O empresário que mesmo diante da responsabilidade herdada, não deixou de pensar em si mesmo e nos outros.
Certamente já vimos muitas pessoas manuseando smartphones, tablets, notebooks e computadores com um símbolo da maçã. A empresa americana Apple é uma das mais bem sucedidas do mundo em quesito de tecnologia e dispositivos da atualidade. Fundada pelo notório Steve Jobs ( 1955-2011), a empresa é atualmente comandada por Tim Cook. Como atual CEO da empresa, Cook teve e tem a missão de continuar o legado notório deixado por Jobs, honrando o objetivo da empresa: revolucionar o mercado tecnológico e de publicações digitais.
Nascido em 1960 em Mobile, nos Estados Unidos, formou-se em Engenharia de Produção Industrial pela Universidade de Auburn no início da década de 80 e durante 12 anos trabalhou na IBM (International Business Machines Corporation). Neste período atuou como vice-presidente sênior nas operações de internet.
Após finalizar seu ciclo de trabalho na IBM, Cook foi diretor de operações da Intelligent Electronics. No final dos anos 90, o próprio Steve Jobs pediu que Tim integrasse o time da Apple e se tornasse o braço direito dele. Neste tempo, se tornou um homem de negócios da empresa e auxiliou na reconstrução do grupo ao lado de Jobs.
Durante algumas vezes substitui Jobs nas funções de CEO, a última quando este precisou se ausentar para tratar da doença terminal. No final de 2011 Steve Jobs faleceu e Tim assumiu como CEO oficialmente e em 2014 esteve nos noticiários quando declarou abertamente ser homossexual.
De acordo com a Fortune 500, o empresário gosta de fazer caminhadas ao ar livre, ciclismo e ir à academia. Muito discreto quanto a sua vida, ele é conhecido por ser solitário e sua vida pessoal é pouco conhecida. Quanto a sua orientação sexual, declarou que é muito feliz em ser homossexual e que na empresa, todos sabem, mas procura focar nos produtos e clientes da empresa, Tim é o primeiro CEO ser abertamente gay.
Tim passou a ser uma referência fundamental à frente da Apple. Em seus primeiros anos como CEO, lançou vários produtos e promoveu upgrade nos já comercializados. Um exemplo são os queridinhos iPhones. Esse aparelho se tornaram funcionais e facilitadores do cotidiano das pessoas, com vários aplicativos voltados à aprendizagem, segurança e saúde. A ideia de fazer com que todos os aparelhos se conectassem a partir de um mecanismo em comum foi um diferencial, aumentando as vendas e tornando a empresa uma das mais valiosas no mundo. Além disso, esse diferencial da comunicação entre os aparelhos Apple também contempla um aspecto funcional socialmente relevante: a exclusividade, uma vez que a conexão se dá somente entre dispositivos da empresa.
A tecnologia vem a cada ano tornando-se um facilitador de informações com praticidade e custo benefício. As antigas máquinas, que eram do tamanho de uma mesa, foram diminuindo a sua proporção e hoje cabe na palma da mão. Com a inovação das IA (Inteligência Artificial) fica mais fácil checar notícias, analisar tendências, conhecer pessoas e comprar coisas, ao passo que estes aparelhos são de fácil liquidez e a cada ano que passa uma nova atualização é lançada.
A fluidez nas informações podem tornar os usuários vítimas de fake news e promover impactos negativos à saúde mental. Em uma entrevista para a Bustle, Tim Cook declarou: “Sempre achei que a tecnologia deveria servir a humanidade e não o contrário. E sempre me preocupei com o fato de as pessoas usarem demais a tecnologia. E assim, lançamos o Screen Time para tentar dar às pessoas uma leitura real da quantidade de tempo que realmente gastam em seus dispositivos porque, geralmente, é muito mais do que dizem” (FATHI, 2021).
De acordo com Picon et al. (2015) a liquidez pode tornar os usuários das tecnologias e aplicativos dependentes dela, um exemplo é que torna tudo tão mais fácil que as pessoas não necessitam mais tanto do outro para poder resolver problemas diários. A facilidade e o rápido acesso a informação pode gerar vícios em passar cada vez mais tempo na frente das telas em busca de algo novo, como uma roupa, uma nova compra e também uma notícia quente das celebridades.
Tim começou a preocupar-se que as pessoas estariam passando tempo demais nas redes e com isso pudessem ser afetadas na saúde mental, na qual também declarou que “A saúde mental é uma crise”. Cook utilizou o próprio exemplo como CEO da Apple em que utiliza a meditação como forma de combater o estresse diário enfrentado no trabalho (FATHI, 2021).
Fathi (2021), informa que Tim planejou que os seus dispositivos da Apple fossem utilizados para criatividade e não para “rolagens sem fim e sem sentido”, mencionando discretamente o uso excessivo das mídias sociais. Esta forma de explorar a criatividade fez com que a Apple desenvolvesse aplicativos para verificar o tempo que o usuário permanece conectado e quanto tempo gasta em cada aplicativo. Apps como Saúde, Apple Books, Casa, e o recém- chegado Freeform no iOS 16, permite o usuário criar seus projetos de forma livre e compartilhar com outras pessoas.
Cardoso (2022) informou no seu artigo que Cook explicou ainda que para manter o legado de inovação e criatividade deixados ainda pelo antigo CEO, alegou que o diálogo e a boa interação entre as equipes de trabalho possam permitir que surjam idéias “realmente inacreditáveis” e que não seguem nenhum caminho singular, elas partem de qualquer canto da empresa.
Outro quesito bastante defendido por Tim é a privacidade do usuário. Os dispositivos da Apple são valorizados pela segurança que oferecem, uma vez que o acesso por terceiros é cheio de obstáculos. O próprio sistema Apple se encarrega de vasculhar a web e não necessita que sejam instalados aplicativos de antivírus, por exemplo.
Mas a privacidade vai além disso, Tim declarou que ela é “direito humano fundamental” e que o objetivo da empresa é fazer com os que os usuários se tornem os seus próprios comandantes, deixando que eles decidam quem deve ou não ver os seus dados, mantê-los ou vendê-los. Esta é uma forma de oferecer mais segurança e autonomia, e que esta deve ser uma responsabilidade do próprio usuário e não de uma empresa (CARDOSO, 2022).
Em 2021, no aniversário de 10 anos da morte de Steve Jobs, Tim Cook voltou a declarar sobre o legado do seu mentor e comentou que foi fundamental que ele tenha sido um visionário em pensar em evoluir a tecnologia. Em uma carta publicada, Tim revelou que sente saudade e que lembra dele todos os dias que o admirava não só pelo profissionalismo, mas como um ser humano. Contou ainda que se sente muito realizado por todos os dias trabalhar em dispositivos que conectam pessoas.
Cook revelou que Jobs gostaria dos produtos que encontraria na empresa, com provavelmente dois apontamentos, amaria muitas coisas e com certeza poderiam melhorar ainda mais. Disse que eles nunca estão satisfeitos, trabalham sempre pensando no amanhã, e que o legado deixado pelo ex-CEO possui grande influência nas tomadas de decisões e na forma como as equipes desenvolvem produtos novos.
Por fim, vemos na história de Tim, que o aprendizado é constante, mesmo que o legado deixado por Jobs seja ainda muito valioso, o mundo se renova a cada dia e este deve ser o pontapé para a criatividade e surgimento de ideias inovadoras, que podem transformar e tornar a experiência do usuário única e especial a cada dia. Tim Cook é sem dúvida um homem de muito sucesso, que soube levar adiante o que aprendeu, investindo em inovação. Sem dúvidas os resultados podem ser vistos na grande valia da Apple no mercado.