O Psicologia em Debate ocorrido no dia 26/04/17, com o tema O impacto do hiperconsumismo na autopercepção, foi realizado no CEULP/ULBRA pela acadêmica Iule Lourraine da Silva Landinho. O evento teve início às 17 horas e finalizou por volta das 17:50hs. A apresentação foi baseada no livro Vida Para Consumo, de Bauman. O principal foco do debate foi mostrar que vivemos em uma sociedade consumista, que a todo momento estamos buscando suprir desejos e necessidades mesmo que muitas vezes não tenhamos condições para atender tais satisfações. E quando não se tem, pode acarretar sérios prejuízos à saúde física e mental do ser humano, como estresse, ansiedade, depressão, entre outros.
Vivemos em uma sociedade movida por status, na qual na maior parte da vida só nos sentimos bem, se estivermos publicando informações boas ao nosso respeito nas redes sociais. O que muitas vezes podemos chamar de simulações de sentimentos, na qual a pessoa publica uma foto sorrindo, em um lugar lindo, no entanto aquela felicidade expressada no rosto, não existe de fato na maior parte das vezes, é só uma maneira de chamar atenção para si, e gerar mais status social.
Iule expôs também que as mídias sociais tratam o consumo como um fator de felicidade, quanto mais você obter tal objeto, degustar tal produto, tanto mais você estará indo de encontro à felicidade que tanto procura. O exemplo disso é o incentivo para se comprar um carro em lançamento, tomar uma Coca-Cola, comprar certa roupa, tudo com preços altíssimos na maioria das vezes, com intuito de fazer com que o indivíduo se sinta incluído na sociedade.
No entanto, não leva em consideração que para o ser humano ser de fato feliz, é necessário ter um equilíbrio em diversas áreas da vida, como: ter no mínimo o básico para se viver, uma moradia, saúde, educação, segurança, lazer, enfim autorrealização em todas as partes da vida. As pessoas estão tão envolvidas com o consumismo, com sua vida pessoal e profissional, que não tem tempo para lhe dar com o outro, e quando percebem o quão longe estão de sua realidade social (comunidade), como por exemplo a própria família, familiares, amigos, tentam suprir essa ausência dando presentes.
Bauman diz que não tem como fugirmos do consumismo, todos consomem, porém existem os casos de hiperconsumismo ou seja em excesso e isso torna a vida do indivíduo massacrante. Consequentemente, esse fator traz adoecimentos, devido à incapacidade de atingir o ápice do ideal de consumo esperado, que é ter o que muitos têm.
REFERÊNCIA:
BAUMAN, Zygmunt. Vida Para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Hazar, 2008, 199 p.