Dependência Emocional: Você é capaz de perceber quando ela está presente nos relacionamentos interpessoais?

Compartilhe este conteúdo:

A expressão “amar demais”, aparentemente pode ser vista como algo positivo, em primeiro momento, no entanto a sua mensagem traz algo que muitas vezes é desconhecido para muitas pessoas, a dependência emocional. Um ciúme de cá, um ciúme de lá, uma desconfiança que vai além do normal, um sentimento de posse pelo outro, aquele desejo de atenção em tempo integral, são comportamentos que indicam sinais de dependência afetiva. É preciso levar em consideração esses sinais que não podem ser tidos como normais, apesar de todo romantismo que propagou-se em novelas brasileiras, no decorrer de décadas. Quando a mocinha sofria muito para conseguir a atenção do bem-amado.

Sentimentos que podem tornar-se destrutivos quando não tratados com um profissional da área da psicologia, aborda o psicólogo e escritor Walter Riso, em sua obra Amar ou Depender? Sobre as consequências da dependência emocional, as quais podem ser devastadoras.  Por isso, a importância do desenvolvimento do amor-próprio, o que difere de um vício, comportamento inadequado e prejudicial à saúde psíquica.

Fonte: encurtador.com.br/pCHK2

Sobre o tema, Martini (2012) refere-se que a insegurança e falta de confiança são causas inerentes a padrões comportamentais de pessoas com dependência. Segundo ela, estas ações são explicadas pela maneira que o indivíduo foi formado na sua infância, em especial, quando não teve um ambiente seguro familiar. Nesse sentido, ainda reforça que essa insegurança ainda na infância não favorece o desenvolvimento da capacidade de autonomia e tomada de decisões, o que acarretara um adulto com dificuldades de adquirir relações saudáveis, podendo se tornar alguém dependente. 

Bowlby (2002) observa que existe uma forte relação entre as experiências que o indivíduo vivenciou com sua família de origem e a forma como estabelecerá seus vínculos afetivos e relações sociais. Por isso, a importância de uma criança desenvolver sua identidade e valores em um lar saudável, suprida com o amor paterno e materno para ser um adulto completo, sem a necessidade de buscar no outro o preenchimento emocional, que foi negado na infância. 

Beattie (1987) compara a dependência emocional com a dependência química.  De acordo com a escritora, muitas mulheres são viciadas em relacionamentos destrutivos e acreditam que o sofrimento ao qual são inseridas é indispensável para conquistar a pessoa desejada. Para isso, será necessária uma mudança profunda para transformar o paradigma de relacionamento. Em sua concepção, a pessoa precisa entender que o problema está em si, e não no outrem para buscar a saúde emocional.

Fonte: encurtador.com.br/yLPS8

De acordo com Norwood (1989), pessoas oriundas de lares desajustados têm uma grande predisposição a desenvolver dependência emocional, pelas suas necessidades não terem sidos supridos na infância, como foi mencionado por Martini. Nesse contexto, muitas mulheres em busca de algo que não teve quando criança buscam em relacionamentos suprir suas ausências, quando tornam-se dependentes emocionais. Fazendo com que a ausência afetiva dos pais venha contribuir para esse tipo de comportamento, quando o vício em depender da presença de alguém é confundido com amor.

Baseado em sua obra Mulheres que Amam Demais, criou -se, no Brasil, o Mada, grupo de homônimo ao livro, o qual acolhe mulheres dependentes emocionais, que sofreram ao extremo por conta de relacionamentos tóxicos. Muitas vindas de relacionamentos abusivos, em que a violência doméstica fora presente. Para isso, o Mada reúne mulheres, as quais não precisam se identificar para contar sobre suas dores. O movimento vem ganhando força no Brasil, e tem se espalhado pelos estados.

Com o intuito de ajudar mulheres que amam demais o Mada realiza o programa de 12 passos para autorrecuperarão. Para se identificar com o grupo, é disponibilizado, uma lista com algumas características de uma dependente emocional. Ter medo de ser abandonada com o fim do relacionamento, está mais em contato com o sonho do que a realidade e habituada à falta de amor em relacionamentos interpessoais. São alguns aspectos da dependência. 

Referências

Beattie Melody. 1987. Co dependência Nunca Mais: Para de controlar os outros e cuide de você mesmo. 

Martini, Juliana. 2012. Dependência Emocional Familiar: possíveis manifestações nos filhos. Disponível em < file:///C:/Users/Daniel/Downloads/12430-Texto%20do%20artigo-46320-2-10-20121023.pdf>. Acesso 06. de Out. 2021.

Grupo de apoio Mulheres que Amam Demais (Mada). Disponível em: https://grupomadabrasil.com.br/ Acesso 06. de Out. 2021.

Riso, Walter. 2010. Amar ou Depender?. Tradução Marlova Assev. Porto Alegre. 

Norwood, Robin. 1989.  Mulheres que Amam Demais.

Compartilhe este conteúdo:

Lidando com pessoas destrutivas

Compartilhe este conteúdo:

Viver em sociedade é uma tarefa árdua, cada pessoa busca a satisfação de seus próprios interesses, poucos pensam em uma coletividade social. Tal situação é visivelmente percebida quando se faz uma análise no sistema de leis e normas que existem para o convívio social.

Normas que cuidam tanto de uma esfera penal, pautada em ações criminosas, quanto no âmbito civil, mais direcionada às relações comuns e o cumprimento das normas civis é o fator crucial para uma boa relação em comunidade.

Mas, como lidar com aquilo que não é, legalmente falando, uma conduta “dolosa” que viola o direito de outrem?

Como pessoas sociáveis, sempre buscamos estar em coletividade, mas no coletivo há diversas personalidades, traumas, condições extremas de pessoas que são comumente chamadas de pessoas tóxicas.

Fonte: encurtador.com.br/hyBDW

Dentro desse grupo de “más companhias”, há aquelas que são consideradas como um abismo emocional, ou, até mesmo, como buracos negros emocionais, ou seja, são indivíduos que possuem um vazio descomunal dentro de si e buscam – não intencionalmente – sugar todo e qualquer resquício de “sanidade” das pessoas próximas.

Essas pessoas são como parasitas, instalam-se em nossas vidas como simbiontes, se apresentando inicialmente como pessoas solicitas, amigáveis, amáveis etc., e vão mostrando suas “garras” com o passar do tempo.

Tal condição é tão presente na sociedade que já foi romantizado em grandes sucessos da música brasileira, como em Segredos – Frejat, onde é dito “e eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos”. Pessoas tóxicas estão presentes em todos os ambientes e, muitas vezes, elas sequer percebem que causam mal para os que compartilham o mesmo ambiente que eles.

As principais dúvidas que surgem sobre esta questão são: como identificar essas pessoas; como se distanciar destas pessoas; e, como descobrir se é este tipo de pessoa?

Fonte: encurtador.com.br/BH389

É importante frisar que o auxílio de um profissional da psicologia será sempre essencial para a identificação e tratamento destes casos.

Pessoas com este comportamento negativo possuem características um tanto quanto “eugênicas” em suas personalidades, o modus operandi destes indivíduos possuem padrões, em sua maioria são manipuladores que se fazem de vítimas psicológicas para conseguir aquilo que deseja, ou até mesmo um narcisista egocêntrico que usa as pessoas e suas emoções para satisfazer seus desejos pessoais.

Além dos manipuladores, existem aqueles que são psicologicamente instáveis, seja por traumas, viciados quimicamente em bebidas ou entorpecentes nocivos a saúde física e mental, estas pessoas também são consideradas como indivíduos com um buraco negro emocional que infecta àqueles ao seu redor com o negativismo de suas personalidades.

Se distanciar destes indivíduos não é uma tarefa fácil, tendo em vista que normalmente elas se instalam no ciclo mais íntimo das pessoas, instalam na psiquê do “hospedeiro” uma imagem de que são essenciais para suas vidas ou até mesmo de que, caso se desvinculem, não irão conseguir sobreviver muito tempo.

Fonte: encurtador.com.br/jlACR

Por isso, é necessário um desenvolvimento extraordinário da inteligência emocional, para conseguir enfrentar essas pessoas. A coisa se torna ainda mais complexa quando a pessoa tóxica é um familiar, o provedor do lar, os genitores, irmãos, cônjuges, aqueles que, dada as circunstâncias não se desvinculam facilmente, como lidar?

Sempre é importante frisar que nenhuma decisão precipitada deve ser tomada, principalmente aquelas irreversíveis, vez que não contribuirão em nada na melhoria ou resolução dos problemas, traria tão somente um agravo nas relações e mais poder para o indivíduo tóxico que possui alguma vantagem sobre a “vítima”.

A pessoa quando percebe que se encontra em um ambiente tóxico, se sente sufocada, em alguns casos similar a um cárcere privado, sem saída, sem escolhas, sem vontades. Mas com o tempo ela conseguirá perceber que possui o poder de escolha entre se manter naquele ambiente ou se retirar e buscar a resiliência de sua mente. Porém, caso seja impossível se excluir do convívio social/familiar/profissional que essas pessoas, a “vítima” deve buscar um aprimoramento de sua mente para não permitir que a negatividade do outro lhe afete, até porque o mal está no outro, não em si.

Por último, como identificar que o causador de todo o mal-estar ao seu redor é causado por você e não por terceiros? Uma situação indesejada que é muito comum quando se faz uma análise mais profunda sobre o tema pois, caso não seja o agente causador, mesmo que inconscientemente, você estará permitindo que alguém controle e manipule seu estado mental.

Neste cenário, o indivíduo deve realizar uma análise de cada aspecto de sua vida pessoal/profissional e verificar se são suas atitudes que lhe infligem agonia e dor psíquica.

Compreendida sua toxicidade como indivíduo, deve ser buscado imediatamente a ajuda profissional para tratar os maus traços de sua personalidade, não para agradar os outros, mas para buscar uma versão melhor de si mesmo.

Fonte: encurtador.com.br/fqACD
Compartilhe este conteúdo:

Identifique sinais de abuso psicológico

Compartilhe este conteúdo:

Quando falamos de violência ou tortura pensamos logo em agressão física. O abuso ou violência psicológica tem por características palavras ou atos que coloquem a mulher em uma condição de humilhação, privação de sua liberdade de falar ou expressar, ser subjugada. Também gera a degradação da sua moral, quando é impedida de exercer sua vida social ou crença.

É importante sempre falarmos sobre esse tema, pois como não existe uma agressão física com empurrões, socos e sem a utilização da força física, muitas vezes a mulher não sabe que está vivendo uma violência. É interessante notar que o agressor também não entende isso como uma violência. Ele entende que agressão ou violência doméstica é apenas quando tem empurrão, chute ou espancamento. Hoje, como essas mulheres estão tendo voz, entendemos essa violência psicológica, que inclusive consta na lei Maria da Penha e é passível de punição.

O abuso não acontece por acaso ou do dia para noite, a pessoa já vem dando indícios no começo do relacionamento. Por exemplo, se eu tenho um namorado que começa a me limitar em relação aos meus amigos, eventos sociais e pontuando em relação às minhas roupas. Quando esse relacionamento evolui para um noivado ou casamento, a situação pode se estender na vida conjugal. Então, é importante prestar atenção aos sinais.

Vale ressaltar que muitas pessoas acreditam que abuso psicológico só acontece nas camadas mais baixas da sociedade e isso não é verdade. Há casos em que o companheiro aparentemente era perfeito e tinha uma situação financeira boa e se transforma nesse monstro.

Fonte: encurtador.com.br/cAC19

O ideal é que, ao se relacionar, a mulher busque conhecer a família, o comportamento do companheiro, como ele era com os antigos relacionamentos, como era a conduta dele em relação a outras mulheres. Pergunte como foi o término, atente-se como ele é com a família, como se comporta, como é no profissional. Assim você passa a conhecer um pouco sobre o comportamento e temperamento desse indivíduo.

Geralmente quem pratica o abuso psicológico está mais caracterizado como abusador e manipulador. Ele faz com que a vítima entenda e acredite que a culpa é dela. Pois são usadas frases como “eu só fiz isso porque você me provocou”. Ou “se você não tivesse feito isso, eu não teria feito aquilo”. A vítima vai sendo envolvida e tendo esse prejuízo psicológico emocional. Ela se deprime e fica buscando nela o porquê dele agir assim.

O trabalho do psicólogo é fazer a mulher perceber e reconhecer que está vivendo isso. Existe essa dificuldade de reconhecer que tudo que ela passa, mesmo sendo verbalmente, constitui-se como violência. Isso causa danos emocionais, diminuição da autoestima e prejuízo no desenvolvimento pessoal e profissional dessa mulher. O sentimento dela é de estar acuada, humilhada e com medo. Existe um medo grande dela sair desse relacionamento e/ou tomar qualquer atitude.

Os psicólogos recebem e acolhem mulheres fragmentadas e desacreditadas, pois, como não existem marcas físicas, seu discurso muitas vezes é desvalorizado. No processo terapêutico, objetivamos reestruturar essa autoestima e desconstruir crenças disfuncionais e ressignificar os fatos, buscando libertá-la do trauma dessa relação. Em alguns casos, é preciso passar por um longo processo psicológico. É importante mostrar que existe vida após o abuso e essa mulher merece e tem o direito de ser feliz.

Compartilhe este conteúdo:

Moonlight: sob a luz de Narciso – Parte 2

Compartilhe este conteúdo:

Com oito indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Diretor (Barry Jenkins), Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), Melhor Atriz Coadjuvante (Naomie Harris), Melhor Roteiro Adaptado (Barry Jenkins), Melhor Fotografia (James Laxton), Melhor Edição ( Joi McMillon e Nat Sanders), Melhor Trilha Sonora (Nicholas Britell).

Banner Série Oscar 2017

Leia Moonlight: sob a luz de Narciso – Parte 1

O paradoxo espaço temporal [1] não existe no inconsciente, lá tudo é sempre presente. E é aí que os conflitos de Chiron se acumulam e seu mundo se torna ainda mais difícil de sustentar, tanto pelo que lhe pesa como pelo que lhe falta. Afinal, a estrutura egóica de Chiron não possui bases que suportem a realidade. Por isso, ele continua em fuga.

Imagem4A

Mergulhado em um profundo estado de desamparo, Chiron começa a sentir sua indiferença sendo transformada em uma angústia crescente, um sentimento que já não consegue ser represado no inconsciente, mas que se desloca lentamente rompendo as barreiras através dos sonhos e dos tímidos enfrentamentos seja quando ofendem suas “mães” Joana e Tereza, ou quando o chamam pelo apelido da infância, Little, nomeação que o coloca de frente com sua fragilidade narcísica. Entretanto, tão logo percebe a resistência do oponente Chiron volta a acomodar-se passivamente ao seu sentimento de inferioridade e impotência.

Em relação à mãe a situação é ainda pior já que, diante dela, ele não consegue fazer enfrentamento algum. Em casa é Chiron quem cuida de Joana. Esta, por sua vez, utiliza-se do filho como apoio para se manter em uma posição infantilizada, evitando encarar seus próprios problemas [2]. Ela coloca Chiron para fora a fim de receber outros homens, ela toma seu dinheiro para comprar drogas, e o chantageia dizendo que ele é tudo o que ela tem na vida, e ele a ela.

Ao mesmo tempo em que ama, Joana rejeita, ao mesmo tempo em que o busca com um sorriso sedutor, afasta-o pela impossibilidade de oferecer-lhe o cuidado e a provisão necessária, tanto física como emocional. A inconsistência entre discursos e ações são as bases para a insegurança do filho.

Imagem10

Chiron, por sua vez, não reage, obedece resignadamente, dorme fora para ceder espaço a ela, permite que a mãe o assalte para manter seu vício e ainda demonstra amor e cuidado cobrindo-a enquanto dorme, amando-a ternamente como uma criança que ainda busca por um olhar que a corresponda, e lhe traga a necessária ilusão [3] da completude para que, finalmente, se sinta segura. Mas, na adolescência Chiron intensifica os problemas já experimentados na infância, com uma mãe cada dia mais afundada no vício e que lhe explora, exigindo dele o cuidado, o amor, a atenção e o sustento.

Abuso Emocional

Moura (2013) fala sobre os dois polos de manifestação da nocividade materna – a possessividade e o abandono –  e, este ultimo, não se refere propriamente ao abandono no nível da realidade corporal, mas a ausência de ocupação que deixa a criança sem recursos diante de seu poder de silêncio, não de fala, mas um silêncio de investimento subjetivo. Como vemos em Moonlight, Joana fala, mas sua falta de investimento afetivo fala ainda mais alto e tão poderosamente que silencia até a voz de Chiron.

Imagem2

Utilizando-se de manipulações, Joana mantém o filho preso a um sentimento inconsciente de culpa por não conseguir completar a mãe, ou satisfazê-la de alguma forma que o torne merecedor de seu amor, por isso ele adota uma posição submissa, vivendo em função dessa que seria seu primeiro objeto possibilitador da transição do investimento de si mesmo para os objetos externos, conforme propõe Freud. Mas a mãe também não lhe pode investir, visto que busca nele a compensação para o seu próprio vazio existencial. E assim estabelece-se um ciclo geracional de transmissão de identidade.

Freud (1905/1996) aponta a ambiguidade dos cuidados maternos ao afirmar que quando a mãe afaga, acaricia o seu filho, ela o seduz colocando-o numa posição de substituto do objeto sexual completo [4]. Essa sedução fica explícita na relação manipuladora de Joana junto ao filho, revelando o abuso emocional incestuoso.

Imagem1BImagem1A

A confusão de papeis dentro da família faz com que o filho assuma a função de cuidador de um adulto frágil a quem ele não pode contrariar sob a pena de não ser amado. Paradoxalmente à sua força e independência, esse filho guarda dentro de si a criança desnutrida de afeto, que não amadureceu para enfrentar a vida. Como a mãe frágil dentro de casa, ele se vê frágil diante do mundo, se não foi capaz de receber o amor dos próprios pais, por que o esperaria de outros? Nessa dinâmica, a pessoa volta todo o investimento libidinal para si mesma, a fim de se proteger da rejeição do outro. Ao abrir mão de si mesmo pelo outro (mãe), a criança “passa a desacreditar das próprias necessidades, julgando as ilegítimas, e o próprio desejo passa a ser considerado como vergonhoso.“ (Cukier, 1998) [5].

Sobre a gravidade do abuso emocional sobre os filhos podemos reportar o relatório da Associação Americana de Psicologia (APA) publicado em 2014:

As crianças que tinham sido psicologicamente abusadas sofriam de ansiedade, depressão, baixa autoestima, sintomas de estresse pós-traumático e suicídio no mesmo grau e, em alguns casos, a uma taxa maior do que as crianças que foram abusadas fisicamente ou sexualmente. Entre os três tipos de abuso, os maus tratos psicológicos foi mais fortemente associado com depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade social, problemas de ligação e abuso de substâncias químicas [6].

A história de Chiron revela, portanto, a formação de uma personalidade narcísica por meio de um abuso emocional e nos confronta com uma realidade social que vai além de um único indivíduo, se manifestando, às vezes, como característica de toda uma sociedade ou um grupo de pessoas, no qual os mesmos traços de inferioridade podem ser observados como elevados a um nível sócio cultural e político que rege toda a dinâmica social de um povo.

REFERÊNCIAS:

[1] GREENE, Brian. O universo elegante. Supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

A (a)temporalidade do Inconsciente. Disponível em < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/19587/19587_5.PDF>.

FREUD, S. (1915). O Inconsciente. In: FREUD, S. Escritos sobre a psicologia do inconsciente. v. 2. Rio de Janeiro: Imago, 2006, p. 13-74.

[2] KNAPP, Daniela. Inversão de papéis: 5 maneiras de evitar que seu filho assuma o lugar do seu marido. <https://www.realmentemulher.com.br/single-post/2016/06/09/Invers%C3%A3o-de-pap%C3%A9is-5-maneiras-de-evitar-que-seu-filho-assuma-o-lugar-do-seu-marido>.

Parentificação. Disponível em <https://abusoemocionalblog.wordpress.com/2016/05/10/parentificacao/>.

[3] ROCHA, Zeferino. O papel da ilusão na psicanálise Freudiana. Ágora (Rio J.),  Rio de Janeiro ,  v. 15, n. 2, p. 259-271,  Dec.  2012 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982012000200004&lng=en&nrm=iso>.

[4] MOURA, Danielle Ferreira Gomes. Maternidade e poder. Rev.Mal-Estar Subj,  Fortaleza ,  v. 13, n. 1-2, p. 387-404, jun.  2013.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482013000100015&lng=pt&nrm=iso>.

[5] CUKIER, R. Sobrevivência emocional: as dores da infância revividas no drama adulto. São Paulo: Ágora. 1998.

[6] Abuso emocional pode ser tão prejudicial quanto o abuso sexual. Disponível em < http://www.psiconlinews.com/2014/10/abuso-emocional-pode-ser-tao.html>.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

moonlight-cartaz

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR

Diretor: Barry Jenkins
Elenco: Alex Hibbert, Ashton Sanders, Trevante Rhodes, Naomie Harris, Mahershala Ali
País: EUA
Ano: 2016
Classificação: 14

Compartilhe este conteúdo: