O Ressentimento é sempre do Outro?

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A Era do Ressentimento: Uma Agenda para o Contemporâneo, do filósofo e psicanalista Luiz Felipe Pondé, através da palestra organizada pelo Psicologia em debate, em uma exposição claramente proferida pelo acadêmico em Psicologia Lenicio Nascimento, no dia 08/03/2017, deixou todos os presentes já de início reflexivos, ao questionar: “Você é uma pessoa ressentida?”.

Penso que nesse momento, todos se voltaram para seus próprios pensamentos, e se deixaram refletir acerca desse tema, que coloca em xeque, um sentimento tão forte e negativo, quanto o ressentimento. Sabe por quê? Acredito que talvez seja, por pensarmos que o outro seja um ressentido, porém nós não somos. Nesse sentido, o autor coloca de maneira expressiva sua visão desse homem que age pelo ressentimento, sequer questionando sua verdadeira essência, entre o ter e o ser.

Fonte: http://zip.net/bctGbv
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Nesse diálogo contemporâneo da Psicologia com a Filosofia, o autor segue apontando críticas pertinentes aos relacionamentos sociais, em que as pessoas estão preocupadas muito mais com a quantidade de “curtidas” nas redes sociais, que mostram em tempo real tudo o que elas desejam que vejam; tendo assim seus segundos de fama. Para o autor, vivemos a era do ressentimento, perdemos tempo vivendo pela exteriorização, individualismo onde “eu me basto”, um consumismo exacerbado; e constantemente correndo atrás de uma singularidade, assim buscando um reconhecimento dessa imagem que criou; imagem que não corresponde ao seu eu real; fora a isso, essa geração vive a solidão e o adoecimento com as psicopatologias, que nasce desse descompasso em não olhar para nosso interior, como somos de verdade.

Para o autor, a palavra ressentimento carrega um teor negativo; porém acredita que o primeiro passo é se perceber como sendo um ressentido, aceitando e assim buscar uma mudança que poderá trazer um crescimento pessoal. No desespero, a auto superação será a única e viável saída para uma cura e melhora interior.

Fonte: http://zip.net/bxtG7B
Fonte: http://zip.net/bxtG7B

O filósofo, apontando várias nuances dos relacionamentos superficiais, dos casais modernos que não desejam ter filhos; a secularização do papel da mulher na qual ela vive em busca de uma autonomia frente à sociedade, que nos permite perceber essa mulher correndo em busca de uma realização superficial; em que a perfeição do corpo surge como uma feminilidade vazia e inútil. Nesse ponto, possibilitamos entender a preocupação que o autor demonstra frente às demandas que nosso tempo se apresenta.

Portanto, para fugir disso, o autor sinaliza para que sejamos extra contemporâneos; seria basicamente lutar contra essa onda de ter mais do que ser; em um movimento socrático de levar o individuo a sair de dentro para fora. E, principalmente não colocar a culpa do seu ressentimento no outro, procurar a verdade, o sentido da vida.

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Ressentimento: uma perspectiva provocante

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Sou uma pessoa ressentida? Com tal questionamento, fomos inseridos ao oportuno e interessante tema, extraído da obra do filósofo Luiz Felipe Pondé: A Era do Ressentimento – Uma Agenda para o Contemporâneo. Um rico diálogo da Filosofia com a Psicologia, explanado no Psicologia Em Debate do dia 08/03/2017 pelo acadêmico em Psicologia Lenício Nascimento, oportunizou o entendimento das demandas dos relacionamentos atuais, principalmente quando traz como pano de fundo, o ressentimento gerado pela exteriorização e superficialidade, o consumismo e a individualidade, aos quais estamos nos adequando sem ao menos contestar o porquê desse embate entre o ter e o ser, e suas consequências.

Dizemos a nós mesmos que: “eu me basto”, não preciso de ninguém, gerando uma via para a solidão e o ressentimento; nesse ponto o palestrante intencionalmente nos remete a uma reflexão necessária. Por meio de uma contextualização e interação com os alunos, o palestrante aponta o tema do ressentimento, como um embate que travamos em nosso ego, com o que a contemporaneidade foi forjando para que a sociedade do consumo e dos relacionamentos superficiais chegasse à atualidade com os dramas que acabam por gerar em nós uma série de psicopatologias, além da solidão, pela qual estamos de certa maneira cercados.

Fonte: http://zip.net/bvtGDN
Fonte: http://zip.net/bvtGDN

Contudo, o autor nos alerta quanto ao fato de que a palavra ressentimento pode possuir em si mesma, forte conotação negativa; alegando ainda que podemos retirar dessa experiência, uma forma de superação contra as nossas próprias adversidades; lutar contra o ressentimento para que alcancemos nosso crescimento como pessoa. E, ainda segundo o autor, no desespero ou auto superação, podemos trabalhar esse sentimento negativo, transformando em algo positivo.

O autor, sinalizando para uma geração de pessoas ressentidas, que vivendo sob a ótica narcisista, enxergando-se a eles mesmos como pessoas singulares, sempre procurando um reconhecimento público para seus feitos; exemplificado pelo palestrante como as pessoas que levantam uma bandeira em defesa da natureza, porém não conseguem suportam a convivência com a própria irmã ou outro parente qualquer. Assim, seguimos negando que somos pessoas ressentidas, e a culpa sempre será do outro.

Para tratar desse problema, o autor tem como possibilidade de solução, não negar o ressentimento, e sim aceitar o que está sentindo e procurar a verdade, o sentindo verdadeiro da vida. Quanto a isso, essa obra que nasce do olhar filosófico e psicanalista do autor, observando nessa geração que são sete bilhões de pessoas no mundo inteiro, procurando seu pedaço de felicidade. Estamos afogados numa espécie de ressentimento, dado circunstâncias por estarmos sempre achando merecedores dessa felicidade, somos mimados, achamos que Deus nos abandonou. Em contrapartida, o problema se estende para além, já que estamos sempre ressentidos por algo ou alguém que não nos ouviu, não retribuiu nosso amor, enxergamos a vida do outro como melhor que nossa própria; assim vivemos com as nossas feridas narcísicas abertas, expostas.

Fonte: http://zip.net/bltFJM
Fonte: http://zip.net/bltFJM

Portanto, mapeando uma série de sintomas dessa contemporaneidade, o autor abre espaço para conferirmos a grande tragédia que estamos vivendo, conseguinte trocamos a vida real e seus dramas, por plataformas e redes sociais que mostra ao outro, o que queremos ser, ainda que esse outro não seja meu eu real. Assim, seguimos nossa jornada para no futuro sermos lembrados como pertencentes a “Era do Ressentimento”.

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