Esses dias me falaram que eu estou me tornando aquele tipo de gente que eu criticava. Quando retruquei com um “hããã??” responderam “sim, aquelas pessoas do último período da faculdade”. Vejo da seguinte forma: Graças a Deus me tornei uma pessoa crítica. E tenho ficado indignada, com raiva e ao mesmo tempo, entristecida com a atitude de algumas pessoas, principalmente colegas que estão no último período ou ano do curso. Eu sei que a gente não deve ser psicólogo em todas as nossas relações (e nem dá né), mas o curso muda a nossa forma de ver o mundo, de tratar as pessoas (ou pelo menos deveria).
O amadurecimento que o curso proporciona não é só teórico e profissional, mas também é pessoal. É muito triste ver um psicólogo em formação com tanta maldade no coração. É lamentável ver, ouvir e saber que o coleguinha estava falando mal sobre o orientador e/ou supervisor ou que seja somente dos professores. Lamentável escutar coisas do tipo “estou pagando pra me servirem” ou com essa conotação. Na verdade, em relação a supervisor e orientador acho que há uma confusão muito grande sobre o que cabe a cada um. E no geral, eu sempre ouvi falar sobre a autonomia do aluno (e acho o máximo). Discordo da ideia de que “se paga pra que o professor te sirva”. É como se você afirmasse que precisa do professor pra segurar a sua mãozinha e te guiar durante todo o caminho. Como se você afirmasse que não consegue fazer nada sozinho.
Durante esse processo fiquei furiosa, chorei dias (e quem me conhece sabe que chorei por dias real oficial) seja pela derrota que senti no TCC1, seja pelas injustiças nos estágios. Eu chamei minha banca de falsianes, falei que ia pisar na cara deles – e de certa maneira, fiz isso quando aprimorei o meu trabalho com base nas considerações deles! O que eu nunca fiz foi sair denegrindo a imagem ou ser maldosa e por vezes cruel ao me referir à eles. Pelo contrário: não poderia ter acontecido da melhor maneira. Todos professores (até vocês sabem quem), Orientadora, Superviores nos estágios e a minha banca me permitiram voar. Como diz meu querido supervisor “vocês podem mais do que não podem, desde que estejam amparados teoricamente”. Talvez o que falta é segurança e assumir a fraqueza, pois se torna mais fácil quando culpabilizamos os nossos erros naqueles que “deveriam nos ensinar”.
Honestamente, autonomia é não precisar da minha orientadora para saber o que eu devo ler de referencial teórico pra colocar no meu trabalho ou como e o que eu devo escrever. Autonomia é não esperar que ela me diga que eu tenho que corrigir isso ou aquilo. Autonomia é não precisar que ela me diga o que deve conter nos meus capítulos, o que deve ser informado nos resultados e discussões ou na introdução. Autonomia é não ter que esperar que ela me dê o aval pra mandar meu trabalho. Autonomia é não precisar esperar que o meu supervisor diga pra eu aplicar esse ou aquele instrumento. Eu preciso deles pra me apoiarem e me fortalecerem teoricamente, mas não preciso deles pra toda e qualquer decisão que eu vá fazer. Eu sei caminhar sem eles. A falta deles não me imobiliza. Autonomia é isso. Ser aluno é isso!