encenasaudemental.com
(63) 9 9994-3446
encenasaudemental@gmail.com
  • Início
  • Narrativas
  • Cinema, TV & Literatura
    • Filme
    • Livro
    • Série/Programa
  • Personagens
  • Séries
  • Comportamento
    • Entrevista
    • Insight
    • Tecnologia
  • Galeria
    • Fotografia
    • Desenho

Tag: dialogo

Como a comunicação não-violenta pode ajudar nos relacionamentos conjugais

29 de junho de 2023 Daniela Iunes Peixoto Insight, Séries, Tudo (ou quase tudo) sobre relacionamentos
Compartilhe este conteúdo:

A dinâmica conjugal pode ser alterada por meio da comunicação firmada entre os membros da relação. A Comunicação Não-Violenta pode ser benéfica para a construção de um relacionamento saudável e respeitoso.

A comunicação é um dos pilares fundamentais para o funcionamento saudável dos relacionamentos conjugais. É através da comunicação que os parceiros se conectam, expressam seus sentimentos, necessidades e preocupações, e constroem uma base sólida de entendimento mútuo. Nesse contexto, a habilidade de se comunicar de forma eficaz e respeitosa se torna crucial para fortalecer a intimidade, resolver conflitos e promover a harmonia no relacionamento.

Uma comunicação aberta e sincera permite que os parceiros compartilhem suas alegrias, tristezas, desejos e expectativas. Ela cria um espaço seguro para que cada um possa expressar suas emoções e pensamentos sem medo de julgamento ou rejeição. Quando as pessoas se sentem ouvidas e compreendidas, a conexão emocional se fortalece, criando um ambiente de confiança e apoio mútuo.

Além disso, a comunicação eficaz é essencial para a resolução de conflitos. Em qualquer relacionamento, é inevitável que ocorram desentendimentos e divergências de opiniões. No entanto, a forma como esses conflitos são abordados faz toda a diferença. Através de uma comunicação saudável, os parceiros podem expressar seus pontos de vista de maneira respeitosa, ouvir ativamente o outro e buscar soluções conjuntas. Isso permite que as questões sejam resolvidas de forma construtiva, fortalecendo o relacionamento ao invés de miná-lo.

Além disso, a comunicação eficaz também contribui para a construção de expectativas realistas no relacionamento. Quando os parceiros se comunicam de forma clara e aberta, eles podem compartilhar seus desejos, metas e expectativas em relação ao relacionamento. Isso ajuda a alinhar as visões de futuro, promover comprometimento e evitar mal-entendidos que podem levar a frustrações e conflitos futuros.

A falta de comunicação é uma das principais causas de problemas nos relacionamentos conjugais. Quando os parceiros deixam de se comunicar de maneira adequada, uma série de consequências negativas podem surgir, afetando a saúde e a qualidade do relacionamento. É essencial compreender os impactos dessa falta de comunicação para buscar soluções e promover a melhoria no convívio a dois.

Um dos impactos mais significativos da falta de comunicação é a falta de entendimento mútuo. Quando os parceiros não se comunicam de forma clara e aberta, os pensamentos, sentimentos e necessidades podem ser mal interpretados ou simplesmente ignorados. Isso gera frustração e ressentimento, pois um dos pilares de um relacionamento saudável é a capacidade de se expressar e ser compreendido pelo outro.

A falta de comunicação também pode levar à distância emocional. Quando os parceiros não se abrem para compartilhar suas experiências, preocupações e sonhos, a conexão emocional começa a enfraquecer. A falta de diálogo impede o fortalecimento do vínculo afetivo, levando a uma sensação de solidão e isolamento mesmo estando em um relacionamento. A intimidade emocional, que é essencial para a saúde e a satisfação do relacionamento, se perde quando a comunicação é negligenciada.

Além disso, a falta de comunicação dificulta a resolução de conflitos. Os desentendimentos e divergências são naturais em qualquer relacionamento, mas quando não há um canal adequado de comunicação, esses conflitos tendem a se acumular e se agravar. Sem uma comunicação eficaz, os parceiros não conseguem expressar suas preocupações, ouvir as perspectivas do outro e buscar soluções em conjunto. Isso pode resultar em um ciclo de ressentimento, raiva e mágoa, prejudicando cada vez mais a qualidade do relacionamento.

Outro impacto da falta de comunicação é a erosão da confiança. A confiança é construída por meio de uma comunicação aberta, honesta e consistente. Quando a comunicação é escassa ou ineficiente, os parceiros começam a duvidar da sinceridade e da confiabilidade um do outro. A falta de confiança mina a estabilidade do relacionamento, tornando difícil estabelecer uma base sólida para o crescimento e a intimidade.

Ademais, a falta de comunicação pode levar à estagnação do relacionamento. Sem um diálogo ativo, os parceiros deixam de se conhecer e de evoluir juntos. As expectativas, os desejos e as metas podem permanecer desconhecidos, resultando em um relacionamento estagnado e sem perspectivas de crescimento mútuo.

Fonte: Imagem PIRO4D no Pixabay.

Imagem de corações conectados

Diante disso, apresenta-se a Comunicação Não-Violenta, trazida por Marshall B. Rosenberg e autor do livro “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais” (2013). O objetivo da obra é nos recordar do que já sabemos, como seres humanos, sobre como devemos nos relacionar uns com os outros, e nos auxiliar a viver de forma a expressar esse conhecimento de maneira tangível, citou Rosenberg (2013) em sua obra.

Rosenberg (2013) também expõe que, através da Comunicação Não-Violenta (CNV), é possível reconfigurar a forma como os indivíduos se expressam e se ouvem mutuamente. Em vez das palavras serem repetitivas e automáticas, elas se tornam conscientes e estão fundamentadas na percepção, nos sentimentos e nos desejos do indivíduo. A CNV inspira uma expressão honesta e clara, ao mesmo tempo em que oferece aos outros uma atenção respeitosa e empática. Em cada interação, acabamos por escutar as nossas necessidades mais profundas e as dos outros.

A Comunicação Não-Violenta desempenha um papel fundamental na melhoria dos relacionamentos conjugais, pois oferece uma abordagem empática, compassiva e respeitosa na forma como os parceiros se comunicam. A CNV ajuda a criar um ambiente seguro e acolhedor para a expressão dos sentimentos, necessidades e desejos de cada um, promovendo uma conexão mais profunda e uma melhor compreensão mútua.

Em primeiro lugar, a CNV facilita a escuta ativa e empática. Os parceiros aprendem a ouvir verdadeiramente um ao outro, buscando compreender as emoções subjacentes e as necessidades não atendidas por trás das palavras. Isso gera um senso de validação e acolhimento, fortalecendo a confiança e a intimidade no relacionamento.

Além disso, essa forma alternativa de comunicação incentiva a expressão honesta e autêntica. Os parceiros são encorajados a comunicar seus sentimentos e necessidades de maneira clara, porém não acusatória. Isso cria um espaço seguro para que ambos expressem suas preocupações e desejos, sem medo de críticas ou retaliação. A comunicação aberta e transparente promovida pela prática de Rosenberg contribui para a construção de um ambiente de confiança e respeito mútuo.

A CNV também ajuda na resolução de conflitos. Ao invés de recorrer a estratégias destrutivas, como a crítica ou a culpar o parceiro, essa prática oferece ferramentas para expressar as próprias necessidades e buscar soluções que levem em consideração as necessidades de ambos. Os parceiros aprendem a lidar com os conflitos de forma construtiva, promovendo a colaboração, a compreensão mútua e a busca de compromissos que sejam satisfatórios para ambos.

Outro aspecto importante da CNV é o desenvolvimento da empatia. Ao praticá-la, os parceiros são incentivados a cultivar a habilidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo suas emoções e necessidades. Isso fortalece a conexão emocional e a empatia mútua, construindo uma base sólida para a compaixão e o apoio mútuo.

Fonte: Imagem StockSnap no Pixabay.

Imagem de casal segurando uma flor

A substituição do julgamento pela observação é um dos princípios fundamentais da Comunicação Não-Violenta, como abordado por Rosenberg (2013). Na CNV, busca-se abordar os fatos em vez de expressar opiniões, comunicando às pessoas as observações feitas e permitindo que elas próprias cheguem a conclusões sobre suas ações. Além disso, também promove um profundo autoconhecimento em relação aos próprios sentimentos, bem como uma conscientização dos sentimentos dos outros. Uma prática valiosa para desenvolver a inteligência emocional é a habilidade de nomear os sentimentos no dia a dia, ao invés de apenas expressá-los de forma inconsciente.

A CNV requer uma transformação gradual de hábitos, como a prática de evitar o julgamento, cultivar a empatia na troca de diálogos, identificar os próprios sentimentos e necessidades perante as situações, e estar consciente do momento presente. Essa mudança permite estar verdadeiramente presente com o outro, compreendendo seus sentimentos e necessidades, possibilitando que ambos façam escolhas estratégicas que beneficiem a si mesmos. 

Referências:

CALIL, V. L. L. Terapia familiar e de casal: introdução às abordagens sistêmicas e psicanalítica. Vol. 31. São Paulo: Grupo Editorial Summus, 1987.

MINUCHIN, S.; LEE, W. Y.; SIMON, G. M. Dominando a terapia familiar. 2. ed. Tradução de G. Klein. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Trabalho original publicado em 1996).

ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. 2. ed. Tradução de M. Vilella. São Paulo: Ágora, 2013. (Trabalho original publicado em 2006).

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Patriarcado e sexualidade na meia idade: os confli...
14 de maio de 2025 Em "Insight"
Depois do fim: narrativas entre perdas e permanênc...
10 de maio de 2025 Em "Insight"
Presença da Psicologia na Educação Básica: desafio...
10 de janeiro de 2025 Em "Insight"

Roda de conversa: depressão e ansiedade na graduação

27 de setembro de 2021 Beatriz Maranhão dos Santos Mural
Compartilhe este conteúdo:

Acadêmicos se reuniram de forma remota para roda de conversa sobre ansiedade e depressão.

No último sábado dia 25/09 aconteceu uma roda de conversa por modalidade remota onde foi promovido um espaço para os alunos que desejavam falar sobre a ansiedade e depressão, causadas pelo duro processo de se conquistar um diploma. O evento contou com alunos de diversas universidades e cursos de Palmas e Gurupi. Sendo proporcionado em parceria com EN(CENA)  pelas alunas de Psicologia do 9º Semestre: Beatriz Maranhão e Giovanna Gomes.

Originalmente o evento foi organizado para ocorrer de forma presencial no Parque Cesamar em Palmas – TO no dia 25/09 às 16:00 horas. Seria feito uma roda de conversa e um piquenique, tomando todas as providências para o distanciamento social. Por conta das atuais mudanças climáticas, o encontro se adaptou de forma remota no Google Meet, mantendo seu horário original.

Houve a participação de alunos das universidades ULBRA, UniCatólica, UNIRG, entre outras universidades.

Durante o evento foram feitas reflexões acerca do que eles acreditam ser ansiedade, saúde mental e os sofrimentos durante a vida acadêmica. Diversos falaram sobre a ansiedade relacionada ao futuro próximo; ‘’tudo tem uma data limite, existe um sobrepeso no qual o presente afeta o futuro’’.

Fonte: Arquivo Pessoal

A ansiedade está constantemente presente na perfeição, no ser um bom estudante. É comum, de acordo com a fala dos participantes, ver alunos que se destacam por serem exemplares. Alunos esses que possuem um alto desempenho estudantil mantém uma vida social, um emprego, são ativos dentro e fora da faculdade. O que acaba por gerar ansiedade em  alunos que se veem na posição de ‘inadequados’, pois por mais que os dias tenham sempre a mesma duração para todos os seres vivos, nem todos possuem a energia e a saúde mental que tal nível de atividade requer.

Segundo as ideias discutidas, pode-se perceber que outros cursos, fora do âmbito da Psicologia, não tendem a falar sobre saúde mental. Participantes da roda de conversa observaram que as universidades falham em oferecer apoio e cuidado para os alunos que não são da Psicologia. Ainda segundo os mesmos, há uma impressão de que falta  união entre eles e as coordenações de curso, e que muito frequentemente os alunos que se encontram com sinais e sintomas de ansiedade e depressão não passam pelo acolhimento necessário. Os acessos que são oferecidos pela faculdade à saúde mental não são fáceis de encontrar, muitos participantes relataram uma sensação de abandono por parte das instituições de ensino.

Ao final da roda de conversa, foi proposto que os participantes enviassem mensagens pelo WhatsApp: palavras de apoio e cuidado, coisas que eles gostariam de ouvir para serem acolhidos, e até mesmo palavras motivacionais. Algumas das mensagens foram:

“Gostaria de ter ouvido, “Você está bem?” “Se precisar de ajuda, de companhia, ou de conversar eu estou aqui, vamos sair ou até fazer nada juntos”.”

Fonte: Arquivo Pessoal

“Nesse tempo todo de faculdade entre vitórias e derrotas teria sido muito bom ouvir: “Filho, sei que pode está difícil, mas vai dá tudo certo e essas dificuldades vão vir como resultados no futuro, eu estou aqui”, também, alguém me dizer “Tudo bem você não entender nada de psicofarmacologia.” Foi muito bom quando minha professora disse “se sua paciente não falar nada, fique tranquilo, silêncio não é algo negativo”. Ou uma reflexão da minha parte, por exemplo, “será se esse estresse com a faculdade não faz parte da sua construção Profissional?, afinal, a gente pode se estressar até mesmo quando pega uma chuva, porque a faculdade seria diferente?” queria muito ter refletido nisso lá no início. E também seria um sonho ouvir alguém dizer “olha, vou pagar sua faculdade até você terminar, o único serviço seu vai ser focar nos seus estudos”.”

“A trajetória acadêmica é uma caminhada longa e cheia de pedrinhas, porém com experiências incríveis e com pessoas maravilhosas que você irá conhecer ao decorrer da graduação. Ter medo desse caminho é normal, porém persistir nele é gratificante. Gratificante no sentido que vai valer a pena. Então meu conselho é, não desista e viva intensamente cada momento da sua jornada acadêmica. de significado aos pequenos e grandes momentos, as labutas e vitórias!”

Tendo em vista toda a dificuldade de se conseguir apoio, ou de procurar meio em que possa se pedir ajuda, deixamos aqui algumas alternativas para aquelas pessoas que necessitam de ajuda.

CVV-  Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Alteridade: Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes

SEPSI

O serviço  escola de Psicologia oferece aos alunos uma formação participativa, proporcionando a comunidade ações de prevenção, promoção, proteção, avaliação e reabilitação da saúde.

SEPSI PALMAS

SEPSI GURUPI

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Mais mulheres na ciência e tecnologia: a importânc...
17 de maio de 2025 Em "Mural"
Retratos bem-humorados do dia a dia...
Em "Mural"
Manipulação global e o despertar da consciência co...
15 de maio de 2025 Em "Mural"

Steven Universo – a importância do diálogo na resolução de problemas em “Keystone Motel”

15 de julho de 2021 Mauricio Dias Cinema, TV & Literatura, Série/Programa
Compartilhe este conteúdo:

Steven Universo (ou Steven Universe, nos Estados Unidos) é uma série animada norte americana produzida por Rebecca Sugar para o canal televisivo por assinatura Cartoon Network. Você pode conferir mais sobre o desenho neste link.

No episódio “Keystone Motel”, temos uma abordagem sobre a importância do diálogo para a resolução de problemas e conflitos.

Sinopse: Greg leva Steven e Garnet para uma viagem de carro para um motel, mas as discussões entre Rubi e Safira atrapalham os planos de Steven de relaxar e se divertir.

O episódio começa com Garnet e Pérola, que brigaram em um episódio anterior onde Pérola enganou Garnet para se fundirem dias atrás. Pérola diz que sabe que todos estão decepcionados com ela, principalmente Garnet, mas que irá compensar isso e provar que ela é de confiança novamente, porém Garnet a ignora.

Steven está na sala, e seu pai Greg chega em seguida perguntando entusiasmado se querem fazer uma viagem para um motel de estrada. Steven fica muito animado, pelo motel ter piscina, gelo grátis, uma ótima comida e também por ser uma possibilidade para se distrair. Garnet decide acompanha-los.

Chegando ao motel, Greg sai para resolver um problema e pede para Garnet cuidar do quarto. Garnet estava irritada e sua mão esquerda começa a ter espasmos. Enquanto Steve pula na cama para se divertir, Garnet começa a agir de forma estranha e falar sozinha, como se Rubi e Safira estivessem discutindo. O lado Rubi de Garnet diz que não quer perdoar Pérola, mas o lado Safira diz que ela precisa. Rubi diz que se Safira não está disposta a ouvi-la, é melhor ir, forçando uma desfusão.

Separadas, Rubi e Safira continuam a discussão. Safira diz que Rubi está levando o problema para o lado pessoal e flutua até a cama. Rubi reclama que nada é mais pessoal pra elas que fusão, mas Safira simplesmente diz que quanto mais cedo ela perdoar Pérola, melhor será pra todo mundo. Rubi não aceita essa decisão e começa a enfurecidamente queimar o tapete com os pés, enquanto sai do quarto.

Steven também sai do quarto para a piscina e encontra Rubi furiosa andando para um lado e para o outro. Enquanto Steven pede para Rubi lhe fazer companhia, ela continua a reclamar sobre o assunto da fusão. Rubi diz que Safira parece não se importar com o que fusão realmente é, lembrando que elas deveriam ser a “gem superior” no assunto. Rubi não quer deixar isso passar, embora Safira queira.

Steven continua pedindo para que Rubi se junte a ele na piscina. Ela entra e continua reclamando em baixo d’agua, até que a piscina superaquece e faz Steven sair rapidamente.

Steven  retorna para o quarto, que está congelado e azul por conta de Safira. Ele pergunta se Safira está bem, ela diz que sim, mas o gelo nitidamente continua piorando. Antes de conseguir fazer outra pergunta, Safira diz que mesmo que ela converse com Rubi, ela não escutaria. Ela continua dizendo que sabe que Steven irá dizer para elas conversarem, mas diz que isso é irrelevante e que Rubi não poderá ficar com raiva de Pérola para sempre. Ela diz que de acordo com sua visão do futuro, Rubi com o tempo irá voltar e admitir que ela está certa.

Tumblr: Image

Steven novamente sai do quarto e se encontra com seu pai na van, que trouxe pizza. Ele percebe que Garnet se separou em Rubi e Safira e diz que algo muito sério deve ter acontecido para ter chegado a isso. Steven não entende por que as duas não podem simplesmente conversar sobre isso e Greg explica que as vezes duas pessoas quando se amam machucam umas às outras sem perceberem, e sugere que Steven dê espaço para elas. Steven discorda e diz continua dizendo que seria melhor que as duas conversassem e resolvessem isso.

No dia seguinte durante o café da manhã, Steven e seu pai estão juntos com Rubi e Safira na mesa, embora as duas não estejam comendo, mas elas logo começam a discutir. Embora gems não comam, Greg diz que Garnet gosta de fazer isso de vez em quando, mas diz que Rubi diz que Garnet não está lá e começa a agitar a mesa.

Enquanto discute, Safira aponta calmamente o quanto Rubi se agita e demonstra raiva visivelmente, enquanto Rubi reclama que Safira está sempre mostrando o quanto sabe de tudo a todo momento. Quanto mais discutem, mais agitada Rubi fica, até bater na mesa e jogar todo o café da manhã para o alto. Steven começa a querer chorar e de repente fica bravo, joga o prato no chão e se retira da mesa.

Rubi e Safira vão atrás dele para conversar e Steven furioso diz o quanto estava animado para viajar com Garnet e se divertirem, mas a viagem está sendo horrível. Ele começa a se questionar se o problema é ele, Rubi tenta conforta-lo dizendo que a culpa e delas, enquanto Safira começa a chorar quando percebe que tudo o que elas fizeram só fizeram ele se sentir mal. Ela estava tão focada no futuro onde tudo estava resolvido que não percebeu que no presente estava ignorando os sentimentos de Rubi e Steven.

Safira começa a entender o porquê de Rubi achar que ela não liga para fusão, enquanto Rubi pede desculpas e tenta conforta-la dizendo que a culpa é dela por só querer despejar a raiva dela em algo ao invés de tentar encontrar uma solução, pedindo então desculpas. Elas se beijam e formam Garnet novamente.

No final do episódio elas percebem o quão importante é falar sobre o que sentem, mas não apenas isso, escutar o que o outro também está sentindo. Rubi só queria sentir raiva sobre a situação e provar o quanto Safira não a entende, sem pensar em uma resolução, enquanto Safira focava na resolução do problema sem ligar para os sentimentos que estavam envolvidos no presente. Nenhuma das duas estava se escutando ou abrindo espaço para se entenderem, em uma comunicação bastante difusa.

Em casa, Garnet ainda não está pronta para perdoar Pérola, mas passa a não ignora-la mais, o que deixa Pérola muito feliz com a possibilidade de poderem conversarem e resolverem essa questão futuramente.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Hora de Aventura: juventude, o surreal e o real...
12 de maio de 2025 Em "Cinema, TV & Literatura"
Grace and Frankie: uma ode à meia idade, à amizade...
5 de maio de 2025 Em "Cinema, TV & Literatura"
A Jornada de Individuação em “Boa Sorte, Leo...
3 de maio de 2025 Em "Cinema, TV & Literatura"

Construção e dissolução da conjugalidade: padrões relacionais

5 de maio de 2021 Eva Isernhagen Comportamento, Insight
Compartilhe este conteúdo:

No artigo que inspira o título desta escrita a autora trabalha conceitos, termos e definições tais como: padrões relacionais, dinâmica conjugal, sistema familiar, campo de diálogo, perspectiva sistêmica, conjugalidade, reconstrução de individualidade, os quais compõem o “dadaísmo” do estudo sobre tão vasto e complexo tema que é o da construção e dissolução da conjugalidade.

Fita o olhar para a constituição da conjugalidade, realçando a complexidade desta, bem como a sua manutenção, visto que se reveste de  desafios a serem superados, para que se torne uma relação afetiva (estável).

O estudo considera que uma relação é formada por indivíduos – “unidades autônomas”, que por fatores diversos se dispõem a compor um sistema formado por ideias, vontades, saberes e perspectivas nem sempre convergentes, visto que a intersubjetividade permeia toda a relação conjugal e às partes cabe a co-criação de significados para o sistema relacional constituído.

Fonte: encurtador.com.br/rtvLR

O imaginário social é realçado pela autora no sentido de evocar a ideia do casal como um par associado por vínculos afetivos e sexuais de base estável, com fortes compromissos de apoio recíproco, formando uma nova família, se possível, filhos. Ainda no contexto filhos com ênfase na satisfação conjugal, o estudo Hicks e Platt (1970) em sua revisão afirmam: “Talvez a única e mais surpreendente descoberta destas pesquisas é que crianças tendem a prejudicar mais do que contribuir para a felicidade conjugal“

No caminhar da construção do artigo, entre vários estudos,  ilustra sobre os padrões relacionais, o de Bateson et al (1956), que postula teoria do duplo-vínculo podendo ser considerada como o início da perspectiva interacional, com importantes consequências para a pesquisa acerca da conjugalidade, mudando a pergunta para: Quais padrões de interação estão presentes em casais funcionais, e quais nos disfuncionais? O de Broderick (1971) que introduziu a perspectiva sistêmica para pesquisadores sociais, marcando a mudança de foco.

Entendendo a satisfação conjugal frente as várias teorias propostas, realça a  importante influência da teoria geral dos sistemas, de Von Bertalanffy (1968/1977), que estimulou clínicos e pesquisadores a abordar as interações sociais e familiares como um padrão geral de interação, que poderia ser compreendido através da perspectiva das propriedades emergentes dos sistemas. Como sistema, ao propor a Entrevista Familiar Estruturada (EFE), Féres-Carneiro (2005) observou que o diagnóstico familiar deve ser um diagnóstico interacional, que considere a família como sistema homeostático. O sintoma de um membro deve ser considerado um sintoma da patologia familiar.

Fonte: encurtador.com.br/gxJLQ

Os conceitos flutuam, as teorias “emergem” e chega-se nos estudos da conjugalidade levando em conta as questões de gênero e padrões interacionais conjugais, o estudo da violência na relação, diferenças culturais e de raça. Também grupos familiares e casais minoritários considerados como objeto de estudo, o divórcio, o abandono e o recasamento receberam atenção.

Em um apanhado de conceitos, a leitura do artigo ilustra que os estudos interacionais sugerem direções e intervenções, implicando na necessidade de aumentar o afeto positivo e reduzir os afetos negativos nos conflitos conjugais, implementando técnicas de reparação, reduzindo os aspectos severos nas discussões, reduzindo a defensividade e aumentando a serenidade. Cabe ao terapeuta, na terapia de casal, identificar a dinâmica conjugal e ser capaz de interagir no sentido de promover a saúde emocional dos cônjuges.

REFERÊNCIA

FERES-CARNEIRO, Terezinha; DINIZ NETO, Orestes. Construção e dissolução da conjugalidade: padrões relacionais. Paidéia (Ribeirão Preto),  Ribeirão Preto ,  v. 20, n. 46, p. 269-278,  Aug.  2010 .   Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2010000200014&lng=en&nrm=iso>. accesson  16  Apr.  2021.  https://doi.org/10.1590/S0103-863X2010000200014.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Patriarcado e sexualidade na meia idade: os confli...
14 de maio de 2025 Em "Comportamento"
Depois do fim: narrativas entre perdas e permanênc...
10 de maio de 2025 Em "Comportamento"
“Sonhar não tem idade”: a jornada de M...
2 de março de 2025 Em "Comportamento"

Como os pais podem ajudar os filhos para o ENEM e Vestibulares?

28 de setembro de 2019 Leonardo Chucrute Mural
Compartilhe este conteúdo:

As provas do Enem 2019 serão aplicadas nos dias 03 e 10 de novembro. É de extrema importância a participação da família nesse momento em que os candidatos, muitas vezes, sentem-se pressionados e inseguros.

A participação dos pais nesse processo é fundamental. Nessa época, os jovens se sentem pressionados e confusos em relação à profissão. O grande suporte precisa ser na motivação e na orientação. Portanto, não deixe o jovem desanimar.

Para isso, o diálogo é essencial. Mantenha um bom canal de comunicação aberto com os filhos. Entenda que esse momento, em alguns casos, é o período de angústia. Compreenda o lado dele. Muitos jovens têm dúvidas sobre qual carreira seguir. Essa é uma questão de grande importância, porque vai determinar o futuro de cada um. Por isso, é preciso ter cautela.

Além da motivação, os pais podem auxiliar mostrando a realidade financeira do país, ajudando-os a pesquisar as áreas que vêm crescendo no mercado, onde vai ter mais demanda e possibilidades de atuação, onde faltará profissionais qualificados e verificar as profissões mais concorridas ou com pouco emprego.

Fonte: encurtador.com.br/tKM23

É importante ressaltar que o mercado mudou e está em constante mudança. O empregador não procura especialistas e, sim, “multiespecialistas”, onde o gestor observa o espírito de equipe, liderança, dentre outras coisas. Claro que é preciso levar em consideração as habilidades vocacionais. Não adianta o jovem desejar uma profissão que cresce e querer ir por esse caminho, mas não suporta a profissão. Ele precisa se identificar e ver quais suas preferências.

Em relação à cobrança, vale destacar que ela é necessária. Devemos cobrar de nossos filhos. Mas isso deve ser feito com sabedoria. Eu falo sempre que devemos repreender e ao mesmo tempo dar carinho. O segredo é como dosamos isso. Expressões como, por exemplo, “fique tranquilo”, “você vai conseguir, pois você está estudando”; “quem planta, colhe; assim como quem planta vento colhe tempestade”. São formas de incentivar, mas, ao mesmo tempo, mostrar a importância do esforço.

Já em relação ao dia das provas, a família pode ajudar fazendo com que os filhos tenham hábitos saudáveis. Para um bom desempenho, é aconselhável que não se ingira nada muito pesado, para não correr o risco de passar mal na véspera ou no dia. A mente é reflexo do seu corpo e de seus hábitos. Mostre para ele que a disciplina, em todos os aspectos, é fundamental para conseguir êxito em concurso vestibular ou concurso.

Fonte: encurtador.com.br/fBIOU

Acima de tudo, os pais devem mostrar que estão do lado de seus filhos, torcendo e apoiando. Por isso, use sempre palavras de incentivo. Não esqueça de comentar que é apenas uma prova e diga que, se tiver dedicação, independente do resultado, vocês estarão sempre com ele.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Mais mulheres na ciência e tecnologia: a importânc...
17 de maio de 2025 Em "Mural"
Retratos bem-humorados do dia a dia...
Em "Mural"
Manipulação global e o despertar da consciência co...
15 de maio de 2025 Em "Mural"

Como “curar” um fanático?

14 de março de 2019 Rita Almeida Comportamento, Insight
Compartilhe este conteúdo:

Pra começo de conversa é necessário dizer que o fanatismo não é uma espécie de loucura, ele tem uma estrutura própria: é burrice somada à canalhice. O fanático é burro porque aceita incondicionalmente o que lhe aparece sem questionar; não opera nele nenhum corte ou atravessamento. É canalha porque vê, mas não olha; ouve, mas não escuta; encontra e reconhece, mas não quer saber sobre isso. O fanático é um cínico; não tem nenhum compromisso com a verdade e não se afeta pelo discurso do outro. O fundamentalismo que sustenta o fanático é a rejeição da filosofia e o avesso do diálogo.

O fanático possui uma fragilidade simbólica. Ele está, na maior parte do tempo, assujeitado a um discurso que não tem compromisso algum com algo que lhe seja singular, que lhe atravesse, que o faça deslizar de suas certezas. O fanático possui um discurso desabitado de eu – do eu inconsciente, dividido – está preso apenas ao campo do imaginário, que é frágil e, por isso, precisa ser refeito o tempo todo. O eu do fanático se sustenta por meio de uma imagem que ele cria para si e que precisa manter incólume. E ele a constrói a partir de um discurso que considera o “politicamente correto” ou “moralmente correto” e no qual se mantem preso; discurso fundamentalista por excelência.

Fonte: https://bit.ly/2HzjEAy

Por outro lado, este discurso que o fanático reproduz como sendo seu, não tem nada que lhe seja singular, trata apenas de uma espécie de fé ou crença inabalável que ele reproduz sem questionar. Mas, não sejamos ingênuos, não é apenas o discurso religioso que pode se encaixar nessa categoria discursiva. Teorias das mais diversas, dietas, gostos musicais, um time de futebol, uma bandeira política; tudo pode servir para alimentar o fundamentalismo do fanático. Basta que este faça uso de tal discurso para obter uma resposta unívoca e definitiva para qualquer pergunta que faça. Pois, o fanático, não busca um discurso para transitar no mundo, mas para lhe servir de manual de como agir e se portar. Na medida em que lhe faltam recursos simbólicos para buscar um modo próprio de se arranjar no laço social, o fanático precisa seguir verdades que já estejam dadas, às quais ele precisa apenas se submeter e obedecer. O que o fanático quer é se tornar o servo ideal de uma teoria.

Li recentemente o livro: Como curar um fanático? de Amós Oz. Oz parte do princípio que o fanatismo é uma semente que está em todos nós. É muito mais velho que todas as ideologias e religiões; um componente intrínseco à natureza humana. A questão é apenas alimentá-lo ou não, e isso pode acontecer por várias vias. Todavia, é obvio que não podemos comparar um vegano fanático com um terrorista fanático. Existem gradações de mal que cada um desses pode causar, e isso faz toda a diferença. Mas, o importante é atentarmos para o fato de que o fanatismo pode brotar a qualquer momento em nós, e é contagioso, exatamente pela sua simplicidade. Oz supõe que o crescimento do fanatismo pode ter relação com o fato de que o mundo tenha se tornado demasiadamente complexo. E quanto mais complexas as questões se tornam, mais as pessoas anseiam por respostas simples.

É interessante que o maior problema do fanático seja sua tendência ao altruísmo, já que ele parece estar mais interessado em você do que nele próprio. O fanático quer, sobretudo, mudar você porque, afinal, é ele quem sabe o que é melhor pra você. Como diria Amos Oz: “Ele quer salvar sua alma, quer te redimir, quer te livrar do pecado, do erro, de fumar, de sua fé ou de sua falta de fé, quer melhorar seus hábitos alimentares, ou te curar da bebida ou de sua preferência na hora de votar. O fanático se importa muito com você, ele está sempre pulando em seu pescoço porque te ama de verdade, ou então está em sua garganta caso demonstre ser irrecuperável. E seja qual for o caso, falando topograficamente, pular em seu pescoço e estar em sua garganta é quase o mesmo gesto. De um modo ou de outro, o fanático está mais interessado em você do que nele mesmo, pela muito simples razão de que o fanático tem muito pouco de “ele mesmo”, ou nenhum “ele mesmo”.

Fonte: https://bit.ly/2HDDElc

Mas o que causaria tal insistência de conversão? É que quando um fanático consegue converter o outro, ele conquista a garantia de que seu discurso seja validado. Ao enlaçar o outro, o fanático atualiza sua própria imagem e reforça sua paixão por si. O objetivo é transformar o outro em si mesmo, assim, apaga-se todas as diferenças e tudo se mantém igual. De algum modo, o que o fanático deseja é destruir o outro que insiste em se manter como outro; ou tentando transforma-lo no mesmo ou apagando-o. O fanático precisa apagar toda a diferença para que seu eu frágil se reforce entre seus iguais e, assim, sobreviva.

Sobretudo, o fanático é um cínico. Afinal, ele sabe que, ainda que seu discurso não possua nenhum compromisso com a verdade, este jamais poderá ser desconstruído ou questionado, afinal, isso significaria sua própria derrocada. Se o eu singular do fanático é frágil e depende da teoria fundamental que ele abraça, desmontar tal teoria é fazê-lo experimentar sua própria morte. É por isso que o fanático não fala, ele vocifera. Vocifera porque precisa a todo custo sustentar sua teoria, mesmo que ela seja uma mentira. A outra opção seria sucumbir com ela. Oz exemplifica: “Conheço antitabagistas que queimariam você vivo por acender um cigarro perto deles! Conheço vegetarianos que comeriam você vivo por comer carne! Conheço pacifistas, alguns deles meus colegas no Movimento Israelense pela Paz, que gostariam de dar um tiro na minha cabeça só porque eu defendo uma estratégia um pouco diferente de como chegar à paz com os palestinos.”

Fonte: https://bit.ly/2F15Mfu

Enfim, há fanáticos por todos lados e de todos os tipos e modos. Concordo com Amos Oz que o maior embate global de nossa época é a luta universal contra todos os tipos de fanatismos e fundamentalismos, ainda que seja apenas para minimizar seus danos ou evitar sua propagação. E alguns antídotos para esta luta são, segundo este autor: o humor, a capacidade de suportar situações onde não há nenhuma certeza e a capacidade de desfrutar da diversidade. O humor é aquilo que nos faz rir de nós mesmos, ou seja, ele relativiza nosso lugar e nossas teorias, pois nos permite que olhemos para nós do modo como o outro nos vê. Quanto mais alguém é capaz de rir de si mesmo e de suas teorias, mas ele está vacinado contra o fanatismo. Outro antídoto é abrir-se para as incertezas, suportar o que está em aberto, o que não tem resposta. Viajar para além de si mesmo é também um exercício eficaz contra o fanatismo. É a capacidade de se imaginar no lugar do outro, mesmo no momento que acreditamos estar totalmente certos. É se deixar afetar pelo outro, de algum modo.

Depois de toda esta reflexão, não pude deixar de pensar no momento político atual do Brasil. De certo modo compreendi porque tem sido tão difícil sustentar o debate. É perceptível que a grande maioria se encontra aprisionada em suas certezas e crenças; não importa a verdade, não importam os fatos, não importa se o outro que está em jogo hoje pode se tornar o eu em jogo de amanhã… Nada disso importa. O que importa é que cada um se mantenha nas suas bolhas de certeza, para sustentar a própria imagem. O que importa é que tal certeza não se abale nunca, mesmo que eu saiba que estou sustentando uma farsa, já que a outra opção seria admitir estar errado e, consequentemente, ter que lidar com a morte daquilo que sou. Tais bolhas de certeza funcionam como as bolhas das redes sociais, que formamos e reforçamos cada vez que bloqueamos ou excluímos quem pensa diferente de nós.

Nesse sentido, é fundamental manter o diálogo, o humor e a diferença, pelo menos para evitar que o fanatismo se propague ainda mais ou nos contamine. É claro que não é possível transigir com genocidas, chauvinistas, terroristas e outros tipos, mas não se pode ignora-los ou se apartar deles, é preciso reconhece-los, confronta-los e combatê-los. Pois, caso os não fanáticos declinem desta tarefa, estarão apenas poupando o trabalho dos fanáticos em silenciar o que diverge deles, reforçar suas bolhas e angariar mais adeptos/servos.

Fonte: https://bit.ly/2O5dEk6

Ao escrever este parágrafo me peguei pensando se eu mesma não estou aqui a alimentar o germe do fanatismo, me assegurando da certeza de não ser uma fanática. Mas a dúvida já me deu um consolo, e rir do meu mal-estar com o parágrafo me aliviou mais um pouco, mas não o suficiente, confesso.

Por fim, o que sustento é que mantenhamos uma arena de combate e debate possível. E uma que suporte a ideia de que o laço sempre está pronto para se desfazer, mas pode ser refeito logo adiante e desfeito novamente. E é saudável e desejável que seja assim. Um laço não pode pretender capturar o outro para sempre, porque o outro também quer estar em outra parte e de outro modo diferente do que eu penso ou quero.

Na fragilidade do laço mora todo mal-estar do mundo, mas também toda a possibilidade daquilo que no senso comum chamamos amor, que é a capacidade de enlaçar o outro sem prendê-lo, ou seja, suportando a sua alteridade e mais ainda, dialogando com ela.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Patriarcado e sexualidade na meia idade: os confli...
14 de maio de 2025 Em "Comportamento"
Depois do fim: narrativas entre perdas e permanênc...
10 de maio de 2025 Em "Comportamento"
“Sonhar não tem idade”: a jornada de M...
2 de março de 2025 Em "Comportamento"

Psicologia Escolar: o desafio do diálogo

24 de março de 2017 Risia Lima Comportamento, Destaque, Insight
Compartilhe este conteúdo:

Kupfer (2004) traz uma importante observação sobre os problemas de aprendizagem ao afirmar que são em sua maioria determinados pelo funcionamento egóico, e, portanto, amplamente determinados pelas relações vividas pelas crianças no interior da instituição escolar. Tal afirmação reforça nossa ideia de observar as crianças em seu contexto e não individualmente. Kupfer (2004) traz-nos uma importante colocação do espaço da psicologia dentro da escola, não como sendo uma sala de atendimento, mas um espaço de escuta e de promoção de diálogos possíveis entre escola comunidade, família, alunos. Torna-se papel do psicólogo ouvir e articular o diálogo.

Fonte: http://zip.net/bntGQn

A autora faz, ainda, um transporte de princípios da psicanálise para a prática da psicologia escolar, admitindo que se toda instituição está estruturada como uma linguagem, deve estar sujeita às leis de funcionamento da linguagem.

Se as instituições seguem essas regras, também podemos ler os discursos que ali se desenrolam da mesma maneira como se lê o discurso de um sujeito em análise. Embora não estejamos psicanalisando as pessoas da instituição, estaremos aplicando as regras de funcionamento da linguagem à instituição como um todo (KUPFER, 2004).

Sobre a escuta e análise dos discursos institucionais, Kupfer (2004) alerta que tendem a reproduzir repetições a fim de manter a ordem instituída, sendo assim, cabe ao psicólogo buscar rachaduras nos discursos para ver o que se esconde além da palavra. Para ela, a falta de circulação discursiva é o início do fim de uma instituição.

Note-se ainda outra consequência do fato de encarar a instituição como linguagem. As modificações sofridas por um grupo, podem provocar modificações em outros grupos da instituição, sem que estes outros tenham sido tocados ou mencionados, já que a instituição está sendo encarada como uma rede de relações interligadas e em constante movimento, na qual a mudança de um elemento provocará necessariamente uma alteração de posição nos demais (KUPFER, 2004).

Falam os professores em um grupo, as crianças em outros, os pais em uma reunião, e os discursos vão dando contorno ao espaço do psicólogo escolar que os articula. Sobre o desafio de não interferir no espaço da pedagogia, Kupfer (2004) coloca que o que está em jogo é o modo como os professores imaginam seu papel e quais discursos em torno desse papel impedem seu exercício eficaz, muito mais que a verdade última daquele sujeito inconsciente que habita o professor.

Fonte: http://zip.net/bftGMw

Outros fatores apontam ainda para a necessidade de se prestar atenção na vida psíquica do professor, e não apenas do aluno, no contexto escolar. Pereira, Marinnotti e Luna (2004) nos apontam várias contingências que interferem na atuação do professor e em suas relações interpessoais na escola. As exigências institucionais, pressões do sistema, normas e prazos a serem cumpridos, competição, expectativas profissionais, planos de aula, condições diversas de trabalho, dentre muitos outros aspectos interferem na eficiência do professor e muitas vezes o fazem sentir-se culpado pelo fracasso.

Há que se considerar ainda os desafios da educação inclusiva, que não abordamos diretamente nesta análise. Verificamos, portanto, que o papel do psicólogo escolar não é clínico, mas sua atuação demanda um posicionamento crítico, considerando a visão sócio-histórica, e uma capacidade política de articulação do diálogo entre diversos públicos que culpabilizam um ao outro pelos fracassos na vida escolar. Cabe ao psicólogo escolar, então, buscar a harmonia entre os públicos para promover a saúde mental da comunidade escolar como um todo.

REFERÊNCIAS:

BOCK, A M. B.; GONÇALVES, M. G. M e Furtado. Psicologia Sócio-Histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo, Cortez: 2001.

KUPFER, M C Machado. O que toca à psicologia escolar. In: MACHADO, Adriana Marcondes; PROENÇA, Marilene (Orgs). Psicologia escolar em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

PEREIRA, Maria Eliza Mazzili; MARINOTTI, Mirian; LUNA, Sérgio Vasconcelos de. O compromisso do professor com a aprendizagem do aluno: uma contribuição da Análise do Comportamento. In: HüHNERE, Maria Martha C.; MANNOTTI, Miriam. Análise do Comportamento para a educação. ESETec. Santo André, SP: 2004.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Patriarcado e sexualidade na meia idade: os confli...
14 de maio de 2025 Em "Comportamento"
Depois do fim: narrativas entre perdas e permanênc...
10 de maio de 2025 Em "Comportamento"
“Sonhar não tem idade”: a jornada de M...
2 de março de 2025 Em "Comportamento"

Imanência e Transcendência: chaves de leitura entre o Budismo e o Cristianismo

11 de janeiro de 2016 Sonielson Luciano de Sousa Budismo / Cristianismo, Comportamento, Insight,
Compartilhe este conteúdo:

O trabalho de Sonielson Luciano de Sousa apresenta a rara qualidade de situar-se no limiar entre duas grandes tradições de pensamento, sem, no entanto, apoiar-se demais em nenhuma, nem escolher uma, o que desqualificaria a outra. Trata-se de um esforço teórico sem descanso de procurar ser fiel a ambas as tradições, captar muitas de suas minúcias, sabendo, é claro, que este tentame de diálogo é provisório, aberto a muitos desdobramentos e exigente de estudos mais aprofundados, sobretudo no campo da linguagem em que foram concebidos.

“Imanência e Transcendência: chaves de leitura entre o Budismo e o Cristianismo” visa conhecer um pouco sobre o Diálogo Interreligioso entre o Budismo e o Cristianismo, tendo como dois pilares desta construção dialógica Frank Usarski e Henri de Lubac. O eixo primordial no qual esta via de troca se dá, fundamenta-se na obra de Mestre Eckhart, conhecidamente elogiada por seguidores do Budismo.

É sobretudo um trabalho de interesse para estudantes de filosofia, ciências da religião, bem como todos aqueles interessados em colher sempre um ensinamento diante do Absolutamente Outro.

Mestre Eckhart, filósofo e místico cristão com teses similares ao Budismo

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
É possível um diálogo inter-religioso entre Budism...
22 de fevereiro de 2016 Em "Budismo / Cristianismo"
O que Budismo e Cristianismo têm de diferente, pel...
12 de fevereiro de 2016 Em "Budismo / Cristianismo"
Aproximações e distanciamentos: além da insubstanc...
6 de fevereiro de 2016 Em "Budismo / Cristianismo"

A questão do “ser” em Sócrates/Platão e Descartes

11 de maio de 2013 Sonielson Luciano de Sousa Comportamento, Insight
Compartilhe este conteúdo:

O texto Fédon é um dos marcos em que a “oposição complementar” dos filósofos pré-socráticos é veementemente contestada por Sócrates/Platão. Nesta obra, marcada por traços de refutação, há um passo importante na mudança de eixo do objetivo de investigação filosófica, que vai do cosmológico (ainda com forte influência do mitológico, e com todo o pluralismo que o compõe) para o ontológico (já com vistas ao antropológico).

Sócrates, lançando mão do típico método de investigação, que utiliza o diálogo como forma de “forçar” uma reflexão e (re)descoberta por parte do interlocutor, conduz para algo que até então não havia sido levantado pelos filósofos: a apresentação de um ponto de partida que remete à unidade, do qual todas as questões podem ser levantadas, e para o qual, com as devidas proporções, toda a estrutura cosmológica passaria a fazer sentido. Nesta tentativa, estabelece-se o conceito de espírito, esse suprassumo associado à razão e que, por si só, define esta “unidade” sob a qual os demais processos de busca poderiam se ancorar.

Além disso, em Fédon, há a possibilidade de expandir esse conceito de “ser que transcende” a todas as coisas, criando-se assim a ideia de causa universal, que abarca também as circunstâncias que desencadeiam os fenômenos. Certamente, há nesta explicação uma posição que destoa sobremaneira dos pré-socráticos, com ênfase nos estoicos – e também uma rejeição dos sofistas -, pois “enterra” a possibilidade de haver uma inter-relação de condições que se sobrepõem (relativismo) e que, assim, resultariam nos fenômenos. O espírito, aqui como a concretização da ordem de tudo o que existe, já seria o centro de tais indagações.

Mais à frente com Schopenhauer e Nietzsche, esse legado de relativismo dos pré-socráticos é “ressuscitado”, quando se leva em conta que a busca da unidade distorce a verdadeira natureza do ser, que seria multifacetada ou, no mínimo, a expressão das características de Apolo (ordem) e de Dionísio (caos), cabendo ao homem/mulher encontrar na mediação desses extremos (inevitáveis e necessários, para Nietzsche) uma maneira adequada de lidar com as demandas.

Voltando a Fédon, há de se destacar a ideia de que, se levada ao cabo o relativismo reinante nos sofistas, e também em algumas assertivas estóicas, seria impossível (para Sócrates) obter um conhecimento seguro. A dúvida nutrida de questionamentos, neste caso, não deveria ser utilizada incessantemente, sem um objetivo claro. Antes, portanto, deveria ter como meta a busca da certeza. Isso seria uma espécie de “natureza última” do ser, que também é “una” e expressa o próprio cosmos.

Este ponto de vista acima volta a ser questionado mais recentemente pelos existencialistas, ao apontarem que a “certeza” descansa sob bases maleáveis, mutáveis e que, portanto, altera a percepção na mesma medida em que o questionador (o ser) também muda sua construção de “certo”. Há, aqui, um retorno ao “ser” como fruto de representações, e não como um espírito já dotado de certas características. Assim como em Schopenhauer, esta visão de mundo como representação, que precisa ser continuamente ponderado para que não haja distorções entre a “projeção” de “verdade” e o objeto/alvo a ser atingido, descarta a possibilidade de unidade defendida por Sócrates.

Mas Sócrates não via nenhuma contradição no conceito de unidade e, mais ainda, não via sequer a possibilidade de destruição conceitual desse tipo de construção. Isso porque, para o ateniense, o espírito detém características “supramundanas” e é dotado de movimento. Neste caso, há uma percepção de “ser” que se sobrepõe à observação/constatação dos aspectos do cotidiano, alguns estáticos, pois ele [este ser] ordenaria as causas e condições (e estaria além dos sentidos). Sendo assim, o espírito, por ele mesmo, já seria o suficiente para racionalizar a existência como ela verdadeiramente é.

Nas “Meditações” de Descartes (trecho de “Da Natureza do Espírito Humano”) há uma aproximação com os conceitos apresentados por Sócrates/Platão. O reconhecer a unidade como um ponto fixo que, a partir dele, todas as aferições seriam possíveis é um dos aspectos de maior convergência entre os filósofos.

Há em Descartes a introdução da dúvida metódica, sendo que assertivas oriundas da falta de questionamento são logo descartadas. Não se deve, no entanto, confundir essa dúvida metódica nem com o ceticismo extremado nem com o empirismo. Ou seja, em Descartes há de se preocupar em “filtrar” toda a gama de informações (e pré-concepções), descartando àquelas que se mostram duvidosas e reforçando as que não deixam “dúvidas”. Desta forma, o filósofo francês vê na auto-percepção (“Eu duvido, eu penso, eu sou, eu existo”) a única verdade totalmente desprovida da dúvida.

É obvio que conceitos como os apresentados na fenomenologia de Heidegger são, em certo aspecto, influenciados por Descartes. Há, neste contexto, a tentativa de identificar o ser como extensão do seu cotidiano, logo, além de ser pensante (e que efetivamente existe), há um ser “dissolvido” em suas relações, ideais diversos e papéis sociais. Um ser que, antes de tudo, “estar no mundo”. Esse ser “lançado no mundo” é ainda mais abrangente do que a própria percepção de “ser” como decorrência de um processo de (auto) questionamento (“Penso, logo existo!”).

Em Descartes, há a necessidade de se conhecer as “verdades absolutas”. Para tanto, a dúvida deve ser utilizada apenas temporalmente (veja que a ciência se utilizou muito desse método), podendo ser descartada em seguida, quando se acreditar atingir a verdade. Em Nietzsche, isso seria impossível, tendo em vista que a verdade é inacessível e, portanto, mesmo que se tenha contato com uma de suas partes [desta “verdade”], esta(s) não abrangeria(m) a totalidade.

Nas suas “Meditações”, Descartes chegou a conclusão que este ser que “pensa e, logo, existe”, está além da imaginação pura e simples. Assim, não necessariamente mantém-se “refém” dos sentidos, mesmo que a maioria das pessoas insista em reconhecer as impressões de mundo apenas pelos sentidos.

Há, em Descartes, uma clara divisão entre “mente” e “corpo”. Para a mente, caberia essencialmente o pensar. Já para o corpo, estava reservado o próprio ato de expressão do existir. Mas a mente estaria além do corpo e, neste contexto, apresenta-se com características supramundanas, semelhante ao conceito de espírito defendido em Fédon.

Percebe-se, indutivamente, uma abordagem que coloca a mente em posição de destaque frente ao corpo. Afinal, a mente teria qualidades perenes (movimento), já o corpo perece, morre… Além disso, se o homem é essencialmente pensante e a mente é diferente do corpo, pressupõe-se que o corpo seria apenas uma expressão dessa mente, que é essência e, logo, a “verdadeira” característica do ser.

As assertivas acima levam ao famoso “dualismo” de Descartes, que exerceu e ainda exerce grande influência no Ocidente, em que a substância corpórea (físico), apesar de complementar à substância espiritual, no fundo seria essencialmente diferente do imaterial.

Referências:

PLATÃO. Fedro. São Paulo: Editora Edipro, 2011.

SAFRANSKI, Rudiger. Nietzsche – Biografia de uma tragédia. São Paulo: Geração Editorial, 2001.

SIMMEL, Georg. Schopenhauer e Nietzsche. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2011.

NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

STRATHERN, Paul. Descartes em 90 minutos. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1997.

Compartilhe este conteúdo:
Tags:
Relacionado
Patriarcado e sexualidade na meia idade: os confli...
14 de maio de 2025 Em "Comportamento"
Depois do fim: narrativas entre perdas e permanênc...
10 de maio de 2025 Em "Comportamento"
“Sonhar não tem idade”: a jornada de M...
2 de março de 2025 Em "Comportamento"

Navegação por posts

Publicações mais antigas

Posts recentes

  • Mais mulheres na ciência e tecnologia: a importância da educação de base
  • Retratos bem-humorados do dia a dia
  • Manipulação global e o despertar da consciência coletiva
  • Patriarcado e sexualidade na meia idade: os conflitos de gênero femininos
  • Hora de Aventura: juventude, o surreal e o real

Assuntos em alta

amor ansiedade arte caos CAPS cinema comportamento corpo covid-19 crianca cuidado cultura depressao educação entrevista escola família filme filosofia freud infância insight jung liberdade livro loucura morte mulher pandemia política psicanálise psicologia psiquiatria relato saúde saúde mental sexualidade sociedade SUS tecnologia tempo terapia trabalho vida violência
Siga-nos
Acesso Restrito
Saiba mais
  • Sobre
  • Quem somos
  • Contato
Links Úteis
  • Buscador Google
Publicações Recentes
  • Mais mulheres na ciência e tecnologia: a importância da educação de base
  • Retratos bem-humorados do dia a dia
  • Manipulação global e o despertar da consciência coletiva
  • Patriarcado e sexualidade na meia idade: os conflitos de gênero femininos
  • Hora de Aventura: juventude, o surreal e o real

Nuvem de Tags

amor ansiedade arte caos CAPS cinema comportamento corpo covid-19 crianca cuidado cultura depressao educação entrevista escola família filme filosofia freud infância insight jung liberdade livro loucura morte mulher pandemia política psicanálise psicologia psiquiatria relato saúde saúde mental sexualidade sociedade SUS tecnologia tempo terapia trabalho vida violência
©Copyright 2011-2025 (En)Cena
  • Sobre
  • Quem Somos
  • Contato