Saúde e educação sexual entre os jovens é foco de debate no Caos 2019

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Pensamento errôneo que está sendo difundido é que a educação sexual nas escolas seria “ensinar a criança a fazer sexo”, e não é isso que estudiosos propõem

Durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) 2019, no dia 23 de maio, a “Saúde e educação sexual entre os jovens” foi discutido no Psicologia em debate especial através das acadêmicas de psicologia do Ceulp/Ulbra: Adrielly Martins, Bruna Medeiros Freitas, Diane Karen, Janinne Costa, Letícia Antunes e Nayara Ferreira.

Com o atual surgimento do projeto de lei para proibir disciplinas sobre “gênero” e “orientação sexual”, promover momentos de discussão como esse são de suma importância tanto para futuros profissionais de psicologia como para pais e responsáveis, já que o pensamento errôneo que está sendo difundido é que a educação sexual nas escolas seria “ensinar a criança a fazer sexo”, e não é isso que estudiosos propõem.

 

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Educação Sexual dá o tom da abertura dos CAOS 2019

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A discussão deu-se em forma de uma mesa redonda.

O Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) 2019 iniciou suas programações nesta terça-feira (21) com a palestra “Educação Sexual nas Escolas:Prevenindo Violências”. A discussão deu-se em forma de uma mesa redonda composta por Ana Paula dos Santos (Graduada em Sociologia e Especialista em Gênero e Diversidade), Laureane Marília de Lima Costa (Psicóloga, Especialista em Psicoterapia Analítico-Comportamental e Mestranda em Educação), Lucrécia Alves Barbosa (Licenciada em Geografia e Especialista em Psicopedagogia Educacional) e Wadson Arantes Gama (Psicólogo e Mestre em Psicologia). A mediação da mesa ficou a cargo da professora de Psicologia do Ceulp/Ulbra Ruth do Prado (Psicóloga e Mestre em Psicologia).

Fonte: Arquivo Pessoal

Para fomentar o tema, Ana Paula levantou o questionamento: “O que seria essa educação sexual nas escolas?”, citando como exemplos crenças errôneas e mal informadas como: sexualização das crianças, inversão dos papéis de homem e mulher e kit gay. Todos esses tópicos foram usados para elucidar um ponto chave no real objetivo da educação sexual nas escolas, que é falar sobre respeito às diferenças.

Já Lucrécia, professora e mulher trans, trouxe a visão preconceituosa que a escola e a sociedade ainda possui em relação aos que estão fora dos padrões de normatividade estabelecidos. Tal grupo, é  composto ainda por toda a comunidade lgbt, que sofre violências morais, físicas e psicológicas dentro da escola também.

Fonte: Arquivo Pessoal

No que tange às pessoas com necessidades especiais, Laureane destacou a importância de se pensar esse sujeito com NE, como um sujeito que também possui sexualidade e que precisa dessa educação e de ser visto como atuante e pertencente ao grupo escolar.

Para encerrar, Wadson instigou o público a pensar quando foi a primeira vez que tiveram alguma informação relacionada a educação sexual. Tal questionamento demonstrou que a maioria havia aprendido sozinho sobre o assunto, não encontrando informação nem na família e nem na escola. Esse dado serviu para mostrar o quanto a educação sexual se mostra necessária e essencial, como um mecanismo de informação para preparo desses sujeitos, prevenindo violências e formando indivíduos mais conscientes das diferenças.

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Quem deve falar sobre sexualidade com os filhos: pais ou escolas?

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Afinal, quem deve falar sobre sexualidade com os filhos: pais ou escola? Falar sobre sexualidade sempre envolveu alguns tabus, sentimentos de vergonha e preconceito. Diante disso, há um temor inevitável, principalmente por parte dos pais, quando percebem que seus “bebezinhos” já não são mais crianças, mas também não são adultos. Ocorre uma dúvida frequente acerca do que falar e como falar sobre sexo e a quem cabe esse papel, se é aos pais ou a escola.

Fonte: http://zip.net/bytJB4

 

A melhor solução para esse dilema é o trabalho em equipe, ou seja, pais e escola unidos na educação sexual das crianças e adolescentes. O que não pode ocorrer é a inversão de valores de uma família no campo escolar, pois assim a escola estaria invadindo um espaço que não é seu. Desse modo, ficaria para a escola o papel de ensinar as crianças e adolescentes sobre o papel da sexualidade, incluindo o ato sexual e as relações afetivas e as consequências de tais ações, ensinando métodos preventivos contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Já para a família, caberia a transmissão dos valores, o que varia de uma para a outra, para a criança ou adolescente.

 O problema que ocorre nessa pós modernidade é que, com os adultos super envolvidos no trabalho a maior parte do tempo, a escola que antes só possuía o papel de ensinar, passou a ter o papel de educar também. Talvez seja nisso que muitos pais se confundem e acreditam que a escola deve transmitir tudo para seus filhos, inclusive valores e princípios. Porém, muitos desses mesmos pais não apoiam a educação sexual nas escolas, o que é muito contraditório. A educação sexual precisa ser passada nas escolas, com acompanhamento dos pais, pois estes podem passar informações corretas acerca do assunto, uma vez que o fácil acesso a informação é algo evidente hoje. Então, para evitar informações distorcidas, a melhor maneira é ensinar em um espaço de aprendizagem, não só disciplinar, mas para a vida.

Fonte: http://zip.net/bftH5n

 

Aceitar esse tipo de ensino escolar é um passo para desmistificar um pouco esse assunto que gera tantos calafrios. É contribuir para que a sexualidade não seja mais algo banalizado e ridicularizado, como ocorre muitas vezes, principalmente entre adolescentes desinformados. É contribuir para a formação de adultos mais sensibilizados ao toque, ao amor, as relações íntimas, fazendo de cada momento algo especial, valorizando a si mesmo e as pessoas com quem irá se envolver ao longo da vida.

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