O significado do “eu te amo” para Violet Evergarden

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Você sabe o significado da frase eu te amo? Quando alguém diz eu te amo, isso significa que ela realmente ama essa pessoa? E quando uma pessoa diz eu te amo para alguém e esse ser humano não sabe o que significa essas palavras? Essas e outras perguntas, relacionadas ao amor,  já foram questionadas por muitas pessoas e. A busca por essas respostas faz parte da aventura de Violet Evergarden.

Violet Evergarden é um anime que se passa em período de pós-guerra, no Brasil ele é transmitido pela Netflix e utiliza-se de muitos elementos orientais e ocidentais para compor suas narrativas. A história do anime se inicia quando Violet desperta em um hospital depois de uma grande batalha. Contudo, a história da protagonista se inicia alguns episódios adiante, quando o irmão mais velho de seu mentor Capitão Boungainvillea, a encontra e diz que ela pode ser usada como uma “arma de guerra”.

Em contrapartida seu mentor Major Gilbert não aceita sua condição de serva, nem muito menos sua utilização na guerra. Com gentileza e ternura Gilbert cuida de Violet, iniciando o primeiro vínculo com a menina. Não conseguindo evitar que ela vá para a guerra, pois todos insistem que a criança só serve para matar, o Major decide levar a garota com ele para ser supervisionada. Nesse momento há uma consciência moral em Gilbert, sendo esta consciência moral absolutamente presente no ser humano e responsável pela frequente mudança de comportamentos (LIMA et al, 2013). Toda sua família é integrada por normas e regras militares, sendo assim, vencer a guerra é o maior objetivo da época, inclusive para as forças armadas, contudo ele não acha certo utilizar-se de crianças para fins bélicos, decidindo então acolher a menina da melhor forma possível.

Resultado de imagem para Violet Evergarden na guerra
Fonte: goo.gl/jFjsdU

O que ele não esperava era que Violet superasse as expectativas de todos no campo de batalha, ela lutava sem demonstrar sentimentos, fazia o que mandavam e obedecia a cada ordem cegamente. Embora, isso fosse útil no combate, Gilbert conseguia ver algo além do obvio, ele via grandeza, compaixão e até amor na menina, conseguindo posteriormente moldar e ensinar novos comportamentos a Violet. Ela não tinha nome, identidade, família, só a “utilidade”  de ser uma máquina de matar. O Major conseguia ver além dos rótulos impostos pela sociedade, ele lhe deu um nome, ensinou ela a ler, escrever e demonstrava seus sentimentos com ela.

Apesar de fazer progresso, ele queria mais em relação a ela, queria lhe expressar seus sentimentos e queria que ela pudesse perceber os dela própria. Eis que ela começa a sentir algo no mundo, ela vê um broche e fica intrigada com ele, a dona da loja diz que é bonito e ela diz que não sabe o que significa isso. Ele decide comprar o broche para ela e questiona “tem certeza que não quer comprar algo da cor dos seus olhos?”, ela diz “gostei desse, era o mais lindo de todos, eu não conhecia a palavra, por isso não disse antes, mais desde que te conheci sempre achei seus olhos lindos”.

Algumas horas depois a sua última batalha começa, é nela que sua busca pelo amor inicia. O conflito se intensifica, mais eles conseguem avançar e derrotar quase todos os inimigos, quando de repente Major Gilbert leva um tiro e Violet se sente frágil e sem utilidade. O Major diz para ela ir embora e o deixar para trás. Essa cena  choca com muita tristeza e terror. A menina não desiste de seu Mestre e o carrega mesmo ferida, alguém atira nela pelas costas e ela perde um braço, mesmo assim não se importa em avançar. Quando alguém lança uma bomba, ela perde o outro braço e diz que não vai deixa-lo morrer. Ele não tem mais forças e sabe que vai morrer e diz “você tem que viver, seja livre, do fundo coração eu te amo”.

 

Imagem relacionada
Fonte: goo.gl/S3DVew “Eu não entendo, Major!”

O resto da história relata suas aventuras na busca pelo significa dessa frase. Violet depois da guerra, decide ser uma Autômata de Auto memória (espécie de mensageira, que escreve cartas para as pessoas, demonstrando seus sentimentos). Irônico sua escolha, pois uma pessoa que não entende de sentimentos tenta entender seus próprios, e ajudar os outros a transcrever isso (parece o povo de psicologia, quando quer se auto entender). Decidida a usar suas habilidades manuais de outra forma que não seja para matar, deixando o campo de batalha ao término da guerra para começar uma nova vida em um Correio de Serviço Postal, ela persiste em sua jornada para conhecer e entender as várias formas de amar e ser amada. Ela enfrenta muitas dificuldades em seu caminho, o preconceito por antes ser uma “máquina de combate” (principalmente pelo Capitão Boungainvillea) e a dificuldade em entender o que as pessoas querem dizer e o que elas sentem.

Todavia, ela encontra em seu trabalho como Autômata muitos desafios a serem transcritos. Como uma princesa que estava compromissada a um príncipe e necessitava de alguém para escrever suas cartas de amor. Contudo, essas cartas eram expostas na mídia querendo dar “amor e esperança” para as pessoas depois da guerra. Nessa empreitada Violet quer mostrar os verdadeiros sentimentos da princesa, não apenas o que as pessoas esperavam encontrar nessa história de amor; Um dramaturgo criativo que perdeu a filha, sua razão de vida e maior inspiração. Violet lhe dá outra vez inspiração, não apenas porque lhe lembrava de sua filha, mais porque ela lhe ensinou grandes lições de vida; A mãe doente e solitária que tinha apenas uma filha. Ela sabia que iria morrer logo e não queria deixar a filha desamparada de alguma forma.

Mesmo após começar a entender várias manifestações e entender os sentimentos das pessoas, em especial sobre o amor. Violet sentia um vazio, por não entender aquele “eu te amo” de Gilbert. Ela começa a entrar em crise de identidade, se questiona se serve para ser Autômata e sua utilidade no mundo. Suas amigas escrevem uma carta para ela relatando seus sentimentos, sobre sua importância nesse trabalho e o quanto presavam pela amizade dela.

Fonte: goo.gl/wGF7Yx

Em um mundo em que as cartas falam mais que as palavras da boca, pode parecer bobagem, mas esse anime fala não apenas de amor, mais de carinho, novas perspectivas, superação, e de como a vida pode ser relatada pela ótica de mulheres com histórias de superação e vontade de transcrever os sentimentos dos outros. Violet não apenas entende o que é o amor no final, ela consegue ver o amor em muitas coisas da vida. E o que ela faz com isso? Passa ele adiante com um gesto simples de entender os sentimentos dos outros e transcrever para as pessoas queridas. Ela consegue ver propósito nas palavras, na história de vida das pessoas, ressignifica seus saberes atropelados por uma guerra triste e desumana. Quem antes era apenas uma ferramenta de combate, torna-se uma menina resiliente, um novo instrumento para propagar amor e felicidade em um mundo destruído pela ganância do homem.

Violet Evergarden diz : “Foi a primeira carta que recebi na vida, e isso me ajudou a perceber, como é especial receber uma carta”. Assim ela usa essa nova descoberta como um reforço positivo para continuar seu novo propósito.  percebendo que assim como o Major Gilbert, ela também pode multiplicar o amor.

REFERÊNCIA:

LIMA, M. C. V. et al. Amor Romântico: a essência da procura do ser amado. Disponível em: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado. Acesso em: 12 de novembro de 2018.

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Outras cartas do mundo líquido moderno

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As seguintes cartas do mundo líquido moderno tratadas nesse texto começam abordando a questão monetária inerente à configuração do mundo contemporâneo. Não que a temática do dinheiro tenha virado moda. Na verdade, ela nunca saiu de moda, mas Bauman analisa em sua obra o crescimento paralelo entre a alienação e a futilidade: componentes marcantes das subjetividades atuais. Nessas cartas ele trata da inospitalidade do mundo frente à educação, trata da massificação dos corpos à um ideal estético (a começar pelas meninas-mulheres e pela adultização infantil), trata da moda e do consumismo desenfreado (como atravessadores das gerações e moldadores da sociedade atual), trata da desigualdade existencial, que limita a liberdade de ação de certas categorias sociais (humilhadas, desrespeitadas e inferiorizadas) e trata da cultura e da sua reconfiguração em meio à lógica mercadológica.

Cena do filme Little Miss Sunshine (2006)

Bauman sabiamente analisa que o padrão de gastos dos jovens começa a se manifestar mais precocemente do que antes (quando se começou a registrar estatisticamente tais padrões). Isso é criticamente discutido no documentário “Criança: a alma do negócio” (de Maria Farinha Produções e direção executiva de Marcos Nisti, de 2008) que diz que a precocidade infantil tem servido para alimentar o capitalismo com consumidores que, diferente dos adultos, ainda não conseguem racionalizar sobre o desejo.

Maria Farinha Produções (2008)

O sociólogo polonês analisa que, hoje, os objetos de desejos passaram a fazer parte da existência da maioria das pessoas como componentes indispensáveis para a sobrevivência. O mercado consumidor tem se utilizado do universo infantil para expandir seus negócios. Nesse sentido, a mídia fala com a criança e se foca nela. A publicidade conversa mais com os filhos do que os próprios pais. Trata-se de um movimento que é, ao mesmo tempo, individual e social, pois atinge massas e constrói processos de subjetivação.

O autor alerta que dessa forma o que se vê em disparate são falsos alvoreceres de liberdade fornecidos por um mercado que estereotipa e segrega e, ao segregar, impede encontros que fazem as pessoas pensarem. Em outras palavras, o consumismo rouba a capacidade crítica e a discernibilidade, enquanto impõe alienação e superficialidade como formas de lidar com as relações.

Utilizando das ideias de Bauman e da temática que aderna o documentário citado acima, é possível dizer, com clareza, que a mídia tem ensinado as pessoas a competirem. A publicidade, com seus meios midiáticos, promete mais do que a alegria da posse, promete a alegria da inscrição na sociedade, o que pode vir a significar a existência de uma pessoa nessa mesma sociedade. O que a maioria das pessoas não aprende é teorizar a respeito de sua existência social, sendo esse mais um dos motivos pelos quais a mídia escolhe o mundo infantil como ponto de partida, porque o conteúdo comunicacional da criança não é racional, mas sim emotivo, e é através disso que esses conteúdos vão afetando e compondo o sujeito em questão.

 


“We don’t need no thought control” –Another brick in the wallPink Floyd (1979)

A condição de pertencimento numa sociedade vem sendo determinada pela possibilidade que a pessoa tem de ostentar o consumismo. De acordo com o documentário “Criança: a alma do negócio”, os pais tem se transformado (ou foram transformados) em negadores dos desejos da criança. A mídia hoje é tida como o primeiro fator na construção e criação de valores numa sociedade, enquanto a família, a igreja e a escola ficam de escanteio. Nesse processo de construção, a imaginação infantil diminui na medida em que as coisas lhe chegam prontas, impedindo-as de criarem sobre suas próprias vidas. Antes, as meninas eram as mães das suas bonecas e adornavam tal brincadeira com histórias ricas e fantasiosas, hoje as bonecas são projeções das meninas que, embora também tenham que possuir roteiros de vida, se adornam de penduricalhos e acessórios, enquanto escolhem, no finito leque de roteiros que tem ideais éticos e estéticos padronizados, o roteiro mais concernente ao instante da escolha.

Série fotográfica que retrata meninas e suas bonecas quase gêmeas – Fonte: Hypeness

Bauman (2011) diz que é como se os desejos fossem implantados nas pessoas, alimentando circuitos de consumo e buscas incessantes por objetos que não trazem o que neles é buscado, o afeto. De qualquer forma, são esses mesmos objetos que desempenham papéis diferenciadores entre as pessoas, marcando (e, por vezes, determinando)os relacionamentos. Nesse sentido, o desejo de comprar passa a ser a coisa em si e o que vai ser comprado torna-se apenas um veículo para a consumação ilusória do desejo.

Suely Rolnik, em Esquizoanálise e Antropofagia (2000), diz que para Deleuze e Guattari:

[…] o desejo não carece de nada, não porque possa atingir a plenitude de uma satisfação, mas porque a falta só pode ser pensada do ponto de vista dele mesmo que ao se ver desestabilizado pelos movimentos do desejo, o interpretará como sinal de uma carência de completude. Aquilo que para o sujeito é falta revela-se como excesso de singularidades que transbordam e desmancham sua figura, levando-a a tornar-se outra, se o processo seguir seu curso. (ROLNIK, 2000, p.458)

É em cima dessa carência de completude que a publicidade e a propaganda trabalham, criando dispositivos cada vez mais atrativos e irresistíveis; criando consumistas ao invés de consumidores. Para Bauman, o consumo é uma necessidade, enquanto o consumismo é um produto social onde há uma enorme tendência em situar a preocupação com o consumo no centro de todos os demais focos de interesse na vida das pessoas. O consumismo tem regras a serem seguidas. Trata-se de um fenômeno multifuncional ou um dispositivo universal que anda de mãos dadas com outro fenômeno (num processo de alimentação mutua), que é a moda. Segundo Bauman, não é possível dizer o que é moda, pois ela está fazendo a si própria a todo o momento. Tentar defini-la é tão difícil quanto acertar o maior prêmio naqueles jogos de tiros. O que se pode dizer dela é que trata-se de um processo inesgotável e irrefreável, que tem válvulas de escape para si mesma, quando já estão chegando novas enxurradas de si mesma. Para o autor, a moda é um fenômeno social instigante que, independente das vias que utiliza para fluir, afeta e compõe os aspectos culturais da a sociedade. José Saramago em A Bagagem do Viajante dimensiona o que vem a ser a moda, dizendo:

“Certos usos e costumes (certas vendas, certas compras) não surgem por acaso, e para o assunto que hoje me ocupa nem sequer o apelativo de moda designa seja o que for, uma vez que a moda não é mais do que a difusão promovente de um uso primeiramente limitado” (SARAMAGO, 2010, Saudades da Caverna – A Bagagem do Viajante, p. 45).

Consumo vs. Consumismo. Fonte: Google Imagens

E sendo indispensável – em meio à análises genéricas, porém consistentes, sobre o funcionamento da sociedade atual, ou do mundo líquido moderno – se falar de aspectos culturais, é nesse segmento que seguem as cartas de Bauman: falando sobre cultura.

Nesse sentido, ecoa a pergunta: o que é cultura? Segundo o autor, consumismo, moda e cultura já são indissociáveis, não tendo como se referir sobre um sem se adentrar no outro. Hoje parece não mais haver estratificações culturais, pois “não há nada ‘cultural’ que eu rejeite previamente sem fruí-lo, embora também não haja nada ‘cultural’ com que eu me identifique de modo inabalável e definitivo a ponto de excluir outros prazeres”. Assim, a cultura vem se formando como um produto passível de consumismo indiscriminado. Bauman não aponta “a cultura de hoje” como uma cultura melhor ou pior do que a cultura de ‘antigamente’, ele apenas aponta para efemeridade do que é moda, cultura, produto e consumismo, como se toda a sociedade visse no consumismo o antídoto maníaco contra a polaridade deprimente e deprimida de suas vidas. Dessa forma, o autor define cultura como algo constituído de ofertas e não de normas, pois ela se forma mediante a possibilidade de escolhas. A cultura vive de sedução e não de regulação. Ela tem se tornado um armazém de produtos para o consumismo (e, é claro, sempre tem a moda por perto, engendrando todo o processo). E nisso da cultura virar armazém, dispara a invenção (ou construção) de demandas para os produtos que o mercado lança. Isso abrange todos os campos, desde o material até o espiritual. O que se vê hoje não são medicações adequadas para diminuírem sinais e sintomas de um quadro, mas sim invenções de síndromes para que a venda de medicações já lançadas aumente.

E por fim, para encerrarmos as últimas cartas do compêndio, falaremos da inospitalidade do mundo frente à educação. Bauman afirma que “a história da educação sempre esteve repleta de períodos cruciais nos quais se tornou evidente que pressupostos e estratégias experimentadas e em aparência confiáveis estavam perdendo contato com a realidade e precisavam ser revistos ou reformados”, mas que, no entanto, a crise atual da educação parece consideravelmente diferente das crises anteriores (BAUMAN, 2011, p. 112).

Alienação. Fonte: Google Imagens

Que o mundo anda rodando rápido demais, todo mundo já sabe. Que as relações estão sendo efêmeras e pautadas por outros significados, todo mundo também já sabe. Quanto à educação, também já sabemos que algumas ideias pedagógicas, com suas características constitutivas e pressupostos nunca antes criticados também já não colam mais, mas o que vem a ser discutido agora é o valor do conhecimento, antes aparentemente muito prezado e garantidor de algum futuro. Hoje, de acordo com Bauman, o conhecimento só é atraente quando apto ao uso instantâneo (o que – não esqueçamos – influenciará em nossa própria forma de associar e memorizar conteúdos).

Nisso, Bauman adentra numa temática que já vem sendo discutida por outros autores, que é sobre a transformação da educação em um produto. Segundo o autor, o conhecimento sempre foi valorizado porque tratava-se de uma fiel representação do mundo, mas hoje, em meio à transformações rápidas e abruptas, a pergunta é: “(…) e se o mundo se transformar de maneira tal que desafie continuamente a verdade do conhecimento existente até então e pegue de surpresa mesmo as pessoas ‘mais bem informadas’?” (BAUMAN, 2011, p.114). Como estudar e aprender em um mundo que nos ensina a esquecer? Para o autor,

“Todos os recursos ortodoxos de organização utilizáveis – classificação por relevância temática, atribuição de importância, necessidades que determinam a utilidade e autoridades que determinam o valor – sucumbiram, foram tragados e diluídos no acúmulo de informações, como se atraídos por misterioso buraco negro cósmico. A massa torna todos os conteúdos uniformes e igualmente entediantes” (BAUMAN, 2011, p.124).

Se o conhecimento virou um produto passível de compra (que nos dá um título utilizável e praticável às demandas criadas) e se a educação já não consegue atender ao que propunha ou oferecer o exercício do discernimento, Bauman (2011) sugere (ou eu interpreto dessa forma) o caminho da arte quando diz que:

“A educação assumiu formas no passado e se demonstrou capaz de adaptar-se à mudança das circunstâncias, de definir novos objetivos e elaborar novas estratégias. Mas permitam-me repetir: a mudança atual não é igual às que se verificaram no passado. Em nenhum momento crucial da história da humanidade os educadores enfrentaram desafio comparável ao divisor de águas que hoje nos é apresentado. A verdade é que nós nunca estivemos antes nessa situação. Ainda é preciso aprender a arte de viver num mundo saturado de informações. E também a arte mais difícil e fascinante de preparar seres humanos para essa vida” (BAUMAN, 2011, p.125).

Desse texto fica a sensação de acúmulo e superficialidade não só do conteúdo que foi tentado trazer, mas também da forma como foi trazido. As decorrências de tudo o que Bauman fala é notória até mesmo em um texto que será publicado um dia e depois esquecido por vários outros. Parece que ao invés de panos limpos, a opção de colocar o lixo debaixo do tapete é mais confortável. No entanto, no embate com a angústia de ver o tempo passar rápido demais e nos engolir na efemeridade com que passa, opto pela sugestiva alusão de Dori (do filme Procurando Nemo): “continue a nadar”.

 

Referências:

BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2011.

ROLNIK, Suely. “Esquizoanálise e antropofagia”. In: ALLIEZ, Eric (org.). Gilles Deleuze: uma vida filosófica. São Paulo: Ed. 34, 2000.

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Algumas cartas para o mundo líquido moderno

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O livro “44 Cartas do mundo líquido moderno” (44 Letters from the Liquid Modern World) do sociólogo polonês , é, na verdade, um compêndio de textos que o autor escreveu no decorrer de dois anos para uma revista italiana chamada La Repubblica delle Donne. Cada texto era considerado uma carta que abrangia temas culturais, políticos e cotidianos daquilo que Bauman chama de mundo líquido, atual e moderno. As cartas eram enviadas quinzenalmente e reverberaram quanto aos comentários e respostas ao autor. Tanto que a partir disso surgiu a necessidade de compilar tais cartas no que viria a ser o presente livro.

44 Cartas do mundo líquido moderno foi traduzido e publicado no Brasil a partir de 2011, mas já era febre em outros lugares, a começar pela Itália. A revista La Repubblica delle Done é uma revista semanal voltada para o público feminino. As cartas foram escritas entre 2008 e 2009 e foram minimamente editadas para a publicação do livro.

Capa do livro publicado pela editora Zahar (2011), no Brasil.

Um primeiro ponto interessante sobre a origem desse livro está ligado aos temas que a referente revista aponta e para quem aponta. É costumeiro que as vitrines ou expositores de lojas e bancas estejam enfestadas de revistas para o público feminino onde a capa figura imagens corpóreas sensuais e luxuosas. O recado da maioria das revistas dirigidas a esse público centra-se em dietas milagrosas (com uma receita hiper calórica no fundo da mesma revista), exercícios físicos, dicas de moda e estética, resenhas de novela, “truques” de comportamento e conquista, e por aí vai.

La Repubblica delle Donenão é diferente. Quer dizer, ela também abrange todos esses temas ditos acima, inclusive suas capas são de modelos muito bonitas e bem vestidas, mas acontece que ao mesmo tempo ela aborda assuntos subjetivos que não tem receita pronta, tampouco testes de rotulação. É um jogo bacana: de um lado lhe são mostradas as tendências que o mundo vai seguir no próximo inverno, de outro lado é ponderadaa questão de você (querer) seguir ou não a uma tendência. Afinal, o mundo moderno é fluentemente líquido e mutável e ninguém engessa ninguém sequer por uma estação, pois o que se pode observar hoje em dia é uma multiplicação infinita de tudo aquilo que se opera sobre a subjetividade, onde alguns aspectos vão se pulverizando (quando não fazem mais sentido), mas outros são construídos por outras lógicas, principalmente mercadológicas.

Uma das capas da revista La Repubblique delle Done

Bauman, polêmico e autêntico que é, não poderia deixar de apimentar suas cartas às leitoras (preciso considerar que não só mulheres leem essa revista), incitando-as a pensar sobre as enxurradas de informações que chegam a todo instante, dificultando a digestão dessas informações.

O intuito desse texto – já que trata-se de um “Em Cartaz” – não é o de analisar os diversos processos subjetivos embutidos e transmutáveis nos temas de uma revista feminina. Além dessa ser uma pretensão imensurável, os assuntos das 44 cartas não são dirigidos só para as mulheres mas sim para o mundo (talvez esse seja o maior motivo das cartas terem virado um livro). O objetivo desse texto é prático: apresentar o resumo de uma parte obra, onde terá mais citações do Bauman do que inferências minhas e serão apresentadas – a princípio – temas de algumas das 44 cartas, enquanto outras cartas serão discutidas em outro texto dessa seção e serão publicadas conseguintemente.

Dessa forma, nessas primeiras cartas, o autor analisa a indústria e os dispositivos de informação (não só pelo fato de se recorrer à eles para se falar deles). Ele chama isso de “autoestradas de informação”. Humberto Gessinger[i] chama de “highway da superinformação”[ii], mas é tudo a mesma coisa.

A pergunta inicial do livro é mais ou menos nesse sentido: De que forma estamos sendo afetados pelos dispositivos que nos conectam imediatamente a todo e qualquer canto remoto do planeta e tudo isso através de pequenos aparelhos que podemos carregar e utilizar quando quisermos e (de)onde quisermos? Em proporções e abrangências estupendas, o que isso vem a significar na configuração das relações e das comunicações? Bauman analisa que:

“(…) o pesadelo da informação insuficiente que fez nossos pais sofrerem foi substituído pelo pesadelo ainda mais terrível da enxurrada de informações que ameaça nos afogar, nos impede de nadar ou mergulhar (coisas diferentes de flutuar ou surfar). Como filtrar as notícias que importam no meio de tanto lixo inútil e irrelevante? Como captar as mensagens significativas entre o alarido sem nexo? Na balbúrdia de opiniões e sugestões contraditórias, parece que nos falta uma máquina de debulhar para separar o joio do trigo na montanha de mentiras, ilusões, refugo e lixo” (BAUMAN, 2011, p. 8 e 9).

O mesmo autor, que tem a característica de jogar a isca e esperar que o leitor a mordisque para em seguida puxar a corda do anzol, instiga-nos a pensar em respostas quando ele mesmo apresenta as suas em páginas seguintes. Em sua maneira peculiar de escrever, Bauman recorta retalhos para depois costurá-los juntamente com os leitores. Com isso, ele aponta que a enxurrada de informações e a dificuldade em discerni-las decai no que Marcelo Camelo chamou de “Bloco do Eu sozinho” (segundo álbum da banda Los Hermanos), o que significa dizer que as pessoas estão cada vez mais sozinhas em meio à multidão e que tudo o que fazem ao se relacionarem através dos aparelhos de comunicação e sites de relacionamentos é tentar fugir da solidão de estar só, ou melhor, de estar consigo mesmo.

Bauman é claro ao dizer que as pessoas estão “desaprendendo” a estarem sozinhas. Ele diz:

“A essa altura, ela (a pessoa) deve ter se esquecido de como uma pessoa vive, pensa, faz coisas, ri ou chora na companhia de si mesma, sem a presença de outros. Melhor dizendo, ela nunca teve a oportunidade de aprender essa arte. O fato é que somente em sua incapacidade de praticar essa arte é que ela não está sozinha” (BAUMAN, 2011, p.13).

No livro, a influência dos meios de interação (se bem que “interação” possa não ser a palavra certa a se usar nesse caso) é comparada ao estado de prazer (ou suspensão de desprazer) que uma substância psicoativa pode proporcionar. Bauman chama os aparelhos de comunicação de drogas poderosas que viciam as pessoas em enviar e receber recados em intervalos mínimos. O rápido manuseio e domínio dos aparelhos têm virado uma necessidade quase vital. A impossibilidade de acessar os aparelhos que conectam as pessoas com o mundo tem trazido aos viciados um estado de abstinência predominado pela angústia, pela sensação de isolamento e solidão ou, em outras palavras, pelo esvaziamento do ego.

Bauman diz que

“(…) os aparelhos eletrônicos respondem a uma necessidade que não criaram; o máximo que fizeram foi torna-la mais aguda e evidente, por colocarem ao alcance de todos, e de modo sedutor, os meios de satisfazê-la sem exigir qualquer esforço maior que apertar algumas teclas” (BAUMAN, 2011, p. 14).

A análise do livro debruça parcialmente sobre os dois principais sites atuais de relacionamento: os populares Facebook e Twitter. Além disso, discute também sobre a eminência desenfreada do sexo virtual. Questionar sobre as reverberações dos dois sites na vida dos usuários é um trabalho complexo e infindo. Quando se fala sobre como o Facebook revolucionou o mundo, estamos falando, de certo, de apenas uma parte dessa revolução (pois deixamos de lado nesse texto a discussão sobre outros mecanismos e outros sites revolucionários como o Google e o Wikipédia, por exemplo). Provavelmente falamos da parte que nos faz mais sentido ou a que nos salta aos olhos (isso quando ainda não estamos impetuosamente apaixonados pelo Facebook ou peloTwitter).

Zygmunt Bauman – sociólogo polonês

Bauman em sua carta sobre “Como fazem os pássaros” esclarece-nos sobre o significado de “Twitter”, que do Inglês para o Português significa “gorjear”. Segundo o autor, o gorjeio serve para duas coisas: manter contato e evitar que outros pássaros invadam seu espaço ou território. Transportado para o intuito do Twitter, o site serve basicamente para que você manifeste o que está fazendo de forma rápida, sucinta e fácil de digerir (o que pode ser perigoso!). Você manifesta seu recado em apenas 140 caracteres e aprende uma forma pragmática de – as vezes – dizer coisas que não podem passar pelo pragmatismo, como num simples filtro simplificador.

Da mesma forma, os ícones passíveis de compartilhamento no Facebook tem servido para que uma pessoa diga algo do tipo: “isso me representa” e “isso compõe quem sou”, mesmo que as afirmativas sejam abruptamente controversas; não importa. Não me aprofundarei na questão da necessidade de pertencimento que é muitas vezes sanada ilusoriamente ao dizermos que gostamos de algo ou pertencemos a tal grupo. Parece que o que importa é “saber contar aos demais o que estamos fazendo – neste momento ou em qualquer outro; o que importa é ser visto”. E nessa história entra, sim, pelas palavras de Bauman, a substituição do contato face a face pelo contato tela a tela, a perda de intimidade, da profundidade e da durabilidade da relação e dos laços humanos. O autor é declaradamente partidário e vê de forma pessimista a nossa impossibilidade em segurar a onda que carrega tudo vorazmente (e sem dó).

Para Bauman uma das máximas dos nossos tempos está em “Sou visto, logo existo”, pois em se tratando de objetivos, como quando falamos do intuito doTwitter há poucas linhas atrás, há o grande objetivo de “ser seguido”. E assim as pessoas vão se comportando e se mostrando de forma que faça com que aumente mais e mais o número de seguidores até que elas se tornem, por fim, famosas. E a fama se dá por ela mesma, ou seja, é a fama pela fama e nada mais.

Isso penetra em dois campos discutidos pelo sociólogo: o da privacidade e o da publicidade. O primeiro refere-se à capacidade de uma pessoa ou de um grupo em controlar a exposição e a disponibilidade de informações ao seu respeito, enquanto que a publicidade refere-se justamente ao contrário: a tornar público o que era privado e a expor o que estava de alguma forma escondido. Nisso, a máxima do “o quê ou quem eu sou?” é respondida pelos juízes que decidem e impõe respostas, fazendo com que o sujeito seja aquilo que os outros dizem que ele é. Essa é, para Bauman, outra consequência das relações virtuais que, no entanto, não se configura como perda de identidade e sim como uma transmutação inconsistente do que se é por si mesmo, sem o outro.

Para Bauman, os sites de relacionamento, especialmente o Twitter, representam os “substitutos da igualdade para os destituídos”. As pessoas ganham uma “fama virtual” e vivem de forma a aumentá-la e sustentá-la pelo maior tempo que conseguirem.

Em se tratando de sexo virtual, o autor usa as palavras de uma escritora – Emily Dubberley – para definí-lo:

“(…) obter sexo hoje é como encomendar uma pizza… Agora você pode conectar-se à internet e encomendar genitália. Não há mais necessidade de flertar ou fazer corte, não é preciso empenhar todas as energias para obter a aprovação do parceiro, nem mover mundos e fundos para merecer e conquistar o consentimento do outro (…) (BAUMAN apud DUBBERLEY[iii], 2011, p.31).

Para Bauman, em detrimento da conveniência, da velocidade e da garantia contra as consequências, alguma coisa – muito importante – se perdeu. Como Humberto Gessinger diz em sua música “Terceira do Plural”, há uma satisfação garantida, mas uma obsolescência programada para tudo, pois as coisas (e pessoas) podem ser rapidamente substituídas! Bauman afirma que o que se ganhou em quantidade perdeu-se em qualidade devido à superficialidade com levamos as relações. Hoje, a medida do valor das coisas é o sacrifício necessário para obtê-las.

Outro questionamento referente ao rumo que as relações humanas vem tomando aborda a afirmativa de que estar ausente não mais significa estar fora de alcance. Bauman discute sobre os significados escondidos nos atos, pois é como se o fato d’alguém deixar de responder a um e-mail ou atender a um telefonema significasse, irredutivelmente, negligência, indiferença condenável e ofensiva, afronta, dentre outras falhas subjetivas que expressam descaso e má vontade. Assim, da mesma forma que há meios instantâneos de promover a conexão entre as pessoas, há – pelos mesmos meios – como promover a desconexão. Tudo isso pautado pela noção de conveniência e proteção. Os contratos humanos são, portanto, reconfigurados (e os valores também).

A cada dia, muros simbólicos vêm sendo criados e os afetos vão se transformando, isso quando ainda não se é discutida a temáticado vínculo virtual. Talvez algumas noções e alguns conceitos (bem como as formas como estamos nos relacionando) não podem ainda ser respondidas na efervescência dessas reconfigurações. Pode ser que quando estivermos nos relacionando de uma forma predominantemente diferente da que estamos hoje, possamos inferir algum sentido sobre isso. Para tanto, supomos alguns caminhos. E se de hoje pudermos fazer algumas perguntas, elas podem estar voltadas para a maneira como se pode produzir saúde em meio à um mundo fluido e mutável(se é que não é disso que a saúde precisa para firmar-se).

Compreensivelmente, as colocações de Bauman  podem já parecer remotas (a depender de quando alguém as lerá), mas se de tudo elas conseguirem fazer com que alguém tome parte do seu tempo para refleti-las, o tempo que o autor despendeu para fundamentá-las já foi muito bem aproveitado. Aliás, acho essa uma boa maneira de se utilizar a virtualidade: para disseminar ideias e promover debates sobre a nossa forma de ser e estar no mundo. Encerro esse primeiro texto com as palavras do Saramago, usadas pelo autor:

“O que de tudo não compreende (…) é que, ao se desenvolverem as tecnologias de comunicação em autêntica progressão geométrica, de melhoria em melhoria, a outra comunicação, aquela propriamente dita, a verdadeira, de mim para ti, de nós para eles, continue a ser essa confusão cruzada de becos sem saída, tão decepcionante com suas avenidas ilusórias, tão dissimulada no que expressa quanto no que dissimula.” (BAUMAN apud SARAMAGO[iv], 2011, p. 47).

 

Notas:

[i]Cantor da banda Engenheiros do Hawaii (já extinta)

[ii]Referido na música A Promessa.

[iii]Livro: Brief Encounters: The Women’s Guide to Casual Sex.

[iv]Livro: O homem duplicado.

 

Referências:

BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2011.

Para acessar o livro em PDF, clique aqui: (http://www.zahar.com.br/sites/default/files/arquivos//t1388.pdf)

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Cartas para Julieta: para o amor nunca é tarde demais

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“O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito. Aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te”.

 

“Já se passaram 50 anos. É tarde demais.
Para o amor, nunca é tarde demais!”

Cartas para Julieta poderia ser apenas mais um filme para os românticos e apaixonados, porém, é muito mais que o amor entre duas pessoas. Percebemos em meio a lindas paisagens da Itália sentimentos como coragem, persistência, respeito, dignidade, cuidado, medo e muito mais do que as palavras possam colocar.

Quem de nós não se encanta ao ver um final feliz? Quem de nós não se emociona ao conhecer a história de Romeu e Julieta?

Tolos somos, quando não assumimos que uma história de amor nos encanta e mexe com nossos corações.

“E” e “Se” duas palavras simples e inofensivas como qualquer palavra.

 

Mas quando juntas “e se..” podem causar estragos inimagináveis.”

Cartas para Julieta conta história de Sophie (Amanda Seyfried), uma aspirante a escritora que viaja para a Itália ao lado do noivo Victor (Gael García Bernal), que sonha em ter seu próprio restaurante. Em Verona, onde se passou a história de Romeu e Julieta, local perfeito para uma lua de mel antecipada, Sophie acaba percebendo que seu noivo está mais interessado nos fornecedores para seu restaurante do que nela. Na cidade descobre uma antiga carta de amor e junta-se a um grupo de voluntárias responsáveis por responder estas missivas amorosas. Para sua surpresa, a remetente Claire Smith (Vanessa Redgrave) ouve o conselho dado na resposta e vai procurar Lorenzo, por quem se apaixonou na juventude. Mas existem muitos italianos com o mesmo nome e Sophie demonstra interesse em ajudá-la na tarefa, desagradando o neto Charlie (Christopher Egan), que já tinha reprovado essa louca aventura da avó viúva.

Em meio a essa busca de Claire pelo primeiro amor percebemos o carinho e a dedicação que o neto Charlie nutre pela avó. Embora discorde da busca em momento algum ele a deixa sozinha. De fato, o maior medo que Charlie tem é de que a avó – já com a idade avançada – não consiga suportar uma decepção.

 

 “Duvide que as estrelas sejam fogo. Duvide que o sol se mova. Duvide que a verdade seja mentirosa. Mas nunca duvide que eu te amo”.

Charlie desagrada totalmente do que Sophie fez, mas ao conviverem juntos durante a busca percebem o quanto tem em comum e isso os aproxima cada vez mais. E ao contrário de Romeu e Julieta o filme termina com final feliz, o que nos deixa encantados, pois no fundo sempre queremos ver um felizes para sempre.

O filme é um convite para voltarmos aos tempos de adolescentes e descobrirmos em meio a essa história de amor sentimentos tão esquecidos pelos homens de hoje.

 


FICHA TÉCNICA DO FILME

CARTAS PARA JULIETA

Diretor: Gary Winick
Elenco: Amanda Seyfried, Marcia DeBonis, Gael García Bernal, Giordano Formenti, Paolo Arvedi, Dario Conti, Ivana Lotito, Luisa Ranieri, Marina Massironi, Lidia Biondi, Milena Vukotic, Luisa De Santis, Christopher Egan, Vanessa Redgrave, Remo Remotti, Angelo Infanti, Giacomo Piperno, Fabio Testi, Sara Armentano, Benito Deotto, Marcello Catania, Silvana Bosi, Elio Veller, Sandro Dori, Adriano Guerri, Stefano Guerrini, Daniel Baldock, Franco Nero, Robbie Neigeborn, Hilary Edson, Ashley Lilley
Produção: Ellen Barkin, Mark Canton, Eric Feig, Caroline Kaplan, Patrick Wachsberger
Roteiro: Jose Rivera, Tim Sullivan
Fotografia: Marco Pontecorvo
Trilha Sonora: Andrea Guerra
Duração: 105 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Romance
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Summit Entertainment / Applehead Pictures
Classificação: 10 anos

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