Polícia Militar do Estado do Tocantins Promove Campanha de Prevenção ao Suicídio no Setembro Amarelo

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O setembro amarelo é o mês dedicado a campanha de prevenção ao suicídio que deu início no ano de 2015 e hoje se destaca mundialmente como um período em que são abertos espaços de discussões e debates acerca da temática. O reconhecimento da necessidade de se olhar para esse fenômeno vem sendo construída a partir da realidade a cada dia mais preocupante, em que o risco de suicídio, nas diferentes faixas etárias, demonstra que o manejo em lidar com essa questão deve ser amplamente discutido e aplicado seja no âmbito familiar, social ou profissional.

Segundo Botega (2015) o suicídio é multideterminado por um conjunto de fatores de diferentes naturezas, que são externas ou internas aos indivíduos e podem se combinar de forma complexa e variável. Existem uma influência genética, de elementos da história pessoal e familiar, de fatores culturais e socioeconômicos, de acontecimentos estressantes, de traços da personalidade e também de transtornos mentais.

O alerta quanto aos sinais e principalmente a abertura para a possiblidade de oferecer atenção e acolhimento à dor psíquica expressada pelo indivíduo, pode ser um meio de modificar a situação ao qual o panorama do suicídio se apresenta na atualidade.

Fonte: Governo do Tocantins

A Diretoria de Saúde e Promoção Social da Polícia militar do Tocantins (DSPS), por meio do Centro de Atenção à Saúde Integral do Policial Militar (CAISPM) se prontificou durante todo o mês de setembro a realizar orientações e acolhimento via telefone disponível, para a escuta daqueles que se sentirem atravessados pela temática de alguma forma, sejam os policiais militares, como também toda a sociedade em geral, para que possam ser atendidos por profissionais de saúde, numa perspectiva de atenção psicossocial.

Lembrando que essa pauta se faz necessário ser discutida não somente durante o setembro amarelo, mas a atenção deve acontecer de forma ampla e constante e ocupar cada vez mais os espaços de discussão, para que estratégias possam ser implementadas frente a essa problemática.

Deixar uma pessoa se expressar livremente e adotar uma postura sem julgamento e não diretiva produz benefícios que podem fazer a diferença na vida de alguém que pretende o suicídio, por isso se faz importante campanhas que promovam um oportunidade de fala e de escuta receptiva com imenso valor terapêutico.

REFERÊNCIA

BOTEGA, NJ. Crise Suicida: avaliação e manejo. Artmed, Porto Alegre, 2015.

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Ipê amarelo

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Recebi hoje, via whatssap, uma foto de um ipê amarelo aberto em flores. E, logo abaixo, a postulante enviou, quase em forma de legenda, a seguinte frase de Khalil Gibran Khalil: “árvores são poemas que a terra escreve para o céu”. O lirismo do escritor libanês conjunta à foto do ipê amarelo me transportou para a infância. Lá, os dias quentes e secos de agosto no pantanal eram coloridos pelos diversos tons dos ipês. Amarelos, rosas, brancos e roxos invadiram minha mente num transe em agradável lembrança. A conexão com passado foi tão real que cheguei a me perguntar: será esta a melhor analogia para descrever o ipê amarelo aberto em flores?

O ipê da foto e os ipês da minha lembrança não possuem folhas. São inteiramente flores.

Ipê vem do tupi aipê, significa originalmente casca. De casca grossa e as vezes escura, o ipê é forte. Resiste facilmente ao fogo tão comum no cerrado nas épocas de estiagem. O caule e os galhos escuros do ipê projetam e realçam as cores de suas flores. O contraste é tão grande que mais parecem feitos para adornar em forma de estrutura a efêmera beleza das flores.

O ipê florido é uma oração que a terra faz para o céu.

O cristão aprende a rezar o pai nosso de forma tão mecânica que não percebe que ele é dividido em três partes: primeiro temos o louvor; depois  o agradecimento e por último temos as súplicas.

Apontando o ipê para o céu, a terra louva ao identificar o destinatário e o endereço de sua oração:Pai Nosso, que estais no Céu. Ela glorifica o sagrado santificando o seu nome.

O ipê, quando florido, evidencia o agradecimento da terra ao céu. Ele tem sua floração justamente nos meses mais secos e inóspitos de seu habitat. A terra retribui neste instante toda a vida que o céu pode lhe proporcionar. E, em seu momento de maior dificuldades, lhe devolve flores. O ipê florido é um buquê vivo ligado à terra por suas raízes. O céu certamente o utilizará nas bodas das estrelas que forjam todo o firmamento. É deste modo que terra agradece o pão-nosso de cada dia.

O ipê em flores, em meio aos tons palha e cinza da vegetação ao seu redor, é uma súplica da terra aos céus pela água que lhe falta. Falta esta tão necessária à terra não é evidenciada na beleza e graça das flores do ipê. Isto ocorre porque a súplica da terra não é egoísta como a do homem. Este em suas orações não dão nada em troca. A terra é tal qual a mulher que entrega sua beleza pelo fruto vindouro. É desta forma que a terra pede perdão pelas suas ofensas e um pouco de água para sobreviver.

Imagem: Ipe amarelo
Foto: Irenides Teixeira

A epígrafe completa de Khalil Gibran Khalil diz “Árvores são poemas que a terra escreve para o céuNós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio”. A última frase que termina o texto do saudoso escritor não me foi enviada pela postulante do whatssap. Ela é tão amedrontante que foi propositadamente suprimida. Gostaria de acalmar a terra e dizer: o ipêamarelo não jazerá jamais. Pois, foi plantado no coração da minha alma. Amém.

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