O curso superior e seus desafios

Ingressar numa instituição de ensino superior é algo que gera muita expectativa para as pessoas que sonham em construir uma vida profissional ou obter uma melhor qualidade de vida. Porém o “êxtase” que as instituições de ensino superior demonstram ao iniciar um curso acaba por gerar uma “falsa expectativa”, que posteriormente se torna na realidade um processo de amadurecimento acompanhado de frustrações diante a real realidade (PEREZ; BRUN; RODRIGUES, 2019, p. 363).

A alegria de completar o curso em 4 ou 5 anos se torna a realidade dos 6, 7 ou mais anos que perduram cada vez mais a depender do estado físico, emocional, pessoal, financeiro e mental de cada um. Com a vivência acadêmicas passa a ser percebido pelos estudantes que não apenas a estabilidade financeira é necessária para conclusão do curso, mas também o desenvolvimento de um bom relacionamento interpessoal, habilidade sociais para trabalhos em grupo e adaptação a diversas situações e dificuldades, o que torna essa jornada um momento potencializador de desenvolvimento humano (CRISTO et al, 2019, p.487 e 488).

Embora potencializadora de amadurecimento, a jornada acadêmica traz consigo também dificuldades a serem enfrentadas, que podem decorrer em vivências negativas que ocasionam vários fatores, dentre estes, baixo desempenho, desistência, troca de curso etc., mas, o oposto também pode ocorrer também em demais casos, podendo ser alçado daí por diante um crescimento pessoal e profissional significativo durante o percurso. Nos dias atuais, as dificuldades de conciliar trabalho, os papéis sociais, a vida pessoal, as dificuldades financeiras e tantas outras variáveis dificultam e vão de encontro aos motivos que prejudicam a saúde mental de estudantes universitários.

Fonte: encurtador.com.br/joLS6

Não podemos deixar de mencionar no que tange a esse mundo acadêmico que muitos estudantes moram sozinhos e, devido à carga pesada da diminuição do contato familiar, autocobrança, a relação de hierarquia que há entre professores e alunos, os pesados fardos de aprendizagem, bem como o excesso de trabalho, os leva a um processo de adoecimento psicológico como ansiedade, depressão, uso ou abuso de álcool e outras drogas, ou mesmo, a ideação suicida.  Tudo isso está relacionado às pressões do mercado de trabalho sob o contexto histórico, político, social e cultural que vivemos (PEREZ; BRUN; RODRIGUES, 2019, p. 361).

Atrelados a esses fatores, o cotidiano dos alunos do ensino superior é caracterizado por uma variedade de exigências de uma típica vida acadêmica que acarretam estresse, cansaço físico e danos à saúde mental, prejudicando imensuravelmente o rendimento acadêmico, e ocasionando o esgotamento decorrente de toda uma pressão recebida, seja dos pais, do trabalho e da faculdade acumulados (PEREZ; BRUN; RODRIGUES, 2019, p. 363).

Apesar dos cenários e contextos do ensino superior com variáveis e situações estressoras que dificultam o processo de aprendizado e de vida dessa classe estudantil, algumas instituições de ensino já  adotam um sistema que  acolhe os acadêmicos, oferecendo espaços de escuta psicológica que contribuem com o início de um processo terapêutico para acadêmicos tanto em fase de adoecimento ou adoecidos, ou com um espaço para orientação profissional (PEREZ; BRUN; RODRIGUES, 2019, p. 364). Essa prática visa respaldar os discentes dentro e fora desse ambiente, contribuindo de forma bastante significativa na sua formação.

REFERÊNCIAS

PEREZ, K.V., BRUN, L.G., RODRIGUES, C.M.L. Saúde mental no contexto universitário: Desafios e práticas, 2019. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/8093/16182>. Acesso em 08/11/2010.

CRISTO, F. et al. O ensino superior e suas exigências: Consequências na saúde mental dos graduandos, 2019. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/7447/16189>. Acesso em 08/11/2010.