Saúde mental dos cuidadores de autistas

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É frequente que os pais e cuidadores de crianças com TEA passem a vivenciar emoções de solidão e autorrecriminação.De acordo com a estimativa dada pelo IBGE, no Brasil existem cerca de 2 milhões de autistas(2023)

Nas famílias que têm crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é comum que os pais e cuidadores comecem a experimentar sentimentos de isolamento e culpa. Esses sentimentos surgem devido à pressão associada ao diagnóstico e à autocobrança de tentar acompanhar e aliviar os sintomas do TEA. Outra característica frequentemente observada é o isolamento social, que se torna necessário para garantir os cuidados adequados à criança, intensificando a sensação de impotência e, consequentemente, a culpa.

De acordo com Cadman et al. (2012), após a detecção inicial de sinais e sintomas ou comportamentos atípicos, os familiares e cuidadores de crianças com TEA tendem a experimentar níveis elevados de estresse em comparação com as famílias de crianças com desenvolvimento típico, o que, por sua vez, afeta a qualidade de vida familiar.

Além das emoções e desafios mencionados, a falta de informação também desempenha um papel significativo. Muitas vezes, a falta de conhecimento leva a buscas desesperadas, levando os cuidadores a submeterem as crianças a tratamentos não regulamentados e/ou exaustivos na esperança de reduzir os sinais e sintomas. A ignorância também pode resultar na recusa dos responsáveis em seguir o tratamento recomendado, criando assim um ciclo de impactos negativos na saúde e bem-estar da criança e da família.

É notável que houve avanços significativos na identificação precoce e no diagnóstico do TEA no Brasil. No entanto, ainda se observa uma lacuna considerável em relação ao apoio oferecido às famílias após o diagnóstico. Como mencionado anteriormente, as crianças com TEA exigem mais atenção e cuidados de seus responsáveis devido às suas dificuldades em realizar tarefas comuns para suas idades e estágios típicos de desenvolvimento. Isso resulta em um alto nível de dependência por parte dessas crianças.

                                                                                                           Fonte: seguireaba

Ainda se observa uma lacuna considerável em relação ao apoio oferecido às famílias após o diagnóstico.

Conforme destacado por Ebert, Lorenzini e Franco da Silva (2015) e Bosa (2006), o diagnóstico de TEA muitas vezes representa uma reviravolta na vida da família, exigindo uma reorganização para atender às necessidades específicas do filho. Muitas vezes, os planos e expectativas anteriormente estabelecidos pelos pais são deixados de lado.

De acordo com os autores Bronfenbrenner e Morris (2006), os pais se tornam uma parte crucial de uma equipe multifacetada, desempenhando papéis de cuidadores, modelos, disciplinadores e promotores da socialização de seus filhos. Eles ocupam uma posição central na estimulação do desenvolvimento dos filhos. Portanto, não é surpreendente que o diagnóstico de TEA seja reconhecido como uma fonte de estresse para os pais, que geralmente experimentam níveis mais elevados de estresse em comparação com pais de crianças com desenvolvimento típico e atípico de acordo com as pesquisas de Cadman, Hayes e Watson (2012).

Além disso, Sá e Rabinovich (2006) ressaltam a importância do apoio às famílias após o diagnóstico para facilitar os estágios previsíveis de luto. Inicialmente, ocorre o choque, acompanhado de choro, sentimentos de desamparo e desejo de escapar da realidade. Em seguida, vem a fase de negação e questionamento sobre o diagnóstico. Posteriormente, surgem sentimentos de tristeza e raiva, seguidos pela aceitação da condição e, por fim, pela reorganização da família, que implica na reintegração e reconhecimento da situação do filho.

Jerusalinsky (2007) também aborda esse aspecto do luto após o diagnóstico, que ocorre devido à quebra das expectativas de ter uma criança típica, muitas vezes concebida antes mesmo do nascimento – uma criança completamente saudável, sem deficiências ou necessidades especiais. Isso pode causar sentimentos de fracasso e culpa nos pais.

Pesquisas de Gomes (2015) destacam, ainda, uma diferença de gênero nesse contexto, com as mães apresentando níveis mais elevados de estresse em comparação com os pais de crianças com TEA. Schmidt e Bosa (2007) também revelaram que o alto nível de estresse está relacionado com a demanda intensiva de cuidados à criança, isolamento social e falta de apoio. Essas autoras identificaram que as tarefas cotidianas, como vestir-se, higiene pessoal, sair de casa e as barreiras de comunicação da criança, estão entre os fatores que contribuem para a sobrecarga materna.

                                                                                                         Fonte: gettyimages

Pesquisas apontam níveis mais elevados de estresse em mães em comparação com os pais de crianças com TEA. 

Em um estudo epidemiológico, Lecrubier et al. (2002) encontraram taxas elevadas de depressão (68%) e ansiedade generalizada (28%) em cuidadores de crianças com autismo na Europa Ocidental e em países em desenvolvimento. Essas taxas estavam relacionadas a desafios sociais significativos e eventos estressantes. Resultados semelhantes foram observados em Taiwan por Shu, Lung e Chan (2000), com uma prevalência de 33% de transtornos psiquiátricos entre as mães de crianças com TEA. Os autores consideram a condição autista da criança como uma fonte de sobrecarga emocional, física e financeira para as mães e para a família.

Essas situações frequentemente deixam as mães em uma posição de vulnerabilidade, em que são responsáveis por dedicar-se integralmente às crianças, além de cuidar da casa e da família. O tempo que sobra para o autocuidado, interações sociais e carreira pessoal é escasso. Além disso, essas mães vivem em constante preocupação sobre o futuro de seus filhos quando não puderem mais desempenhar o papel de cuidadoras. Conforme afirmado por Nunes e Santos (2010), até mesmo o tempo em que as crianças estão na escola ou em clínicas especializadas é frequentemente dedicado às tarefas domésticas, o que resulta em isolamento social e limitações significativas em suas vidas.

Referências

EBERT, M., LORENZINI, E. F. Mothers os children with autistic disorder: perceptions and trajectories. (2015)

BACKES, Bárbara; Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos Pais. Disponívell em <https://www.scielo.br/j/ptp/a/9VsxVL3jPDRyZPNmTywqF5F/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 16 de maio de 23.

MINETTO, M. de F., CREPALDI, M. A., BIGRAS, M., & MOREIRA, L. C.. (2012). Práticas educativas e estresse parental de pais de crianças pequenas com desenvolvimento típico e atípico. Educar Em Revista, Disponível em <: https://doi.org/10.1590/S0104-40602012000100009 >. Acessado em 12 set. 2023.

OLIVEIRA, Isaura Gisele de; POLETTO, Michele. Vivências emocionais de mães e pais de filhos com deficiência. Rev. SPAGESP,  Ribeirão Preto ,  v. 16, n. 2, p. 102-119,   2015 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702015000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  13  set.  2023.

SILVA, D. F. D.; ALVES, C. F.. Aceitação Familiar da Criança com Deficiência: Revisão Sistemática da Literatura. Disponível em <: https://doi.org/10.1590/1982-3703003209337>. Acesso em 13 set. 2023

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Na luta contra o câncer infantil, o diagnóstico precoce salva-vidas

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Considerado uma questão de saúde pública, em todos os quatros cantos do mundo, o câncer recebe um novo olhar quando crianças e adolescentes são acometidos da doença. Conforme, o Ministério da Saúde (MS), o câncer é a primeira causa de morte entre crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, totalizando 8% das mortes. Diante disso, foi sancionado pela Lei, de número 11.650, em 2008, o Dia Nacional do Câncer Infantil. 

 Celebrado no dia 23 de novembro, a data é uma forma de divulgar a sociedade sobre a importância de levar a criança com regularidade ao médico de sua especialidade, bem como possibilitar um diagnóstico precoce, com o intuito de salvar vidas.   Além disso, apoiar a criança e seus familiares, promover debates e outros eventos sobre o assunto, difundir avanços técnicos científicos relacionados ao câncer infantil estão entre os objetivos da instituição da data, que esse ano completa sete anos, de sua promulgação.

 

Fonte: Freepick

 

Conforme cartilha do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a imprecisão dos sinais e sintomas do câncer na infância e na adolescência pode ser confundida com outras doenças comuns entre os jovens, o que leva à demora no diagnóstico. De acordo com a instituição, o câncer infantil tem 80% de chance de cura se o diagnóstico for feito de forma precoce, bem como tratamento adequando. Segundo o instituto, a leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas.

Dávila (2006) alerta que quando uma criança é diagnosticada com câncer, os pais são os primeiros a necessitarem de ajuda, já que a criança desconhece a doença. “São eles quem vão transmitir ao filho todos os sentimentos provocados pela descoberta do diagnóstico, e quando a família está bem orientada, os efeitos da doença são menos prejudiciais, pois os pais saberão manejar a situação da melhor maneira possível para que ela não seja tão sofrida para a criança.” (Davilla,2006) Ou seja, nesse momento delicado, os pais precisam de uma rede de suporte familiar para lidar com a situação, no intuito de gerar um ambiente saudável, na medida do possível, para a realização do tratamento do filho.

Nesse contexto é preciso ficar atento aos demais filhos.  Sobre isso, Cavicchioli (2005), aponta que a instabilidade emocional provocada pelo câncer infantil nos irmão saudáveis, além de afetar seu comportamento dentro do contexto familiar, também repercute no ambiente escolar. “Provocando uma diminuição do rendimento devido à falta de atenção, indisciplina, agressividade, e em outros casos, introspecção”. (Cavicchioli, 2005). Diante do cenário, é recomendável procurar um psicólogo para atender toda a família.

Fonte: Freepick

 

Em Palmas, Capital do Tocantins, um grupo de pessoas que se colocam a serviço do combate ao câncer, ofertam seu tempo para apoiar, dar esperança e alegria aos pacientes oncológicos, da cidade. Atualmente, o grupo está captando recursos para a construção do Hospital do Amor, para tratamento dos pacientes com a doença, o que inclui os pequeninos. A iniciativa é sem fins lucrativos, e detém como único objetivo o tratamento. Para mais informações o interessado pode ligar no (63) 32129400.

Referências

Cavicchioli, A.C. (2005). Câncer infantil: As vivências dos irmãos saudáveis. Acesso em 05, de nov, de 2021.

Dávila, L. F. C. (2006). El duelo del paciente infantil con cáncer. Acesso: 05, de nov, de 2021.

Hospital do Amor- Disponível em< https://hospitaldeamor.com.br/?fbclid=IwAR1lRYQl1if155_uzK_FYpcx1kbGIoSiRD2AX8Q0lAzh25kBihsfBle78U> Acesso: 05, de nov, de 2021.

 Instituto Nacional do Câncer(Inca). Pelo controle do câncer infantil. Disponível em < https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media_root/rrc-24-rede-pelo-controle-do-cancer-infantojuvenil.pdf> Acesso, 05 de nov, de 2021. 

Planalto, Lei 11.650. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007  >. Acesso 05, de out, de 2011

 

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“This Is Us”: conteúdos psicológicos da premiada série americana

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A série americana “This Is Us”, de Dan Fogelman, disponível no Brasil pela Amazon Prime Video e preimada com o Emmy de 2017, é um drama adulto melancólico focado, especialmente, nos sintomas psicológicos e nas relações intersubjetivas da família Pearson.

No elenco estão Mandy Moore (Red Band Society), Milo Ventimiglia (Gilmore Girls), Sterling K. Brown (Pantera Negra), Justin Hartley (Revenge), Chrissy Metz (Superação: O Milagre da Fé), Susan Kelechi Watson (Louie), Chris Sullivan (The Knick) e Ron Cephas Jones (Luke Cage).

Os protagonistas são três irmãos de 36 anos, dentre eles dois gêmeos (Keven e Kate) e um adotivo (Randall) nascidos em Pitsburg, na mesma data do aniversário do pai (Jack). Além deles, destacam-se a mãe da família Rebecca, seu segundo marido Miguel, os cônjuges e filhos dos irmãos Pearson: Tobe (marido de Kate); Sophie e Madison (ligadas a Keven) e Beth, Tess, Annie e Deja (esposa e filhas de Randall).

A série apresenta a história da família em épocas diferentes, alternando entre o presente e a infância dos três irmãos. No curso das temporadas, o público assiste o bem-sucedido empresário e pai Randall buscar informações sobre seus pais biológicos, Kate encontrar amor e a autoaceitação enquanto luta contra a obesidade, e Kevin enfrentar o alcoolismo e tentar seguir uma carreira mais significativa para ele.

Em This Is US, os personagens lidam com problemas realistas ligados a temas de família, paternidade, autoimagem, saúde mental e encontrar um propósito na vida de meia-idade. E, ainda, ilustram o casos de sofrimento emocional e os problemas de ordem psicológica decorrentes: de interações familiares, do lugar das pessoas na família, de questões intergeracionais e de conteúdos inicialmente inconscientes aos personagens que depois vão sendo esclarecidos ao longo do ir e vir da série.

Fonte: encurtador.com.br/kmFS5

Como exemplo, tem-se o sofrimento intergeracional causado pelo alcoolismo na família Pearson. Como o uso abusivo de álcool, o pai de Jack torna-se uma pessoa de comportamento grosseiro e violento, o que torna difícil a vida da esposa e dos filhos. Apesar do esforço que faz para adotar comportamento distinto do pai, nas relações familiares, o alcoolismo do pai, negado por Jack, acaba reaparecendo como sintoma de angústia nele mesmo, quando adulto, do irmão dele Nick, que torna-se adicto durante a guerra do Vietnã e do filho Keven que usa compulsivamente bebidas e medicamentos para dor como apoio emocional.

Um outro exemplo interessante das repercussões psicológicas das relações de família, são as constantes brigas entre a mãe (Rebecca) e a filha (Kate), a partir do início da adolescência da garota. Por ter uma relação muito próxima ao pai, Kate disputava com a mãe a atenção dele e, por não conseguir, ser parecida fisicamente com ela projeta sua raiva de modo a fazer o espectador acreditar, por bastante tempo, que era a mãe que não gostava dela. Nesse sentido, vale lembrar que a mesma Rebecca Pearson, enquanto filha, enfrentava grandes dificuldades com a própria mãe, super rígida e controladora e que, por outro lado, também assumia o papel de Kate ao ser sempre superprotegida pelo pai.

Fonte: encurtador.com.br/iluR0

Ainda falando sobre Kate, desde criança a personagem apresenta sinais de compulsão alimentar, tendo seu comportamento repreendido pela mãe e incentivado pelo pai. Ela associava o prazer de comer guloseimas, como sorvete e pudim de banana, aos longos passeios em que tinha toda a atenção do pai para si. Com isso, no futuro como adulta, enfrenta problemas de saúde e dificuldades para engravidar e manter a gestação decorrentes do excesso de peso.

Destaque-se que, Kate só conseguiu iniciar um namoro saudável e conseguiu começar a agir para minimizar os efeitos da compulsão alimentar, quando pôde associar os conteúdos inconscientes que colaboravam para a formação do sintoma: a relação com o pai e a culpa pela morte dele. Jack havia falecido 19 anos antes por parada cardíaca após ter inalado muita fumaça tentando salvar o cachorro da filha num incêndio na casa da família.

A morte de Jack e os diferentes olhares sobre este luto são conteúdo presente em praticamente todos os episódios da série a partir da segunda temporada.

Fonte: encurtador.com.br/ouIX3

Sobre o terceiro filho, Randall, a série oferece conteúdo para diversas análises à luz da psicologia. Inicialmente, é preciso destacar o trauma do menino abandonado ao nascer na porta do Corpo de Bombeiros que passa a vida toda procurando os pais biológicos e tem o bombeiro como grande herói. A devoção pelo “bombeiro” que o resgatou leva Randall a assumir por muitos anos a postura de “salvar” as pessoas de seus problemas.

Além disso, a história de Randall apresenta alguns pontos do sofrimento emocional vivido por pessoas discriminadas por racismo nos Estados Unidos.  Isso porque, ele é uma criança negra criada por pais brancos, numa comunidade majoritariamente branca e de cultura separatista.

A soma de situações tais como ser a única criança negra na escola ou o único negro da família Pearson, o reaparecimento e a morte prematura do seu pai biológico (Willian Hill) colaboraram para deixar o personagem confuso quanto a sua identidade, gerando a necessidade de ele aprender e experiencia mais a cultura afro-americana.

Isso se verifica, também, quando a personagem, deixa a terapia que estava desenvolvendo com êxito alegando que precisava de um analista que fosse negro para que este pudesse compreender determinados aspectos do seu sofrimento.

Fonte: encurtador.com.br/FIOZ6

O tema da adoção é amplamente abordado na série. Desde a experiência inicial com Randall, adotado no hospital no dia do nascimento dos irmãos gêmeos, com função inicial de tamponar a falta do terceiro gêmeo (Kyle) que morreu durante o parto.

Passando por Deja, a garota que foi adotada com 12 anos, vinda de uma família com problemas financeiros e de relacionamento e acumulando várias passagens por lares de curta permanência. A adoção tardia ilustrada na série trazia os episódios de revolta e ataques de raiva por parte da adolescente, que indicaria as dificuldades de lidar com adaptação à nova família e, especialmente, o sofrimento gerado pelo luto da perda de suas expectativas pela idealização da sua família de origem.

Fonte: encurtador.com.br/FHU09

Por fim, na última temporada, é possível acompanhar o esforço dos personagens Tobe e Kate para lidar com a ansiedade de acompanhar a gravidez de uma criança que poderia ser dada a eles em adoção.

Durante todo o percurso da série o olhar atento do espectador interessado em psicologia, verá por várias vezes as histórias de vida dos personagens se cruzarem e apresentarem maneiras distintas de percepção do mesmo fato ou momento de vida. Com esta proposta o público consegue identificar sob os diferentes pontos de vista de cada personagem as dores subjetivas causadas a cada um deles, as quais seguiriam imperceptíveis na visão dos demais.

Outro ponto interessante da série, em termos psicológicos, é que a temporada 5 se passa durante a pandemia. Nela é possível encontrar os personagens usando máscaras, mantendo cuidados de higiene, distanciamento social, lidando com as consequências emocionais do medo e da angústia trazidos pela calamidade da COVID 19.

Fonte: encurtador.com.br/vAH49

Ficha Técnica

Título: This Is Us (Season 2) (Original)

Ano produção: 2017

Dirigido por Glenn Ficarra John Requa Rebecca Asher Regina King

Classificação 14 – Não recomendado para menores de 14 anos

Gênero: Drama

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Seu filho tem dificuldades com operações matemáticas? Ele pode ter discalculia!

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Você sabe o que é discalculia? No vocabulário de muitos pais, essa palavra pode ser nova ou nem existir. Mas saiba que ela pode ser indício de que seu filho precisa de ajuda? Muitas crianças, adolescentes e até adultos enfrentam obstáculos na vida acadêmica por conta dela.

A psicopedagoga do Instituto NeuroSaber Luciana Brites explica que a discalculia é um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade em desempenhar tarefas ligadas a toda e qualquer operação matemática. Ela ressalta que essas barreiras incluem também a compreensão de conceitos numéricos e a utilização de fórmulas, símbolos ou qualquer outro ícone que faça alusão ao saber matemático.

– É bem provável, por exemplo, que um aluno não consiga associar a palavra quatro ao algarismo correspondente. No entanto, o distúrbio de aprendizagem não é o mesmo que a dificuldade que todos nós podemos ter na compreensão de uma disciplina específica. Não se trata de algo que pode ser resolvido com aulas particulares – comenta.

Fonte: encurtador.com.br/aGKQS

Segundo a psicopedagoga, cada pessoa pode manifestar uma característica em relação à ocorrência da discalculia, desde a escolinha até mesmo na universidade. Por exemplo, no período da pré-escola, o aluno pode não conseguir discernir os diferentes algarismos. “O estudante não segue a ordem correta dos números (1 a 5, por exemplo), a criança demonstra dificuldades para aprender a contar os dedinhos da mão. Seu progresso é aquém dos demais coleguinhas.”

– No ensino fundamental, é comum esse estudante ter problemas na aprendizagem de operações básicas, como adição e subtração. Usa os dedos para contagem simples por não ter facilidade para raciocinar. No ensino médio, apresenta dificuldades para compreender valores e lidar com medidas, não consegue olhar as horas em relógio de ponteiro. Já na universidade, pode ter problemas para ler gráficos e infográficos e dificuldade de obter sucesso em provas de vestibular que envolva números e fórmulas – esclarece.

Fonte: encurtador.com.br/jpZ49

Luciana explica que a discalculia é causada pelo mau desenvolvimento do cérebro, lesão cerebral, genética e pelo ambiente. Porém, o diagnóstico deve ser feito por psicopedagogo, psicólogo escolar e neuropediatras.

– O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar e também deve ser desempenhado por professores em educação especial para a utilização estratégica da matemática. Tudo isso para impulsionar o percurso pedagógico do aluno – conclui.

Luciana Brites

Uma das fundadoras do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites é Pedagoga especializada em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Unifil Londrina. Também é especialista em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação Ispe – Gae São Paulo, além de coordenadora do Núcleo Abenepi em Londrina.

Fonte: Divulgação

NeuroSaber 

O projeto nasceu da necessidade de auxiliar familiares, professores, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, médicos e demais interessados na compreensão sobre transtornos de aprendizagem e comportamento. A iniciativa tem como objetivo compartilhar informações valiosas para impactar as áreas da saúde e educação, além de unir especialistas do Brasil e do exterior.

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Intervenção Escolar diante da Medicalização Infantil

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Desafio no âmbito das políticas públicas, ao retorno da visão medicalizante/patologizante que atribui a deficiências do organismo da criança as causas da não aprendizagem. Embora esses recursos da área da saúde e da biologia sejam fundamentais enquanto avanços na compreensão de determinados processos humanos, quando aplicados ao campo da educação, retomam a lógica já denunciada e analisada durante décadas, de que o fenômeno educativo e o processo de escolarização não podem ser avaliados como algo individual, do aprendiz.

Outro desafio que consideramos importante ressaltar refere-se, no âmbito das políticas públicas, ao retorno da visão medicalizante/patologizante que atribui a deficiências do organismo da criança as causas da não aprendizagem. De fato, é possível considerar que assistimos, a partir do ano 2000, o retorno das explicações organicistas centradas em distúrbios e transtornos no campo da educação. Temáticas tão populares nos anos 1950-1960 voltam com roupagem nova. Não se fala mais em eletroencefalograma para diagnosticar distúrbios ou problemas neurológicos, mas sim em ressonâncias magnéticas e sofisticações genéticas, mapeamentos cerebrais e reações químicas sofisticadas tecnologicamente (Conselho Federal de Psicologia, 2013)

Trabalhar com os educadores como forma de psicoeducação dos fármacos a fim de entender o contexto da farmacologia e as consequências do uso indiscriminado destes fármacos. Além do encaminhamento para psiquiatria e sua ação, um modo mais seguro e apropriado é um acompanhamento psicológico que visa intervir de forma mais abrangente a situação. Trazer nesta mesma oficina soluções alternativas de trabalhar a motivação, interesse e atenção dos alunos para as atividades propostas em sala de aula.

Uma ferramenta que pode ser usada no contexto para melhorar a demanda de atenção e motivação para tarefas é ambiente lúdico, pois jogos e brincadeiras para a crianças ajudam para elas a se desenvolverem satisfatoriamente, e desenvolver atividades que foram propostas pela própria criança chama atenção para o processo. “O professor deve levar a atenção da criança a seus projetos de brincar, fazendo com que a sua experimentação na atividade proposta pela mesma seja mais intensa.” (Pires; Falkenbach, 2008)

Fonte: encurtador.com.br/gPTW5

Há uma necessidade de intervenção educativa especial nas escolas e no social, podendo se estender a um acompanhamento especial com um profissional especializado, apropriado à demanda da criança e com habilidades para se responsabilizar pela criança “estimular constantemente a atenção da criança com TDAH, para que a mesma não se perca a qualquer novo estímulo do ambiente” (Pires; Falkenbach, 2008). O apoio da família é a principal via para facilitação do processo,com a orientação e acompanhamento psicológico com os pais da criança ajuda a obter maior informação da família sobre a falta de atenção, impulsividade, ansiedade e formas de como agir com estas demandas. Manter uma mediação de qualidade entre pais, filhos e professores no processo de ensino aprendizagem.

É papel da escola promover um ambiente escolar agradável, de confiança, compreensão onde a criança encontre apoio que precisa nesses educadores e na equipe psicopedagógica para desenvolver a zona de desenvolvimento proximal, proposta por Vigotsky. O professor e o aluno devem aprender juntos, ao invés gerar culpabilização das crianças por seus possíveis déficits, direcione a sua atenção a ela, aos seus projetos, ganhos e acertos. (Pires; Falkenbach, 2008)

Trazendo também atividades lúdicas, educativas que despertam o interesse nessas crianças. A escola deve oferecer apoio a professores e educadores de forma mais coerente ante o problema de cada um e as dificuldades de aprendizagem dentro de sala, fugindo do reducionismo biológico a fim de promover um olhar do ser humano como um todo.

RFERÊNCIAS:

PIRES, E; Falkenbach, A.P. A aprendizagem e o brincar de crianças com transtornos de déficit de atenção/hiperatividade. Buenos Aires, 2008.

Conselho Federal de Psicologia Referências técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Educação Básica / Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: CFP, 2013. 58 p

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