O Velho e o Mar

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O livro  “O Velho e o Mar”, escrito em 1952 por Ernest Hemingway, narra, em 124 páginas, a história do pescador Santiago, que, após 84 dias sem pescar, fisga um peixe gigante e luta para conseguir pescá-lo. Apesar da simplicidade da história, a obra trata um profundo estudo sobre a condição humana, explorando temas como amizade, velhice e vulnerabilidade social através da jornada do protagonista.

Santiago é um homem viúvo que vive sozinho em condições de extrema vulnerabilidade em Cuba. Após um longo período sem pegar nenhum peixe, ele vai, esperançoso, a mais uma jornada de pesca, ocasião em que narra os seus pensamentos e fala sozinho, afastando uma possível monotonia de um livro composto por, basicamente, apenas um personagem humano, que permanece em solidão na maior parte do livro. 

O personagem principal possui uma amizade com o jovem Manolin, que é um dos pontos mais tocantes da história, haja vista que o menino, que aprendeu a pescar com o seu velho amigo, já não pode pescar com ele por ordens dos pais, mas continua a visitá-lo, a trazer-lhe comida e a cuidar dele. Essa relação vai além de um simples laço de afeto, pois mostra  a possibilidade da amizade entre gerações e representa validação, apoio e cuidado.

Destaca-se que a velhice de Santiago retratada na história vai além de uma característica física, mas é aprofundada para um estado mental e existencial. Ele não apenas luta contra o peixe, mas também contra a percepção de que a idade o tornou obsoleto. A jornada no mar é uma tentativa de reafirmar sua identidade e dignidade como pescador.

Atualmente, principalmente na cultura ocidental, há uma negação do  envelhecimento e da maturidade, em contrapartida, a busca por produtividade e uma veneração à juventude eterna viraram sinônimos de autocuidado. Não nos é permitido descansar, encerrar carreiras, nos aposentar e ficar sem fazer nada. A história de Santiago traz uma reflexão.

Por fim, é importante ressaltar a vulnerabilidade física de Santiago, evidenciada na forma como ele luta contra o peixe, que o leva ao limite de sua resistência física, suas mãos são feridas, o cansaço e a evidente vulnerabilidade social retratada pelo estado de fome que o personagem vivencia e tenta esconder. No final do livro, a derrota do personagem o humaniza e sua jornada de pesca é uma metáfora para a própria vida, em que a dignidade não está no sucesso final, mas na maneira como se enfrenta a luta.

Ficha Técnica:

Título Completo: O Velho e o Mar

Autor: Enest Hemingway

Data de Publicação: 1952

Gênero: Romance

Tradução: Fernando de Castro Ferro

Editora: Bertrand Brasil LTDA

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Bacharel em Direito (PUC-GO/2008) Acadêmica de Psicologia.

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