Bebida alcoólica na gravidez: quais as consequências?

O Transtorno do Espectro Alcóolica Fetal – TEAF é uma doença congênita (de nascimento) provocada pelo consumo de bebida alcoólica na gravidez e causa alterações no sistema nervoso central, sendo a principal causa de deficiência intelectual e de anomalias congênitas não hereditárias em crianças. Por essa razão, representa um grande problema de saúde pública.

Quando ingerido pela gestante, o álcool cruza a placenta e penetra no feto diretamente pelo cordão umbilical. Em cerca de uma hora, a taxa de álcool no sangue do feto é a mesma encontrada no sangue da mãe.

Alguns sintomas que podem estar presentes em maior ou menor grau são: baixo peso ao nascer, microcefalia, falha de crescimento (baixa estatura e peso), deformação facial, deformidades do esqueleto e dos membros, malformações em órgãos como coração e rins, distúrbio de visão, má coordenação, má-nutrição, perda de audição, deficiência intelectual, problemas na fala e fenda palatina ou labial.

Fonte: encurtador.com.br/xFW02

A síndrome é irreversível. O tratamento precoce pode ajudar a reduzir alguns sintomas. Como não se conhece a quantidade de álcool que pode provocar o TEAF – Transtorno do Espectro Alcoólica Fetal, a abstinência é a única forma de prevenção. Entre os sintomas cognitivos e neurológicos dessa síndrome, podem-se destacar: dificuldades de concentração, memória e aprendizado; limitações de coordenação motora e de equilíbrio; impulsividade; dificuldade de habilidade na solução de problemas e no entendimento de consequências.

Ao longo da vida, os indivíduos que nasceram com síndrome alcoólica fetal podem apresentar uma série de dificuldades dentre elas estão, tendência ao abuso de álcool e de outras drogas; agressividade; depressão, ansiedade e hiperatividade; disfunções sexuais; anorexia e outros distúrbios alimentares; dificuldade de julgamento e distinção entre certo e errado; baixo desempenho escolar; habilidades cognitivas prejudicadas no geral; aumento no risco de suicídio, morte precoce, como consequência de acidentes ou devido a suicídio.

Fonte: encurtador.com.br/cuU79

Não há um exame específico que detecta essa síndrome, o diagnóstico é clínico, a criança apresenta traços faciais sindrômicos característicos que podem ajudar no diagnóstico, mas estudos apontam que a maioria das crianças que têm SAF não possuem as características morfológicas clássicas e isso dificulta muito o diagnóstico, que muitas vezes passa despercebido, ou é confundido com outras condições até a fase adulta.

Para as mulheres que são dependentes de bebida alcoólica e/ou outras substâncias psicoativas, é interessante procurar os Centros de Atenção Psicossocial – CAps, lá são prestados serviços de saúde e poderá ajudá-las a encontrar a melhor estratégia para que possa ter uma gravidez mais segura tanto para a mãe, como também para a saúde do bebê.

Estudos não mostram até o momento qual é a dose segura para evitar essa síndrome, logo, é importante que a gestante não ingira bebida alcoólica em nenhum período gestacional. Se houver dúvida sobre estar grávida, faça o teste de gravidez, e caso você aprecie uma bebida opte por bebidas sem graduação alcoólica.

Autoras: Márcia Mascarenhas Grise e Ana Paula De Lima Silva