicações, mas explicitar acerca de um dos conceitos que perpassam esta abordagem, o impasse, ou melhor, o impasse existencial (RIBEIRO, 2007).

Impasse no dicionário tradicional traz uma concepção não muito distinta da visão gestáltica, sendo definido, desse modo, como uma situação no qual não há uma resolução aparente, o chamado “o beco sem saída”, tudo que impede algo, empecilho, resolução impossível.

Fonte: encurtador.com.br/inuRU

Nesse ínterim, segundo Rodrigues (2011) impasse é um conceito importante no cenário da Gestalt-terapia, considerado, portanto, o centro da neurose e, dessa maneira, o ponto adoecido (a neurose pode ser definida como o acúmulo de experiências e situações que não se findaram, ou melhor, necessidades não-satisfeitas, ficaram abertas para o sujeito, portanto, inacabadas e que podem propiciar uma constante compulsão à repetição) em que o cliente mostra-se dividido entre duas polaridades, duas forças conflitantes, duas escolhas que para o sujeito não podem ser vistas como satisfatórias no momento, por isso homem permanece estagnado. Por isso, podem, portanto, propiciar o surgimento em alguns casos de outras maneiras de psicopatologias.

Conforme Stevens (1966) quando o cliente encontra-se nesta situação, surgem, em consequência, inúmeras alterações emocionais e sentimentais, em que Stevens define parafraseando Kierkegaard como sendo, portanto, “a náusea de viver”, há, dessa forma, um sofrimento profundo, a saber, medo, angústia, desespero e, acima disso, incertezas e dúvidas.

Destarte, junto a isso originam-se as chamadas “expectativas catastróficas”, que em muitas situações são não-racionais, fruto da imaginação do cliente (e que não devem ser menosprezadas) em que ele acredita firmemente que todas as situações novas que vivenciar terá consequências negativas para sua vida, influenciando para que mantenha o seu “status quo”. Mais conhecida como a zona de conforto, o sujeito permanece estático pelo medo de correr riscos, impedindo o homem de ser, lidar com o desconhecido, ultrapassar barreiras e vencer obstáculos e, por isso, continua no mesmo lugar, pois não consegue lidar com a vida sozinho, o que propicia o surgimento de ansiedades e a frequente fobia a dor (PERLS, 1977). Segundo Stevens (1966, p. 36) “No contexto seguro da situação terapêutica o neurótico descobre que o mundo não cai em se ele ficar com fome, com raiva, doente”.

Fonte: encurtador.com.br/fquNR

Retornando ao objetivo do vigente trabalho. Na verdade, o próprio Fritz Perls (1977) afirma que o conceito de impasse é imprescindível, já que ele considera o ponto central no qual o crescimento humano ocorre. Contraditoriamente, é também quando o indivíduo perde o apoio originado do meio externo e ainda não desenvolveu o seu próprio apoio interno, o self support. Seguindo esta ótica, é, então, o período no qual o cliente começa a manipular o meio, inclusive o terapeuta, representando falsos papéis, buscando sempre alguém que diga o que é necessário que ele faça. Na psicoterapia, por conseguinte, o terapeuta precisa ser habilidosamente acolhedor e ao mesmo tempo frustrar o cliente todas as vezes em que este não conseguir reconhecer suas capacidades, jogando a responsabilidade de valorização a um outro, inclusive o amor.

Muito importante também é desempenhar o papel de desamparado: ” Não posso fazer nada por mim. Pobre de mim. Você tem que me ajudar. Você sabe tanta coisa, tem tantos recursos, tenho certeza que pode me ajudar”. Toda vez que você desempenha o papel de desamparado, você cria uma dependência. Em outras palavras, nos tornamos a nós mesmos escravos. Principalmente se esta dependência for uma dependência da nossa autoestima. Se você necessita que todos lhe deem elogios encorajadores, tapinhas nas costas, então está fazendo de todo mundo o seu juiz (PERLS, F. 1977, p. 56).

Nesse ínterim, citando caso análogo, uma criança, por exemplo, depende dos seus cuidadores para satisfazer suas necessidades quando ainda é recém-nascida. No entanto, com o tempo e de maneira progressiva esta aprende a caminhar sozinho, entra em contato com os objetos e consegue segurar-se com as próprias pernas, este é o ponto em que a criança está amadurecendo, mesmo que necessite do meio para o fechamento de gestalts, e, então auto regular-se, já que o indivíduo não é ser isolado e está em constante interação com o meio, concebido como um ser holístico. Lembra das religiões e filosofias orientais taoístas? Pois é, para o gestalt terapeuta, assim como estas, às partes mais significativas são aquelas vistas e percebidas a partir do próprio contexto do cliente, em relação ao meio social e cultural, não como eventos isolados (PERLS, GOODMAN E HEFFERLINE, 1997).

Fonte: encurtador.com.br/DFMT2

Dessa forma, o objetivo da terapia é buscar propiciar ao consulente experiências no campo vivencial para que ele se perceba enquanto um sujeito autônomo e capaz de realizar infinitas coisas em um campo repleto de possibilidades para criar, se reinventar, crescer e se constituir. Além disso, visando com que esse cliente utilize seus próprios recursos internos para lidar com as mais variadas situações que perpassam sua vida, sem tornar-se dependente de um outro (PERLS, 1977).

Perls (1997, p. 49) afirma que: “[…] amadurecer é transcender ao apoio ambiental para o auto-apoio”. Mas para que este amadurecimento aconteça é necessário, por conseguinte, que o cliente passe por frustrações, e, por isso, na prática clínica esta incumbência é atribuída ao psicoterapeuta, mas esta precisa saber como, em que momento fazê-lo, percebendo o outro em sua total alteridade. Sendo assim, o terapeuta deve influenciar, então, para que o cliente entre em contato consigo mesmo e reconheça, por si, o seu projeto de vir-a-ser. Além disso, propicia a tomada de consciência do cliente, no aqui e agora.

Os terapeutas, em geral, têm experiências em que ficam envolvidos demais com as técnicas manipulatórias de seus pacientes; não compreendem a natureza tremendamente sutil das técnicas manipulatórias do paciente. Nestes casos, a terapia pode ser malsucedida. Pois para conseguir a mudança de apoio externo para auto-apoio o terapeuta deve frustrar as tentativas do paciente de conseguir apoio ambiental” (PERLS, 1988, p. 117 apud VAVASSORI, 2018 p.197).

A psicoterapia deve, portanto, propiciar transformação, percebendo e concebendo o cliente como possuidor de instrumentos e recursos para se auto ajudar. Assim sendo, escolher o que é melhor para si mesmo. O terapeuta não pode decidir nada pelo cliente, mas pode ir ao encontro deste de maneira empática, com uma postura dialógica e segura, auxiliando-o a reconhecer-se no mundo como o sujeito livre, responsável e humano (RIBEIRO, 2009).

Referências:

EVANGELISTA, P, E, R, A. Psicologia fenomenológica existencial, a prática psicológica à luz de Heidegger. Curitiba, 2016.

PERLS, F. Gestalt-Terapia explicada. 1977.

PERLS, F, S., HEFFERLINE, R., GOODMAN, P. Gestalt-terapia. 1997.

RODRIGUES, H.L Introdução à Gestalt-terapia: conversando sobre os fundamentos da abordagem gestáltica. Editora Vozes, 2011.

RIBEIRO, W, F, R, P. Gestalt-Terapia no Brasil: recontando a nossa história. 2007 Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-686720070#1sqq00200010

RIBEIRO, J.P. Gestalt terapia de curta duração. 2009.

STEVENS. J,O. Isto é Gestalt. 1966.

JÚNIOR, F,A, B, M. Da teoria à terapia: o jeito de ser da Gestalt. Disponível em:
https://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/revistainterdisciplinar/v3n1/reflex/refl3-v3n1.pdf

VAVASSORI, M, B. Postura Dialógica e Frustração Habilidosa: tramas da Terapia Gestáltica. Florianópolis, 2018. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/igt/v14n27/v14n27a04.pdf

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Machismo: uma Construção Social

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Marina Castañeda Gutman, autora do livro “O machismo invisível” cujo vem a ser resenhado, nasceu no México em 1956, possui diversas formações, incluindo História; Psicologia; Música e Letras pela Universidade de Harvard nos Estados Unidos, com especialização em homossexualidade.

O livro resenhado foi desenvolvido no México, traduzido ao Português e Italiano; possui 295 páginas e 11 capítulos subdivididos em várias temáticas. Tem como finalidade expor acerca do machismo oculto que, por vezes, passa despercebido por todos, engajado nas várias esferas sociais. Buscar explanar sobre as teorias psicológicas que abordam acerca, e às diversas maneiras de manifestações deste fenômeno humano. Além disso, os mais variados âmbitos que expõem, tanto quanto o contexto histórico concernente.

Dessa forma, a autora propõe esclarecer que o machismo não é o um fenômeno reproduzido somente pelos homens, mas também pelas mulheres, portanto, social. O machismo durante todo o percurso da obra é abordado enquanto uma relação de poder, dominação, construção e subordinação de um indivíduo perante aos seus semelhantes, seja nas mais variadas relações interpessoais homem-mulher, mulher-mulher  e homem-homem.

A autora durante todo o percurso do livro tenta problematizar o modo como ainda na contemporaneidade os sujeitos tendem a buscar justificativas cabíveis para comportamentos machistas, tendo ainda como embasamento estudos tal como excêntricos. Contudo, sabe-se que não é por esse ângulo que os fatos fluem, o machismo é algo instituído na sociedade e impregnado aos indivíduos desde o nascimento, primeiro dentro da própria casa, segundo na escola. Portanto, torna-se-ia uma cultura repassada durante gerações, nesse caso, construída pelos mesmos. Por isso, é notório perceber que as pessoas se apossam do machismo utilizando-se de demasiados instrumentos, que, por vezes tornam-se sutis e/ou quase imperceptíveis. Um desses utensílios têm sido beneficiar-se de uma via que muito serve para a criação de vínculos entre sujeito-mundo, sujeito-meio, a linguagem. Por muito ou quase sempre, o homem de maneira não-genérica alude a tentativa de diminuir a mulher a uma fase do ciclo vital regressa a fase atual de sua vivência, a infância, é constante a busca para infantilizar-la. Frequentemente, com sucesso.

Os/as machistas, a todo custo estão a procura de aplausos, atenções e reconhecimentos, mesmo nas mais banais conversações, e às vezes, de modo não-verbal, para enrijecer ainda mais o que está instituído. A sociedade desde muito cedo estipula a masculinidade/paternidade como sinônimo de proteção, o que na realidade não o é, já que em muitos casos há uma paternidade ausente e quase sempre distante. Muito se sabe que a paternidade tem atualmente recebido diferentes significações, não mais privilegiada como nas décadas passadas, já que no momento atual há casos e casos que evidenciam o abandono paterno. Por outro viés, cresce cada vez mais a postura da mulher enquanto aquela que exerce o papel de mãe protetora, nutriz, que contribui com o sustento da casa.

Nesse ângulo, é nítido que tais postulações anteriormente explanadas tem início na vida doméstica, como visto no decorrer do livro, esse contexto emerge fortes contribuições no que diz respeito a consolidação do machismo. Nesse sentido, pode-se evidenciar e concluir que, é em casa que inúmeras e pertinentes perspectivas que visam a dominação feminina por intermédio da virilidade são aprendidas. Mas como se pode romper com tais institucionalizações, já que não há como interferir em todos os lares?

Fonte: http://bit.ly/2mXWFXL

Além disso, essa é uma forma peculiar de propagá-lo e de certa maneira fixá-lo cada vez mais. É dentro de casa que se tem as diversas maneiras de ensinar o machismo, seja oriundo dos pais, mães, babás, avós. Outrossim, colocam o homem em uma escala mais elevada que as mulheres, o que só faz reforçar seu narcisismo e desejo de dominação. Atualmente, as maneiras pelos quais o machismo se apresenta é diferente de outros tempos, a violência mesmo ainda existindo em massa, está sendo substituída por uma forma mais sutil, o poder.

Dessa forma, é perceptível como demasiadamente vários fatos são vistos de maneiras diferentes entre os sexos, até mesmo ligado a aparência, sexualidade dinheiro, posicionamentos corporais, e até questões ligadas aos aspectos emocionais. As mulheres diferentemente dos homens, talvez pela falta do self support acreditam que requerem regozijar um Outro,  não elas mesmas para sentirem-se plenas. Frequentemente seguem um padrão induzido pelo gosto masculino, enquanto eles, seguem o seu próprio desejo. Até mesmo a sexualidade é vista por outro ângulo em conformidade com o gênero, a mulher não pode sentir prazer, gozar e expor suas fantasias sexuais, a vista que é vista como perversa, ou como impura, pecadora. O homem pode expor e ainda de maneira desinibida e por muito, dissimulada seus mais variados desejos sexuais.

Nesse mesmo ângulo, por um lado o homem pode expressar as mais variadas emoções, hostilidades e grosserias, já a mulher se o fizer, é condenada. Ela pode sentir, mas precisa reprimir. Porque disseram, “isso é coisa de homem”. E por qual razão os sentimentos precisam ser divididos em quem pode ou não senti-los, já que são questões totalmente ligadas a natureza humana, e portanto, universais?

Seguindo essa lógica, a autora também assim como nos exemplos acima exteriorizados, expõe o capital financeiro como sendo algo versado como uma das especialidades masculinas, longe de ser entendível pelas mulheres. Os primeiros são vistos como os que entendem e de tudo sabem. As segundas, vistas como sem conhecimentos, incultas, ou inábil para desenvolver habilidades sociais semelhantes às masculinas.

Uma outra vertente ainda não explicitadas, é referente o quão a mulher recebe imposições até mesmo com questões ligadas a profissão, há uma divisão de profissões que devem ser seguidas por homens e uma outra gama, por mulheres. Não somente isso, os altos postos também são assim vistos, cargos de chefia e liderado dentro das cooperativas são sempre limitados aos homens, mesmo havendo uma possível diminuição do quadro, ainda existe.

Fonte: http://bit.ly/2nS47UQ

São questões como estas, embora abordadas aqui de maneira sintética que emergem durante todo o livro de Marina Castaneda, e ela o faz de um modo crítica e coerente, detém de grande facilidade para articular seus pensamentos e ideias, o que deixa o livro em demasia interessante para quem o ler. O referido porta de uma linguagem acessível ao público leigo, pois trata de questões tão cotidianas e de fácil entendimento ao leitor, por isso, não carece de uma leitura prévia para que seja lido. O mesmo oferece uma grande contribuição para uma visão mais pontuada acerca do machismo, no sentido de, entendê-lo enquanto sendo uma questão muito mais cultural do que se possa pensar, não limitando-o enquanto algo disseminado pelo homem, mas sim como algo repassado por todos, por isso, um fenômeno social. É destinado para a população que procura aprofundar na temática e poder identificá-lo em suas diversas ocorrências.

A obra faz surgir diversos questionamentos, tais como os que foram evidenciados no decorrer da resenha. O machismo e sua desconstrução dependem muito mais do coletivo do que se possa pressupor, mas que precisa ainda ser  mais discutido. Deixar de ser invisível e normal aos olhos de muitos, já que a percepção é subjetiva. Ainda assim, traz uma perspectiva enriquecedora pelo fato de expor as diferentes formas de dominação e relações de poderes perante os indivíduos, que são constituídas por eles próprios. Nesse sentido, traz uma grande explanação para consolidar o entendimento das relações instituídas e cristalizadas na sociedade,  que são difíceis de modificações, ou quase impossíveis.

E são por meio dessas institucionalizações sociais, que originam as mais variadas manifestações de desigualdades sociais, estigmas, preconceitos, a vista que é constantemente imposto aos sujeitos o que ele deve ou ser e/ou fazer com sua própria existência. É complicado lidar com o projetivismo contemporâneo, quando os indivíduos querem dominar e destruir o que está presente neles mesmos, ou isso é mais uma manifestação narcísica?

Tudo que é visto como diferente, é dado como anormal, e portanto, passam a serem vistos como algo que precisa de controle. Mas, por quê? Como evidenciado no decorrer do livro pela autora, tudo que existe, hoje, existe porque tiveram espaço para tal, são reflexos de relações, foram constituídas pelas pessoas que habitam a sociedade e são por elas que a ruptura desse paradigma precisa ser desmembrado, a mudança necessita ocorrer primeiro em cada um, através de uma análise pessoal de si mesmo.

Portanto, o livro é bastante recomendável para profissionais e estudantes de diversas áreas, impreterivelmente das ciências sociais, para todos que visem pesquisar e estudar sobre gênero e machismo e as suas nuanças. Os pontos mais marcantes que podem de alguma maneira receber um olhar diferencialmente do leitor diz respeito a  constituição propriamente dita do machismo como um fenômeno histórico, portanto, social.

 

FICHA TÉCNICA

Nome do livro: O machismo invisível
Editora: A Girafa
Autor: Marina Casteñeda
Idioma: Português
Ano: 2006
Páginas: 304

 

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O Homem é condenado a ser livre: sob ótica sartreana

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Seguindo uma ótica Sartreana, pautando-se numa visão existencialista propriamente dita, Deus de fato não possui existência no plano real, mas no imaginário de cada ser e, portanto, individual. Ainda assim, o homem com todas as suas crenças e perspectivas afirma a presença de Deus como forma de explicar as circunstâncias do mundo em que ele se insere.

Pensar em um mundo sem a presença Deste, é perceber, interpretar o homem enquanto responsável pelos fatos e situações que o perpassam, o que é, de fato, doído, angustiante e desesperador, isto equivale a dizer que, então, o homem é o dono dos acontecimentos prazerosos e não-prazerosos que acontecem a ele, já que és sujeito de escolha.

Este é um ponto crucial e paradoxal dos escritos de Jean-Paul Sartre. Se Deus não existe, o homem deve a partir de si mesmo criar, construir sua própria razão de existir e ser/estar no mundo, pois o ser nasce nada, e precisa procurar estratégias para se consolidar e tornar alguém, não há parâmetros exatos para tais questões, ela por si mesma não detém de sentido.

Fonte: encurtador.com.br/gvwzR

E nessa ótica, o sentido é incerto, duvidoso. Mas para que esta busca de sentido seja de fato concretizado, idealizado é necessário ter a plena liberdade, no sentido de ter a possibilidade de fazer/ realizar tudo aquilo que não está determinado, e isso significa, por vezes, ir além do dito moral, ético que está permeado no social, seguindo e sendo de alguma os seus próprios juízos.

O homem deve dialogar com a vida, e procurar singularmente o sentido para esta, fazer-se enquanto tal, e isto não quer dizer que o encontrará, o sentido é incerto, mas que na realidade é uma construção em vão, a vista que ela em si mesmo não tem sentido.

As consequências desencadeantes pela intensa busca de sentido existencial  pode resultar em uma série de questões psicológicas, emocionais e físicas. O ser humano deve procurar e/ou criar a razão pela qual existe, pode não encontrá-la, não construí-la e não vivê-la, e sequencialmente, cair na obscuridade do não-sentido, já que não existem garantias. Consequencialmente, ter de lidar com a incerteza do sentido.

Fonte: encurtador.com.br/epY04

E nisso, podem se deparar com vivências, experiências que estão se tornando corriqueiras na atualmente, a saber,  a dor de existir, o vazio, a angústia – a náusea e por último, a morte. De tudo isso emerge o sentimento de impotência perante a vida humana.

Nesta busca de sentido para sua existência, o sujeito  tem a total liberdade para construir a si mesmo, definindo-se por si mesmo quem ele é, já que de início não há possibilidade de definir o homem, pois a existência precede a essência, em última instância o homem nasce despossuído de tudo, projeta-se e passa a se moldar, fazendo suas próprias escolhas, e em consequência disso,  ter de se confrontar com a possibilidade de negar a um Deus, já que a liberdade somente existe se não há a interferência de um ser supremo para dar apoio, mostrar caminhos, ou para ser usado como desculpas para determinados comportamentos.

Contudo, o resultado disso tudo pode ser a angústia existencial/ vazio existencial de perceber-se enquanto responsável pelo que te acontece, se vendo não mais com a possibilidade de culpabilizar o ambiente externo, ou mesmo não sentir que ela é de sua responsabilidade.

Fonte: encurtador.com.br/jpSX8

Para Jean-Paul Sartre a liberdade é palavra tem demasia correlação com o termo responsabilidade. A primeira aparece em Sartre de uma maneira a soar estranheza, mas logo faz emergir-se da segunda, o que minimiza controvérsias. A verdade é que o homem é dono de si e escolhe como agir frente a diversas circunstâncias que perpassam a vida humana diante das possibilidades que são apresentadas, em busca de seu sentido, pois para tal é preciso de liberdade,  mas logo tem se reparar com os resultados consequentes destes comportamentos, ou seja, a liberdade é custosa. O homem é livre para escolher como agir em determinadas circunstâncias, mas também deverá arcar com as consequências sociais interpeladas pelo seu agir diante de si e dos outros.

Referência:

SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo.1946

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Desenvolvimento e aprendizagem: suas relações e implicações para a prática docente

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O artigo de Marisa Eugênia Melillo Meira apresenta duas divisões e objetiva expor aspectos da modernidade no que se refere à educação de caráter escolar. A primeira tópica do texto aborda as problemáticas, contribuições de Vygotsky e a teoria histórico-cultural referente ao desenvolvimento; aprendizagem e o fracasso escolar, já na segunda tópica do artigo dedica-se a atribuir significância para relações sociais como cruciais ao processo de apropriação do conhecimento e a função do professor para a mediação dessas relações.

A autora introduz o texto de maneira um tanto quanto objetiva, expondo numerosas perspectivas e fatores ambientais que contribuem para a cooperação de um ensino de modo a ser constituído habilidosamente e que realmente proporcione a aprendizagem do alunado, mostrando que a educação exerce uma função imprescindível para a constituição do ser humano. O texto propaga um fator muito nítido que se refere ao fazer do professor e o ensino e/ou fracasso do aluno, tratando a relevância do professor ter entendimento dos aspectos humanos para assim desenvolver estratégias cabíveis, que sejam compatíveis com as peculiaridades do alunos, compreendendo que os conteúdos planejados e desenvolvidos partindo da ótica de Vygotsky necessitam ser equilibrados entre o saber-fazer do aluno e o não saber totalmente. Devendo haver um equilíbrio entre simplicidade e dificuldade dos conteúdos. O professor traça objetivos, mas quem garante que todos aprendem da mesma maneira?

É a partir desse argumento que a autora propõe exteriorizar como a sociedade problematiza e procura sempre a “caça aos culpados”, sempre procurando explanar o fracasso escolar pelo viés da subjetividade, atribuindo toda essa frustração ao organismo do aluno, ao seu desenvolvimento enquanto o vendo como não preparado para a apropriação dos conteúdos concebidos. O desenvolvimento de fato determina o aprendizado? Ora, analisar por essa ótica faz refletir o fato que o ensino só ocorrerá quando aluno estiver preparado, mas se o aprendizado for direcionado somente ao que ao alunado já sabe, não há processo de desenvolvimento, partindo de uma visão vygotskiana.

Fonte: https://goo.gl/8ZAZ11

A teoria histórico-cultural, portanto, deste princípio, não ignora de fato os traços herdados biologicamente, mas elas serão somente base, não determinante para o processo de desenvolvimento, porque este só irá ocorrer a partir das relações, com base na apropriação dos signos. Por isso é fundamental para a consolidação de práticas pedagógicas que potencializam o aluno. Meira (1998) expõe que essa ótica esmiúça e expõe de forma explícita que o desenvolvimento não determina o que pode ou não ser ensinado ao aluno, mas é o seu processo de aprendizado que irá dar suporte para o seu desenvolvimento, enxergando o ser humano como um ser inorgânico.

Vygotsky com seus argumentos postula e expressa que existem maneiras de desenvolvimento, que ele denominou de  Zona de Desenvolvimento Próximo e Zona de Desenvolvimento Atual, a primeira é relativa ao que a criança não consegue edificar sozinha, uma vez que é indispensável a intermediação de outra pessoa, que no processo da aprendizagem escolar é o professor, a segunda  considera o que a criança já consegue realizar sozinha. A passagem entre os dois estágios do desenvolvimento proporciona um salto qualitativo no desenvolvimento.

O artigo nesse sentido disserta acerca das postulações preditas  com os aparatos educacionais, por esta razão anteriormente foi apresentado a necessidade do conhecimento do desenvolvimento humano para a firmeza das práticas pedagógicas benéficas para professor e aluno. Compreender o aluno atrás dessa lente, visa a contribuir para entender que mesmo o aluno não conseguindo realizar uma atividade de maneira só, ele tem a capacidade para fazê-la em um determinado momento em específico, não desvalorizando as potencialidades do alunos.

Fonte: https://goo.gl/Q7xVCo

A autora na segunda fundamentação transmite a significância das relações sociais para o processo de apropriação do conhecimento, para a edificação do homem enquanto tal, repassando a importância da escola para as relações sociais e dialeticamente dessas relações para a escola, por isso no decorrer do artigo torna-se evidente a importância da construção de relações saudáveis tanto para o professor como para o alunado, porque em todas as relações intra sujeitos envolve condutas e valores distintos, pode haver transmissão de fatores que por um lado podem ser benéficos para o sujeito, por outro lado podem ser prejudicial, a título de exemplo relações tóxicas e sem imposição de limites que podem gerar sofrimento para ambos, porque o professor pode perder o  interesse pela sala de aula e o aluno não conseguirá desenvolver aprendizados em contextos hostis, com estimulação aversiva.

O texto contribui para a explanação do professor como um importante mediador das relações dos alunos, visto que o  seu papel não é somente repassar conteúdos, mas fazer com que os alunos apropriem-se de regras; ética e moral que regem uma sociedade em geral, exercendo um papel de transformador da sociedade e moldando comportamentos, mas para isso se tornar realidade é preciso de investimentos e qualificação profissional.

Conclui-se então que por estes e tantos outros argumentos que se poderiam extrair da obra, vale ressaltar novamente que o educador precisa ter a compreensão que cada indivíduo possui uma realidade; uma vida única; vivências e experiências particulares, auxiliam para que constitua a sua singularidade que devem e necessitam ser levadas em consideração no processo ensino-aprendizagem, mas para que essa visão profissional venha a acontecer é preciso ser capacitado para tal. Por isso, o professor deve traçar planos de ensino que sejam cabíveis ao aluno para que ele consiga apropriar-se dos conteúdos, sabendo administrá-lo e usá-lo na vida cotidiana e não somente de grosso modo “passar por cima” deles sem aprender e sem que eles contribuam para o desenvolvimento intelectual do indivíduo.

Fonte: https://goo.gl/FJn39M

Esse texto se apresenta com uma linguagem bastante clara; objetiva e concisa acerca da educação escolar, sendo portanto acessível para quaisquer público, além de possuir vocabulário totalmente atual, sendo dessa maneira uma fonte de conhecimento bastante enriquecedora, além disso, as ideias são colocadas de maneira organizada e facilita a compreensão, não necessitando de leitura prévia e/ou conhecimento aprofundado na teoria histórico-cultural para entender as argumentações postuladas por Vygotsky recolocadas pela autora, porém o texto apresenta um fator negativo, que se refere ao fato de que a autora Marisa Eugênia Melillo Meira aborda de forma bastante resumida as colocações dos autores, especialmente da teoria sócio-histórico, tornando-se uma tanto quanto repetitivo alguns aspectos.

Por outro lado a autora exerce uma posição que não vai de encontro com as ideias comentadas por ela, algo muito positivo para quem o ler. Dirige-se a uma questão bastante discutida na contemporaneidade, fundamentais não somente para os profissionais da educação, mas também para o conhecimento de uma sociedade que tanto avalia o professor como incompetente e o aluno como inapto, a respeito do fracasso escolar, um fator que afeta ambos envolvidos não só momentaneamente, mas que de certa maneira propícia um sofrimento intenso que pode permear toda a vida do aluno e também do professor. Será se a educação consegue chegar ao seu apogeu dessa forma? É uma problemática que deve ser repensada por toda uma população. É por essas e outras que ao longo do texto faz emergir sentimentos de regressão, mas ao tempo também desejo de revolução.

A  obra dessa forma fornece subsídios para o entendimento de uma teoria que se utilizada de maneira adequada pode ajudar a combater essas problemáticas supracitadas, ou seja, a autora coloca o problema e logo sequencialmente expõe um suposto mecanismo de resolução para tal e o professor está como personagem principal. Pensar por esse âmbito faz emergir que a educação depende somente do professor, mas o fato é que ela abrange inúmeras outras questões sociais, políticas e econômicas, ela depende do auxílio de uma sociedade e um poder local para formar profissionais habilidades para exercer sua função de agente transformador.

Fonte: https://goo.gl/DFBf8N

Todavia, os argumentos empregados pela autora consegue tocar o leitor acerca do papel imprescindível do professor para a sociedade, e de fato transmite a sua importância para a  transformação social e para a sua modificação, a escola e o professor são a base de uma sociedade. Em contrapartida, ao analisar o texto pode-se perceber que Vygotsky  diverge de ideias de outros autores, como as ideias impregnadas pelos construtivistas, pelo fato de como define o processo de desenvolvimento e aprendizagem, essa distinção de ambos é muito crucial para o aprofundamentos nas questões educacionais e o modo como fazê-la, porque até então essas duas teorias confundem-se e não analisada de forma conjunta.

 A autora nesse sentido traz uma uma grande contribuição  para questões que fazem emergir acerca da educação, auxiliando e cooperando vantajosamente para os  estudos da Psicologia da Aprendizagem, facilitando e aumentando o aprimoramento do conhecimento. Texto é bastante recomendável para profissionais e estudantes da área de Psicologia; para todos da área da educação e em especial da educação infantil, os pontos que podem chamar a atenção do leitor seja  provavelmente  relativo a teoria histórico-cultural e brevemente da importância das relações sociais.

De fato é uma leitura que traz reflexão acerca dos inúmeros desafios vivenciados pelo professor, mas também considerando o lado do aluno nesse processo de aprendizagem. A cooperação de ambas constitui uma sociedade democrática, solidária e igualitária.

Fonte: https://goo.gl/VbGxsw

Sobre a autora do artigo que pautou a discussão:

Fonte: https://goo.gl/mp7ofE

Marisa Eugênia Melillo Meira é escritora do artigo resenhado, possui mestrado em Educação pela PUC-SP, graduação em Psicologia, doutorado em educação e desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo – USP, especialista em Psicologia da Educação pelo Conselho Federal de Psicologia e atualmente trabalha como professora assistente doutora na Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP. Escreveu numerosos artigos; livros e a sua principal linha de pesquisa refere-se a instrumentos pedagógicos (http://lattes.cnpq.br/5377992020345022).

 

Referência:

MEIRA, M.E.M.. Desenvolvimento e aprendizagem: reflexões sobre as suas relações e implicações para a prática docente. São Paulo, 1998, vol.5, n.2, pp.61-70.

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