Tenho andado por caminhos tortuosos e sombrios. Não reconheço minha face diante do espelho. Meus passos não são mais decisivos. Minha cabeça não permanece erguida. Meu olhar é vago e sem emoções, ou melhor, está perdido dentro de tantas, e tantas emoções.
Minha cama tem sido o refúgio. Existem dias difíceis, meu corpo não obedece aos comandos da mente, nem a mente ao do corpo. Quero apenas ficar aqui, com o meu vazio carregado de tudo.
Penso em esgotar mais uma vez minhas energias. Dentro de mim, sangra. A dor persiste na alma. Meus olhos não têm mais a mesma cor. Meus cabelos caem fio por fio, até ele diz que não aguento mais. Está insuportável.
Quero gritar bem alto. E não. Não quero que alguém escute e venha “acudir” mais uma vitima da depressão. Quero mesmo é amenizar o nó que amarra minha garganta sufocando minha alma.
É hora de partir, dizer adeus ao sistema e seus subsistemas. Nunca quis fazer parte dele, queria apenas encontrar o meu lugar. Meu SER E ESTAR no mundo.
Caminho em direção a tudo que tentei fugir pela manhã. Penso em quantas coisas poderia acontecer nessa estrada. Penso na sorte que teria em por um golpe premiado, toda a minha dor chegada ao fim em apenas um segundo. O nó na garganta seria desfeito. Meu coração derramaria todo o seu sangue e deixaria de sangrar aos pouquinhos como se fosse tortura. Meus olhos descansariam para sempre. O ultimo suspiro seria dado e fim.
Deus sabe o esforço que é estar ali fingindo conseguir trabalhar. Ir à faculdade. E dói ainda mais deixar de cumprir com meus compromissos. Estou doente. Não tem cirurgias, nem atestados.
Sou um zumbi humano, uma viva-morta vagando pelo mundo. Um dia sorrir, outro chora, Um dia sente fome, outro sem apetite. Um dia com vontade de correr maratona, outro sem conseguir levantar da cama. Um dia sem sentimento, outro maltratada por todos eles. E eu só queria dormir. Então, boa noite!