“Você é espetacular”!!!
Foi o que eu disse a mim mesmo enquanto observava o meu próprio reflexo naquela moldura grande sobre a penteadeira (improvisada por uma mesinha de centro). Comecei a recitar galanteios para aquele perfil que eu via… E logo pensei: se soubesse desenhar essa obra teria um valor (preço) impagável, Picasso perderia feio nessa disputa, sorte a dele. Percebi naquele momento que a beleza não tem forma nem cor: comecei a gostar de minha pele amarela e as sardinhas marrons que a enfeita; dos meus cabelos castanhos escuros e ondulados e até as cicatrizes adquiridas nas travessuras de criança ganharam seu encanto.
Sabe aquela coisa de deixar as unhas compridas e usar saltos altos da moda? Deixei pra lá, meus pés de gazela de nº.35, mas em todos os números somos belas, agora se mostram quase nus em um par de rasteirinhas e já tem ganhados muitos fãs. Putz!! Nem sabia que pés também eram fetiches.
Outro dia, depois desse que eu me apaixonei por mim, ia passando numa calçada qualquer, desfilando meus traços e percebi cantadas e assovios vindas de admiradores. Nem me importei, quando a gente gosta da gente mesma percebe-se que elogios precisam ser sinceros para realmente surtir um efeito. É claro que eu dei um risinho para os rapazes, autoestima elevada não significa falta de educação ou descortesia.
Ouço declarações de que isso é egoísmo, mas os otimistas afirmam que isso é amor próprio. A Bíblia diz que devemos amar o próximo como a nós mesmo, então eu concluí que o amor ao outro começa em mim. E foi assim que esse amor surgiu e aflora a cada manhã quando me deparo de frente ao espelho.
Experimente!
Belle Atikum