Amor e Substâncias: aproximações entre paixão e dependência

Compartilhe este conteúdo:

Qual a semelhança entre se apaixonar e usar substâncias? Sandra Djambolakdjian aborda sobre isso no texto “Paixões e Químicas”, trazendo situações diversas presentes nesses dois lugares de apaixonar-se e usar substâncias. O texto relaciona as formas de se vincular na vida que podem ilustrar o uso de substâncias e a relação entre duas pessoas, como aquele encontro que acontece por acaso, o envolvimento que se repete e, por fim, a entrega que se faz compromisso, ambas acontecem na relação com o outro e com uma substância. 

Um conceito comum entre essas duas situações é a química, que na ciência é o estudo das propriedades e do comportamento da matéria e, ainda, a interação entre duas matérias. No uso de substâncias, o efeito químico do uso altera o funcionamento do cérebro, especificamente no Sistema Nervoso Central, e libera neurotransmissores, como a dopamina, relacionada ao prazer causando euforia, prazer e noradrenalina associada à excitação. No senso comum, um sinal da paixão é ter química com outra pessoa, além da atração física e emocional é necessário que a conversa se encaixe, os gostos sejam parecidos e a companhia seja confortável. Nesse processo, a dopamina, noradrenalina e a ocitocina são liberadas e causam as “borboletas no estômago”, coração acelerado, nervosismo e tremores. (In)felizmente a paixão tem um período de tempo, essa sensação não dura para sempre.

Fonte: https://pin.it/1e8hGLZOg

Em ambas situações, uso de substâncias e amor romântico possuem fatores que podem levar à uma dependência, respectivamente química e emocional. Mota (2018) afirma que, na dependência emocional, ao se distanciar do parceiro(a) surgem sinais e sintomas da abstinência, como a taquicardia, tensão muscular e problemas no sono. Tais sintomas também estão presentes na privação de uso de uma droga.

O interessante do texto de Sandra é superar o estigma do uso de substâncias e mostrar que podemos ser adictos também no amor e, para além disso, sempre estamos consumindo, seja uma substância no final do dia, uma pessoa nos finais de semana, a compra do produto mais recente lançado no mercado, uso de telas, delivery como recompensa, etc, vemos a mesma dinâmica na busca do consumo para preencher algo, algumas formas apenas são bem vistas moralmente e, claro, lícitas.

Referências:

TOROSSIAN, S. D. Pósfacio : paixões e químicas. Ufrgs.br, 2017.

Mota, G. A. (2018). Dependência afetiva: Quando amar é uma patologia – Levantamento, intervenção e prevenção. In 18º Congresso Nacional de Iniciação Científica. Santos, SP: Semesp. Recuperado de https://bit.ly/407ifXT

Compartilhe este conteúdo: