O quanto você se conhece? – Não é satisfatório conviver com uma dúvida em que a resposta está em você mesmo

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“Quem é você?”, uma pergunta aparentemente simples que deixa muitas pessoas sem respostas. Geralmente esse questionamento é feito em entrevista de emprego ou em uma consulta com o psicólogo.  Mas afinal, por que essa pergunta curta merece tanta atenção? A verdade, é que essa indagação permite a identificação sobre o autoconhecimento. Ou seja, se realmente a pessoa conhece a si mesma, bem como tem a capacidade de explicar sobre o que acontece em seu interior quando algo a desabona. 

Em tempos de redes sociais, discutir sobre esse assunto é bem pertinente, ainda mais quando padrões de comportamento e estética são impostos diariamente no universo da internet. O mundo virtual virou a nova esfera pública tão discutida por Habermas (1981).  Ademais, implica-se que definição de autoconhecimento reflete o conhecimento que o indivíduo tem sobre si mesmo. Conforme, Brandenburg e Weber o autoconhecimento trata-se da eficiência da pessoa em representar e identificar seu próprio comportamento, ou, com mais dificuldade, suas várias nuances. Para as pesquisadoras, ter consciência de si é desenvolver uma ação proferida tanto de sua autodescrição como de suas variáveis. 

Fonte: Free pick

“Nem sempre as pessoas estão atentas às condições que antecedem seu comportamento ou as consequências que ocorrem no ambiente”, reforçam. Elas ainda destacam em seus estudos que, quando o indivíduo se torna consciente de seus comportamentos, além dos fatores determinantes, surgem muitas vantagens, como ser verdadeiramente livre e obter o autocontrole.

Segundo Skinner (1957) o comportamento é uma interação entre indivíduo e ambiente.  Isto é, para desenvolver o autoconhecimento é preciso levar em consideração o meio social em que o indivíduo está inserido, bem como entender os sentimentos que muitas das vezes são aprendidos. Por isso, faz-se necessário a descrição dos sentimentos para realmente entender o que verdadeiramente se senti.

Carvalho (1999), em uma mesma abordagem, defende que é preciso detectar por si mesmo os pensamentos e os sentimentos como um primeiro passo para também “aprender a manejá-los e compreender como se relacionam mutuamente para produzir um determinado comportamento.” Para ele, entender as emoções, de uma forma profunda, é uma forma de aliviar o sofrimento.  Em seu ponto de vista, a busca pelo autoconhecimento das emoções ajuda a pessoa a lidar com as frustrações do cotidiano, por isso a necessidade de compreender os sentimentos.

Fonte: free pick

A busca pelo autoconhecimento é um trabalho diário que requer esforço e persistência. Por isso, segue algumas dicas para quem deseja entender a si próprio, além de suas emoções. É necessário que, tire um tempo para si, e questione sobre seus sentimentos daquele dia. É sempre bom escrever sobre o que está sentido, por isso sempre tenha em mãos papel e caneta. Procurar ajuda com um profissional de saúde mental é indispensável para que seus pensamentos disfuncionais se tornem alinhados com a realidade. Conversar com alguém próximo sobre suas emoções é muito importante, mas o acompanhamento profissional irá dar clareza sobre o seu comportamento.

Referências

Brandenburg, O. J. & Weber, L. N. D. Autoconhecimento e Liberdade no Behaviorismo Radical. Psicologia-USF, 2005.

Carvalho, G. S. O Lugar dos Sentimentos na Ciência do Comportamento e na psicoterapia Comportamental. Psicologia: Teoria E Prática. 1, 2, 33-36, 1999.

Habermas, Jürgen. Theorie des kommunikativen Handelns Frankfurt: Suhrkamp, 1981.

Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. New Jersey: Prentice-Hall.

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Como a cirurgia bariátrica mudou minha vida?

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Mestre em computação e mãe, professora do CEULP/ULBRA partilha sua vivência pré e pós-cirurgia.

Madianita Bogo Marioti, 47 anos, graduada em Tecnologia em Processamento de Dados, especialista em Informática para Aplicações Empresariais e mestre em Ciências da Computação, partilhou com as acadêmicas de Psicologia sobre sua decisão pela cirurgia, as mudanças que essa escolheu gerou e conselhos para os que pretendem encarar esse processo.

Fonte: Arquivo Pessoal

En(cena) – A obesidade vem crescendo de forma alarmante no Brasil e em todo o mundo. A cirurgia bariátrica é utilizada para o emagrecimento, o resgate da saúde e melhoria da qualidade de vida, no entanto, é um procedimento que apresenta riscos de complicações pós-operatórias nos aspectos biopsicossociais. Quando que você realizou a cirurgia? Foi um desejo seu ou uma indicação médica inicialmente?

Madianita – Eu fiz a cirurgia em 14 de janeiro de 2016, e alguns médicos já tinham sugerido que eu fizesse, principalmente o Endocrinologista. Mas eu decidi mesmo por uma questão de mobilidade porque eu sempre gostei muito de trilha, de andar em mato, cachoeira, e uma vez subindo na trilha da Cachoeira do Roncador, quando cheguei no último andar da escada eu achei que estava morrendo, eu realmente achei que estava tendo um infarto, meu peito ardeu demais. Nesse momento eu cheguei a conclusão de que eu precisava fazer algo, porque eu já tinha tentado várias dietas, mas aí eu emagrecia 2 kg e engordava 4 kg, se eu emagrecia 5 kg depois engordava 10 kg. Então foi uma decisão mais por saúde mesmo, para me sentir bem, mesmo com as indicações médicas anteriores, a decisão final foi minha.

En(cena) – As pesquisas e vivências individuais destacam a importância da preparação pré operatória na cirurgia bariátrica, por equipe multidisciplinar, bem como delimitam esta equipe com os mais variados profissionais. Como foi a atuação da equipe e a sua relação com esses profissionais?

Madianita – Eu fiz tudo certinho igual o médico mandou, fiz acompanhamento com fisioterapeuta, nutricionista, fiz todas as sessões do psicólogo. E esses acompanhamentos foram fundamentais, fez com que tudo fosse tranquilo, eu tive um pós-operatório muito tranquilo, eu não sofri como eu vi que muita gente sofre. Então a minha relação com essa preparação foi uma questão de segurança pessoal mesmo, eu não queria fazer a cirurgia sem ter certeza que eu estava preparada para aquilo. Eu vejo muita gente “pirando”, já tive relatos de um grupo que eu estou de gente que sofreu muito na fase “da líquida”, que se trancava no quarto chorando, e é comum eles falarem que foram no psicólogo somente uma sessão, receberam o laudo e foram embora. Então eu creio que fazer essa preparação, entender o que te espera, entender que esse pós-operatório é passageiro, que as coisas que “a gente sofre” são passageiras, é importante, e sozinho, só com leitura, é muito difícil conseguir isso.

Fonte: encurtador.com.br/elty0

En(cena) – Sabendo da importância do acompanhamento psicológico durante todo o processo de preparação e recuperação do paciente, como foi sua experiência com o profissional da Psicologia que estava inserido na equipe multidisciplinar?

Madianita – A minha relação com a psicóloga eu creio que foi de sucesso, eu me senti a vontade de conversar tudo com ela, de falar tudo com ela. Ela me deu apoio de certa forma nos momentos que dá uma certa insegurança e incerteza. Eu creio que ela foi importante tanto no pré, como no pós-operatório. E eu emagreci mais de cinquenta quilos, depois da cirurgia eu engravidei, tive meu filho, veio a pandemia e eu sou uma pessoa ansiosa, acabei me descuidando, e engordei vinte quilos. Não me arrependo de ter feito a cirurgia, não perdi a cirurgia porque eu ainda continuo mais de trinta quilos a menos do que eu tinha antes da cirurgia. Então assim, eu percebi que esse engordar aconteceu depois que eu parei o meu tratamento com a psicóloga. Hoje eu estou tentando me coordenar pra ver se eu consigo voltar ao tratamento, porque eu acho que ele foi fundamental, ela foi muito fundamental, tanto pra eu me sentir preparada pra fazer a cirurgia, no pós-operatório, como pra eu ter me mantido muito bem por muito tempo. Eu me mantive bem magra por um bom tempo. Só que aí logo eu engravidei (um ano e pouco depois da cirurgia), me mantive magra a gravidez inteira, mas estava fazendo o apoio psicológico durante a gravidez inteira. Eu comecei a engordar meu filho já estava com quase um ano, depois de quatro a cinco meses que eu tinha parado de amamentar que eu comecei a engordar, e eu atribuo muito esse meu descontrole à falta de acompanhamento psicológico. É importante que fique claro para quem vai fazer a cirurgia quanto é imprescindível fazer o tratamento psicológico depois, e quem chega a engordar o que eu engordei por ansiedade, a cirurgia não opera a cabeça, ela opera o estômago para ajudar a emagrecer aquilo que é difícil sozinho. Mas para manter, tem que ser um acompanhamento psicológico pro resto da vida, e faz diferença.

En(cena) Levando em conta toda a pressão estética presente em nossa sociedade, juntamente com seus padrões, é possível dizer que você sofre as consequências disso? Se sim, quais?

Madianita – Ser muito gorda no nível que eu estava, atrapalhava independente de padrões sociais/estéticos. Não era uma coisa que moldava a minha vida. Eu e meu marido sempre tivemos uma relação de muito amor, de muito carinho, mesmo quando eu estava muito gorda ele nunca demonstrou sentir vergonha ou não sentir desejo por mim, então eu não tinha grandes problemas em relação a convivência pessoal, por exemplo, eu usava maiô jogando vôlei com meus alunos. Então essa parte estética, de não viver por ser gorda, que eu vejo que muita gente tem, eu não tinha. Mas é lógico que eu tive meus momentos, que eu queria estar mais magra, principalmente quando eu ia comprar uma roupa. Eu brinco que a gente só achava capinha de bujão de gás colorida. Eu gosto de roupa preta, eu gosto muito de cores, mas eu não gosto muito de estampas, e eu falava que gordo só acha estampa. Então assim, tinha essa pressão estética um pouco, mas eu creio que em relação a isso eu era até bem tranquila. Era mais em momentos esporádicos que eu sentia essa pressão. Em relação ao pós-cirúrgico, apesar de ter engordado um pouco, eu não me sinto tão pressionada com essa questão estética, nesse ponto eu sou bem “cabeça de gelo”. Aí você me pergunta “mas se você é tão cabeça de gelo porque fez a bariátrica?” Porque realmente eu já estava num nível que eu tinha medo de morrer a qualquer momento, de infarto, eu tinha problema de subir escadas. Coisas que eu gostava de fazer no dia a dia estavam ficando difíceis pra mim. Então esse foi o meu grande motivador. Por mais que emagrecer, tenha me proporcionado poder escolher roupa e não a roupa me escolher, e eu ter ficado vaidosa, isso aí acabou alterando outros fatores. Então eu analiso que meu grande motivador foi o viver melhor, e não a pressão estética.

Fonte: encurtador.com.br/pCHX4

En(cena) – Avaliando o contexto cirúrgico pelo qual você passou, como pode ser descrita a influência desse processo na sua vida tanto antes quanto agora no pós, houve muitas mudanças? Quais foram elas?

Madianita – No pré-operatório, em termos da cirurgia em si, o medo de morrer, o medo de não dar certo eu nunca tive. Eu sou aquele tipo de pessoa que eu acho se dá certo pra noventa e oito por cento em termos de perigo de risco cirúrgico porque que vai dar errado comigo? Então não me afetou tanto essa questão. Eu estava bem tranquila até porque como eu falei na primeira resposta, eu fiz todo o procedimento certinho, eu procurei todos os profissionais, eu não pulei nenhuma etapa, eu fiz todos os exames, eu tinha muito medo do pós-cirúrgico. Meu problema no pré era o medo do pós. As pessoas falavam que passava mal naqueles quinze dias de dieta líquida, sofriam muito e choravam. Eu li histórias de pessoas que comeram sólidos e quase morreram ou morreram. Então o que me preocupava era o pós. Tirando isso, foi tudo muito tranquilo até porque o pré-operatório é muito corrido, a gente tem que fazer muita coisa, não dá muito tempo de “pirar” não. A mudança depois do pós-cirúrgico foi principalmente o me sentir bem. Eu tinha enxaquecas terríveis e isso diminuiu drasticamente, minhas TPMs, eu ainda tenho TPM, mas elas eram piores, eu pude voltar a fazer as coisas que eu gostava, melhorei a locomoção. Então assim, em termos de saúde, de me sentir bem, minha vida deu uma volta de cento e oitenta graus. Mudou a relação com o meu corpo, o próprio desejo sexual mudou um pouco, a minha vaidade. Então teve muita coisa boa, por mais que eu não tenha feito com motivação estética, eu estaria mentindo se falasse que isso não afetou positivamente minha vida. No pós-cirúrgico, eu engravidei, coisa que eu teria muita dificuldade por conta do ovário policístico, então mudou muita coisa na minha vida, positivamente, creio eu por causa da cirurgia.

En(cena) – Como você percebe suas relações interpessoais antes e após a bariátrica?

Madianita – Ser gorda não me afetava em termos de convivência social, não me afetava em relação a ter vergonha. Eu sempre conversei com todo mundo. Onde eu andava, eu conversava com todo mundo, fazia amizade com todo mundo. Eu dava aula tranquila, eu ia pra praia, colocava maiô, me divertia. Então quanto a relacionamentos interpessoais acho que não mudou muito minha vida, pelo fato de eu ter emagrecido com a bariátrica. Por mais que eu me sinta um pouco mais segura, me sinto mais bonita quando eu me arrumo. Quando eu ia para as formaturas e tinha que fazer um discurso, eu me senti melhor subindo no palco estando mais magra, podendo estar com uma roupa mais alinhada. Fora isso, eu continuo muito eu e muito do mesmo jeito que eu sempre fui.

En(cena) – O que você diria para as pessoas que pretendem passar por esse processo?

Madianita – Bom, para as pessoas que pretendem passar por esse processo, a primeira coisa que eu digo é, caso não exista nenhum impeditivo real, faça. Porque em termos de saúde de se sentir bem, melhorou da água pro vinho, como melhora também a aparência. Mais uma coisa que eu digo, faça tudo que o médico manda no pré-operatório, faça todas as terapias possíveis, não aceite se algum profissional falar que te dá o laudo antes do tempo, e algumas pessoas ficam felizes com isso. Então, é importante essa fase de amadurecimento da cirurgia, e depois da cirurgia continuar com o acompanhamento nutricional e psicológico. Enquanto eu estava indo na psicóloga direitinho eu me mantive magra, até mais do que eu queria. E quem chega a engordar a ponto de fazer uma bariátrica, normalmente são pessoas ansiosas, que descontam suas frustrações na comida e isso não vai mudar. Então assim, eu não me arrependo, não acho que eu perdi mesmo engordando os vinte quilos, mas eu engordei exatamente porque eu descuidei e deixei de ir nos profissionais que me acompanhavam. Hoje em dia eu voltei pra nutricionista, já eliminei três quilos, agora eu quero voltar para o psicólogo, porque é o único tratamento que consegue auxiliar na questão da ansiedade, pelo menos para mim.

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Os tipos de apego e as relações na vida adulta

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Este artigo propõe uma releitura dos estilos de alguns conceitos da Teoria do Apego e modelos de funcionamento internos, à luz da concepção de Bowlby e autores contemporâneos. Discute-se o quanto os tipos de apego influenciam nas relações de vida do indivíduo adulto.

Para Bowlby (1988-1989) a teoria do apego desenvolveu-se com variações pela teoria das relações objetais. Seu ponto de partida foi a observação de comportamentos.

 

John Bowlby – Fonte: https://www.thescienceofpsychotherapy.com/wp-content/uploads/2020/01/John-Bowlby.jpg

 

O sistema de apego é o sistema comportamental que regula o comportamento de aproximação e contato, tendo como função original a proteção contra predadores. Quando há sinal de desconforto e quebra de equilíbrio no ambiente o bebê sente-se ameaçado, como fome, frio, calor, barulho alto, ruídos graves, ativando assim o sistema de apego. A aproximação da figura de apego, geralmente a mãe, ou outro cuidador central, sendo ativado a regulação fisiológica da criança, sendo assim a natureza selecionou não apenas a amamentação, mas o olhar, o toque, receber limites, o cuidado com a exploração em lugares de perigo, como fontes fundamentais de apego e desenvolvimento saudável. (MENDES, MAIA, 2019).

Entende-se que muitas das escolhas nos relacionamentos sofrem interferências da dinâmica esquemática de cada pessoa envolvida, tanto que a base da Terapia de Esquema parte de que seu tratamento se dá nas relações paciente-terapeuta como potencial reparador. Acredita-se fortemente que as relações são cruciais tanto na origem dos esquemas como na manutenção destes (YOUNG, 2008).

 

Fonte: https://www.vittude.com/blog/wp-content/uploads/teoria_do_Apego-1200×798.jpg

 

O conceito de modelos internos de funcionamento (MIFs) é considerado o componente central de toda teoria de apego e Ainswort (1985) descreveu três estilos de apego básicos na infância: seguro, inseguro resistente (também chamado de ansioso-ambivalente) e inseguro evitativo (ou apenas evitativo) (Bowlby, 1984). Main e Solom (1986) propuseram uma quarta categoria, hoje amplamente aceita para descrever o comportamento de crianças que não se enquadram nas categorias anteriores chamado por eles de estilo de apego desorganizado. A tabela a seguir nos mostra a relação do tipo de apego e comportamento observados em bebês, para entendermos a influência de cada tipo com os comportamentos nas relações pela vida. 

Tabela 1. Estilos de apego na Infância

Estilo de Apego Descrição do Comportamento
Apego seguro Bebes bastante ativos que utilizam a figura de apego como base segura para explorar o ambiente. Interagem mais com a figura de apego do que com estranhos. Protestam ativamente a separação e buscam contato prontamente quando a figura de apego retorna ao ambiente, sendo logo regulados afetivamente em sua presença.
Apego inseguro ou evitativo Não usam a figura de apego como base segura, como se não dessem importância a ela, em uma espécie de autossuficiência. Demonstram pouca ativação emocional ao serem deixadas sozinhas e também não recorrem à mãe quando esta retorna ao estar ausente do ambiente, não parecendo ter preferência por esta. Podem interagir mais com um estranho do que com a figura de apego. 
Apego inseguro resistente Exploram pouco o ambiente, com bastante temor a pessoas estranhas. A maior parte dos bebês protestam bastante a mãe de ausenta. Quando a mãe retorna reagem com birra, raiva, choro. A figura de apego tem dificuldades para regular emocionalmente a criança, como se esta apresentasse uma necessidade infinita de contato.

Fonte: Ainsworth (1985), Bowlby (1984ª), Main e Soloman (1986)

Uma vez estabelecidos os apegos, os Modos internos de funcionamento filtram a realidade de acordo com as expectativas preexistentes. Betherton e Munholland (2016) descrevem que os componentes afetivos, cognitivos e comportamentais dos Modos de Funcionamento Internos.

Para Young os tipos de apego desenvolvimento na infância nos permitem perceber como o adulto tende a agir em suas relações afetivas com pares, podendo ser pares amorosos, amizades, sociedades, etc. Na figura 1 observa-se o Tipo de Apego e como tende a ser a relação do adulto.

Conhecer como foi nosso apego, nosso forma de vincular nos ajuda no caminho de escolha e de empatia, pois produzem dinâmicas de infelicidade e sofrimento emocional diante de muitas relações. Existem padrões de comportamentos, estilos, e respostas de enfrentamento, que são respostas aprendidas emocionalmente nas relações primárias e acontecem de forma automática muitas vezes (SIMONE-DIFRANCESCO, ROEDIGER, STEVENS, 2015; YOUNG et al. 2008).

Para Bradbury e Fincham(1990), os modelos de apego são esquemas cognitivos relativamente duradouros que influenciam e são influenciados pelas interações, os Modos Internos de Funcionamento trazem expectativas de um parceiros com o outro, acionando gatilhos e emoções que precisam ser validadas e entendidas, significadas e algumas ressignificadas, formando assim por ambas as partes uma conexão desses tipos de apego, podendo agregar ou trazer disfuncionalidade nas relações.

A motivação individual da escolha de parceiros ao longo da história, evolução, conceito, conteúdos/elementos, foi mudando, o que se percebe é que o apego ainda é evidenciado e muito nas relações, sejam elas liquidas ou tradicionais românticas. A escolha como liberdade, traz em si uma imensa responsabilidade sobre os aspectos individuais, pode-se entender que a motivação, os desejos sempre existirão, sempre estrão lá, mas a força da escolha pode gerir por muitas questões racionais (PAIM e CARDOSO, org., 2016)

 

Fonte: https://soumamae.com.br/wp-content/uploads/2018/02/mae-abracando-filha.jpg

O ser humano como ser social que é, apresenta, como uma de suas necessidades básicas, unir-se a outro. Segundo Zimerman (1997) todo ser humano é gregário por natureza, existindo em função dos seus relacionamentos. Myers (2014, p.309) cita que somos animais sociais e “precisamos pertencer”, o que seria denominado pelos psicólogos sociais contemporâneos como uma necessidade de pertencimento. Tudo isso decorre da dependência que os seres humanos têm uns dos outros, a qual dura a vida toda, colocando as relações no centro da existência humana.

A partir da concepção de Maturana (1998), o amor é uma das maiores fontes de socialização do ser humano, já que está relacionado às relações de proximidade, cooperação, respeito e colaboração. Ele aponta, ainda, que é o modo de vida hominídeo que tornou possível a linguagem,  o amor foi a emoção central na história evolutiva, que deu origem à espécie.

Embora multifacetado e complexo quanto às suas formas de expressão, o amor foi sumamente importante para o desenvolvimento da espécie humana. Segundo Edgar Morin (1979) muitos fatores que corroboraram para que a espécie Homos alcançasse a condição Sapiens. Dentre eles, indica a verticalização da sua postura, como sendo essencial para a transformação das relações humanas, já que propiciou a copulação frontal, mudança qualitativa extremamente importante para o desenvolvimentismo das espécies, com repercussão na anatomia humana (alterando o corpo para ser mais atrativo e chamar atenção dos pares), além de favorecer a confiança entre os pares (já que a posição possibilitou o contato direto entre partes vulneráveis do corpo). Portanto, as relações amorosas tal como se desenvolviam naquela época, foram importantes nesse processo evolutivo.

 

Fonte: https://psiconlinews.com/wp-content/uploads/2015/09/teoria-do-apego.jpg

 

No início de onde se tem registros, a escolha dos pares na sua maioria, nada tinha de romântico, nem de longe ocorriam por conta de algum sentimento amoroso ou conexão emocional, com raras exceções. Na trajetória de evolução da humanidade a união entre duas pessoas ocorria pelo desejo instintivo, essas uniões se pautavam na sobrevivência e prevalência da espécie. A percepção de que andando em bandos havia mais segurança para a sua proteção e as suas chances de sobrevivência aumentariam (HARARI, 2017). Os psicólogos sociais Roy Baumeister e Mark Leary (1995 apud Myer, 2014, p. 303) ilustram bem o poder dos vínculos tais como citado: “para os nossos antepassados, os vínculos mútuos permitiram a sobrevivência do grupo. Ao caçar ou construir abrigos, 10 mãos eram melhores do que duas”.

Assim podemos concluir que a infância é um solo fértil para nossos apegos e vínculos se construírem através das figuras de apego e referência, que modelam nosso cognitivo e cadastram emoções em nosso sistema límbico, trazendo esta ponte para as relações ao longo da vida.

REFERÊNCIAS 

BOWLBY, John, APEGO, A natureza do Vínvulo, Martins Fontes, São Martins, volume 1 da trilogia, Apego e Perda.2002

PAIM, K; CARDOSO, B. C. (Org.) Terapia do esquema para casais: base teórica e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2019.

RAMIRES, Vera Regina Rohnel, SCHNEIDER, Michele Scheffel. REVISITANDO ALGUNS CONCEITOS DA TEORIA DO APEGO: COMPORTAMENTO VERSUS REPRESENTAÇÃO. Unisinos, 2010.

ZIMERMAN, D. E. Os quatro vínculos – Amor, Ódio, Conhecimento, Reconhecimento na Psicanálise e em nossas vidas. Porto Alegre: Artmed, 2010.

YOUNG, J. E.; KLOSKO, J. S.; WEISHAAR, M. E. Terapia do Esquema. Trad. COSTA, Roberto C Porto Alegre: Artmed, 2008.

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Comportamento agressivo e os transtornos psicopatológicos em crianças e adolescentes

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O comportamento agressivo pode ser expresso fisicamente por meio de luta e fuga; emocionalmente por raiva e ódio; fisiologicamente com taquicardia, face rubra; cognitivamente através da crença na conquista independentemente dos meios, também envolve manipulação; e verbalmente com o uso da palavra para controle expresso. A agressão apresenta uma função dentro do ambiente em que está sendo utilizada e a raiz do comportamento ofensivo pode ser ligada por fatores neurobiológicos, mas também pode ser fornecida e mantida pelo meio ambiente.

É comum que crianças e adolescentes apresentem comportamentos agressivos no decorrer de seu desenvolvimento, porém deve-se atentar a condutas frequentes e intensas, pois podem indicar sinais de psicopatologia. Dois aspectos importantes foram observados em relação a esses sinais de psicopatologia, a percepção que esses indivíduos têm do ambiente, se mostrando hipervigilantes e hiporresponsivos consigo mesmo e com os outros; e alteração no processo de solução de problemas, apresentando menos soluções verbais e mais respostas não-verbais.

O desenvolvimento sócio-emocional diz respeito à construção das habilidades sociais, em relação a agressividade tem-se por base o temperamento humano. O estudo de Cloninger, Svrakic e Przybeck (1993) aponta as seguintes dimensões para o temperamento: busca por novidades e sensações; evitação de dano e perigo; necessidade de contato e aprovação social; persistência. Chegou-se à conclusão de que os tipos de temperamento não constitui comportamento como bom ou ruim, é necessário entender todos os temperamentos, se são adaptativos ou desadaptativos e a situação/ ambiente que se apresentam.

O Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) é caracterizado pelos sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Os sintomas de desatenção são descritos pelo DSM-IV-TR (APA, 2002) como dificuldades de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido; dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.

Fonte: encurtador.com.br/kqESU

Os sintomas de hiperatividade resumem-se à agitação das mãos ou dos pés; abandonar a cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado. O DSM-IV-TR (APA, 2002) divide o TDAH em três subtipos: predominantemente desatento, em que predominam os sintomas da desatenção (seis ou mais deles), predominantemente hiperativo/impulsivo, destacando-se os sintomas de hiperatividade e impulsividade.

Barkley (2002) afirma que TDAH não é sinônimo de conduta agressiva e que a presença desse tipo de comportamento está mais vinculada às condutas parentais do que necessariamente ao transtorno. Em um de seus estudos ele dividiu a amostra em dois grupos: crianças com TDAH (subdivididas em crianças com e sem comportamento agressivo) e crianças normais, fazendo com que cada uma delas interage com seus pais. Os resultados apontaram que as interações de crianças TDAH não agressivas com suas famílias eram bastante parecidas com as de crianças normais. Em contrapartida, no grupo TDAH agressivo, as interações eram mais negativas, com a presença de insultos e respostas impertinentes uns contra os outros.

O comportamento agressivo e as condutas anti sociais costumam estar profundamente relacionados. A definição de comportamento anti social compreende qualquer conduta que reflita a violação das regras sociais ou atos contra os outros, incluindo comportamentos como roubo, mentiras, vandalismo e fugas. Desta forma, pode-se sugerir que uma criança que apresenta comportamentos agressivos, tenderá, com maior probabilidade, a evoluir para práticas antissociais.

Os principais transtornos envolvidos com a expressão de comportamentos antissociais ou desafiadores são o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e o Transtorno de Conduta (TC). O TOD caracteriza-se especialmente pela presença de condutas de oposição, desobediência e desafio. Os comportamentos opositivos e desobedientes podem ser “passivos”, uma vez que a criança pode não responder ao pedido, mas pode apenas permanecer inativa.

Fonte: encurtador.com.br/rvyBM

O Transtorno Opositivo Desafiador em geral se manifesta antes dos oito anos de idade e tem pouca probabilidade de se iniciar depois do início da adolescência. Os sinais positivos frequentemente emergem no contexto doméstico, mas é comum estender-se a outras situações (APA, 2002). Um terceiro fator diz respeito às características de frequência, intensidade e diversidade dos comportamentos antissociais. Quanto maior o número, a gravidade e a complexidade dos atos, maior é a chance do Transtorno evoluir para a idade adulta (Robbins, Tipp & Przybeck, 1991).

Transtornos neuropsiquiátricos infanto-juvenis e comportamento agressivo geralmente ocorrem por razões muito afastadas da esfera dos transtornos psicológicos. Porém alguns comportamentos agressivos estão associados a uma série de transtornos neuropsiquiátricos. Tais problemas dessa natureza envolvem a agressividade física e/ou verbal, comportamentos opositores, desafiadores e anti-sociais, além de condutas de risco e impulsivas, podendo ser considerado como diagnósticos de Transtorno Bipolar do Humor (TBH), no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e nos Transtornos de Conduta (TC) na infância e adolescência.

O Transtorno Bipolar do Humor (TBH) caracteriza-se pela alternância de duas fases distintas:a maníaca (ou hipomaníaca) e a depressiva. Os critérios diagnósticos para um episódio maníaco incluem um período distinto de humor anormalmente elevado, expansivo ou irritável acompanhado de pelo menos três dos seguintes sintomas: auto-estima inflada, necessidade de sono diminuída, pressão para falar, fuga de idéias, distração, aumento de atividade dirigida ao objetivo e excessivo envolvimento em atividades prazerosas que tenham conseqüências negativas (APA, 2002).

O Transtorno de Conduta (TC) na infância e adolescência, é comportamento anti-social que compreende qualquer conduta que reflita a violação das regras sociais ou atos contra os outros, incluindo comportamentos como roubo, mentiras, vandalismo e fugas. Os principais transtornos envolvidos com a expressão de comportamentos anti-sociais ou desafiadores são o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e o Transtorno de Conduta (TC).

Fonte: encurtador.com.br/oqvyJ

TBH, TDAH e Transtornos de Conduta têm pontos comuns entre eles, presença de comportamento agressivo, e outros sintomas comuns dentre eles. Apesar de considerarem a possibilidade do diagnóstico diferencial entre tais transtornos, alguns estudos sugerem que a equação TBH + TDAH + Transtornos de Conduta pode formar uma entidade diagnóstica com fenótipo específico (Papolos & Papolos, 1999; Papolos, 2003).

O comportamento agressivo constitui-se de uma gama de atitudes sociais inábeis, a expressão agressiva frequente e intensa na infância e na adolescência apresenta inúmeras consequências desfavoráveis a curto, médio e longo prazo. Desta forma a compreensão do desenvolvimento infanto-juvenil parece conceder padrões mais amplos para o entendimento do comportamento agressivo. Devendo ser uma investigação mais criteriosa e com mais estudos, especialmente aqueles que se detenham às questões sobre classificação nosológica na infância e adolescência.

REFERÊNCIAS

American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais . Porto Alegre: ArtMed, 2014.

Barkley, R. (2002). Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed

Cloninger, C. R.; Svrakic, D. M. & Przybeck, T. R. (1993). A psychological model of temperament and character. Archives General Psychiatry, 50 (12), 975-990

Robbins, L. N.; Tipp, J. & Przybeck, T. (1991). Antisocial personality. Em: L. N. Robins & D. A. Reegier (Orgs.). Psychiatric disorders in America (pp.51-59). Nova York: The Free Press.

Papolos, D. & Papolos, J. (1999). The bipolar child: the definitive and reassuring guide to childhood’s most misunderstood disorder. New York: Broadway Books.

Papolos, D. (2003). Bipolar disorder and comorbid disorders: the case for a dimensional nosology. Em: B. Geller& M. DelBelo (Orgs.). Bipolar Disorder in Childhood and early adolescence (pp. 76-106). New York: The Guildford Press.

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A ligação: um jogo de passado, presente e futuro

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A ligação (2020), estreia da Netflix deste ano, figura no Top 10 dos assistidos e por uma boa razão. Seo-yeon, uma das personagens principais, retorna para a casa que morou quando criança e recebe ligações estranhas de uma desconhecida pedindo por ajuda. Após descobrir o diário da mulher que lhe ligou numa espécie de porão da residência, acaba por descobrir que as duas estão na mesma casa, só que em tempos diferentes.

O jogo de passado e futuro influenciando um ao outro é uma das marcas do filme, que lançam as duas personagens, Seo-yeon e Oh Young-sook, em uma narrativa muito interessante sobre doença mental, luto e até onde as pessoas vão em nome dos próprios interesses. Seo-yeon e Oh Young-sook se tornam muito próximas através das ligações cotidianas, contando sobre suas famílias, como vivem e as diferenças existentes em cada época.

Foto: filme A ligação (2020)

Assim, ficamos cientes de que Seo-yeon mora sozinha, sua mãe está internada em um hospital em quadro aparentemente crítico e que seu pai morreu em um acidente doméstico quando ela era criança. Sobre Oh Young-sook, de que vive com sua madrasta que a tortura constantemente pois acredita que ela esteja possuída por demônios, além de enclausurá-la dentro de casa e manter sua rotina rigidamente.

Em dado momento, após Oh Young-sook encontrar no passado Seo-yeon ainda criança, procuram realizar a tentativa de evitar o acidente ocorrido com o pai de Seo-yeon e assim, consequentemente, evitar sua morte. A experiência tem sucesso e numa cena que lembra Matrix (1999) ou A Origem (2010), o presente de Seo-yeon é completamente alterado, mediante a mudança no passado.

Foto: filme A ligação (2020)

Nesse presente, seu pai está vivo e sua mãe não está doente, alterando também outras questões de ambiente, como a casa que vivem, como se comportam e outros. A relação das duas é equilibrada até o momento que Oh Young-sook percebe que a amiga está ignorando-a em nome de ter momentos com a família e sua madrasta descobrir que ela está falando com alguém ao telefone. Após mais uma sessão de tortura, Oh Young-sook retorna para a amiga, que lhe informa que ela será assassinada pela madrasta num ritual de exorcismo para “cura da doença mental”. Depois disso, fica claro que o futuro tem o benefício do conhecimento, pois tudo o que já passou foi documentado de alguma forma e pode ser utilizado pelas duas.

Foto: filme A ligação (2020)

Depois do assassinato e de finalmente se ver livre, Oh Young-sook sai às ruas, faz compras e experienta o que já desejava: um pouco de vida “normal”. A personagem não aparenta remorso em nenhum momento pelo o que fez, nem sequer no assassinato seguinte, quando mata um fazendeiro que a visita, por ter encontrado o corpo de sua madrasta na geladeira.

Quando observada a ausência repentina do fazendeiro que era amigo de sua família, Seo-yeon descobre através de relatórios policiais que Oh Young-sook foi acusada pelo homicídio das duas pessoas e condenada à prisão perpétua. A partir de então, a trama muda de direção e o que era amizade se torna hostilidade e ameaças, pois Oh Young-sook deseja saber qual prova a incriminou e assim evitar de ser presa, informação da qual apenas Seo-yeon pode lhe dar.

Na sequência, a história se dedica ao jogo de passado-futuro entre as duas personagens, com muitas reviravoltas, mortes e violência envolvida no processo. Até onde ir para evitar a morte de um familiar? Como processar o luto, quando ele ocorre mais de uma vez pela mesma pessoa? Quais os limites de comportamento em pessoas diagnosticadas com transtornos mentais? O filme é muito bem produzido e apesar da impossibilidade da trama, é interessante pensar o que faríamos se pudéssemos alterar nosso passado, presente e futuro. Ao final, resta a impressão de confusão, ao percebermos que as influências entre os tempos eram maiores do que inicialmente inferido.

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Título Original: Call
Ano de produção: 2020
Dirigido por: Lee Chung-hyun
Gênero: Suspense, Terror
Países de Origem: Coreia do Sul
Duração: 112 minutos

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O Diabo Veste Prada: liderança e motivação

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O filme O Diabo Veste Prada, de 2006, foi baseado no livro de Lauren Wesberg, e pode ser observado sob várias perspectivas, e aqui será sob o ponto de vista da Psicologia Organizacional, com ênfase na liderança e no aspecto motivacional.

Neste filme, a personagem Andrea (Anne Hathaway) é uma jovem jornalista recém formada, idealista e talentosa, e começa a distribuir seu currículo em diversas editoras e jornais, é chamada a uma entrevista na Runnaway Magazine, uma das principais revistas de Nova Iorque. Muito embora não seja seu foco inicial, vê o desafio como adequado ao seu currículo como jornalista.

Verifica que a vaga seria como uma das assistentes da editora chefe de Miranda Priestly (Meryl Streep), que na trama, submete e humilha suas funcionárias, se mostra autoritária e perfeccionista e está sempre exigindo mais de seus subordinados.

Fonte: encurtador.com.br/xAENW

O papel da liderança dentro de uma organização é explicitado por Gutierrez, et al. (2017), como “uma interação social e uma habilidade de influenciar as pessoas e envolvê-las nas decisões a serem tomadas na organização, à luz de suas crenças, valores e significados compartilhados, proferindo as ações em equipe para alcançar os efeitos esperados pela corporação (p. 11).”

Silva e Mourão (2015), nos faz pensar que o líder influencia o grupo social onde está inserido, implementando sua aura na organização, onde nem sempre será o administrador, mas pelas suas próprias características é visto como tal.

Silva, et al (2015) nos apresenta os tipos de liderança:

liderança diretiva, liderança de apoio, liderança orientada para realizações e liderança participativa. Liderança diretiva envolve dizer de forma clara quais são as tarefas a serem executadas pelos subordinados, e que resultados são esperados; a liderança de apoio direciona o líder a satisfazer às necessidades e preferências de seus subordinados visando promover um clima de trabalho agradável; já a liderança orientada pelas realizações incentiva a excelência do desempenho no trabalho dos subordinados através de metas e desafios para que o grupo consiga atingir um alto desempenho e, por último, a liderança participativa que permite funcionários colaborarem nas tomadas de decisões e definições que envolvem o processo operativo de trabalho (p. 2 ).

Miranda Prisley se caracteriza como uma pessoa irascível,  acostumada a ter suas ordens atendidas sem nenhuma contestação, e decide fazer ela mesma a entrevista com Andrea, e mesmo apresentando um desdém inicial, vê nela algum potencial transformador, pois ao ser dispensada ao final da entrevista, a candidata demonstra uma característica determinada, o que a editora chefe não está acostumada a ver em seu ambiente de trabalho. Andrea fica surpreendida ao ser chamada e saber que fora contratada.

  No primeiro dia de trabalho Andrea presencia uma cena que lhe parece estranha, pois ao sinal de que Miranda chega ao prédio, ocorre uma verdadeira transformação em todo o escritório da revista, com mudança substancial de atitude das pessoas que ali trabalham, demonstrando desde logo a personalidade autoritária da editora chefe.

Fonte: encurtador.com.br/moGIX

Andrea terá como cargo ser a assistente número dois, e observa inicialmente o comportamento de cada um dos colegas de trabalho, demonstra dentro da organização uma motivação para permanecer ali. Sobre isto Freitas e Rodrigues (2009), enfatiza:

Podemos dizer que a motivação é uma força e energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa, de forma intrínseca, ou seja, que está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores, que se refere ao processo de desenvolver uma atividade pelo prazer que ela mesma proporciona, isto é, desenvolver uma atividade pela recompensa inerente a essa mesma atividade. Essa forma de considerar o comportamento motivacional implica o reconhecimento de que ele representa a fonte mais importante da autonomia pessoal, à medida que as pessoas podem, de certa forma, escolher que tipo de ação empreender com base em suas próprias fontes internas de necessidades e não simplesmente responder aos controles impostos pelo meio exterior ( p. 4 ).

Neste contexto, os autores parecem delinear alguns dos principais assessores de Miranda, dentre eles Emily assistente 1, que para manter seu trabalho e foco na atividade trás sempre um mantra “ eu amo o meu trabalho”, isto pelo fato de que lhe era o seu desejo estar dentre os principais estilistas de moda, chegando inclusive a prejudicar a sua saúde para que estivesse com uma silhueta perfeita para vestir os trajes que eram disponibilizados a elas, assim como comparecer a festas e ser reconhecida, muito embora a chefe nem sempre a via como tal. É possível perceber no decorrer da trama como a personagem Emily idolatra Miranda, mas esta passa a ter sempre sob foco Andrea.

Andrea que é conhecida por Andy, por seus amigos, aos poucos consegue entender como Miranda age de forma autoritária. Descobre que ela é uma pessoa fragilizada pelos relacionamentos pessoais e pelo modo de que lida com as filhas, Miranda tem relação de descartabilidade com os funcionários. Para Freitas e Rodrigues (2009) a ligação com o que o indivíduo tem com o seu trabalho ou seu futuro tem uma certa fusão, e que pode fazer com que se esforce mais ou menos a conseguir o que deseja, mesmo que isso possa se modificar.

Fonte: encurtador.com.br/lKVY1

Outro trecho do filme que chama atenção é um diálogo entre Andrea e Nigel,  o colega verbaliza: “me avisa quando sua vida for para o espaço, significa q você vai ser promovida” – logo, é percebido aqui que eles entendem que o trabalho é tão importante que toma o lugar da vida pessoal, ou seja, condicionados a entender que sua vida profissional tem prioridade sob a vida pessoal. Essa é uma característica da empresa em questão e de como os funcionários são levados a se comportar.

Freitas e Rodrigues (2009) anota que os indivíduos trazem para dentro da organização, suas próprias aspirações e com o passar do tempo, essa energia motivacional pode mudar, podendo inclusive surpreender o líder. Foi isso que levou Andrea a entender que todo o processo que teve na Runaway Magazine, chegara ao fim e que seus objetivos iniciais, ser uma jornalista famosa, deveria iniciar, o que surpreendeu Miranda, e fez seu respeito por ela crescer, pois ela fez uma escolha, demonstrando uma força que não tivera no passado e que a fez se tornara uma profissional da moda.

É preciso pontuar todo o percurso vivenciado por Andrea, o seu desenvolvimento profissional, toda a adaptação que precisou realizar para garantir o seu emprego e ter o reconhecimento da chefia imediata, ela precisou sair da sua zona de conforto e se adequar as necessidades da empresa. Outros tantos temas podem ser discutidos em volta dos acontecimentos do filme O Diabo veste Prada, como clima e cultura organizacional, ambiente organizacional, competitividade, trabalho em equipe, saúde do trabalhador etc.

Entretanto, o foco aqui é destacar o estilo de liderança, que vem mudando ao longo dos anos. Cada vez mais se discute sobre a importância do desenvolvimento de líderes dentro das organizações, mas com características bem distintas de Miranda. Piza (2018) destaca o papel do líder como primordial, e que a função deste é de, com habilidade, criar um contexto para que os colaboradores consigam se motivar, tendo como ponto principal relações de confiança, alinhando o grupo para um mesmo objetivo.

FICHA TÉCNICA

Título Original: The Devil Wears Prada

Ano de produção: 2006

Direção: David Frankel

Gênero: comédia, drama, romance

País de origem: Estados Unidos da América

 

REFERÊNCIAS

FREITAS, N. G.; RODRIGUES, M. G. Uma Reflexão sobre liderança e motivação sobre o enfoque organizacional. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 6, 2009. Resende: SEGET, 2009. Disponível em https://www.researchgate.net/profile/Manoel_Rodrigues3/publication/289671715_UMA_REFLEXAO_SOBRE_LIDERANCA_E_MOTIVACAO_SOB_ENFOQUE_ORGANIZACIONAL/links/569119f108aecd716af17ecf/UMA-REFLEXAO-SOBRE-LIDERANCA-E-MOTIVACAO-SOB-ENFOQUE ORGANIZACIONAL.pdf Acesso em 14 julho 2020.

GUTIERREZ, Luciana Alves et al. A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES. REVISTA FAIPE, [S.l.], v.4, n.2, p.9-16, 2017. ISSN 2179-9660. Disponível: http://www.revistafaipe.com.br/index.php/RFAIPE/article/view/43> Acesso em: 15 julho 2020.

PIZA, Sergio. O NOVO PAPEL DO LIDER. GVEXECUTIVO, v. 17, n. 01, JAN/FEV. 2018.

SILVA, Paulo Henrique Franzão; FERIGATO, Guilherme Cassarotti; SANTOS, Andreia Mileski Zuliani e PEREIRA, José Aparecido A LIDERANÇA NA GESTÃO COM PESSOAS. Anais Eletrônico IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar, Nov. 2015, n. 9, p. 4-8 ISBN 978-85-8084-996-7. Disponível em: http://rdu.unicesumar.edu.br//handle/123456789/2900. Acessado em 15 julho 2020.

SILVA, Neilda de Souza Oliveira da; MOURAO, Luciana. A influência dos estilos de liderança sobre os resultados de treinamento. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v.15, n. 01, p. 260-283, 2015. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180842812015000100015&lng=pt&nrm=iso. Acessos em 14 julho 2020.

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Diferencie fome emocional da fome física

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Durante a pandemia do novo coronavírus, muitos de nós ficamos mais ansiosos com medo do futuro e com a sensação de que todos os dias parecem iguais. Além disso, tem-se notado outra consequência dessa ansiedade: as pessoas têm falado que estão sentindo mais fome. Mas será que se trata realmente de fome? Você sabe qual a diferença entre a fome física e a emocional?

Na fome física é algo biológico. Acontece de forma gradativa e normalmente aparece a cada três horas após a última refeição. Além disso, sentimos o estômago vazio e alguns têm a sensação de fraqueza e tonturas. Já na fome emocional, a vontade de se alimentar aparece de forma impulsiva, alguns minutos após cada refeição e a procura normalmente é por alimentos doces e com gordura. As escolhas costumam não ser saudáveis, como, por exemplo, a busca por chocolates, biscoitos e salgados.

Fonte: encurtador.com.br/awNW9

É importante reforçar que a fome emocional não é uma necessidade real. As pessoas muitas vezes têm dificuldades de interpretar corretamente as emoções que sentem e acabam descontando na comida. Estamos vivendo em tempos de fortes emoções devido à pandemia. Em nossa atual situação, é normal ficarmos ansiosos, com medo do presente e futuro, rodeados de incertezas, entre outras emoções.

Por esse motivo, é essencial identificar o que causa a fome emocional. Pode estar relacionada ao excesso de tarefas, pressões do dia a dia e falta de dinheiro. É importante observar também se ela antecede algum evento ou situação que cause medo, ansiedade ou estresse. Quando é identificada a verdadeira causa e a emoção disso, é possível conseguir controlar esse comportamento.

Fonte: encurtador.com.br/iwxNY

Algumas consequências podem ser dificuldade de emagrecimento, aumento de peso repentino, estados depressivos pela frustração por não conseguir cumprir metas e dietas.

O tratamento com o psicólogo é baseado em entender as emoções, o momento de vida do indivíduo, ajudando-o a organizar seus pensamentos para ter habilidade emocional para lidar com a demanda do dia a dia. Portanto, busca ajuda profissional. Hoje, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Não tenha preconceito com os atendimentos online. Eles podem ter a mesma eficácia do presencial. O importante é você conseguir se cuidar sem demora.

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Melhor é Impossível: análise funcional do comportamento de Melvin

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A análise do comportamento, desenvolvida por B. F. Skinner, é uma abordagem que busca entender o indivíduo a partir da interação com o seu ambiente.

Melhor É Impossível é um filme norte-americano de 1997, do gênero comédia romântica, dirigido por James L. Brooks e produzida por Laura Ziskin. É estrelado por Jack Nicholson como um romancista obsessivo-compulsivo misantropo, Helen Hunt como uma mãe solteira com um filho asmático, e Greg Kinnear como um artista gay. O roteiro foi escrito por Mark Andrus e James L. Brooks. Nicholson e Hunt ganharam o Oscar de Melhor Ator e Oscar de Melhor Atriz, respectivamente, tornando As Good As It Gets o filme mais recente que ganhou ambos os prêmios de atuação de protagonização, e o primeiro desde 1991, quando aconteceu com O Silêncio dos Inocentes. Ele é classificado na posição 140 da revista Empire da lista de “Os 500 Melhores Filmes de Todos os Tempos”.

A análise do comportamento, desenvolvida por B. F. Skinner, é uma abordagem que busca entender o indivíduo a partir da interação com o seu ambiente. Vale ressaltar que para a análise do comportamento o termo ambiente vai mais além do que seu significado em si, significa tanto a vida passada, o modo de interagir consigo mesmo, com as coisas físicas, materiais e as sociais, que é a relação com outras pessoas.

“A tarefa, em uma análise funcional, consiste basicamente em encaixar o comportamento em um dos paradigmas e encontrar seus determinantes” (Moreira, M. Medeiros, C. 2007. p.149), ou seja, ao encontrar os determinantes do comportamento através dos paradigmas, pode-se prevê-los e até mesmo controlá-los. Para que essa análise funcional seja elaborada corretamente é preciso que seja dominado os princípios do comportamento, que são os reforços, punição, extinção, controle aversivos.

É importante a prática de analisar filmes. Os professores de universidade ao elaborarem esta estratégia, conduzem os alunos a colocarem em prática o uso dos princípios teóricos discutidos em sala de aula, neste caso, a análise comportamental, ou seja, conduzem os alunos a aplicarem o seu conhecimento em situações do dia a dia. Como afirmam as organizadoras do livro Skinner vai ao cinema “Durante nossa experiência enquanto alunas e professoras de psicologia pôde comprovar que a análise de filmes traz excelentes resultados no que tange á maior participação dos alunos durante a aula, tornando o aprendizado mais ativo e atrativo.” (Curado Rangel de-Farias e Rodrigues Ribeiro, 2014 p.6), ou seja, ao relacionar o comportamento dos personagens dos filmes com as explicações dadas em sala de aula, permite o aluno a compreender, defender ou criticar a teorização estudada.

Melvin é um escritor que mora em um apartamento, adora fazer comentários maldosos para com os seus vizinhos. É portador de transtorno obsessivo–compulsivo (TOC), não toma remédios e não frequenta as sessões com o psiquiatra. Melvin sempre vai ao mesmo restaurante, come sempre com talheres descartáveis, não anda sobre as listras da calçada, tranca a porta várias vezes, não gosta de ter contato físico e social com outras pessoas, sempre que conversa com alguma pessoa é para ofendê-la, mesmo que ele não perceba. Através de confrontos com os outros personagens do filme, como a Carol a garçonete e Simon o vizinho Gay, Melvin passa a ter mudanças de comportamento, que através da análise funcional podem ser compreendidas. Melvin, por não gostar do cachorro de Simon o joga pela lixeira do prédio. Temos um exemplo de Reforço negativo, pois pode aumentar este comportamento, pois a consequência foi a retirada de um estímulo aversivo do ambiente.

Melvin também leva Carol para jantar durante uma viagem. Durante o jantar mais uma vez Melvin é idiota e intolerante, Carol se recusa a continuar a jantar com ele e vai embora. Temos um exemplo de punição negativa, pois é provável que esse comportamento diminua porque a consequência foi a retirada de algo prazeroso, neste caso, Carol.

Há mudanças nesses comportamentos de Melvin, quando ele é confrontado pelas pessoas que estão a sua volta. Sendo assim um exemplo de como o ambiente e as consequências influenciam no comportamento de uma pessoa. Simon é violentado fisicamente e enquanto está no hospital o cachorrinho é entregue para ser cuidado por Melvin. No começo Melvin o ignora, mas depois passa a ter um carinho e cuidado muito grande por ele, sendo retribuído com o carinho do cachorrinho, chegando ao ponto de o imitá-lo ao pular as linhas da calçada. Temos um exemplo de Reforço positivo, pois é provável que o  comportamento de dar carinho para o cachorro aumente, por que foi retribuído com algo apetitivo.

Melvin se apaixona por Carol, e seu ponto inicial é voltar a tomar os seus remédios para ter a atenção de Carol. Temos um exemplo de reforço positivo, pois é provável que seu comportamento aumente, pois a consequência é algo prazeroso.

Diante do exposto percebe-se como é possível predizer e controlar o comportamento através da análise funcional, e ao entender a análise do comportamento é possível compreender porque as pessoas se comportam da maneira que se comportam. Percebe-se que o ambiente está em completa interação com o indivíduo. Isto está claro na história de Melvin, pois ao se relacionar com outras pessoas, através do contato social e dos confrontos por parte de seus conhecidos, houve mudanças notáveis em seu comportamento. Passou a respeitar mais as pessoas, saber que nem tudo deve ser dito, começou a aceitar a sua doença e procurar ajuda, deixou de lado os seus costumes de sempre trancar a porta, até pisou em uma linha da calçada, deixou de usar luvas e passou a entender que é necessário o contato com o outro.

Diante de toda essa interação com o ambiente e através das consequências de seus comportamentos, que o levou a mudança, Melvin deixou o medo e se entregou a paixão por Carol, mostrando assim que as pessoas são capazes de influenciar na vida de outras, como Melvin disse para Carol, “Você me faz querer ser um homem melhor”. Através da análise funcional, pode-se compreender o comportamento de Melvin, buscando os determinantes do comportamento, tanto no meio externo quanto interno. E de como estamos em completa interação com o ambiente a nossa volta, sendo influenciado por nossas características fisiológicas, nosso meio social, as nossas experiências e pelos grupos, que são responsáveis pela forma que as pessoas se comportam.

FICHA TÉCNICA:

MELHOR É IMPOSSÍVEL

Título original: As Good as It Gets
Direção: James L. Brooks
Elenco: Jack Nicholson, Helen Hunt, Greg Kinnear, Cuba Gooding Jr.;
Ano: 1997
País: EUA
Gênero: Romance/Drama

REFERÊNCIAS: 

MOREIRA, M.B; MEDEIROS, C. A. Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre. ArtMed. 2007.

FARIAS, A.K.C.R; RIBEIRO, M. R.(Org). Skinner vai ao cinema. 2. ed. Brasília. Instituto Walden 4, 2014. 267. v. 1.

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Dezenas de estudantes são beneficiados com Orientação Profissional

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Sob a coordenação da Profa. Dra. Ana Beatriz Dupré, o projeto de Orientação Profissional atendeu dezenas de estudantes no último semestre. A ação é baseada no livro Orientação Profissional sob o enfoque da Análise do Comportamento, de Cynthia Borges Moura, que tem um andamento que dura de 8 a 10 semanas.

Durante o semestre, houve o desenvolvimento dos encontros em grupo de Orientação Profissional no Centro Educacional São Francisco de Assis, conduzidos pelas acadêmicas Letícia Antunes e Nayara Ferreira Marques. Já as acadêmicas Karlla Garcia Ferreira e Paula Renata Casimiro Pereira, Lílian Baptistella Lambert e Victória Resplandes D’Assunção Bosch e Alessandra Soares Araújo e Ítalo Bezerra de Sousa desenvolveram as atividades, respectivamente, Serviço Escola de Psicologia do Ceulp/ULBRA – SEPSI, na Paróquia São João Batista e com adolescentes em Medidas Socioeducativas – CREAS.

Dentre as ações do projeto, houve a Sessão Individual de pré-orientação; Sessão Definindo o problema de escolha; Sessão Conhecendo-se para escolher; Sessão Relacionando características pessoais e profissões; Duas sessões seguidas com o intuito de investigar as profissões, de modo a selecionar profissões de interesse e realizar leituras sobre as de interesse, além de promover a discussão acerca da importância da pesquisa e da informação profissional sobre a seleção de critérios de tomada de decisão; Sessão Olhando as profissões por outra perspectiva; Sessão Selecionando critérios de decisão; Sessão Analisando o futuro diante da escolha presente e Sessão individual pós-orientação, com intuito de fornecer feedback a cada participante sobre seu desempenho e desenvolvimento ao longo do processo de orientação.

Além disso, a acadêmica Rafaela A. Martins, que compõe a equipe, desenvolveu sua pesquisa de TCC com baseada no programa que o projeto de extensão tem seguido, com o seguinte tema: Dinamizando um Protocolo de Orientação Profissional.

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