Jornada de superação e descoberta em “O Gênio Indomável”

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O filme O Gênio Indomável conta a história de Will Hunting, um jovem brilhante que trabalha como faxineiro em um instituto de tecnologia. Will é um gênio da matemática, dotado de memória fotográfica, mas leva uma vida marcada por dificuldades e traumas do passado.

Em determinado momento, o professor Gerald Lambeau, que leciona no instituto, propõe um desafio matemático aos seus alunos, mas ninguém consegue resolvê-lo. Enquanto limpava o corredor, Will resolve o problema com facilidade. Ao perceber o talento do jovem faxineiro, o professor Lambeau decide ajudar Will a desenvolver suas habilidades matemáticas e enfrentar suas dificuldades pessoais.

Após se envolver em uma briga, Will é preso. Para evitar a prisão, ele concorda em cumprir algumas condições, incluindo sessões de terapia. Embora inicialmente resistente ao processo, aos poucos, ele começa a se abrir e a superar barreiras emocionais que o impediam de avançar. Como parte do acordo, Will passa por diversos terapeutas, mas é apenas com Sean Maguire que ele realmente estabelece uma relação de confiança e se permite enfrentar seus traumas.

Enquanto lida com suas questões emocionais, Will conhece e se apaixona por Skylar, uma estudante de medicina em Harvard. Essa relação faz com que ele perceba ainda mais a necessidade de se desenvolver emocionalmente para alcançar uma vida plena e construir um relacionamento saudável. Apesar de Skylar também se apaixonar por ele, Will enfrenta dificuldades em aceitar esse sentimento, devido aos traumas que carrega.

Com o apoio dos amigos, especialmente de Chuckie, seu melhor amigo, Will passa a acreditar em seu potencial e a enxergar que pode ter uma vida melhor. Ele começa a aceitar seu passado traumático e percebe a importância de tomar decisões que definirão seu futuro. A jornada de amadurecimento e superação de Will o leva a buscar uma vida mais feliz e satisfatória. No fim, ele decide deixar Boston e seguir para a Califórnia, onde Skylar está estudando, em busca de seu grande amor. Will deixa uma carta para Sean Maguire, agradecendo pelo apoio e informando sua decisão de partir em busca de uma nova vida.

Gênio Indomável aborda de forma profunda questões psicológicas e emocionais, destacando o desenvolvimento pessoal e o impacto dos traumas do passado. Lançado em uma época em que o debate sobre equilíbrio emocional ganhava força na sociedade, o filme também explora a humildade de Will e a importância da educação e das oportunidades para todos, independentemente de sua origem social. Além de mostrar o talento matemático de Will, o filme enfatiza seu crescimento emocional e pessoal.

Premiações

O Gênio Indomável venceu o Oscar em 1998 nas categorias de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams). Foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Gus Van Sant), Melhor Ator (Matt Damon) e Melhor Atriz Coadjuvante (Minnie Driver). Com um orçamento modesto de 10 milhões de dólares, o filme arrecadou mais de 225 milhões nas bilheteiras mundiais. Algumas cenas foram gravadas em locações reais, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Harvard.

Ficha Técnica

Filme: O Gênio Indomável

Dirigido por Gus Van Sant

Produzido nos Estados Unidos (1997)

Duração de 126 minutos

Gênero: Drama

Classificação: 14 anos

Atores principais:

Matt Damon (Will Hunting),

Robin Williams (Sean Maguire),

Stellan Skarsgard (Gerald Lambeau) e

Minnie Driver (Skylar). 

Referências:

Encena. Disponível em: <link>

Entre Laços do Coração. Disponível em: <link>

Prime Vídeo. Disponível em: <link>

 

 

 

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Como as relações sociais influenciam no desenvolvimento humano?

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É consenso entre os teóricos e pesquisadores a correlação entre felicidade e saúde com a manutenção de boas relações sociais.

Sabe-se que todos os seres humanos passam por diversas situações, que desde a concepção ou até mesmo antes, influenciam em seu desenvolvimento. Ao buscar por produções bibliográficas, a autora Gonçalves (2016) descreve que os acontecimentos que precedem uma gestação poderão intervir durante todo o desenvolvimento da vida que será gerada. Fatos como por exemplo, a aceitação ou não da gravidez, se houve um planejamento, expectativas geradas em relação ao sexo da criança e em caso de não ter sido o esperado, como reagiram diante da situação frustrada. 

Ainda sob a perspectiva de Gonçalves (2016), a autora lembra que as fases que marcam o desenvolvimento da vida humana perpassam por diversas formas e épocas que podem sofrer alterações diante do meio no qual a pessoa encontra-se inserida, mas que apesar disso, o início do ciclo da vida é um processo em que ocorre de uma única forma em todos os seres humanos. O fator inicial para esse acontecimento se dá por meio da ocorrência da fecundação do espermatozoide com um óvulo, sendo assim, o marco inicial para uma nova vida ser gerada e com o decorrer do tempo, passará por diversas transformações até chegar o momento em que estará pronto para o nascimento. 

Após o nascimento, a vida que foi gerada passa por diversas transformações até o fim de sua existência. Trazendo o ponto de vista de Papalia e Feldman (2013), no primeiro ano de vida as crianças apresentam um crescimento mais acelerado, mas tendem a delongar esse crescimento durante os três primeiros anos de vida. As autoras ainda enfatizam que a fonte de maior “vitamina” para que esse crescimento ocorra de forma mais saudável, é por meio do aleitamento materno, pois além de auxiliar no crescimento, ajuda no desenvolvimento cognitivo e nos processos sensoriais. 

Voltando para Gonçalves (2016), a autora utiliza-se dos estudos de Papalia, Olds e Feldman e da autora Bee, onde expõe a divisão da infância em três etapas, sendo a primeira de 0 a 3 anos de vida, onde ocorre esse crescimento e desenvolvimento de forma mais acelerada e é nesse momento em que a criança começa a apresentar o processo inicial da fala e começo de sua locomoção, iniciando esse, por meio do engatinhar até conseguir dar os primeiros passos. A segunda fase se inicia dos 03 anos aos 06 anos de vida, é exposto que nessa fase as crianças começam a apresentar um ganho na sua coordenação motora, enquanto no crescimento apresenta uma queda no processo. Apresenta também a capacidade de imaginação, onde exerce por meio de brincadeiras, começam a interagir com outras crianças e adquirir o conhecimento de diferenciação dos gêneros (meninas e meninos).

Ao partir para a terceira e última fase da infância, sendo essa de 06 anos aos 11 anos de idade, ainda de acordo com Gonçalves (2016) sob a perspectiva de Papalia, Olds e Feldman, o desenvolvimento físico continua de forma mais lenta, mas a criança sofre mudanças em sua estatura e peso, as relações de amizades ganham mais espaço e importância nesse momento e explica que essas aproximações se dão com crianças que são semelhantes a si, como por exemplo, em idade, classe social, cor e sexo. As amizades nessa fase exercem a função em auxiliar no desenvolvimento das habilidades sociais daquela criança, ajuda no processo de separação de valores em que ela tem conhecimento advindo do ambiente familiar, contribuindo no processo de autoconhecimento e identidade de gênero.

Após a fase da infância, passa-se para a adolescência, sendo essa segundo a Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, que discorre sobre o Estatuto da Criança, que são considerados adolescentes pessoas com 12 anos até os 18 anos de idade. De acordo com Papalia e Feldman (2013), essa fase se dá início por meio do surgimento da puberdade, momento em que há a produção de diversos hormônios sendo produzidos no corpo daquele sujeito. Hormônios esses que darão origem ao surgimento dos pelos pelo corpo, alteração na voz dos meninos, crescimento dos seios nas meninas e outras diversas mudanças físicas.  Além das mudanças físicas, nesse período é possível notar, ainda referindo-se ao livro Desenvolvimento Humano de Papalia e Feldman (2013), os adolescentes em busca de suas identidades, sentimento de pertença, descobertas envolvendo questões sexuais, mudanças nas relações familiares.

Logo após, entra-se na fase adulta, denominada por Papalia e Feldman (2013) como adultos jovens. Essa etapa é marcada por uma maturidade no modo de pensar, nomeado pelas autoras com Pensamento Pós-Formal, complexidade dos julgamentos morais, entradas em faculdade e consequentemente no ramo trabalhista, independência de sua família de origem, saindo de casa e como resultado, gere uma nova reestruturação nas relações familiares, escolhas de parceiro e início da família que será construída por aquele adulto jovem, criando assim, seu próprio padrão familiar. 

Seguindo adiante, Papalia e Feldman (2013) descrevem a vida adulta intermediária incluindo pessoas de 40 anos aos 65 anos de idade. Fatores como gênero, classe social, saúde e raça influenciam nos aspectos vividos por esse público. Em relação a características neurológicas, é possível experienciar declínios cognitivos nessa fase, ocasionando como consequência, algumas doenças neurológicas. Além disso, ocorre mudanças físicas que passam a serem percebidas com o passar do tempo, mudanças na vida sexual, problemas de saúde. Pessoas nessa faixa etária experienciam o início da saída do ambiente de trabalho e apresentam um novo papel na sociedade, tendo os filhos longe de casa, trazendo um possível sofrimento, o momento em que se tornam avós e um novo relacionamento com os filhos. Apesar disso, ainda é possível vivenciar outras formações de relacionamentos e estilos de vida.

O último aspecto do ciclo vital se dá ao adentrar na fase denominada de velhice.

“O envelhecimento primário é um processo gradual e inevitável de deterioração física que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos, não importa o que as pessoas façam para evitá-lo. Nessa visão, o envelhecimento é uma consequência inevitável de ficar velho. O envelhecimento secundário resulta de doenças, abusos e maus hábitos, fatores que em geral podem ser controlados (Busse, 1987; J.C. Horn e Meer, 1987). Essas duas filosofias do envelhecimento podem ser comparadas ao conhecido debate natureza-experiência, e como sempre, a verdade está em algum ponto entre os dois extremos” (PAPALIA; FELDEMAN, 2013, p. 573).

Nesse período é possível notar cabelos grisalhos e em alguns casos, ocorre até mesmo a perda dos cabelos, pele com menos elasticidade, presença de rugas e outras mudanças físicas notáveis. Pessoas que estão vivenciando essa fase podem apresentar baixa no seu sistema imunológico e problemas cardíacos. Em relação ao envelhecimento cerebral, este pode sofrer variações de acordo com o estilo de vida que aquele idoso levou ao decorrer de sua vida, assim como os seus processos cognitivos.

Após uma breve exposição sobre o ciclo vital, passemos ao contexto das relações sociais. De acordo com Rodrigues (2018), se faz necessário a ocorrência das relações, pois são por meio delas que o homem consegue desenvolver-se, obtém a comunicação, sendo essa colocada pelo autor como uma necessidade básica da humanidade e também  a concepção das relações interpessoais. A primeira experiência e contato de interação social ocorre no meio familiar, onde o sujeito tem o contato com regras sociais, costumes e valores morais daquele meio em que encontra-se inserido. Conforme vai crescendo, esse sujeito amplia suas relações sociais e afetivas, sendo necessário também, a presença de qualidade nessas relações. Essa ampliação ocorre por meio do ambiente escolar, formação de amizades, trabalho e relações afetivas. 

Ilustração de uma idosa e um homem adulto jovem.
Fonte: Imagem de Mohamed_hassan no Pixabay.

“Vivemos rodeados de pessoas, mas não necessitamos apenas da presença de outros; carecemos também da presença de pessoas que nos valorizem, em quem possamos confiar, com quem possamos comunicar, planear e trabalhar em conjunto. Não surpreende, portanto, que a investigação realizada nesta área tenha revelado que as relações sociais, em quantidade, mas especialmente em qualidade, são importantes para manter o bem-estar físico e mental ao longo da vida” (RODRIGUES, 2018, p. 1).

 Resende et al. (2006), expõem que uma boa interação social traz o benefício de auxílio no aumento da competência adaptativa e essa ocorre por meio manuseio das emoções, orientação afetiva e cognitiva e por meio da ocorrência de feedback. Ao utilizar os estudos de Erbolato, os autores pontuam que as relações interpessoais trazem regulação ao longo do ciclo vital, trazendo mudanças e adaptações independentemente da fase em que o indivíduo encontra-se vivendo, além disso, “aumento do senso de bem-estar em adultos, bem como melhora no funcionamento físico” (EVERARD et al., 2000 apud RESENDE et al. 2006).

Outras obras trazidas por Resende et al. (2006) enfatizam outros aspectos positivos como fortalecimento da saúde, obtenção do significado de vida, auxílio na redução de estresse, criação do cultivo de hábitos saudáveis e aumento do controle pessoal, o que irá impactar positivamente no bem-estar psicológico daquele sujeito. 

“Um aspecto essencial do bem estar psicológico é a capacidade de acomodação às perdas e de assimilação de informações positivas sobre o self, um sistema composto por estruturas de conhecimento sobre si mesmo e um conjunto de funções cognitivas que integram ativamente essas estruturas ao longo do tempo e ao longo de várias áreas do funcionamento pessoal” (NERI, 2001a apud RESENDE et al. 2006).

Entrando na fase da vida adulta tardia, as autoras Papalia e Feldman (2013) trazem dados de pesquisas achadas em que evidenciam resultados de que mesmo quando ocorre a diminuição da rede de amizade de pessoas mais velha, essas tendem a apresentar um círculo de relações mais íntimas de suma importância, trazendo benefícios como a ajuda em manter a mente e a memória funcionando de uma boa forma, essas relações se dão por meio dos amigos íntimos e de membros da família. As autoras ainda expõem que quando as pessoas nessa fase recebem apoio emocional advindo dessas redes de relacionamentos em que estão inseridas, tendem a apresentar uma satisfação na vida, mesmo quando estão vivenciando situações estressoras ou alguma traumática. As relações positivas melhoram a saúde e o bem-estar do sujeito.

Por outro lado, Papalia e Feldman (2016) colocam que sujeitos em que vivem uma vida de forma isolada, estão propícios a viverem de forma solitária, sendo a solidão um fator de risco, pois de acordo com as autoras, pode intensificar o processo de declínio físico e até mesmo cognitivo. Rodrigues (2018) evidencia que o viver em solidão dos idosos se dá em sua maioria devido aos acontecimentos que geram como resultados percas, como é o caso do momento em que aposentam-se, filhos saem de casa e vão construir suas famílias, morte do cônjuge ou separação, sendo necessário nesses momentos, um amparo maior aos idosos por parte de sua rede de apoio e também da criação de projetos sociais em que deixem-os engajados nos processos sociais, pois como complementa Papalia e Feldman (2016), ao receber apoio emocional advindo das relações sociais, é possível perceber que o sujeito experimenta sentimentos de utilidade, sente-se valorizado e pertencente ao grupo em que está sendo inserido.

Para Papalia e Feldman (2016) as relações de amizade ganham um papel de suma importância para os idosos, pois com o passar dos anos, essas amizades tendem a se tornarem mais saudáveis e felizes, como consequência, apresentam uma melhor capacidade em lidar com as mudanças que ocorrem com o envelhecimento, aumento na perspectiva de vida e finalizam informando que o vínculo íntimo para os idosos proporciona bem-estar a partir do momento em que o sujeito se sentirá valorizado e querido mesmo passando por situações de perdas (envelhecimento, queda nos processos cognitivos, entre outros ocorridos).

Ilustração representando uma interação social entre idosos.
Fonte: Imagem de RosZie no Pixabay.

Dessa forma, se faz necessário um olhar humanizado e acolhedor para com as pessoas que estão vivenciando o processo de envelhecimento, se faz necessário a manutenção e fortalecimento das redes de apoio em que estão inseridos, criação de projetos que gerem valorização e participação ativa desses idosos e principalmente a mudança nas perspectivas da velhice, sendo essa fase possível de mudanças, aprendizagens e ressignificações.

Referências

BRASIL. Lei nº 8.060 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília. Disponível em <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm> Acesso em: 22 fev 2023. 

PAPALIA, Diane E. Desenvolvimento humano [recurso eletrônico] / Diane E. Papalia, Ruth Duskin Feldman, com Gabriela Martorell; tradução: Carla Filomena Marques Pinto Vercesi… [et al.] ; [revisão técnica: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva… et al.]. – 12. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2013.

PERES GONÇALVES, J. (2016). CICLO VITAL: INÍCIO, DESENVOLVIMENTO E FIM DA VIDA HUMANA POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA EDUCADORES. Revista Contexto & Educação, 31(98), 79-110. Disponível em: <https://doi.org/10.21527/2179-1309.2016.98.79-110> Acesso em: 22 fev. 2023.

RODRIGUES, R. M. Solidão, Um Fator de Risco. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, [S. l.], v. 34, n. 5, p. 334–338, 2018. DOI: 10.32385/rpmgf.v34i5.12073. Disponível em: <https://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/12073>. Acesso em: 5 mar. 2023.

RESENDE, Marineia Crosara de et al . Rede de relações sociais e satisfação com a vida de adultos e idosos. Psicol. Am. Lat.,  México ,  n. 5, fev.  2006 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2006000100015&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  05  mar.  2023.

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Pesquisa aponta a importância dos pets no desenvolvimento de crianças e jovens durante o confinamento

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O estudo realizado pela Mars Petcare revelou que a maioria dos pais enxergam os gatos e cães como bons companheiros para seus filhos, principalmente em momentos de estresse

A pandemia mexeu com o estilo de vida de toda a população mundial e, certamente, os mais afetados foram as crianças e jovens. A maioria precisou se adaptar aos novos hábitos impostos pelo confinamento com o ensino virtual e isso afetou o bem-estar físico e mental pela falta de contato com os colegas de classe. Pensando nisso, a Mars Petcare realizou uma pesquisa online entre fevereiro e março de 2021 com dois mil pais nos EUA e Reino Unido para entender os benefícios dos animais na vida dos pequenos.

Os dados mostraram que o convívio com um pet pode reduzir o estresse e até mesmo melhorar a função cognitiva entre os estudantes. 83% dos pais entrevistados afirmam que o gato ou o cão da família ajudou os filhos a se sentirem menos solitários durante o isolamento social.

As principais descobertas da pesquisa destacam que a boa relação entre seres humanos e pets, na infância e adolescência durante o confinamento trouxe inúmeros benefícios, incluindo motivação no ambiente de estudo e interesse na prática de atividades físicas. Confira abaixo:

Entre os entrevistados:

  • 83% disseram que a presença de um animal ajudou o filho a se sentir menos solitário;
  • 72% alegaram que a criança está mais motivada com um animal de estimação por perto;
  • 56% chegaram a dizer que ter um animal em casa ajudou a melhorar o desempenho acadêmico dos filhos;
  • 83% disseram que os pets ajudam a reduzir a ansiedade dos filhos;
  • 85% afirmaram que ter um gato ou cão em casa tornou o aprendizado virtual mais agradável para os jovens.

Os pais entrevistados também encontraram muitos outros motivos para elogiar a presença dos pets. A maioria afirmou que eles ajudaram a aumentar a autoconfiança de seus filhos, mantê-los em uma rotina diária, ofereceram mais oportunidades para prática de atividades físicas e até mesmo melhorou o humor de toda a família.

Fonte: encurtador.com.br/bvOQX

Em relação ao tempo:

A pesquisa também descobriu que alguns pais acham que o tempo que o animal passa com a família também beneficia a ele mesmo.

  • 87% acharam que o tempo extra que o pet passa com seus filhos foi agradável para o animal;
  • 77% acreditam que o tempo extra deixou o pet mais calmo.

Os pets no ambiente de estudo:

Para muitos pais as interações controladas e regulares com animais nas escolas poderiam apoiar a confiança, felicidade e aprendizado dos filhos.

  • 80% acharam que a interação controlada com pets deve ser usada nas escolas à medida que os alunos começam a fazer a transição para outras salas de aula;
  • 75% acreditam que as escolas devem investir mais na introdução de animais no ambiente tradicional de sala de aula.

Com esses dados é possível perceber o impacto positivo no bem-estar físico e emocional de crianças e adolescentes durante o confinamento também é possível enxergar que a convivência com gatos e cães se tornou importante e necessária na rotina desses jovens.

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Música do Silêncio: afetividade musical

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Segundo Erich Fromm, tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. Esta ideia, também, constitui a linha central da obra de Viktor Frankl.

“O amor é a maravilhosa sinfonia de cada batida do coração.”

“Música do Silêncio” (2018), dirigido por Michael Radford, é um filme baseado na vida extraordinária do renomado cantor de música clássica e tenor Andrea Bocelli. Vindo de uma família muito afetiva da região italiana da Toscana, nasceu com glaucoma, que o deixou parcialmente cego. Posteriormente, levou uma bolada no rosto, que fez com que perdesse a visão por completo, durante uma partida de futebol.

 O filme retrata a infância de Bocelli, que sempre sentiu afinidade musical. É difícil pensar em um mundo sem a música, pois ela está sempre presente reforçando os nossos sentimentos. Bocelli fez da música sua única razão de viver e, segundo Erich Fromm (2000), as necessidades humanas são as que ajudam as pessoas a encontrarem respostas à sua existência e significam o desejo da integração com o mundo natural, compreendendo o modo que este se encaixa nele. Quando estava no hospital, Bocelli não conseguia lidar com o fato de que não enxergaria o mundo como a maioria das pessoas e sentiu-se frustrado, chegando a ter episódios de agressividade. Sua mãe, sem saber o que fazer, tentou manter-se carinhosa e determinada para ajudar o filho a se acalmar – a efetividade é, em todas as intervenções, poderosamente influenciada pela postura do paciente. Não mais tardando, a calmaria veio através do som musical do paciente do quarto ao lado.

As experiências e a percepção do mundo que nos rodeia seriam completamente impossíveis se nós não conseguíssemos recordar o que vemos, o que sentimos e de maneira geral, o que percebemos. Nascemos não apenas com a possibilidade de receber estímulos reforçadores do contexto social e do meio, mas também com a capacidade de aprender a usar as experiências vividas para melhorar os futuros repertórios comportamentais.

Segundo Erich Fromm (2000), tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. Esta ideia, também, constitui a linha central da obra de Viktor Frankl. Bocelli não conseguia captar as sensações do mundo através da visão, logo, a sua percepção dependeria de outros estímulos e de seus quatro sentidos restantes: auditiva, tátil, olfativa e gustativa.

A sensação e a percepção possibilitam a existência dos demais sentidos, sendo possível criptografar pertinentes aspectos da energia química e física que nos envolve. A percepção refere-se ao modo como cada pessoa organiza e interpreta as suas sensações em relação ao seu contexto social, sendo um processo neurológico de transformação de estímulos simplesmente sensoriais em situações perspectivos conscientes. A sensação é um acontecimento que ocorre por consequência dos estímulos biológicos, físicos e químicos, ocasionado de fora para dentro do organismo, promovendo alterações nos órgãos receptores.

Fonte: encurtador.com.br/cjADZ

No filme, Borcelli compartilhar experiências e vivências e nos permite entrar um pouco no mundo dos deficientes visuais e as dificuldades dos cegos em um mundo de maioria não cegos. Mostra a interação social e o contexto familiar como reforçadores a qualquer diversidade. O filme nos instiga a pensar a respeito das diferenças existentes e no qual é importante aprendemos a respeitar e entender cada pessoa, com suas características e necessidades únicas e respeitar o ser humano dentro da sua subjetividade.  Em suma, o filme mostra que Bocelli aprendeu novos repertórios comportamentais diante dos problemas que lhe foram impostos no decorrer de sua vida, adaptando-se ao ambiente, superando as adversidades e desenvolvendo-se, uma vez que a deficiência visual poderia ser um limitador de comportamento.

REFERÊNCIAS:

ANDRADE, V., M.; SANTOS, F.  H. ; BUENO, O. F. A. Neuropsicologia hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004. 454 p., il.

CATANIA, A. C. Aprendizagem: Comportamento, Linguagem E Cognição. Porto Alegre: Artmed, 1999.

FROMM, Erich. A arte de amar.Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MOREIRA, M. B.; Medeiros, C.A. de. Princípios básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: ArtMed, 2007.

FICHA TÉCNICA DO FILME

Diretor: Michael Radford
Elenco:Toby Sebastian, Antonio Banderas, Jordi Mollà
Gênero: Biografia, Musical
País: Itália
Ano: 2018

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Educação de crianças em famílias e comunidades

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Os bebês humanos são totalmente dependentes na garantia da sua própria sobrevivência. É através da aprendizagem dentro do seu grupo que se tornam, com o tempo, pessoas independentes. O processo de desenvolvimento humano varia de acordo com a dinâmica de cada cultura a qual o sujeito esteja inserido. Sendo que, em relação à educação, em todo o mundo há participação da família, do bairro e de suas comunidades. E este processo é passado de geração para geração, porém com aplicações que serão renovadas de acordo com o tempo presente, onde estarão ligadas intrinsecamente com as políticas nacionais e internacionais.

As metas políticas e econômicas influenciam na escolha da composição familiar, como controle para queda de mortalidade, controle de natalidade e planejamento familiar, visando um melhor padrão de vida da população e melhor educação que ocorreram de forma bem explícita na China e México. E toda esta transformação está totalmente ligada às práticas culturais de cuidado e desenvolvimento humano. O alto controle de natalidade implantado na década de 70, na China e México, resultou em uma menor rede social familiar, com isso, diminuindo a possibilidade de cuidados às crianças e idosos da família.

O número de mortalidade infantil era muito alto nos séculos 18, 19 e 20, assolados principalmente por doenças. Com a implantação do saneamento básico e melhorias na nutrição esse número foi reduzindo. Mas, até então, o índice de mortalidade era até a idade de cinco anos e a garantia de sobrevivência do “clã” familiar era ter o maior número possível de filhos, para que estes cuidassem das outras crianças e posteriormente dos idosos da família. À partir de 1900, a grande preocupação estava em torno das comunidades menos favorecidas economicamente, os guetos, que se tornaram ambiente de risco para jovens até 21 anos.

Morro da Providência. Fonte: http://zip.net/bctHMw

Robert LeVine (1980) apud Rogoff, (2005) propôs algumas metas de prioridades na conduta parental de acordo com a necessidade existentes em cada grupo ou país: 1- Há locais onde a maior atenção deverá ser dirigida aos bebês, concentrando maior cuidado a sua saúde física; 2- As prioridades parentais visam a educação dos filhos envolvendo que eles sejam preparados para se manterem economicamente na maturidade; 3- Se as duas primeiras metas estão superadas, os pais podem gastar maior tempo em outros valores culturais (realizações culturais, compaixão religiosa, auto realização, etc.). Claro que estas estratégias serão usadas de forma hierárquica e diferente, dependo de cada país, pois envolve aspectos históricos culturais e locais. Como por exemplo, a prioridade de estratégia na África será completamente diferente a aplicada nos Estados Unidos.

Embora a literatura psicológica frequentemente relacione o vínculo afetivo mãe-bebê como algo natural – inerente em todas as relações –, ao verificar informações históricas de uma comunidade, percebe-se que a relação mãe-bebê reflete a realidade cultural onde ambos estão inseridos. Nesse sentido, questiona-se a ligação afetiva entre a mãe e sua prole como algo natural, enquanto um processo a-histórico.

Fonte: http://zip.net/bhtH4F

Na Grécia antiga, era permitido matar e abandonar crianças pequenas, uma vez que estas não eram saudáveis, ou mesmo em razão das dificuldades enfrentadas pela mãe na criação do filho. Na realidade brasileira, mães que vivem em extrema pobreza nas favelas distanciam-se afetivamente dos filhos quando estes dispõem de mínimas chances de sobrevivência, seja por falta de nutrientes ou assistência médica. Se o bebê consegue sobreviver, a mãe percebe-o com orgulho, pois sua sobrevivência é reflexo de uma força vital de lutar pela vida.

Nesta perspectiva, Sheper Hugles questiona a concepção biologicista da maternidade e propõe uma reflexão crítica acerca desse vínculo, considerando o ambiente socioeconômico em que a família está inscrita. Assim, ele critica a super-estimulação do vínculo afetivo entre mãe-bebê na maternidade concomitante a ausência de assistência social na realidade comunitária dessa família. Dessa forma, “as interpretações sobre o tratamento que as mães dão aos bebês exigem consideração das estratégias culturais de uma comunidade para tratar de desafios locais, e um exame das circunstâncias que se dá a paternidade/maternidade” (ROGOFF, 2005, p. 100).

O vínculo entre o bebê e seu cuidador divide-se em três tipos de padrão: a) seguro: o bebê sente-se confortável na ausência de seu cuidador e explora o ambiente de maneira tranquila e confortável; b) ansioso/resistente: o bebê sente-se desconfortável ante a ausência do cuidador e quando este retorna, ele não se acalma facilmente; c) ansioso/esquivo: o nível de desconforto do bebê ante a ausência de seu cuidador é baixo, e quando está na presença do cuidador, o bebê apresenta comportamento de evitação para com este. O tipo de vínculo estabelecido reflete os valores e práticas culturais de uma comunidade.

Fonte: http://zip.net/bgtHWP

Outra dimensão influenciada pelos aspectos culturais de uma comunidade refere-se à configuração da família e a dinâmica das relações entre os membros. As famílias norte-americanas, por exemplo, estimulam a individualidade e competitividade enquanto valores desde a tenra infância, o que reflete o jeito americano de viver. Paralelamente, nas famílias ampliadas, a criação dos filhos é compartilhada no sentido de que diferentes membros da família e até mesmo da comunidade, participam do cuidado e entretenimento das crianças, como acontece no Havaí.

Somado a essa realidade, Rogoff (2005) levanta a variação cultural da participação versus segregação das crianças no conjunto de atividades desenvolvidas pela comunidade adulta. Comunidades como Kokwet (África Oriental), áreas urbanas da cidade do Cairo, República Democrática do Congo, as crianças são incluídas em quase todos os eventos familiares e comunitários desde a primeira infância. Em contrapartidas, em algumas comunidades, as crianças observam e participam muito pouco das atividades comunitárias dos pais, como exemplo tem-se as famílias de classe média dos Estados Unidos.

Fonte: http://zip.net/bktHXr

Essa diferença cultural reflete na inserção da criança no mundo do trabalho, uma vez que, em função das observações laborais dos adultos elas adquirem algumas competências por meio da aprendizagem. Em algumas comunidades, crianças entre 3 e 5 anos já aprendem habilidades domésticas simples como juntar folhas, ir ao mercado fazer pequenas compras, aumentando suas atribuições com o acréscimo da idade (ROGOFF, 2005).

Na África Ocidental, as crianças já começam a realizar pequenas atividades perto de casa, desenvolvendo funções importantes no trabalho da região e um auxílio na renda familiar. Desse modo, Rogoff (2005) apresenta que as crianças conseguem aprender acerca dos papeis desenvolvidos pelos adultos com maior facilidade quando estão inseridas no cotidiano e no trabalho das suas famílias e comunidades, isso aumenta a probabilidade de trabalhar conjuntamente em grupo futuramente.

Atualmente, em alguns países, como os Estados Unidos, a participação das crianças encontra-se separadas das atividades dos adultos e cada vez menos habilidades têm sido desenvolvidas que possibilitem o preparo das crianças para a idade adulta. Desse modo, o autor destaca que as iniciativas para proteger as crianças das explorações econômicas, perigos físicos, ampliação da formação escolar e a concorrência econômicas com os adultos, restringiram as possibilidades de aprendizagem direta das crianças sobre o trabalho e demais atividades do adulto.

Fonte: http://zip.net/bjtHS2

Uma alternativa possível para a construção de habilidades adultas na infância consiste na inserção das crianças em ambientes especializados que preparam as crianças para assumirem os papeis dos adultos. Um exemplo desse ambiente especializado refere-se às escolas, locais em que são desenvolvidas brincadeiras e atividades que aproximam gradativamente das atividades posteriores na vida adulta. Em relação a inserção das crianças em grupos, Rogoff (2005) afirma que a relação mãe e filho, muitas vezes é menos importante do que a grupal, ou seja, o envolvimento delas com outras crianças possibilita a apreensão de novas posturas, e se compara ao envolvimento do adulto a sua comunidade.

Fazendo um paralelo, observa-se que mães euro-americanas, interagem mais diadicamente com seu filho, ou seja, relação olho no olho, diferentemente das mães japonesas de classe média. No entanto, há uma diferenciação das mães da Polinésia, que desde muito cedo, estimulam os recém-nascidos ao contato com o outro, isso pode ser observado até mesmo pelo modo com que elas os posicionam, de forma a perceber tudo que está ao seu redor.

Fonte: http://zip.net/bltHqx

Em se tratando dessas relações, observa-se influências culturais nos comportamentos, visto que na américa, as relações, mesmo que grupais baseavam-se em um parceiro por vez, em lugar de um “conjunto múltiplo integrado” (CHAVAJAY, 1993 apud ROGOFF, 2005). No entanto, na Guatemala é comum a organização envolver várias pessoas interagindo em um grupo, compartilhado e multidirecionado.

Na escola o cenário é o mesmo, onde mesmo dispostos de forma a interagirem, as crianças americanas preferem uma relação diádica, ou seja, conversar com o colega ao lado, além de falar com o professor um de cada vez, ou em um uníssono. Nesse sentido, a opção pelos recursos cooperativos em sala tem sido um desafio para os professores, pelo fato de as crianças estarem muito acostumadas ao estilo diádico, e com isso não se adaptarem ao trabalho em grupos. Os professores por vezes, necessitam utilizar-se de novos repertórios para ajudar as crianças a aprenderem modos de estudar em grupo.

Nota-se que os sistemas de convivência em comunidade possuem importância trivial para as crianças assimilarem hábitos e conhecimentos dos adultos, a partir da observação e interação com os mais velhos. Caso as crianças não possam participar das atividades que ocorrem dentro da comunidade, os adultos criam ambientes propícios para essa apreensão, como escola, e momentos de interação adulto-criança, mãe-filho, com a finalidade de prepará-los posteriormente, para os desafios da vida adulta.

REFERÊNCIA:

ROGOFF, Bárbara. Educação de crianças em famílias e comunidades. In: A Natureza Cultural do Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2005. cap. 4, p. 91-127.

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