A sociedade contemporânea está habituada a identificar sinais grotescos e agressivos de distúrbios mentais e problemas psicológicos. Automutilação, ingestão demasiada de remédios, desânimo excessivo são as “condições” mais comumente associadas a presença de problemas mentais.
Porém, existem sinais sutis – ou não – de que o indivíduo vem enfrentando fortes batalhas internas e que, muitas vezes, sequer possuem conhecimento de sua existência.
Obviamente estes sinais não são exclusivos de uma peculiaridade psicológica. Por exemplo, a obesidade que possui grandes fatores genéticos que, acompanhados de uma mente cheia de traumas, pode agravar a condição física do indivíduo.
A compulsividade alimentícia é sempre associada há algum distúrbio, mas também pode ter conexão com algum trauma, uma experiência agonizante que levou o sujeito a buscar refúgio e compensação no alimento.
Além da obesidade, a calvície é uma outra condição sutil que pode trazer mais que uma condição genética no seu desenvolvimento. Uma pessoa depressiva, que ignora os cuidados básicos de higiene, por nítida ausência de interesse com o autocuidado, agrava a perda de cabelos.
Mas, não são somente condições genéticas que escondem a presença de problemas psicológicos, muitas vezes estados emocionais intensos passam desapercebidos pelos olhos desatentos da grande massa, porém, em alguns casos, os ombros caídos e rosto maltratado vão além de um dia intenso e exaustivo de trabalho.
As marcas de choro copioso, nem sempre estão ligadas ao luto, término, perda. O sorriso também tem se tornado um grande “ofuscador” de problemas, posto que algumas pessoas desenvolveram a capacidade de utilizá-lo com maestria para esconder a dor que carrega consigo.
Tem se tornado cada vez mais crescente aquelas pessoas que não pertencem a nenhum grupo social, comumente denominados de “excluídos”, estes, de tanto sofrerem, criaram mecanismos de defesa psicológica, onde entendem que a ausência de relacionamentos resulta na ausência de sofrimento. A indiferença é sua arma principal.
Os traumas muitas vezes dão sinais sutis e pouco perceptíveis, mas estão todos lá, alguns em grande escala, outros impossíveis de serem “identificados a olho nu”, mas é sempre importante ter em mente que o corpo fala.
Nosso corpo é dotado de mecanismos orgânicos e extremamente avançados que nos apresentam os indícios de perturbação física e psicológica.
Infelizmente, alguns desses sinais foram ignorados, outros tidos como fraqueza e tantos outros como virtudes, o que, ao logo dos anos se tornou difícil não só para desconstituição de sua imagem, mas também o tratamento coletivo.
Comportamentos destoantes da vida em sociedade, que remontam a selvageria de outrora dos instintos indomados, atreladas à instabilidade psicológica resulta em estados mentais peculiares e perigosos. A criação de mecanismos agressivos de defesa, por exemplo, é, muitas vezes, uma resposta comportamental a algum abuso psicológico sofrido pelo agressor.
Isto posto, deve sempre se buscar uma conexão entre corpo e mente, sempre para que possa ser possível compreender os sinais e buscar, o quanto antes, o tratamento adequado, seja físico ou psicológico.