Mayra de Andrade trabalha há 6 anos no Cozinha Brasil e vê avanços nos hábitos da população – Foto: Paulo André Borges
Já comum na Europa e em parte dos EUA, a preocupação com a qualidade e o valor nutritivo dos alimentos também vem ganhando espaço no Brasil. Este cenário é reforçado pelo movimento “fitness”, que extrapolou o ambiente das academias e, por uma questão de saúde pública, acaba por gerar o interesse de diferentes pessoas, de todos os perfis.
A mudança de hábitos, no entanto, ocorre de forma lenta. É necessário educar, informar e dar as condições adequadas para que se mude, aos poucos, os costumes alimentares. E é isso que o Programa “Cozinha Brasil”, do SESI – Serviço Social da Indústria, vem fazendo há alguns anos.
Por contar com uma ampla rede de apoio e estar presente em todos os estados brasileiros, o Sesi oferece cursos de curta e média duração, todos gratuitamente, com foco no ensino da prática de uma alimentação nutritiva e saudável, com baixo custo. “Há também uma preocupação em respeitar as diferenças regionais, além de se observar os produtos mais adequados para cada circunstância”, diz a nutricionista do Sesi-DF, Mayra de Andrade Magalhães, que apresentou várias oficinas durante a IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, em Brasília.
De acordo com Mayra, é crescente a quantidade de pessoas que estão percebendo a relação direta da manutenção da saúde com uma alimentação de qualidade. “Muitas doenças não transmissíveis podem ser evitadas através de uma boa alimentação”, diz a nutricionista. E a pedagoga Maria Aparecida da Silveira Lemos, uma das participantes de uma das oficinas da manhã desta sexta, 14, procurou ver o impacto da alimentação nas pessoas que têm doenças crônicas, que é o seu caso (ela convive com diabetes). “Foi interessante porque percebi que mudanças simples, no dia a dia, como escolher o alimento pelo valor nutritivo, faz uma grande diferença. Além disso, é possível fazer muita coisa com alto valor nutritivo utilizando-se de produtos que encontramos com facilidade em casa. Ou seja, não é preciso ir muito longe para comer bem”, pontuou.
De acordo com Mayra de Andrade, a procura pelas oficinas está sendo grande, e as pessoas são bastante curiosas sobretudo em relação aos benefícios de uma boa alimentação para a manutenção da saúde e da qualidade de vida. “Há também uma abordagem em relação ao aproveitamento total dos alimentos, para que se evite desperdícios, além de se preocupar em preservar o sabor e os nutrientes dos alimentos”, disse.
Os interessados em convidar o programa “Cozinha Brasil” para desenvolver cursos em escolas, Unidades de Saúde e outros ambientes, basta entrar em contato com o Sesi de seu estado. Mais informações também podem ser acessadas no sitehttp://www.portaldaindustria.com.br/sesi/canal/canalcozinhabrasil/ .
No final de casa oficina, Mayara recebe o carinho dos participantes: “todos acabam querendo fazer uma foto”, diz. Foto: Paulo André Borges
São duas modalidades do Curso de Educação Alimentar e Nutricional:
Curso básico de 10 horas – Durante as aulas, que são oferecidas nas unidades móveis ou fixas do Cozinha Brasil, os alunos recebem treinamento teórico e prático e aprendem, passo a passo, preparações básicas que rendem refeições nutritivas, econômicas e saborosas.
Voltado para a população, as turmas desse curso são formadas por donas de casa, idosos, trabalhadores da indústria e do comércio, autônomos e jovens estudantes que auxiliam as mães ou família na produção das refeições domésticas.
Ao final do curso, todos os alunos com presença em 75% das aulas recebem certificado de participação.
Curso de média duração – Essa modalidade capacita pessoas que têm alguma liderança local, para que possam repassar os conhecimentos adquiridos e multiplicar o alcance do Cozinha Brasil. São ensinadas diversas preparações básicas que rendem inúmeras receitas nutritivas.
Participam líderes comunitários, cozinheiras de restaurantes, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, nutricionistas e técnicos em nutrição, agentes de saúde e profissionais da educação, (professores, diretores de escolas, merendeiras entre outros), profissionais de asilos e creches e estudantes universitários.
Ao final do curso, todos os alunos com 75% de presença nas aulas recebem certificado de participação. (Com informações do site do Sesi)