Steve-jobs

O ditador da normalidade

Esse ano foi marcado com a morte de Steve Jobs. O idealizador da Apple indubitavelmente, mesmo que sem querer, redefiniu as tecnologias da comunicação, agora para se obter status tem ter um “i”. Os “i”s de Jobs utilizam a desterritorialização a seu favor, criando não-lugares e interação entre pessoas distantes e distintas.

Jobs, quando voltou para Apple, depois de ser expulso e retornar triunfantemente, afirmou que sua empresa não mais faria pesquisa de mercado e sim ditaria a sociedade o que ela quer comprar. Por mais presunçoso que possa parecer essa declaração, deu certo, a Apple se tornou a maior ditadora de tendências tecnológicas de nosso tempo.

Mas qual seria a real necessidade de ser ter um pad? Até os próprios especialistas em tecnologia admitem que essa plataforma é um tanto quando redundante, apesar de convergente, pois se tem diversos outros “i”s dentro de um só lugar, pode-se até dizer que o iPad gera não-lugares para as tecnologias e não apenas para as pessoas. Então para que um pad, um PC, um celular? Justamente pela necessidade de consumo criada em nós por esse gênio tirano chamado Jobs.

A telefonia móvel, em suas mais diferentes formas, principalmente na figura da internet, já é uma constante na vida do ser social pós-moderno. Fica até difícil imaginar nossa sociedade sem todos os iPads, iPhones, iMacs, mas se pararmos para pensar em toda necessidade de consumo gerada por essas tecnologias pode parecer um tanto quanto louco.

É igualmente louco pensar em uma sociedade que se dedica de uma forma exaustiva ao trabalho. E assim era Steve Jobs, tão dedicado a sua empresa e ao sucesso profissional que carregava até no nome a sua obsessão, job do inglês significa trabalho.

Contudo é deveras complexo conceituar loucura em uma sociedade mutável, móvel e líquida. O que é normal? Muitos, mesmo que empiricamente, afirmam que o comportamento da maioria pode ser julgado como normal então, essa necessidade de consumo a qual domina essa sociedade, pode ser considerado um comportamento dito normal.


Nota: o texto é resultado de uma atividade da disciplina de Produção Jornalística II – Revista do curso de Jornalismo do CEULP/ULBRA