Cartas a um amigo

Alano de Freitas, aos sessenta anos, é – em minha opinião – um menino que brinca com letras, sons e imagens. De cabelos alvos e desgrenhados, carrega mais livros em sua inseparável bolsa a tiracolo do que quilos em seu corpo. Ácido de superfície e doce de coração, freqüentou e freqüenta quase diariamente as tardes e as noites da Praia de Iracema, em Fortaleza, bairro em que mora há décadas. Em tempos outros, podia ser encontrado, quase sempre, em algum ponto do curto trajeto entre a tabacaria, o bar e seu apartamento. Na tabacaria, conversas requentadas a cigarros e cafés; no bar (onde pagava a conta com desenhos em guardanapos), papos gelados a Coca-Cola; em seu apartamento,  discussões ilustradas com inúmeras obras suas (que se acumulam em pilhas ou se dependuram nas paredes). É com prazer que o (En)Cena apresenta abaixo um pouco de Alano por ele mesmo.

Mardônio Parente

Alano de Freitas por ele mesmo