No dia 21 de agosto de 2017, ocorreu na sala 219 do Ceulp/Ulbra, o mini curso Violência e Sofrimento Psíquico no Trabalho, ministrado pela Psicóloga Profa. Dra. Liliam Deisy Ghizoni, doutora em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações na UnB com Estágio Sanduíche na Université Catholique de Louvain la Neuve–Bélgica, professora da Universidade Federal do Tocantins.
Ghizoni enfatizou o trabalho escravo contemporâneo, que ocorre tanto no meio rural quanto no meio urbano. Segundo ela, a escravidão ainda é vista pelo viés histórico pela maioria das pessoas, que imaginam negros em senzalas, acorrentados e chicoteados. Mas a escravidão contemporânea existe, e ocorre onde menos se imagina, quando há excesso de trabalho e condições insalubres para tal, sendo o próprio trabalhador quem se deixa escravizar, principalmente por questões financeiras.
Imagem: Nirsan Grillo em “Escravidão Contemporânea no Brasil”.
Liliam diz que o Tocantins é o 4º estado que mais fiscaliza e bane trabalhos análogos à escravidão. Cita ainda uma pesquisa feita por uma de suas alunas, que entrevistou alguns trabalhadores, dentre eles um bancário, que durante a jornada de trabalho não levantava para ir ao banheiro e nem para beber água, mas quando questionado sobre a sua posição, ele afirma não se ver enquadrado na categoria de trabalho escravo contemporâneo.
Sobre violência no trabalho, a professora diz que é toda ação voluntária de um sujeito ou grupo contra outro sujeito ou grupo que venha a causar danos físicos ou psicológicos, ocorrida no ambiente de trabalho e comenta que a meta é uma violência infligida ao trabalhador, pois é inatingível.
Há duas dimensões básicas da violência, sendo a explícita, que é direta e objetiva e a oculta, que é implícita, indireta e subjetiva. A finalidade da violência é conservar as estruturas de injustiça, de opressão e de privilégios de uma minoria em detrimento das esperanças de vida digna de uma maioria.
Segundo Liliam, “o silenciamento faz com que a violência se reproduza”, diante disto é necessário que o trabalhador conheça seus direitos, reivindicando-os sempre que necessário, pois a violência no trabalho leva ao sofrimento psíquico no trabalho, que por consequência leva aos diversos tipos de adoecimento.
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