Os seres humanos sempre foram apegados à ideia de uma entidade superior que tem o poder sobre todas as coisas. Para os cristãos, esta figura é representada por Deus, para os budistas, Buda ocupa este posto, assim como tantas outras religiões possuem os seus deuses, no caso do politeísmo.
Mas uma coisa que é comum entre todas as religiões é a crença de que for feito um pedido para a entidade suprema, ela irá responder, caso tenha fé para tal. No cristianismo, por exemplo, é possível encontrar diversas passagens que afirmam que uma pessoa que tenha fé verdadeira poderá alcançar tudo o que desejar (inclusive mover montanhas).
A partir do avanço científico, alguns eventos naturais antes atribuídos a divindades, foram sendo estudados e compreendidos, como o exemplo de Zeus e seus poderosos raios. A ciência comprovou através de diversos estudos que o universo é regrado por leis universais que regem, harmonicamente (ou catastroficamente, a depender do ponto de vista), tudo que existe.
Outro campo científico que ganhou destaque foi o psíquico, com estudiosos de todo o mundo que dedicaram suas vidas para criar um extremo arsenal de informações que possam vir a contribuir para o bom desenvolvimento da mente humana.
Um dos nomes mais conhecidos é Carl Gustav Jung, autor de diversos livros e fundador da psicologia analítica. Jung debruçou sobre quase todos os temas relevantes da vida social, e, dentre eles, dedicou-se ao que veio a chamar de Sincronicidade. Mas o que é a sincronicidade e por quê ela possui alguma relevância no cotidiano das pessoas? Porquê Jung dedicou uma obra literária inteira para discutir sobre esse tema.
A bem da verdade é que esse tema é bastante delicado para algumas pessoas que são mais céticas com os acontecimentos de ordem natural que não creem que existam “forças invisíveis” operando para a construção de determinados eventos.
A sincronicidade pode ser conceituada como a conexão não aparente entre eventos ligados pelo significado, ou seja, o acaso. Outras expressões que podem ser utilizadas para definir a sincronicidade são a coincidência significativa e simultaneidade.
Para se ter uma noção mais completa, faz-se necessário observar a dinâmica da Lei da Causalidade da natureza, todo evento teve um ato precursor que resultou no seu acontecimento. A causalidade é regida em diversos setores, inclusive na ciência jurídica para justificar uma acusação ou condenação é necessária o nexo de causalidade (os eventos precisam estar conectados) para que possam ser compreendidos e, dessa forma, analisados.
A sincronicidade lida com uma conexão não aparente de eventos, com a coincidência das questões, e, por isso, muitas vezes não é levada em consideração. Um exemplo corriqueiro que pode ser dito são os números, ao se deparar com o número 9 em determinada ocasião ele poderá ser revisto diversas vezes no decorrer do dia seja em revistas, mercados, livros, relógios, conversas, e, lá no seu inconsciente ficará gravado a conexão entre o primeiro número 9 e os demais.
Muitos estendem essas “não coincidências” em para um aspecto de significação de um desejo ou concretização de um pedido, por exemplo, uma pessoa fiel à Lei da Atração vive em buscas de sinais no seu cotidiano para afirmar se aquilo que está desejando será concretizado.
O exemplo mais recente que pode ser citado sobre isso é a da subcelebridade Paulinha, ex-participante do Reality Show Big Brother Brasil – BBB, que já obteve mais de 50 (cinquenta) vitórias em jogos de loteria, seja acertando todos os números ou recebendo prêmios menores.
Mas como funciona tal “comunicação” universal? Como citado, existem certas situações que ocorrem durante o cotidiano que apresentam uma série de repetições que, normalmente, são tidas como coincidências pela maior parte das pessoas. Para alguém, entretanto, que possui o conhecimento sobre sincronicidade, tal situação possui mais significado e pode trazer diversos benefícios para o indivíduo que saiba como lhe utilizar.
É claro que para muitos, mesmo tendo pessoas de grande intelecto abordando esse tema, tudo isso não passará de charlatanismo e oportunismo, mas uma coisa é impossível de ser negada, as coincidências estão e estarão presentes na vida de todos, mesmo que não se creia em tais acontecimentos.
REFERÊNCIAS
JUNG, Carl Gustav. Sincronicidade. 13ª Ed. Tradução PE. Dom Mateus Ramalho Rocha. Editora Vozes. Petrópolis. 2005.
HOPCKE, Robert H. Sincronicidade ou por que nada é por caso. Tradução de Lygia Itiberê da Cunha. Rio de Janeiro. Record. Nova Era. 1999.