Tati, uma das mais novas personagens da Turma da Mônica, ensina que respeitar as diferenças é uma das melhores formas de construir um mundo melhor.
Tati, a mais nova personagem do cartunista Mauricio de Sousa, possui síndrome de Down e estreou em um gibi especial com toda a Turma da Mônica, o “Viva as Diferenças!”. A personagem é uma homenagem à Tathi Heiderich, filha de Patrícia e Fernando Heiderich, responsáveis pela coordenação do Instituto MetaSocial, que, juntamente a mídia, promove a inclusão social há mais de 19 anos. Tati possui características próprias da síndrome como os olhos puxados, além de ser um pouco menor que as crianças da sua idade. Tati é alto-astral e divertida. Ela possui uma boa interação social com seus amigos, os quais costuma chamar de “fofos” e gosta de sempre vê-los felizes.
A Síndrome de Down corresponde a uma desorientação genética onde a criança apresenta uma quantidade de 47 cromossomos em suas células, tendo no par 21 três cromossomos, em vez de dois. Essa síndrome sucede de maneira igual tanto no sexo masculino quanto no sexo feminino, ocorrendo em todas as raças, grupos sociais, e nacionalidades independentemente da pessoa.
Dentre as características físicas mais facilmente intrínsecas, destacam-se os olhos com fendas palpebrais oblíquas, rosto largo e achatado e orelhas pequenas, além das largas e pequenas mãos e uma única prega palmar transversal. O pescoço é curto e a musculatura é mais flácida, dentre outras particularidades.
A inclusão de pessoas com síndrome de Down ainda é um desafio na nossa sociedade e é necessária a reflexão se esta condição faz de alguém um cidadão diferente ou com menos direitos, uma vez que, por mais que o desenvolvimento intelectual seja mais lento, as pessoas com a síndrome conseguem realizar atividades, compreender e desenvolver repertórios de linguagem verbal e não verbal. Maurício de Sousa busca mostrar aos seus leitores que as pessoas com distúrbio genético, apesar de possuírem certas limitações, são pessoas com capacidades de viver uma vida social e tem competência de se desenvolverem cognitivamente, aprender e interagir com o seu meio social, que se sucede mais efetivamente em ambientes inclusivos, em interação com outras pessoas, onde as experiências são reforçadoras.
Apresentar uma personagem com síndrome de Down leva à conscientização da necessidade de promoção da inclusão e reforça a importância de estimular e incentivar cada vez mais a construção de uma vida produtiva. Mauricio busca sensibilizar os pequenos leitores de seus quadrinhos da importância da compreensão acerca de temas relacionados ao bem-estar das pessoas diferentes através de personagens como a Tati, conduzindo as crianças e as ensinando que respeitar as diferenças é a chave para moldarmos um mundo melhor. Dessa maneira, se torna possível a efetivação de uma verdadeira sociedade inclusiva através de historinhas que buscam educar e ensinar as crianças a perceber que todos possuem o mesmo valor humano e que merecem ser tratados com dignidade e respeito.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Maria Lúcia Silva; OLIVEIRA, Iran Johnathan S. Síndrome de Down: determinantes e desafios. Em foco, 2012.
DE DOWN, Fundació Catalana Síndrome. síndrome de Down. Hacia la tercera edad: retos y esperanzas. Recopilación de las ponencias de las IX Jornadas Internacionales sobre el Síndrome de Down. Barcelona: Fundació Catalana Síndrome de Down, 2009.