Kierkegaard – A severidade do Deus que promete e cumpre

Kierkegaard é um autor que suscita muitas interpretações. Uns dizem que seus escritos2 não são reflexo da sua vida, e outros acreditam o contrário, que sua historicidade está ali colocada mesmo que com uso de pseudônimos. O uso desses nomes fictícios aumenta a dificuldade, ora em saber se fala de sua própria vida, ora com relação ao que é mesmo dito. Há ainda uma dúvida com relação à pronúncia de seu nome, em sua maioria se lê Kierkegaard, mas o professor e conferencista Emmanuel Carneiro Leão3 levanta um questionamento sobre isso, afirmando ser Kierkegoord, e não como a maioria costuma pronunciar. Há também algumas leituras e confusões com respeito a palavra ‘estádio,’ que para alguns deveria ser estágio, e vice-versa. Este problema é o mesmo do nome, uma barreira linguística.

A filosofia costuma “desbanalizar” conceitos que perduram, embora me pareça convincente seu argumento, me prenderei à maioria, não por covardia, mas por falta de conhecimento a respeito, haja vista que aprender dinamarquês em pouco tempo é inviável para mim, assim como quando aparecer a palavra ‘estádio’ me refiro à versão que li, embora alguns comentadores prefiram usar a palavra ‘estágio’. A barreira linguística denuncia mais do que uma dificuldade do autor, o que é intrigante, pois o mesmo Kierkegaard destaca este mesmo problema sobre quem procura entender, e diz que a falta do conhecimento do idioma original o impossibilita de entender mais, a recíproca é verdadeira. Traduzir obras é sempre difícil, pois fazê-lo no literal pode não representar a ideia real do autor, e por outro lado, saber qual é realmente a ideia pode ser mais complexo do que simplesmente traduzir.

A ideia principal aqui concatenada é levantar questionamentos e hipóteses seguindo o mesmo estilo que o interpretado. Talvez a própria palavra ‘estádio’ seja um desses problemas, onde a tradução é essa, mas talvez o sentido pudesse ser outro. Segundo a professora Guiomar de Grammont o estágio pressupõe uma passagem de um ponto a outro, onde se dá o nome de ‘estágio,’ o que não acontece com ‘estádio’ onde um sujeito pode permanecer a vida inteira em um, sem passar para outro. O lugar onde ele menciona que há pessoas que não chegam, pode ser este, o estádio, mas não qualquer um, o religioso, que está no grau mais alto. que o cavaleiro da resignação infinita. Talvez seja isso, é o que me parece. Geralmente menciona-se três estádios, mas para mim todos os outros são importantes.

O valor da dúvida cartesiana e da fé são meios pelos quais o homem segue crescendo e vai longe, é nesse método investigativo que se segue o pensamento dele. Mas isso não significa que ele venha a duvidar, nem tampouco Descartes, coisa que ele mesmo diz. A certeza que se tem em relação a fé deles é interessante. Também penso que Descartes não tenha duvidado de nada, usou a dúvida para enfatizar suas crenças, e este caminho é perigoso. Todo aquele que acredita em algo “prova” a seu modo, e tudo lhe parece ser favorável. Aí o perigo da boa argumentação almejada por muitos, pois acaba-se por conseguir “provar” o que se quer, como acreditavam os sofistas, e como diz Pascal sobre a causa “justa” ao advogado que ganha bem e antecipadamente, ou do necessitado.

A leitura nos intriga na medida em que pensamos na realidade do escrevente, e em nossa própria existência, já que um dos temas, o ‘desespero’, está diretamente ligado com o estádio religioso, e envolve a todos.

Um homem com especial admiração por Abraão desejava ter participado da viagem de Abraão, e quem sabe assim poder entender o fato, coisa que quanto mais reflete menos consegue. Ele busca capturar a essência do fato e tudo que o envolve.  Este homem reconhece sua fraqueza intelectual e a impossibilidade de se conhecer a verdadeira história de Abraão. A via mais interessante de suas suposições é a de Abraão preferir ser visto como monstro do que sem fé.

Pensar a existência é pensar o desespero humano. Este ponto é importante porque logo que se pensa na falta de existência divina, está instalado o desespero no homem. Se nós estivéssemos sós no mundo, no universo, e nossa existência se resumisse ao acaso, isso seria desesperador.

A comparação entre o herói e o poeta tem relação direta com quem escreve e sobre quem escreve, sendo o escritor um poeta, e o herói aquele de quem se escreve. O herói é Abraão, mas pode fazer alusão à seu próprio pai também. Se o professor Emmanuel estiver certo o pai de Kierkegaard pode estar sendo mencionado junto, ou na figura de Abraão. Emmanuel não diz isso, ele fala que Kierkegaard se coloca como Isaac, daí faço uma ligação entre os personagens.

O maior herói para ele é aquele que amou a Deus, não importa exatamente quem seja, lembrando que cada qual que feito grande por seus feitos, o foi por meio daquilo no qual almejava. Quando a esperança está no impossível de ser alcançado então se faz a maior grandeza do homem. Abraão foi o maior de todos os heróis, pois depositou sua esperança em Deus, embora Este seja cheio de paradoxos. Segundo Kierkegaard a fé de Abraão o fez grande, pois acreditando no impossível de ter uma geração mesmo em idade avançada o torna um herói maior do que aqueles que conquistam terrenos vencendo grandes batalhas. Veja só, primeiro ele crê em um Deus que não se conhece, em uma sociedade onde haviam Especialistas, ele aparece e diz que há Um só para tudo. Isso é interessante, pois não se tem todo o fato descrito na bíblia, que é uma junção de livros históricos a respeito de um povo, sua cultura e principalmente, sua fé. O motivo pelo qual o herói não será esquecido jamais, é simplesmente o fato dele ter vencido todos os seus temores sem nunca duvidar de sua fé. Crer é melhor do que admirar o crente, e é por isso que o herói sempre é maior que o poeta, este último apenas pode admirar o feito heroico sem nada poder oferecer.

Para ele Abraão nunca envelheceu, pois o que mantém sua fé não envelhece, apenas os que esperam sempre o melhor, mas estes chegam a senilidade quando lhes ocorre a decepção, e os que partem da visão contrária se gastam mais rápido. Obviamente essa juventude não se refere aos anos que se passam, pois é humanamente impossível que os anos passem e o homem permaneça jovem biologicamente, pelo menos até os dias atuais. Embora essa juventude seja também objeto de dúvida, minha opinião é que isso não se encontre apenas no desejo de ser pai e mãe, mas no desejo sexual que se perde naturalmente com o tempo, bem como seu vigor físico para o ato. Abraão mesmo em avançada idade contra todas as expectativas consegue não somente lograr o ato, mas gerar um filho, e não é qualquer um, é o da promessa, e é aí onde a felicidade bate, não só pela chegada do filho, pois já tinha um com Hagar, e sim pela promessa cumprida por Deus, caso isso não acontecesse, esse Deus não seria 4coerente, e ele haveria crido em outro deus.  Kierkegaard diz que foi a fé que manteve neles o desejo e por sua vez a juventude, embora Sara tenha rido e oferecido Hagar a Abraão, eles ainda creram no impossível, tanto que realizaram o ato, mesmo que o organismo já não respondesse tão bem para isso. Agora fazendo uso de uma boa ironia, digo que ele faz o enorme esforço de se deitar com Hagar, que devia ser cheia de juventude em sentido temporal, ao contrário de Sara quando da geração de Isaac. Deixemos isso de lado.

A vida de Abraão não foi fácil, mas ele consegue o tão sonhado filho da promessa, e imagine só o desespero dele, esperar por décadas, lutar, conseguir o que se almejou, e pouco tempo depois ter que desfazer-se, e ainda mais matando aquele que ama. A desgraça de se matar seu próprio filho, o da promessa, é maior que o desejo que não se realiza. Até então não se havia negociado com Deus, ele simplesmente cumpria o que era mandado, talvez fosse o objeto de desejo de Deus a todo momento, mostrar ao homem que ele tinha como dialogar com Deus e não apenas obedecê-lo. Se fosse o caso ele seria um Deus autoritário e cruel, que manda e desmanda, sem se importar com os sentimentos do humano.

A princípio parece que Deus se diverte com Abraão, primeiro o faz ter um filho na velhice, para depois mandar matá-lo. Honrar4 suas próprias palavras é ser coerente consigo mesmo, se falamos uma coisa e fazemos outra, então não estamos sendo coerentes conosco. Se pensarmos precipitadamente conforme a razão, este é o Deus de Abraão. Paradoxalmente se trabalharmos a própria razão com mais detalhes podemos notar algo mais. Só o fato de Deus falar com ele já lhe impõe uma situação de fé quase que imponderável, pois até então nenhum outro o havia feito, mas não é só isso que acontece. Ele ainda cumpre as promessas que faz, mesmo que isso seja impossível. Se Ele faz o impossível, mandar matar o filho da promessa não está fora de cogitação. Talvez Abraão não tivesse dúvida de que isso não aconteceria, ou tenha ficado na dúvida sobre o que Deus faria, mas com certeza não descumpriria sua promessa, embora aqui a angústia estivesse presente. Se Ele faz um homem velho ficar novo, e vai mais além, fazendo com que uma mulher também idosa tenha um filho, então ele pode perfeitamente lograr qualquer impossibilidade, inclusive a de mandar matá-lo sem que isso aconteça. E é o que acontece, Abraão recebe a Isaac novamente como se fora a primeira vez, pois é como um novo nascimento.

Se  Abraão sabia que estava em prova constante, ele sabia que qualquer coisa poderia acontecer, mesmo que fosse impossível. Mas não é de se descartar a possibilidade dele ter se enfurecido ou se entristecido com a ordem, não somente por ele, mas por ser ícone em uma nova sociedade, que seria mais uma a tê-lo por louco, ou algo do tipo. Em uma sociedade politeísta, este seria facilmente o Deus da loucura e da insanidade, que quando promete, cumpre, mas quando cumpre, tira. E tirando a promessa descumpre, pois a promessa não era somente de ter o filho, mas de posteridade sanguínea. O Deus de Abraão poderia ser também o “Deus da Brincadeira” e de mau gosto.Mas isso não aconteceu, e Abraão não estava regido por pensamento politeísta.

Curiosamente o prazer se segue após a dor, parecendo até que para a existência de um, há a necessidade do outro, o que não seria absurdo se notarmos a dualidade da vida, esse é um pensamento que Sócrates expõe quando retira os grilhões que lhe machucavam momentos antes de tomar a cicuta. Imagine a alegria de Abraão quando o anjo aparece pondo fim à provação, isto inclusive poderia ser mais um dos títulos divinos, “O Deus da Prova”, o que o faz com severidade. Não se sabe os motivos divinos, mas provar parece uma burla com o ser humano que já sofre tanto, mas também pode ser uma forma de tirá-lo da zona de conforto, e reviver momentos de alegria no lugar de ficar na felicidade almejada. Isso faz sentido, já que tudo está em movimento, mas a prova então viria apenas para os que creem, pois os que não tem esta fé parecem conseguir seus objetivos sem elas, não que não tenham dificuldades, mas ser provado é diferente de passar dificuldades.

Na dificuldade sabe-se que se pode superar a qualquer momento, a prova não, só passa quando Quem prova determina, e esta diferença faz quem tem fé ter também temor, este Deus determina isso. Como toda lapidação, Este provador põe a dualidade humana a seus limites, talvez ‘limite’ seja uma palavra importante para este Deus, já que Ele gosta de sempre aparecer no último instante, isso em relação à prova, e não à dificuldade, mas somente para quem crê. Coloca seus crentes às mais extremas situações, isso é contraditório, mas essa parece ser a maneira que Ele tem de melhorar o ser humano em seu processo de lapidação, mas só passa pelo processo de lapidação divina, quem crê. Quem não crê pode também lapidar-se, porém por meios próprios, e aí Kierkegaard diria que este não chegaria muito longe, ou a lugar nenhum, pois para isso precisaria crer. O estádio religioso parece ser a máxima humana para Kierkegaard sobrepondo os outros, ou seja, o estádio ideal é o que se está em Deus. Para quem não crê pode ser mais difícil lapidar-se por conta do estádio desesperador da solidão existencial.

Uma coisa é saber que há alguém por perto, ou pelo menos que aparecerá, outra coisa é saber que está só em meio ao vazio do universo imenso, frio, e desconhecido. Aqui o cavaleiro da resignação pode se confundir com o da fé, mas um é carnal, e o outro tem fé, mas no Deus de Abraão, já que a crença em Deus exclui qualquer outro que se creia, dessa forma ele não fala de qualquer tipo de fé, mas aquele que ama a Deus, a Quem Abraão creu e amou. Excluir qualquer outro Deus ou forma de crença no divino não é difícil de deduzir, haja vista que Ele é único, e se o é, não pode existir outro.

Costuma-se ouvir que Deus nunca chega atrasado, mas para o quê? A resposta não é tão óbvia, já que o homem passa por muita dificuldade antes dele aparecer, a dificuldade aqui gerada pela prova. Ele não chega atrasado para o fim da prova, ou seja, Ele sempre chega na hora certa para dar fim à provação, e assim refrescar um pouco a alma, pelo menos até que venha a próxima, e chega na hora que quer, não adianta murmurar, se quem prova é Ele, é Ele quem dá fim à prova, e se Ele acaba a prova quando quer, quer dizer que aparece quando quer. Escolher ter fé nesse Deus, é ter a dúvida de quando sessará uma prova e começara a outra. O que não quer dizer que não se possa negociar com Ele, pois Abraão fez isso e salvou seu sobrinho e família.

Se Isaac era o filho da promessa, Cristo também. O sacrifício que Abraão quase realiza é além de uma prova extrema do limite humano, um ensaio para o de Cristo, como Quem diz: “Você acha isso absurdo, mas eu mesmo o farei, e por você.” E por que não? Quem disser que sabe o que Deus pensa é sem dúvida um ignorante maior do que esse que vos escreve. Se Deus submete seu único filho à morte de cruz, então prepare-se crente, pois este Deus é severo.

Seja no tempo dele ou no meu, qualquer pessoa que “ouve” a voz de Deus,é duvidoso, mas se ouve, sabe que não terá vida fácil, pois é crente, e se não era, passa a ser, pois ouvir Deus e não crer é loucura. E todo aquele que crê, será provado, pelo menos parece ser esse o meio que Deus encontra para lapidar o homem, ou para outros fins que fogem a meu entendimento.

O desespero humano apresenta-se como outro grande mistério do ser. O desespero vem da existência corporal acabar aqui mesmo e a qualquer momento. O desespero existencial desaparece quando há Deus, mas a investigação continua, e a falta de conhecimento dá lugar a conforto na continuidade da existência, mesmo que não humana, pois buscar o conhecimento também é desesperador, porque há o risco de se perder nesta senda.

Acreditando que Abraão sabe o motivo da prova diz que o mesmo sabe que nenhuma prova é dura demais quando Deus pede. Tenho certeza de que Kierkegaard se equivoca muito nisto, a severidade da prova não tem outra visão, senão a de um pai que mata o próprio filho e de vontade própria. Ele não é obrigado a isso, Deus pede, ou manda, não sei bem qual a relação que Abraão tinha com Deus, nem exatamente a diferença de um pedido divino e uma ordem. Nos dias de hoje não é muito difícil de se ver esse tipo de notícia, mas naqueles dias isso parecia ser um absurdo. Percebe-se claramente o uso do estádio religioso neste argumento, em apoio à crença, quando diz que nenhuma prova é dura demais quando Deus pede.

Sabia que o Todo-poderoso o punha à prova,
sabia que este era o sacrifício mais duro que se lhe podia exigir, mas
sabia também que nenhum sacrifício é demasiadamente pesado
quando Deus o pede — por isso puxou da faca.”

Não sabemos de fato se Abraão sabia que estava sendo provado, segundo diz a bíblia sabe-se que empunhou a faca, e que realmente ia matar a Isaac. Aqui quem fala é o poeta em um estádio religioso, pois é movido por concatenações emotivas enquanto não começa a fazer comparações sobre o ponto de vista ético, porém seu cunho filosófico aparece quando observa o homem religioso fazendo comparações com outro homem. Não tenho dúvida de que seria um assassino, e Abraão também seria, mesmo tendo sido a mando de Deus, se tivesse chegado a matar Isaac seria um assassino.

Na verdade se não era, acabou sendo, pois é muito difícil que ele tenha ido livrar a seu sobrinho, e não tenha matado ninguém, assassino agora é, se não era. Mas em situação de guerra esse termo não costuma ser empregado. Creio que tanto naquela época como nessa, ouvir a voz de Deus já era duvidoso, se cria por meio do estádio religioso. Mas se ele chega a matar seu filho, em qualquer época isso não seria visto com bons olhos, ainda que o próprio Deus tivesse mandado, só e somente só, se Ele o fizesse na frente de toda a humanidade, mas neste caso acho que Deus mesmo seria o não bem visto, e as pessoas buscariam outro, pois a dedução é rápida, “terei um filho e Deus pode a qualquer momento mandar matá-lo.”

A complexidade do autor não foi completamente abordada aqui, Kierkegaard trata também de outros assuntos em “Tremor e Tremor”, fiquei na esfera religiosa, abordando algumas coisas de outros temas, que são mais abrangentes.

Então os estádios não são etapas, parecem ser um lugar onde se pode permanecer, ou sair dele. Abraão é um herói porque amou a Deus sobre tudo, inclusive sobre quem mais amava, a Isaac. O poeta nada faz de grandioso, apenas admira o herói, que faz grandes feitos, e o maior deles, é amar a Deus dando seu melhor, esperando o impossível, e este herói o cavaleiro da fé. Qualquer um pode ser um cavaleiro  da fé. O Deus de Abraão é severo, pois submete o crente a duras penas, fazendo promessas, e cumprindo. O importante é a escolha subjetiva.

Bibliografia:

Kierkegaard, Søren Aabye, 1813-1855. ‘Temor e Tremor’, Coleção os Pensadores.

Notas:

1)  < http://www.librosmaravillosos.com/metodo/parte02.html>

2) Profa. Guiomar de Grammont em: “As figuras estéticas em Kierkegaard” Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=74iUvu-9wQc> Acesso em: 09/01/2014.

3) Emmanuel Carneiro Leão, conferencista em: “Existência e alternativas, um olhar sobre Kierkegaard” – 1° Ciclo de conferências. Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=KbEQxPHjaas> Acesso em: 09/01/2014.

4) Sabiduría Tolteca. Disponível em:<http://nuestraedad.com.mx/sabiduriatolteca.htm> Acesso em: 02/01/2014.

Morador da cidade de São Gonçalo - RJ. Nascido em Natal - RN. Estudante de filosofia pela Universidade Católica de Brasília, casado, ex-militar e técnico em informática.