Uma filha diante da luta da mãe contra um câncer

Em setembro de 2021, minha mãe sentiu um nódulo na panturrilha, desde então, foi detectada que havia algo que não estava dentro dos padrões normais e então, o especialista solicitou exames de biópsia e imunohistoquímica, e essa notícia já nos atemorizou. Quando o resultado chegou, e foi constatado que a minha mãe encontrava-se com câncer, essa noticia foi devastadora. A princípio pensamos que tínhamos recebido uma sentença de morte, mas ao longo do tratamento tivemos o privilégio de conviver com pessoas que tiveram uma excelente recuperação, vivenciando a “cura do câncer”. 

Uma das frases que mais ouvimos foi que cada caso é um caso. Nesse processo foi importante compreendermos que cada pessoa é única, que o organismo reage de maneiras diferentes, que a doença é classificada por grau, e se a lesão está localizava em um único órgão ou se havia disseminação, conhecida como metástase. Para isso foi necessário um mapeamento do tumor, que foi realizado através de exames como a ressonância magnética, tomografia, cintilografia óssea. 

Após os resultados dos exames, o médico especialista fez uma análise para verificar qual o protocolo seria mais viável, atentando-se as condições clínicas. O caso a principio era cirúrgico, onde minha mãe foi submetida em dezembro de 2021 a uma cirurgia para retirada de um sarcoma em alto grau. Logo após, ela foi encaminhada ao setor oncológico para realização quimioterapia, onde descobrimos que existia uma diversidade de quimioterapia e maneiras de serem administradas. Mas acreditamos no trabalho da equipe, buscamos nos identificar com eles, pois foi de suma importância acreditar no tratamento recomendado. 

Foram necessários novos exames, onde foi diagnosticada uma lesão na fíbula, tendo que passar por outra cirurgia em agosto de 2022, onde está sendo submetida a vários procedimentos para cicatrização, e darmos início as radioterapias.

Diante de um prognóstico ruim, o mais importante foi entender que a vida da minha mãe não foi interrompida, e que seria necessário vivermos um dia de cada vez, buscando desenvolver uma qualidade de vida. 

Em busca da cura de um câncer, tem sido fundamental não comparar com o tratamento de outras pessoas, mas acreditando no protocolo desenvolvido para minha mãe, e mantendo a esperança viva, pensamento positivo apesar de o processo ser longo e muitas das vezes doloroso. 

A rede de apoio tem sido primordial em nossa caminhada, e ela tem sido desenvolvida através dos familiares, amigos, colegas de trabalho, igreja, profissionais da saúde. Portanto foi necessário nos permitir sermos acolhidos, e a rede de apoio tem nos motivado, encorajado, suprido as necessidades físicas, emocionais e muitas vezes financeiras. E essa segurança tem nos proporcionado um caminhar mais colorido, e trazendo saúde mental, enquanto lutamos em busca da cura.