Foto: Divulgação
Ao entrar, me deparei com uma morena, alta, sexualmente maquiada e fantasiada de policial. Me vendou e solicitou, gentilmente, para pegar no que ela dispunha na mão: não sei o que era mas era espinhento, como se fossem feridas em algo roliço. Após, pediu para apontar o dedo indicador ao chão e lá foi mais uma sensação de estranhamento, uma gosma estranha com pequenos resquícios de algo ruim. Aí veio a explicação: órgãos sexuais com doenças sexualmente transmissíveis. “Assim que são órgãos com DSTs. Portanto, se há corrimento, cheiro forte, bolhas e feridas, procure o médico e faça o acompanhamento completo”. (isso em voz sexy)
Próxima: cowboy com discurso nada romântico chama para uma rapidinha: fomos até um painel com fotos de 5 mulheres e 5 homens (todos esculturalmente sedutores). Me pergunta “com qual deles você transaria a noite inteira?”. Escolho alguém e recebo a notícia de que, na situação proposta, o sexo de madrugada foi sem camisinha e, abaixo da foto, a nota: negativa. “Sorte a sua de ele não ter HIV hein? Mas essa sorte pode não te acompanhar a vida inteira. Então, independente da parceria, use sempre a camisinha”.
Andando mais um pouco, um casal com pequenas roupas me venda e fala ao ouvido para unir dois dedos da mão direita e aproveitar a sensação. Em meio a gemidos e vozes sexualizadas, me colocam um preservativo masculino nos dedos e pressionam, assopram e chupam. “Está sentindo? Mesmo com camisinha, a sensação é boa, não é? Dá pra usar o preservativo e sentir prazer. Não tem desculpa: previna-se”.
Cheguei em outra parte do labirinto e a moça fantasiada de enfermeira (ok, todos já entenderam que todos são sexy, certo?) pediu pra eu fazer biquinho e beber o líquido no copo. Bebi. “Ops, você bebeu líquido sexual”. Obviamente não era mas a intenção valeu. O susto foi grande. E me explicou líquidos que transmitem DSTs, os que não transmitem e de quais formas isso acontece. Muito instrutivo sentir na pele.
E finalmente, o último casal me abordou e pediu pra sentar na poltrona. Perguntaram se já havia chupado hoje e me vendaram. Pediram para abrir a boca e pôr a língua pra fora. E eis que o pirulito surge. De tutti-frutti. Tiraram a venda e me informam: “você pode chupar porque é gostoso mas sempre com camisinha. As DSTs são transmitidas pelo sexo oral então cuide todo tempo”.
Foto: Divulgação
Acabou e saí. Fui embora com o pirulito na boca e sensação de… ah, enfim! Você devia ter sentido.
Nota:
1 desenvolvido pela Cia Paulista de Artes, de Jundiaí/SP.
2 Espaço montado na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica – Saúde da Família.