Caos 2022 – Como a redução da carga horária pode promover a saúde mental

De 21 a 26 de novembro de 2022, o Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP) realizará o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), que abordará a temática de saúde mental no trabalho, abordando temas como o trabalho plataformizado e a devastação dos sujeitos, uberização do trabalho, a saúde mental dos profissionais que atuam com o foco na violência, trabalho autorrealização e sofrimento, dentre outros temas e atividades.

No dia 24/11 iniciando às 09h00min horas da manhã o Psicologia em debate especial, abordará como a redução da carga horária pode promover a saúde mental, sendo apresentado pela acadêmica de psicologia, Naiane Ribeiro de Oliveira Silva.

Na atualidade temos um modelo de trabalho instituído e que abarca a maior parcela da população, onde o trabalhador empenha suas manhãs e tardes inteiras no seu ambiente de trabalho, desde as primeiras horas do seu dia entra em contato com diversos tipos de demandas, cobranças e exigências de altos níveis de produtividade, em algumas organizações é possível encontrar energético a livre demanda para uso dos funcionários com objetivo de que estas pessoas sejam as mais produtivas possíveis.

Entretanto, quando se trata de saúde mental é sabido que esta depende de diversos fatores, como boa alimentação, atividade física, boas relações interpessoais, uma boa capacidade de lidar com as próprias emoções, entre outros fatores. Para que o indivíduo possua todas essas coisas, é necessário que ele tenha tempo para executar e desenvolver habilidades como inteligência emocional. O que atualmente não é possível devido à carga horária tão exigente que os trabalhadores enfrentam todos os dias.

Em nossa sociedade vivemos diversos níveis de desigualdade social, onde poucos têm muitos bens, e muitos têm pouco, para que aqueles que vivem muitas vezes às margens da sociedade tenham acesso ao alimento, a saneamento básico, eletricidade, e as suas demais necessidades precisam se expor a duplas jornadas de trabalho. Deixando assim o tempo que estes dispõem para suas demais atividades, para suas famílias, para seus entes queridos ou até mesmo para seus hobbies, cada vez mais reduzidos. 

 No extremo ativismo não há lugar para as demandas pessoais, para realização pessoal, empatia, autocuidado, ou até mesmo validação dos próprios sentimentos e emoções, o que torna o trabalho fonte de adoecimento por privação das demais necessidades dos indivíduos. Faz-se necessário olhar para a dinâmica de trabalho com um olhar crítico, que não vise tão somente o capital, mas que valorize o raspador e sua saúde.

Segundo o levantamento da International Stress Management Association (ISMA) o Brasil é segundo colocado em casos de Burnout, atrás apenas do Japão, a síndrome de Burnout é em grande maioria dos casos ligada ao estresse no trabalho, e é caracterizada como um esgotamento tanto físico quanto mental. Homens e mulheres expostos a trabalho excessivo e com grandes cargas de estresse que entram em sofrimento por demandas de trabalho.

A diminuição da carga horária seria uma saída para esta população que não tem mais tempo para ser e estar em outras realidades da sua vida, quando se fala de reduzir a carga horária, estamos falando de dar qualidade de vida, de promover que o trabalhador ainda tenha energia para ser também um bom pai é uma boa mãe, e ter mais tempo de realizar outros sonhos, mas também para as organizações ter funcionários menos cansados pode ser um grande ganho de produtividade.

A Sociedade está acostumada a viver a dinâmica do “mais trabalho”, que só busca a todo tempo, mais e mais produtividade e mais tempo de trabalho, precisamos olhar mais para as relações de trabalho, para a saúde do trabalhador, física e mental, compreender também as suas relações interpessoais como meios de promoção de saúde. É necessário nos desenvolvermos enquanto sociedade, porém esse desenvolvimento precisa passar também por um olhar mais atento por estes homens e mulheres que são a força do desenvolvimento das nossas realidades cotidianas.

Esta temática aprofundada e muitos outros temas relacionados ao trabalho e a saúde mental serão abordados no CAOS 2022.