No dia 4 de novembro de 2021, às 19h, aconteceu o minicurso “Isolamento, distanciamento e impactos psicossociais – Violência doméstica e familiar na Covid-19: Realidade do município de Palmas-TO” que contou com a participação da psicóloga Fernanda Barreiro Brito e que foi mediado pela acadêmica do Ceulp/Ulbra Maria Isadora Dama Silva. A profissional possui experiência na área de acolhimento institucional e atualmente atua no Centro de Referência da Mulher Flor de Lis, onde as mulheres vítimas de violência são acolhidas e recebem orientação jurídica, atendimento psicológico e social.
Inicialmente, foi feita uma breve discussão acerca de gênero, papéis sociais e desigualdades entre homens e mulheres. A convidada destacou que a pandemia atingiu a todos, porém de forma desigual a depender dos marcadores sociais como gênero, cor da pele, etnia, faixa etária, renda e estrato social. Assim, pode-se dizer que mulheres em situação de violência doméstica também foram atingidas pela pandemia conforme as suas particularidades.
Além disso, com relação à violência doméstica, foi destacada que a atuação da rede se mostra necessária, com ações articuladas, com novas ferramentas estratégicas, ofertando serviços padronizados e que proporcionem segurança e confiança da mulher em buscar ajuda para romper com as violências sofridas.
Ao fazer uma análise dos dados, observa-se que o número de casos de violência contra a mulher obteve um pequeno aumento entre os anos de 2019 e 2020. A convidada destaca que os dados trazidos foram apenas do Centro de Referência da Mulher Flor de Lis, não podendo afirmar que se trata de uma realidade geral do município de Palmas-TO por existirem outras portas de entrada (serviços da saúde, assistência social, segurança pública, dentre outras) que as mulheres em situação de violência podem buscar. Dessa forma, é necessário maiores pesquisas e análises acerca dos dados do município para que se obtenha uma perspectiva mais geral dessa realidade.
Ao final do minicurso, alguns acadêmicos discutiram com a psicóloga sobre experiências próprias, alguns marcadores sociais que transpassam a violência contra a mulher e descontentamentos acerca dessa realidade que atinge muitas mulheres. A convidada destacou que a violência acontece na maioria das vezes no âmbito privado e que todos nós devemos estar atentos aos relatos de mulheres para termos uma postura mais acolhedora e lutar contra o machismo estrutural presente na sociedade.