Os melhores anos de sua vida são aqueles em que você decide assumir seus problemas e percebe que controla o seu destino.
– Albert Ellis
Embalados pelas festividades de fim e começo de ano, tendemos a analisar o ano que passou e planejar, com inúmeras promessas (muitas vezes ilusórias), o ano que chega. Começa desde comprar roupa nova, pular sete ondas, até pagar seis meses de academia com a esperança que esse ano seja diferente. Mas, esperança apesar de ser um norte, é passiva. É necessário mais. Transformar essa disposição interna em realizações, para que não se torne somente um delírio individual ou coletivo de felicidade.
Leandro Karnal, um historiador, filósofo, escritor e professor brasileiro, diz que: “mudar é difícil, não mudar é fatal”. Apesar de se renovar ser custoso, estamos sempre em busca de mudanças. Desde os primórdios da sociedade, seres humanos apresentam uma constante necessidade de ritos: ao nascer, ao morrer, ao entrar para a vida adulta, religiões. Marcos temporais como a virada de ano, de mês e até de semana, conhecida como “segunda-feira eu começo a dieta”, nos leva a um sentimento de renovação que nos inspira a concluir ciclos, por exemplo, término de relacionamentos prejudiciais, e iniciar outros: um novo curso que vem acompanhado por um novo corte de cabelo.
Mas porque associamos essas datas à renovação? Cristiano Nabuco, psicólogo da USP, afirma que por sermos apegados a esses ritos durante séculos, ao chegar essa data nos lembramos automaticamente de tudo que foi prometido e não foi feito: “O réveillon assume o papel mágico de nos dar forças para pôr tudo em prática. É um pensamento até infantil, o pote de ouro no final do arco-íris no final do calendário. Mas não recrimino, o que funcionar para você está ótimo”.
“O processo da vida plena… significa lançar-se de cabeça no fluxo da vida. ”
– Carl Rogers
Com 365 novas possibilidades não devemos deixar esse novo livro cair na história da Cinderela, em que a magia acaba à meia noite. Manter esse ânimo para colocar em prática o que foi prometido com tanta veemência. Em paralelo a tantos planos, para Carl Rogers, famoso psicólogo estadunidense, ter uma vida plena não é ser imutável, ter uma identidade fixa, mas sim acompanhar as nuances da vida, ser aberto a possibilidades e viver o momento pois a vida é instantânea e está sempre em movimento. Na opinião dele, preconceber um roteiro de vida, como um esquema sistemático para o ano todo, impede a total fluidez do ser, pois ao seguir esse roteiro, deixamos de lado os impulsos, as emoções surpreendentes e outras diversas opções.
Já dizia o poeta espanhol António Machado: caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar. A vida é um trajeto de infinitas possibilidades, como um labirinto, que tem vários caminhos, erros e acertos, um processo de amadurecimento e transformação que só para ao chegar à saída.
REFERENCIAS
Disponível em: < https://www.google.com/amp/s/oglobo.globo.com/cultura/saiba-como-ano-novo-mexe-com-seu-cerebro-22239709%3fversao=amp > Acesso em: 10 Jan. 2019
Disponível em < https://www.google.com/amp/s/cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br/uol_amp/2016/12/30/ano-novo-vida-nova-a-psicologia-da-virada-do-ano/ > Acesso em: 10 Jan. 2019