Desafios da Docência no Ensino Médio: atuação de professores na rede pública

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas:  “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire)

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

O convidado de hoje é professor do ensino médio na rede pública e tem 46 anos. Possui um currículo extenso e vasta experiência profissional. Relata certas dificuldades em sua atuação, porém enxerga os pontos positivos de atuar em sua área, sendo esses pontos os reais que o motivam a prosseguir.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

(En)Cena: Como foi a sua trajetória até se tornar professor? Por que você escolheu a docência?

Resposta: No ensino fundamental eu já apreciava a docência. Decidi cursar Biologia para atuar tanto na área específica e na docência. Comecei a lecionar na cidade de Ouricuri – PE, com 17 anos quando consegui entrar na faculdade e obter um contrato temporário. Escolhi ser docente por achar uma profissão que desperta a essência da sabedoria. A transmissão do conhecimento e suas nuances foi o gatilho para esta minha jornada de 29 anos em sala de aula.

(En)Cena: Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: O meu principal objetivo como professor é poder ajudar algumas pessoas a olharem o mundo de forma diferente e se adaptarem da melhor forma. A cada ano eu alcanço o objetivo, porém, com um número menor de pessoas.

(En)Cena: Levando em consideração que a escola/faculdade é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: O modelo de escola pública que trabalho não permite olhar a diversidade da forma adequada. A escola que trabalho possui algumas ações de inclusão, mas longe de um padrão desejado.

(En)Cena: Como é ser professor do ensino superior na rede privada atualmente?

Resposta: Decepcionante. Sem horizontes e pouco estímulo para seguir ou convencer outros a seguirem.

(En)Cena: Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: A escola atual adota postura quantitativa diante do processo ensino-aprendizagem. O objetivo agora é aprovar alunos sem avaliar a aptidão do mesmo para as séries seguintes.

(En)Cena: Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta: Eu já consegui manter um modelo que permite ser paciente diante das adversidades.

(En)Cena: A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: Claro. É por isso que continuo neste processo. Há jovens que buscam algo pela educação. É para este público que nos dobramos mais um pouco. Os professores sozinhos não conseguem mudar o modelo educacional atual. A saída seria uma reformulação principalmente no processo avaliativo.

(En)Cena:  Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossos jovens no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças/jovens/indivíduos?

Resposta: Está caminhando para se transformar em uma atividade dispensável para os jovens. Nesse modelo atual, não podemos esperar muita coisa vinda dos jovens. A sociedade está evoluindo de maneira assimétrica, tangencial e a deriva.

Autora: Maria Laura Máximo Martins

 

 

 

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Desafios da Docência no Ensino Médio: atuação de professores na rede privada

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas: “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire).

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje é com uma professor do Ensino Médio na Rede Privada de nosso país, mais especificamente na região norte. Nesse espaço o professor em questão expõe sua trajetória ao longo dos anos de atuação, relatando como ele prioriza esse olhar individual aos seus alunos na intenção de desenvolvê-los em suas singularidades e potencialidades a partir de vínculos consolidados e um dinamismo que a prática requer do professor.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

 En(Cena): Como foi a sua trajetória até se tornar professor (a)? Por que você escolheu a docência?

Resposta: Minha trajetória na educação foi por influência de professores que tive ao longo da vida, sempre gostei dessa ideia do ensino e especificamente da disciplina de História, assim que concluí o ensino médio me dediquei ao vestibular e passei para cursar História. Não muito depois da formação já pude ser ingressado no mercado de trabalho e tenho muito zelo pela minha profissão. Isso realmente dá sentido a quem eu sou e nasci para fazer.

En(Cena):  Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: Meu maior objetivo é que meu aluno entenda o processo de aprendizagem e se envolva nesse processo, e cada dia fico mais feliz ao constatar que os meus alunos estão compreendendo e se desenvolvendo apesar de várias deficiências e necessidades de ajustes no sistema educacional, inclusive na Educação privada.

En(Cena):  Levando em consideração que a escola é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: Gosto muito de observar os meus alunos e perceber as particularidades de cada um deles, busco conhecer a cada dia essa diversidade e singularidade para ajudá-los. E sim, percebo que o ambiente escolar está caminhando para ser esse espaço inclusivo, mas ainda há muito o que desenvolver e ser considerado, há uma grande necessidade ainda de professores capacitados e uma escola que realmente esteja engajada em desenvolver esses alunos dentro das suas particularidades. O meu contexto de atuação também precisa desse olhar mais apurado..

En(Cena): Como é ser professor (do ensino maternal/ fundamental/ médio/ superior) na (rede pública/rede privada) atualmente?

Resposta: Um desafio empolgante! Entendo que é importante que os docentes ajam sempre de acordo com as práticas pedagógicas, levando em consideração o interesse do sistema e também do aluno, e para isso precisamos considerar qual o melhor método para passar o conhecimento, o que muitas vezes nos leva a nos reinventarmos nas nossas práticas diárias em sala de aula e isso nos estica como profissionais. Muito mais do que apenas preparar alunos para que tenham as melhores notas, precisamos de antemão estimulá-los a serem críticos e intencionais como parte funcional da nossa sociedade.

En(Cena): Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: Bem, o professor deve conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos, já atuei na rede pública e hoje atuando na rede privada acredito que esse ponto precisa ser considerado de igual modo. Nesse sentido procuro ser comprometido e avalio que estou fazendo a minha parte sendo um facilitador na vida de cada um desses alunos, algo que me inspirou a atuar nessa área foi ter encontrado nos meus professores lá atrás seres humanos que me acolheram, que procuravam conhecer minha história de alguma forma e me viam para além das minhas notas, então, tenho procurado ser assim também enquanto atuo..

En(Cena): Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta:  A realidade da saúde mental dos professores está de mal a pior olhando o quadro geral, muito se fala da importância dos professores, mas pouco se faz para ajudá-los nessa missão que é exercer essa profissão, embora tenhamos o prazer e o compromisso com a nossa prática deve-se considerar também que é uma rotina intensa, porque não é só o dá a aula, tem todo o preparo anterior a isso e também a sobrecarga, onde muitas vezes sacrificamos nossos momentos que seria para o descanso para avaliar, corrigir provas… Tem muitos professores que gritam por socorro todos os dias por esse suporte de um acompanhamento psicológico especializado, são muitas demandas que transcendem o ato apenas de passar conhecimento sobre determinado assunto, tenho alguns colegas de profissão que vão sendo paralisados ao longo da jornada por inúmeros motivos que os levaram ao desgaste.

En(Cena): A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: Sim, entretanto a educação vai muito mais além, ela é capaz de transformar a vida das pessoas, tanto na prospecção de um futuro melhor quanto no aqui e agora. A relação estabelecida entre professores e alunos, constitui o elemento fundamental do processo de ensino aprendizagem. É por meio dela que professores aprendem e ensinam, levando em consideração a realidade que ambos vivenciam, construindo assim uma relação de afeto e confiança.

En(Cena): Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossas crianças no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças?

Resposta:  A importância da Educação vai além da transmissão de conhecimento teórico das disciplinas curriculares, ela contribui para a formação cidadã dos estudantes e promove a transformação do meio social para o bem comum. A possibilidade de valorizar o talento que uma criança ou adolescente possui para descobrir, experienciar e solucionar problemas e refletir com autonomia alarga as oportunidades para aprender de forma transbordante. É na escola, que parte do seu intelecto começa a avançar, o indivíduo aprende a se posicionar diante das várias situações que convive (escola, família, sociedade), a desenvolver um raciocínio, além de perceber melhor o ambiente cultural e social onde se situa.

Autora: Eliene Alves Resende

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Desafios da Docência no Ensino Superior: atuação de professores na rede pública

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas: “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire).

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje é com uma professora do Ensino Superior na Rede Pública de nosso país, mais especificamente na região norte. Observamos ao longo da entrevista reflexões a respeito da prática e atuação dessa profissional, suas expectativas e anseios em torno da realidade da educação no Brasil,  e como é importante considerar as singularidades de cada indivíduo que está inserido e dentro do contexto de uma universidade pública.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

En(Cena): Como foi a sua trajetória até se tornar professor (a)? Por que você escolheu a docência?

Resposta: A minha primeira experiência na docência ocorreu muito cedo, ainda adolescente quando cobri uma licença saúde de uma professora numa turma de alfabetização. Muitos anos depois, já formada e exercendo outra atividade, fui convidada a ministrar disciplinas que guardavam correlação com a minha atuação profissional em uma Universidade, adorei a experiência e  passei a exercer a docência. Por isso afirmo, que a atividade como docente ocorreu de uma forma muito natural, sem que eu planejasse seguir uma carreira como professora. Acredito ter sido escolhida pela docência.

En(Cena):  Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: O meu principal objetivo na docência é buscar estabelecer com os alunos e alunas um processo de troca de aprendizagens e vivências. Difícil afirmar se esse objetivo é alcançado na sua inteireza, mas é muito gratificante a busca para alcançá-lo.

En(Cena):  Levando em consideração que a escola é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: Para lidar com a diversidade subjetiva de cada acadêmico e acadêmica busco respeitar as suas singularidades, ou seja, o modo de ser, estar no mundo e relacionar-se de cada pessoa. Percebo que o ambiente universitário se torna cada dia mais inclusivo, apesar de várias barreiras sociais e culturais a serem rompidas.

En(Cena): Como é ser professor (do ensino maternal/ fundamental/ médio/ superior) na (rede pública/rede privada) atualmente?

Resposta: Desafiador, em vários sentidos. Os períodos de pandemia e pós-pandemia trouxeram vários desafios que levaram a repensar práticas, a questionar modelos postos e a alterar o processo de aprendizagem e a relação aluno/professor.

En(Cena): Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: Acredito que traçar um diagnóstico de como as faculdades influenciam e contribuem na formação profissional do indivíduo esteja muito relacionado com a proposta e os objetivos da instituição para lidar com as diferentes realidades que permeiam o espaço universitário e como as universidades buscam e possibilitam ao universitário o descolamento de barreiras e preconceitos, capacitando-os para um exercício profissional para além do individualismo, mas na consecução do bem comum.

En(Cena): Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta: A atividade docência é uma das únicas que o profissional trabalha antes, durante e depois do horário tido como de trabalho, num ciclo contínuo. Antes, ministrando a aula no planejamento; durante, transmissão do conhecimento durante as aulas; e após, com a correção de trabalhos e avaliações.  Ciclo que requer dedicação e capacidade relacional que podem tanto gerar um sentimento de satisfação com o êxito; como de fracasso e adoecimento nos menores insucessos.

En(Cena): A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: A educação muda vidas na medida em que capacita o sujeito às transformações pessoais e sociais, rompe ciclos e possibilita ao sujeito um desenvolvimento pessoal criativo. Os professores influenciam nesse processo não apenas compartilhando conhecimento, mas principalmente incentivando um pensar crítico, inovador e propositivo.

En(Cena): Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossas crianças no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças?

Resposta: Difícil apontar a direção em que a educação está caminhando, mas é importante que possibilite às pessoas um desenvolvimento intelectual e criativo. Acredito na nossa juventude e sua capacidade transformadora. Num país como o Brasil, de grande contradições e fortes diferenças sociais, a faculdade tem o importante papel de tornar o processo de conhecimento um espaço de construção e respeito das diferentes subjetividades,  de fomento à liberdade de pensamento que amplifique o contato com a consciência e busque inovações sociais que aproximem as pessoas e diminuam as diferenças.

Autora: Eliene Alves Resende

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Desafios da Docência no Ensino Superior: atuação de professores na rede privada

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas:  “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire)

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

O entrevistado de hoje atua na área de Educação Física. Há mais de 15 anos está na docência, sendo assim, suas respostas carregam uma imensa bagagem profissional e pessoal, contribuindo ricamente para a série. Apesar de relatar certas dificuldades, seu desejo hoje é continuar trilhando seu caminho como professor e trazendo bastante motivação para confiarmos na força da educação.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

(En)Cena: Como foi a sua trajetória até se tornar professor? Por que você escolheu a docência?

Resposta: Trajetória da maioria da população com renda baixa, ou seja, achava muito distante a possibilidade de frequentar uma faculdade. Mesmo assim, criei oportunidades e fui trabalhar em uma universidade no corpo administrativo, o que me permitiu estudar e trabalhar. O desejo pela docência iniciou no primeiro semestre do curso e de lá para cá, mesmo com altos e baixos, o desejo é dar aula até eu ficar velhinho.

(En)Cena: Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: No primeiro semestre da faculdade esta pergunta me foi realizada e a resposta foi: ” ser referência na área”. Alcancei sim o que desejava, mas ainda não me vejo como referência na área, entretanto, a cada ano os objetivos e metas para este fim são realizados.

(En)Cena: Levando em consideração que a escola/faculdade é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: É um trabalho árduo e acredito que, eu alcance o “sonho da inclusão” com menor proporção. Quando me deparo com tal situação, tenho a tendência a ajudar muito e deixar de lado o restante, o que não é bom para ambos os lados. Criar estratégias para um ambiente inclusivo não é fácil, mas precisamos pensar juntos. Ademais, dependendo da diversidade subjetiva é necessário um maior número de profissionais na relação ensino-aprendizagem.

(En)Cena: Como é ser professor do ensino superior na rede privada atualmente?

Resposta: Atualmente grande parte dos professores amam dar aula e com certeza gostariam de continuar ministrando aulas, no entanto, a atual situação do Brasil em geral para o ensino superior está muito complexa, tanto para federais como para as redes privadas. Mudanças intensivas nos “regramentos” para oferta e forma de acesso às vagas fez diversas instituições a serem obrigadas a adequar número de disciplinas, professores e valores. A pandemia trouxe avanços, mas os mesmos impactaram demasiadamente a oferta e qualidade do ensino.

(En)Cena: Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: Ainda no sentido da discussão das mudanças atuais, acredito que a forma de ensinar está mudando e a escola não está entendendo esta mudança, entretanto, existe um movimento na oferta de capacitações e reflexões aos professores. Percebo também que para a formação houve um aumento da parcela (esforço) individual considerável devido ao crescimento das redes sociais e comportamentos de consumo digital, o que direciona para uma certa independência do aprendizado, ou seja, o professor não é mais o detentor do conhecimento absoluto. Tento acompanhar as mudanças, mas elas estão rápidas e constantes, o que torna para mim o processo de amadurecimento mais lento e consequentemente a abrangência da contribuição menor.

(En)Cena: Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta: Resiliência sempre. Acredito que esteja próxima de um descontrole.

(En)Cena: A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: A educação permite mudar vidas pois possibilita acesso a um universo maior, permite autonomia, capacidade crítica, liberdade de propósito, criatividade, domínio de capacidades e habilidades as quais irão fomentar a cultura, pois a cultura importa. Os professores podem influenciar incentivando por meio de situações reais, aplicar o conhecimento.

(En)Cena:  Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossos jovens no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças/jovens/indivíduos?

Resposta: A educação está caminhando para uma maior autonomia e a escola precisa proporcionar. Ademais, não deve se entregar a tendência do conhecimento raso e rápido. Várias profissões lidam com vidas e é necessário ética, compromisso, seriedade e excelência, características que são conquistadas com diversidade de experiências, sejam elas atuais ou “velhas”. Sobretudo, vejo que a capacidade crítica como a chave para um futuro melhor. Neste momento, temo pelo futuro por todo panorama que expressei aqui.

 Autora: Maria Laura Máximo Martins

 

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Desafios da docência no Ensino Maternal: atuação de professores na rede privada

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas:  “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire)

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje é professora na rede privada, lecionando no ensino maternal. Seu relato perpassa pela sua história que a levou até se tornar professora, detalha seus desafios diários e visões sobre a educação,  e também fala de seus desejos, sobre o que espera da educação, as possíveis mudanças que para ela seriam necessárias. Foram respostas densas, verdadeiras e detalhistas, valendo a leitura até o fim.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

(En)Cena: Como foi a sua trajetória até se tornar professora? Por que você escolheu a docência?

Resposta: Eu tinha muito carinho pelas crianças desde nova. Não me passava pela cabeça ser professora! Sempre pensei que minha formação seria fisioterapia, mas o tempo passou. Comecei a trabalhar em uma escola como secretária. Desde então passei a conhecer a rotina dos alunos de perto. Nessa mesma escola, eu também recebia os alunos no portão e entregava aos pais no final da aula. Ao passar do tempo, fui criando um vínculo com cada criança. Foi então que surgiu o desejo de ser professora. Logo depois trabalhei em um berçário. Onde eu cuidava de vários bebês, não era só cuidar, mas também era necessário estimular a criança. Daí eu percebi que realmente eu precisava estudar para ser uma professora.

(En)Cena: Qual o seu principal objetivo como professora? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: Levar o conhecimento de forma prática, lúdica e prazerosa. Buscando alcançar a cada criança para fazer parte no mundo do conhecimento e de muitas aprendizagens. Transmitindo afeto, conhecendo cada um em suas particularidades e despertando para as novas descobertas. Apesar de tentar aplicar no meu dia-a-dia, não significa que sempre alcanço o que desejo. Muitas das vezes me frustro por não conseguir o objetivo almejado.

(En)Cena: Levando em consideração que a escola/faculdade é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta:  O ser humano é único. Cada um tem seu valor. A cada dia em minha prática docente percebo as diferenças e me esforço para atender e acolher cada criança dentro de sua particularidade. Entendendo seu jeito de ser e ajudando a mediar os conflitos e desafios do dia a dia. A escola tem a cada dia tentado fazer o seu papel de inclusão. Preparando os professores para atender bem o público de uma maneira desejável. Criando um ambiente com estímulo, que favorecerá a criança no seu desenvolvimento. Pois não é de qualquer jeito que iremos atender a inclusão. Mas, percebo que a escola ainda tem muito o que fazer para alcançar melhores resultados.

En(Cena): Como é ser professor (do ensino maternal/ fundamental/ médio/ superior) na (rede pública/rede privada) atualmente?

Resposta: Sou muito feliz por ser professora de Educação infantil. Não penso em sair dessa fase. Quero a cada dia aperfeiçoar meus conhecimentos, para contribuir com o desenvolvimento das crianças. É um privilégio contribuir nessa primeira infância, atendendo as partes física, mental e social. Mas, não tem sido fácil, nos dias em que estamos vivendo, ser professor. As crianças a cada dia sem limites. Faltando com respeito e comportamentos inadequados. As famílias sempre cobrando. Pais super protetores… isso tem dificultado o trabalho na sala de aula.

En(Cena): Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: A escola tem seu papel fundamental no desenvolvimento de cada criança. Formando cidadãos pensantes, criativos e sociáveis. Entendemos que a educação se inicia em casa. Na escola se busca o conhecimento secular. Onde cada indivíduo ao decorrer de sua trajetória acadêmica alcança aprendizagem e desenvolve suas habilidades. O convívio social e a troca de experiências e vivências traz para criança muitos saberes, adquiridos dentro da sala de aula.

En(Cena): Como está a saúde mental dos professores na atualidade?
Resposta:
A cada dia a saúde do docente está mais fragilizada. Tem sido difícil se manter sadio nos dias de hoje. Se já era ruim, depois da pandemia ficou pior. O docente teve que se reinventar em todos os aspectos para atender as demandas exigidas pela escola, para dar aula mesmo que a distância para todas as faixas etárias. E a educação infantil não ficou de fora. Tivemos que dar aula para os alunos com pais ao lado. Sendo que os pais, em muitos momentos atrapalhavam o andamento da aula. Então, vieram as cobranças da parte administrativa da escola, sem contar que as famílias também cobravam, foi ruim. Estamos vivendo dias ditos normais, mas, não tem nada de normal. Temos visto crianças totalmente agitadas, sem limites, os pais culpando professores, porque seus filhos não conseguem aprender. Baixa concentração, isso faz com que o rendimento seja prejudicado. Tem sido difícil continuar o trabalho depois de tudo que vivemos. Percebo a necessidade de termos um terapeuta para ajudar o docente diante dos desafios vivenciados.

En(Cena): A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: A educação é capaz dar ao indivíduo uma perspectiva de vida melhor. Amplia os conhecimentos e ultrapassa fronteiras. Podendo desenvolver suas capacidades intelectuais e habilidades. Mas, para essa educação ter êxito, é preciso que o poder público dê mais importância e valorização aos seus docentes.

En(Cena): Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossas crianças no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças?

Resposta: É importante entender o valor grandioso que tem a educação para a sociedade. Sabemos que sem educação não se chega a lugar nenhum. Mas, infelizmente, com poucos estímulos e nada de reconhecimento aos docentes, muitos irão desistir dessa profissão. E o que vai sobrar? Uma sociedade sem rumo. Sem esperança.

 

 

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Desafios da Docência no Ensino Fundamental: atuação de professores na rede privada

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas: “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire).

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje é uma professora do Ensino Fundamental na Rede Privada. Ao falar sobre a experiência da docência na educação básica, percebemos que a temática da saúde mental dos professores torna-se um tema transversal nas práticas de ensino. A entrevista nos convida a refletir e questionar a realidade e a configuração da educação em nosso país na atualidade. Mesmo em meio aos desafios da docência, percebemos na fala da professora as diversas possibilidades de contribuição advindas do ato de ensinar, sendo este o motivo concreto para não desistir.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

En(Cena): Como foi a sua trajetória até se tornar professor (a)? Por que você escolheu a docência?

Resposta: Antes do curso de pedagogia, fiz o técnico de enfermagem. Depois escolhi ser professora de educação infantil e fundamental fase I. Sou uma professora realizada na minha área.

En(Cena):  Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta:Meu objetivo é usar a arte de ensinar para transferir o conhecimento pedagógico como uma  missão de vida. Ao longo dos meus 15 anos de sala de aula, hoje eu consigo mensurar que sou realizada com os meus resultados.

En(Cena):  Levando em consideração que a escola é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: Eu sou a favor da pluralidade e abomino a polaridade.

En(Cena): Como é ser professor (do ensino maternal/ fundamental/ médio/ superior) na (rede pública/rede privada) atualmente?

Resposta:Ser professora do ensino fundamental na rede privada  é um desafio diário, porém, prazeroso e gratificante.

En(Cena): Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: A educação de base é a mais importante e pouco nutrida. Estou sempre aprimorando os conhecimentos para melhor atender os educandos.

En(Cena): Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta: A classe desses profissionais, uma das que mais sofre  esgotamento físico e mental, ainda enfrenta angústias, medos e ansiedades . Segundo as pesquisas, é um número alto de professores com problemas de saúde mental. Devido à dupla jornada e excesso de atividades.

En(Cena): A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: Sim. Através dos valores implantados no coração das crianças. Fazendo com que os alunos sintam motivados a buscar conhecimento e seguir seus sonhos.

En(Cena): Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossas crianças no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças?

Resposta: A educação está caminhando cada vez mais junto com a tecnologia e  os conhecimentos chegam muito rápido através da mesma. Podemos esperar do futuro das crianças muita agilidade e conhecimento, e nosso papel enquanto educadores continuaremos a ser mediadores para o conhecimento que não vem com a tecnologia… O escrever, o ler e o interpretar… E acima de tudo, os valores os quais a tecnologia não mostrará e muito menos ensinará as serem cidadãos  de bem.

Autora: Maria Laura Máximo Martins

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Desafios da docência no Ensino Maternal: atuação de professores na rede pública

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O ato de ensinar carrega singularidades e desafios que devem ser levantados, para assim ser possível entender o processo de aprendizagem e o contexto em que ocorre esse movimento. Levando em consideração o mundo volátil em que vivemos, faz-se necessário dar voz àqueles que fazem parte de ambientes escolares e acadêmicos, sendo essa uma forma de fomentar melhorias e constantes reflexões.

Em prol dessa escuta e da compreensão da realidade atual, o (En)Cena convidou diferentes professores da rede pública de diferentes níveis de ensino (maternal, fundamental, médio e superior) para falarem sobre os desafios de ensinar. Nestes espaços as professoras e os professores puderam relatar suas experiências pessoais e profissionais. As realidades narradas em cada entrevista são um convite para pensarmos sobre a educação, sua constituição, sua disseminação e em como ela pode ser aperfeiçoada para ser significativa a todos e todas: “O educador se eterniza em cada ser que ele educa” (Paulo Freire).

Visando preservar a identidade de nossos convidados e pensando na potência do ato de ensinar livre de pressões institucionais, optamos por manter em sigilo o nome de todos os entrevistados. Entendemos que suas falas alcançam, contemplam e priorizam, ainda que de modo particular, professores e professoras da educação pública e privada de nosso país.

A entrevistada de hoje é uma professora do Ensino Fundamental na Rede Pública de nosso país, mais especificamente na região norte. Uma trajetória a docência marcada por um gosto pessoal da prática de esportes a possibilidade de ensinar por meio deles, ao longo da entrevista a professora retrata sua visão pessoal a respeito do modelo de educação inclusiva que é apresentado atualmente e como isso se dá na prática, também somos instigados a refletir a respeito de como anda a saúde mental desses profissionais.

Segue a entrevista na íntegra abaixo:

En(Cena) – Como foi a sua trajetória até se tornar professor (a)? Por que você escolheu a docência?

Resposta: Desde adolescente sempre gostei e me identifiquei com os esportes, pratiquei algumas modalidades na escola, e em função disso me interessei pelo curso de Educação Física. O desejo sobre a docência surgiu na possibilidade de praticar e ensinar através do mesmo, buscando positivamente a contribuição para o desenvolvimento e sucesso.

En(Cena) –  Qual o seu principal objetivo como professor? Você diria que alcança tal objetivo a cada ano?

Resposta: Ser mediadora, incentivadora e transmitir conhecimentos que irão provocar nos alunos a curiosidade, e vontade de buscar e se tornar um indivíduo autêntico e pensador, capaz de ser crítico e validador. Não alcancei tal objetivo satisfatoriamente em detrimento de  vários fatores.

En(Cena) –  Levando em consideração que a escola é um ambiente repleto de pessoas com características singulares, de que forma você lida com a diversidade subjetiva de cada estudante? Você percebe a escola como um ambiente inclusivo?

Resposta: Lido tentando reconhecer as diferenças para buscar meios de ajudar e valorizar as potencialidades de cada aluno, enfatizando a igualdade e oportunidades iguais de aprendizagem, porém, o contexto das salas de aulas dentro do sistema dificulta o trabalho. A escola teoricamente nos dias de hoje é inclusiva, mas, na prática o processo precisa avançar muito para existir essa inclusão

En(Cena) – Como é ser professor (do ensino maternal/ fundamental/ médio/ superior) na (rede pública/rede privada) atualmente?

Resposta: Ser professora nos dias atuais é um desafio constante por vários fatores, a falta de reconhecimento, do respeito e desvalorização aumenta a cada dia.

En(Cena) – Como você avalia a escola nesse processo de formação de indivíduos e de que maneira, dentro da sua profissão, você consegue perceber que está contribuindo com esse movimento?

Resposta: Avalio esse processo lento, pois, observo poucas mudanças reflexivas, comportamentais e um atraso na interação para a construção de um indivíduo crítico reflexivo ativo. Contudo, acredito que o meu trabalho contribui sim para a mudança e melhoria no processo de ensino aprendizagem, mesmo sendo em uma velocidade menor do que almejo.

En(Cena) – Como está a saúde mental dos professores na atualidade?

Resposta: A saúde mental dos professores em grande maioria está afetada gravemente, pois, o sistema e a sociedade estão responsabilizando os professores por demandas que vão além da função. Atualmente as famílias vêm transferindo para a instituição escolar a tarefa não só de formar, mas também a de educar, e o resultado de tudo isso é perceptível na saúde dos educadores, onde cada vez mais é visto professores sendo afastados de suas funções por desgastes que vão além do físico, e no distanciamento das famílias do seu papel.

En(Cena) – A educação é capaz de mudar vidas? De que forma? Como os professores podem influenciar esse processo?

Resposta: Sim. A Educação muda a vida das pessoas para melhor, porque através da educação, e do conhecimento adquirido, o indivíduo se torna mais crítico, mais consciente, ético e capaz, ampliando as possibilidades de oportunidades e melhoria da qualidade de vida.

En(Cena) – Na sua opinião, para onde a educação está caminhando? O que podemos esperar de nossas crianças no futuro enquanto sociedade e qual o papel da escola na formação dessas crianças?

Resposta: A educação está caminhando para as novas tecnologias atribuídas a nova realidade, era digital, facilidade, entretenimento, autonomia.  Mas, ao mesmo tempo, estamos vivenciando o reflexo de cidadãos despreparados  para a vida. A escola tem o papel de formar cidadãos com pensamentos críticos, instigantes e autônomos, capazes de conviver e contribuir para uma sociedade melhor.

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