Olhando retrospectivamente – Técnica criativa para ajudar na regulação das emoções

Trago hoje aqui o descritivo e a explicação de uma técnica de regulação emocional extraída do livro “Não acredite em tudo o que você sente” de Robert L. Leahy, que têm por principal objetivo proporcionar ao leitor discernimento e direção em relação às emoções, e perceber o panorama mais amplo da vida na hora de lidar com emoções difíceis.

  Todas as técnicas do livro são de uma combinação de abordagem cognitivo-comportamental e terapia do esquema emocional, e ajudam o leitor a explorar suas crenças pessoais sobre as emoções, e determinar se estas crenças são úteis ou prejudiciais para os seus objetivos de vida. 

A Terapia Cognitivo – Comportamental foi desenvolvida por Aaron Beck no início dos anos 60, o qual começou a perceber na sua rotina como psiquiatra que os tratamentos até então vigentes para a depressão não eram tão eficazes. Depois de ver o sucesso do tratamento psicoterápico para os pacientes com depressão, passou a expandir e utilizar técnicas similares para tratar outras doenças como ansiedade e transtornos de personalidade. Resumidamente explicando, a abordagem explora os pensamentos numa visão de que, ao invés de tentar tratar os sintomas desses pacientes, ele deveria tratar o pensamento distorcido. A TCC, como é conhecida, evita ficar revivendo traumas passados e problemas na infância. Ela foca em que o paciente entenda como o seu passado afeta seus pensamentos e atitudes.

Fonte: encurtador.com.br/fqvB8

 

Ela funciona transformando o padrão de pensamentos negativos, em pensamentos mais saudáveis, que resultam em comportamentos positivos, não necessariamente necessitando que uma pessoa descubra porque aquele padrão de pensamento negativo existe. Ao invés disso, ela ensina a reconhecer e entender o processo cognitivo, impedindo que esses pensamentos se formem.

Já a Terapia do Esquema (TE) desenvolvida por Jeffrey Young em 1990, é uma abordagem integrativa, sistemática e estruturada. Seu início foi como uma extensão da Terapia Cognitiva para o tratamento de transtornos de personalidade, mas desde então desenvolveu uma identidade própria, a qual busca atender padrões mal adaptativos complexos de longa duração e dá maior consideração a fatores atuantes na infância.

Fonte: encurtador.com.br/sEGH4

 Uma maior ênfase é dada na utilização de técnicas de imagens, vivenciais e interpessoais. Essas técnicas permitem a abordagem de aspectos emocionais e de mais difícil acesso. Outra distinção é a visão da relação terapêutica como instrumento de mudança, através da utilização de estratégias de reparentalização limitada e de confrontação empática.

      No capítulo 9, onde é utilizada uma destas técnicas, traz a seguinte pergunta: O que é importante para mim? O nome da técnica é Olhando Respectivamente, e traz perguntas profundas e importantes para o leitor refletir sobre a forma como ele está deixando as emoções controlarem suas atitudes, de forma que muitas vezes num panorama mais amplo de vida, certas coisas não são tão importantes, mas quando não há essa reflexão, as pessoas tendem a simplesmente reagir às emoções ou às situações, sem levar em conta o que realmente importa. 

Muitas vezes somos levados pela emoção do momento, e pensamos de forma muito imediatista. Essa técnica traz à tona os valores pelos quais a pessoa gostaria de viver, e se suas atitudes estão sendo condizentes com estes valores.

E se você se deparasse com o seu próprio funeral? O que as pessoas diriam sobre você? E porque isso é importante?

Fonte: encurtador.com.br/tBGIN

 

Além disso, depois de refletida esta parte, o que você pode fazer esta semana que esteja alinhado com estes valores?

Aqui inclusive penso que até caberia levar o leitor a se questionar o que você poderia deixar de fazer que não agrega e não vai em direção a estes valores importantes citados na primeira resposta.

Esta técnica trabalha com aspectos principalmente afetivos (emoções) e suprarracionais (trabalha com a imaginação e intuição, fazendo um relaxamento e o uso da fantasia para imaginar um tempo futuro), e em menor grau com aspectos cognitivos (quando posteriormente a pessoa fizer suas conclusões no final do exercício) e também físicos, pois o participante é orientado a relaxar fisicamente enquanto escuta uma música suave de fundo para melhor aproveitamento da técnica. 

REFERÊNCIAS:

LEAHY, Robert. Não acredite em tudo o que você sente, Artmed, 1ª Ed., 2020.

AARON Beck – Quem é o criador da Terapia Cognitivo Comportamental, IPTC, 2021. Disponível em: < https://iptc.net.br/aaron-beck/ >. Acesso em 23 de out. de 2021.

O que é a Terapia do Esquema, IPTC, 2021. Disponível em: <https://iptc.net.br/o-que-e-a-terapia-do-esquema/>. Acesso em 23 de out. de 2021.