“Float” é um curta-metragem de 7 minutos, produzido pela Pixar e lançado em novembro de 2019 para a plataforma de streaming da Disney. A animação conta a estória de um garoto que tem o poder de flutuar, dando nome ao título. O pai tenta por diversas vezes fazer com que o filho permaneça no chão, sem muito sucesso e através de olhares julgadores da vizinhança o mesmo decide isolar a criança, em uma tentativa frustrada de protegê-lo.
Como já esperado, um dia as crianças aprendem a voar sozinhas, logo então o garoto sai voando por aí, bem feliz e tranquilo, quando de repente resolve pairar em um playground onde outras crianças estão brincando no chão. Os pais ali presentes olham o garoto com olhar de desaprovação e julgamento, não permitindo que seus filhos se aproximem do menino. Diante um ato desesperado de descontrole em manter o menino no chão, temos a única fala do curta dita pelo pai “Por que você não pode simplesmente ser normal?!”.
O curta nos mostra a relação e o medo dos pais que cuidam de crianças neurotípicas, os mesmo vivenciam os próprios conflitos e lutam para proteger seus filhos do olhar maldoso e das dificuldades do mundo. Segundo Sassi (2013) Os pais que costumam ter um ideal para receber um filho, não se tornam capacitados para receber alguma “imperfeição” que este possa apresentar, juntamente com a falta de orientação profissional quanto às possibilidades de um transtorno. Logo, quando a criança nasce e se descobre algo assim, os pais passam por uma espécie de luto.
A criança só estava feliz em ser ela mesma, vivenciando da sua maneira as experiências e os prazeres da infância, a descoberta pelas coisas do mundo e o desejo de explorar. O final além de emocionar nos ensina (deixo aqui a curiosidade para você ir assistir) nos mostrando sobre aceitação, empatia e a importância de uma base de cuidadores sólida.
Maia Filho (2016) nos ensina que a família é o primeiro grupo social do indivíduo, sendo então eles os principais responsáveis pelo desenvolvimento de sua criança. Tendo importante papel na formação dos sujeitos, sendo determinante na constituição da personalidade, e de grande influência no comportamento do indivíduo, isso se dá por meio de ensinamentos e ações (Pratta e Santos, 2007). Logo se faz necessário um ambiente acolhedor, de aceitação e cuidados, aliados à busca de tratamentos e informações.
O curta sensibiliza a olharmos com mais cuidado para os pais que estão passando por esse processo, ao mesmo tempo em que causa identificação daqueles que vivenciam essas questões no dia a dia. A informação e a compreensão são fortes aliados a qualquer diferença. No caso do TEA se unem também, um trabalho multidisciplinar entre pais, psicólogos, pedagogos, médicos, enfermeiros e afins.
No fim temos uma dedicatória do criador para seu filho, De Bobby: “Para Alex. Obrigado por me tornar um pai melhor! Dedicado com amor e compreensão a todas as famílias que têm crianças consideradas diferentes”.
FICHA TÉCNICA
Título | Float (Original) |
Ano produção | 2019 |
Dirigido por | Bobby Rubio (I) |
Estreia | 12 de Novembro de 2019 ( Mundial ) |
Duração | 7 minutos |
Classificação | L – Livre para todos os públicos |
Gênero | Animação Drama Família Fantasia |
Países de Origem | Estados Unidos da América |