Bruna Rolim do Bonfim possui graduação em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP – 2014). Estudou Especialização em Psicologia Hospitalar na instituição de ensino Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS. Tem experiência na área de Psicologia e é especialista em Terapia Intensiva. Administra a página @agirdamente, em que trata de assuntos sobre o estudo da mente e do comportamento humano.
(En)Cena – Há quanto tempo está formada e qual sua abordagem? Como foi feita sua escolha desta abordagem? Houve algo que a influenciou nesta escolha?
Bruna Rolim – Formei em Dezembro de 2014 e comecei a trabalhar logo em seguida. Escolhi a abordagem Fenomenológico existencial. Desde que tive a matéria no campus da faculdade, me interessei pelo modo de trabalhar dessa abordagem, bem como, o grande apreço que tinha pela professora. Acredito que a paixão dela pela abordagem e o modo descontraído de falar sobre, tenham me conquistado ainda mais. No estágio da faculdade optei por essa abordagem e então tive certeza.
(En)Cena – Descreva sua(s) atividade(s) como psicólogo, isto é, descreva especificamente o quê fez e como faz como profissional no contexto clínico.
Bruna Rolim – Como psicóloga clinica, estou sempre em meu consultório esperando por meus pacientes. Neste caso, quando há um paciente novo, nunca sei qual demanda. Alguns procuram por laudos psicológicos para concurso publico, para cirurgias, entre outros. Sendo assim faço avaliação psicológica, aplico testes, dinâmicas e converso com ele, a fim de captar sua personalidade, seus pensamentos e características necessárias para a construção do laudo, além de oferecer o suporte necessário a essa pessoa. Faço acompanhamento psicológico com pacientes que necessitam. Buscando sempre manter uma postura de acolhimento para que o paciente se sinta a vontade de estar neste local e falar seus medos, angustias e suas questões mais intimas. Sendo assim, busco, juntamente com o paciente encontrar as melhores maneiras (intervenções) de ressignificar sua historia e extinguir comportamento e/ou pensamentos que ´´adoecem“. Sempre com o mesmo objetivo, promover autonomia, autoestima, independência e bem estar psicossocial. É muito importante dizer que o silencio, na maioria das vezes, tem seu poder terapêutico inimaginável. Olhar, dar atenção, acolher, demonstrar que você esta ali com o paciente e para o paciente, faz ele se sentir muito confortável.
(En)Cena – Qual foi sua primeira experiência com profissional, qual foi e como era o seu local de trabalho?
Bruna Rolim – Foi na Clínica Oasis Day em Planaltina – Distrito Federal. É uma clínica grande com médicos especializados em várias áreas e psicólogos. Minha sala é silenciosa, o espaço é bom, grande, confortável, limpo; com condições necessárias para um bom atendimento psicológico.
(En)Cena – Em sua opinião, quais são as condições necessárias para a realização de seu trabalho? Você as tem? Você tem autonomia nas suas decisões relacionadas à sua atividade?
Bruna Rolim – São justamente as condições citadas acima. Que seja um local silencioso, limpo, aconchegante, que ninguém te incomode enquanto está atendendo. Sim, eu tenho essas condições. E também tenho autonomia, aqui na clínica, sou eu por meus pacientes e meus pacientes por mim, não existe alguém que me regule ou me impeça de realizar determinadas tarefas. Sempre que tenho dúvidas sobre algo, procuro o CRP/DF e eles estão sempre dispostos a saná-las.
(En)Cena – Em sua opinião, qual a imagem que a população tem do psicólogo e da Psicologia?
Bruna Rolim – Precisamos quebrar o paradigma de que “psicologia é para louco”. É triste dizer isso, mas mais da metade da população pensa dessa maneira. As pessoas precisam entender que a psicologia quer o bem estar do outro, promover saúde psicossocial. Elas acreditam também, que uma boa conversa com um amigo é o mesmo que um psicólogo. Não. Não é assim, nós estudamos por 5 anos (isso só o tempo da graduação), para aprender meios e técnicas capazes de auxiliar o outro, da melhor maneira possível. São informações e estudos válidos, é tudo estudado, é ciência, não são conselhos de amigos.
Outro pensamento é o do homem, citado acima. Sua grande maioria ainda resiste em procurar um psicólogo, aquela frase muito usada atualmente, “homem não chora”. Homem chora sim, homem sofre, tem angústias, medos, ansiedade como qualquer outra pessoa e isso merece atenção.
(En)Cena – Em sua opinião, quais são as contribuições que a profissão de psicólogo tem dado à sociedade como um todo?
Bruna Rolim – O psicólogo atua em muitas áreas hoje em dia, hospitais, escolas, clínicas, empresas, no esporte. Enfim, as contribuições são diversas. Eu me sinto incapaz de ditar todas aqui. Eu diria que o psicólogo orienta, acompanha, trata, auxilia. O psicólogo contribui para a saúde psicológica e social do paciente e de seus familiares.
(En)Cena – No seu ponto de vista, quais são os requisitos necessários para a formação do profissional para a sua área de atuação?
Bruna Rolim – A meu ver, a prática deve se iniciar antes na graduação, mesmo que sejam simulações. Na minha graduação comecei a atender adultos no 9º semestre, até então era somente teoria. É claro que a teoria é de suma importância, mas a prática também é, assim formaríamos profissionais mais preparados. Outra que acho muito importante, é o ensino mais aprofundado de testes, senti muita falta disso na minha graduação, tive que procurar cursos agora, porque na faculdade não tive um bom suporte.
(En)Cena – Qual a situação do mercado de trabalho para um profissional recém formado?
Bruna Rolim – Para recém-formados não vou negar que é mais complicado. Os donos das clínicas procuram pessoas com pós graduação no mínimo, no meu caso, foi diferente, mas não é o que acontece. Os mais experientes têm uma chance maior de conseguir seus pacientes, até porque já os tem, então se abrir sua própria clínica e trabalhar por si, terá um bom desempenho.
(En)Cena – E no futuro, como será este mercado, em sua opinião?
Bruna Rolim – Infelizmente o mundo caminha neste sentido de pessoas cada vez mais depressivas e ansiosas (principalmente), as pessoas parecem cada vez menos saber lidar com as situações próprias da vida, o que provavelmente, futuramente encherá os consultórios psicológicos. Por outro lado, também crescerá pelo fato de as pessoas estarem conhecendo mais o que é a psicologia e seus benefícios para a vida.
(En)Cena – Como foi sua entrada no mercado de trabalho (sua primeira experiência profissional)?
Bruna Rolim – Entreguei currículos, fui chamada para uma entrevista, conversei sobre meus cursos, meus estágios, minha abordagem, meu ponto de vista. E então fui chamada à abrir horários na clínica.
(En)Cena – Você aconselha seguir nesta profissão?
Bruna Rolim – Aconselho sim. Mas acredito que é preciso amar a profissão. Não acho que a pessoa deve escolher a psicologia como uma opção, é necessário vocação. A pessoa precisa se identificar para estar lá.