No segundo dia do congresso, terça-feira, 22 de novembro às 18h30 no auditório Central no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA ocorreu o lançamento do livro “Fator Judas”, como parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) de 2022.
O Me. Sonielson Luciano Sousa deu início ao evento, com a apresentação curricular do autor, destacando suas diversas habilidades como ator, músico, psicólogo, e escritor. Assim que Piettro Lamonier recebeu a palavra, de forma dinâmica, apresentou um breve relato do significado do título do livro, ressaltando que foi sua primeira obra. Em seguida teve a abertura às vendas dos exemplares impressos, com direito a autógrafos.
O escritor Piettro Lamonier é psicólogo (CRP 23/494), egresso do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), atua na clínica com a abordagem Psicologia Analítica e Fenomenológica Existencial. Além disso, traz em si conteúdos artísticos como a música, a atuação, a direção e por fim a escrita. Com mais de 15 anos de carreira na psicologia e 23 anos caminhando pelas artes, Piettro se arrisca a juntar suas experiências em seu primeiro livro “Fator Judas”, onde demonstra de forma simbólica um caminho de desenvolvimento de sua alma.
Em entrevista concedida ao portal (En)Cena, o Psicólogo e escritor Piettro Lamonier respondeu algumas perguntas sobre sua participação no evento.
(En)Cena – Desde que decidiu elaborar o livro, em quanto tempo você o escreveu?
Piettro Lamonier – Eu demorei cerca de 9 meses para escrever o livro, foram 9 meses que na verdade foram bem fantásticos, porque quando você começa a escrever não significa que você esteja escrevendo sempre, mas você estar sempre pensado no assunto do livro, questionando a própria escrita, as imagens que vão aparecendo na mente quando você está escrevendo, então, foram nove meses de processo e no meio de uma pandemia. Então naquela ocasião a pandemia também, mesmo com todas as tragédias e desgraças acontecendo, ela provou em mim uma necessidade de me disciplinar para poder escrever, então eu tirava sempre os sábados à noite para poder escrever, eu tive que fazer isso. Fiz uma definição, que eu não poderia contar com a inspiração daquele momento. Então eu ia reunindo informações, fatos, imaginações e criando coisas durante a semana e depois sentava pra fazer o capítulo, ou aquela parte do capítulo. Então duraram nesse processo no
ve meses para fazer todo o livro.
(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados durante o período que estava escrevendo o livro Fator Judas?
Piettro Lamonier – Acho que foram diversos desafios, um deles foi primeiro, nunca tinha escrito um livro, escrevia textos pequenos, peça ou outra de teatro coisas que às vezes me passavam despercebido à habilidade de escrever. Então veio assim com muita força intuitivamente essa história do livro que era uma teoria que eu estava aplicando dentro da clínica, estava funcionando para alguns pacientes, então pensei, poxa vou fazer isso, colocar isso dentro de um livro. E aí me veio esse desafio, de sentar e me disciplinar pra escrever, talvez fosse um dos maiores, porque chega um momento em que a gente não se sente motivado para escrever, mas a gente precisa de forçar, é como se tivesse uma camada de desconforto que a gente precisa ultrapassar, e aí eu decidi que eu ia terminar o livro, que muitas vezes durantes esses nove meses eu pensei poxa eu vou desistir, vou deixar de lado, não poxa num quero mais, então foi bem complicado isso, e esse foi um dos processos. Outro processo que foi complicado também e você desapegar de algumas coisas, que às vezes você não consegue, como se diz, não consegue desapegar, deixar de lado alguma coisa que você criou que você achou bacana e tudo, mas quando você chegar lá na hora de vincular com outras partes do texto, você vê que não faz sentido e aí você precisa desapegar, e isso dói pra caramba, e outra; tem outro processo que, por exemplo, eu tive aí o Sonielson, a Mariana e a minha esposa Viviane que me ajudaram a ler, que fizeram a leitura crítica do processo, então às vezes eles pontuaram algumas coisas que poxa, dá uma dorzinha, mas você precisa desapegar do ego para poder olhar pra obra com mais carinho e entender que a obra não é uma criação de uma pessoa só mais de várias, quando está sendo escrita, quando está sendo concretizada, e eles foram fantástico ai nesse processo e eu tive que ter essa habilidade mesmo do desapego, foi complicado nesse sentido.
(En)Cena – Você costuma ouvir música quando está escrevendo?
Piettro Lamonier – Eu não costumo escutar nem uma música quando eu estou escrevendo, pelo contrário eu gosto muito de silêncio, e aí nessas horas eu acho que eu trabalho bem a noite, nessa parte criativa sabe? À noite onde não escuto nada, só as vozes da minha cabeça, e as imagens que vão acontecendo nela, então isso pra mim era muito mais fantástico do que escutar uma música, apesar de que música também me inspira, mas no meu caso como algumas coisas já estavam mais construídas, eu gostei muito do silêncio, e o silêncio com um todo, é os barulhos eram mais internos e externos, então isso foi bem marcante, bem gostoso de fazer.
(En)Cena – Qual frase poderia definir esse momento, como egresso do CEULP/ULBRA, poder lançar seu livro dentro da programação do CAOS?
Piettro Lamonier – Há eu acho que presunçosamente falando eu acho que uma frase seria “o retorno do herói” que sai numa jornada, e aí é como se eu voltasse ali pra levar a chancela de que eu consegui dentro dessa jornada, por ter conquistado o meu espaço como psicólogo e agora entrando nesse espaço como escritor, é como se eu recebesse aí uma medalha pela jornada, pronto, cumpri uma parte dessa jornada. É quando o herói retorna a sua casa, então eu definiria isso, essa frase, “o retorno do herói” nesse âmbito mais profundo, não que eu seja um grande herói, mas eu sou um herói da minha jornada, da minha história.