Envelhecer com saúde: saiba o segredo para uma vida ativa e feliz

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A fase terceira idade pode ser repleta de realizações e bem-estar e, para isso, é essencial que sejam adotados hábitos e cuidados que promovam a saúde física, mental e emocional. Com o aumento da expectativa de vida para 76,4 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o  olhar para as necessidades dessa parcela da população também mudou, dando ênfase para os cuidados e precauções que merecem ser tomados para uma boa qualidade de vida dos idosos. Jaqueline Fátima de Souza, franqueada de Londrina (PR) da Padrão Enfermagem, empresa de agenciamento de profissionais na área da saúde, listou algumas dicas de como promover essa melhora.

Saúde mental e as relações sociais: manter o cérebro ativo é fundamental para prevenção de doenças como Alzheimer e depressão. “Atividades como leitura e grupos de convivência são ótimas opções. Além de trabalhar a cognição, proporcionam momentos de descontração e alegria, fundamentais para os idosos que, com o isolamento, tendem a sentir-se sós e depressivos”, destaca a especialista.

Estímulo e companhia: Outra maneira de evitar a solidão e receber auxílio necessário é optar por cuidadores. “Mais do que prestar assistência, existe um papel crucial dos profissionais no aspecto emocional.  Além de auxiliar nos cuidados diários, o cuidador é uma ponte para que o idoso tenha uma vida mais ativa e feliz. O profissional promove independência e bem-estar, além dgarantir o convívio com a família e a saúde mental do paciente, visto que a sua companhia é essencial”, completa.

Exercícios físicos: Praticar atividades regularmente é uma boa maneira de manter-se saudável na terceira idade. “O primeiro passo para a escolha correta da atividade física é uma avaliação, que deve ser feita por um especialista preparado para identificar condições clínicas que podem interferir na segurança e desempenho desse idoso, como complicações cardiovasculares, por exemplo. A partir daí é interessante optar por exercícios que os agrade e se encaixe em suas limitações e condições físicas. Entre os idosos os mais comuns são caminhadas, musculação, dança, pilates e hidroginástica”, detalha. 

Hidratação e alimentação balanceada: A associação de alimentos saudáveis com a ingestão correta de água ao longo do dia ajuda a prevenir doenças e manter a energia necessária para o bom funcionamento do organismo. “Recomenda-se o consumo de proteínas magras, frutas e legumes e ingestão regular de água. Criar esses hábitos é importante para que o idoso proteja seu sistema imunológico e mantenha-se saudável”, afirma.

Sobre a Padrão Enfermagem

Fundada em 2006, é uma rede de franquias com mais de 40 unidades no Brasil, especializada no agenciamento de profissionais da saúde para uma série de serviços primordiais aos pacientes, tais como: Acompanhamento hospitalar, Serviços de enfermagem, Cuidador de idosos e Cuidador infantil. Todos os profissionais agenciados pela Padrão Enfermagem estão preparados e habilitados para atender com segurança e qualidade a clientes em ambiente domiciliar, hospitalar e empresarial, com suporte 24h. Os sócios da rede, Rafael Schinoff e Roberta Bellumat, são autores do livro O Dever de Cuidar. A obra é um guia para apoiar famílias e inspirar quem deseja empreender no segmento

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Os impactos da pandemia na assistência em saúde para a população indígena

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Loianne Tavares, técnica de enfermagem, esteve na linha de frente do combate à pandemia no território indígena de Formoso-TO.

Bom, no início parecia um pesadelo, mas um pesadelo que com alguns dias se aproximou, algo que veio tão rápido que não tive tempo para me preparar, tempo para pensar em como agir.  Quando a pandemia chegou, ela chegou trazendo muitos desafios, muito medo, aflição, medo de perder familiares, amigos, pessoas próximas. Em julho de 2020, trabalhei na linha de frente no território Indígena no município de Formoso-TO, foi quando tive que deixar minha família em casa, e dá apoio para aquelas comunidades, onde vivi momentos inesquecíveis e momentos tristes com algumas perdas devido ao vírus, pessoas totalmente indefesas e com muito medo; medo de ir na cidade para comprar alimentos, medo de sair de dentro de sua casa e ter contato com alguém, pois aquele vírus parecia estar até no ar.

Sempre tentei dar o meu melhor, mas tinha dias que o medo tomava de conta, a saudade de casa, da minha família era muito grande, a vontade era de pegá-los e guardá-los dentro de um pote  até tudo aquilo finalizar, mas logo no dia seguinte era preciso erguer a cabeça e ir à luta, trabalhar com poucos equipamentos, EPI’S De segurança sempre contatos,  com medicações muitas das vezes poucas, mas que sempre se resolvia e na maioria das vezes tudo deu certo. Foram momentos tristes e marcantes onde até hoje tenho lembranças, e medo também, medo de todo aquele pesadelo retornar. Foram dias longos, noites sem dormir, tentando sempre ajudar aqueles que mais necessitavam, e ainda buscava forças para passar segurança para os meus familiares. Cheguei a precisar dormir em quarto separado do meu esposo, fiquei sem contato físico com o meu filho e meus pais, pois não sabia ao certo se tinha contraído o vírus.

                                                                                                  Fonte: Acervo Pessoal

Em dias atuais ainda tenho muito medo, mas atualmente estou mais preparada para lidar com toda essa situação e realidade, tentando manter a calma e sempre focando em ajudar o próximo, a curtir mais momentos  com meus familiares, aprendi que temos que cuidar do próximo, porém, em primeiro lugar cuidar da nossa saúde física e principalmente a mental, pois não é fácil você ver pessoas morrendo devido a um vírus que estava se espalhando pelo mundo. Atualmente faço acompanhamento psicológico, e penso que deveria ter feito ainda  no ano de 2020, teria me ajudado bastante. A COVID-19, foi algo que trouxe muito medo, tristeza, pânico, porém, trouxe aprendizado, sabedoria e junto o amor e empatia pelo próximo.

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De Peito Aberto é exibido em Palmas

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O documentário de Graziela Mantoanelli conta a história de seis mães de diferentes realidades durante os primeiros 180 dias de vida dos seus bebês.

Foi exibido na tarde desta terça-feira, 08, em Palmas, o filme De Peito Aberto, um documentário que retrata a dificuldade de seis mães, no desafio de amamentar os seus filhos durante o período (seis meses) recomendado pela Organização Mundial de Saúde para prover aleitamento materno exclusivo.

O curta foi exibido no Cine Cultura, para um público de profissionais do Bando de Leite Humano (BLH), do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR), profissionais de diversas áreas da Secretaria de Estado da Saúde (SES), professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e mães lactantes.

Segundo a coordenadora do BLH, Walquiria Pinheiro, “a exibição do filme faz parte de uma agenda nacional, que visa promover a discussão a respeito do aleitamento materno e sua importância para o desenvolvimento do bebê, uma vez que o leite materno é o melhor alimento para um recém-nascido”, destacou.

Para Christine Ranier é fundamental uma rede de apoio para que a mãe consiga amamentar
                                                                                Fonte: André Araújo

Para a enfermeira obstétrica, professora do curso de Enfermagem da UFT, Christine Ranier, “o filme mostra a dificuldade que é para uma mãe amamentar em um processo de solidão, que é fundamental uma rede de apoio para que ela consiga efetivamente realizar este ato, pois mesmo com todas as informações disponíveis, se ela não tiver apoio, ela pode fracassar”, afirmou.

O apoio elencado pela enfermeira foi reforçado por Daniela Mendes, que há dois meses amamenta a primeira filha, Letícia. “No início é realmente muito difícil, mesmo após ler várias matérias a respeito, a gente nunca sabe como é a posição correta, os horários certos e graças a Deus eu tive apoio da minha mãe e do Banco de Leite do Dona Regina, onde me orientaram”, declarou.

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Profa. Dra. Irenides Teixeira participa de Mesa Redonda em Encontro Nacional de Enfermagem na UFRJ

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Dra. Irenides foi convidada tendo em vista a sua experiência e produção de conhecimento na interface do tema das mídias sociais com o campo da saúde e enfermagem.

A coordenadora do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, profa. Dra. Irenides Teixeira, irá participar de uma Mesa Redonda durante a 26ª edição do Pesquisando em Enfermagem, a 22ª Jornada Nacional de História da Enfermagem e 19º Encontro Nacional de Fundamentos do cuidado de Enfermagem, evento conjunto organizado pelo Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, que ocorre de 13 a 17 de maio no Rio de Janeiro.

Profa Dra Irenides Teixeira – Foto: Arquivo Pessoal

Dra. Irenides foi convidada tendo em vista a sua experiência e produção de conhecimento na interface do tema das mídias sociais com o campo da saúde e enfermagem. Na oportunidade, irá compor a Mesa Redonda para abordar o tema “Blogs, Facebook, Plataformas virtuais: as mídias na produção de conhecimento sobre o cuidado em saúde e enfermagem”, no dia 14 de maio, terça-feira às 9h, no âmbito do Encontro Nacional de Fundamentos do Cuidado de Enfermagem. Para Dra. Irenides, “o evento é uma oportunidade de dialogar com a comunidade acadêmica sobre a promoção de saúde mental a partir da comunicação, notadamente de base digital. Trata-se de um recurso fantástico para fazer valer uma série de estratégias e intervenções que ampliam a atuação profissional e propiciam mais esclarecimentos e qualidade de vida para a população’.

O evento é voltado a estudantes de pós-graduação, estudantes de graduação, docentes, pesquisadores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais de áreas afins. No âmbito de sua abrangência nacional, conta com participantes de diferentes estados e regiões, especialmente àqueles provenientes de instituições parceiras que possuem convênio com a Escola de Enfermagem Anna Nery. No âmbito regional e local tem marcante presença de profissionais inseridos no sistema de saúde local e de cidades circunvizinhas, bem como de estudantes que desenvolvem seus estudos no Rio de Janeiro. Há, ainda, a participação de convidados internacionais que integram redes de pesquisa com os pesquisadores nacionais.

Confira o currículo completo da docente: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4737167E6

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APAE de Palmas e seus desafios – (En)Cena entrevista Suelma Sousa

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Segundo a FEAPAES – TO (Federação das APAES do Estado do Tocantins), a missão do Movimento Apaeano é principalmente atuar na defesa e garantia de direitos para melhorar a condição de vida da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Para tanto, conhecer as políticas públicas voltadas para as áreas da saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte e lazer, entre outras é de fundamental importância, assim como conhecer das diretrizes aprovadas pela Federação Nacional das APAE’s e de utilização obrigatória pela Rede Apaeana.

Acadêmicas de Psicologia do CEULP/ULBRA, em colaboração com o (En)Cena, entrevistaram Suelma Sousa, que atua como enfermeira na APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) de Palmas – TO.

Símbolo da APAE – Palmas/TO

(En)Cena – O que é a APAE?

Suelma Sousa – É uma Associação de Pais e Amigos Excepcionais. Temos vários profissionais que atendem na área de saúde como enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, entre outros, e temos a parte da educação. Os pais buscam na APAE uma oportunidade de ensino especializado que atenda a demanda deles.

(En)Cena – Qual o público de vocês?

Suelma Sousa – Nós atendemos pessoas a partir de zero anos de idade, podendo passar dos 60. Trabalhamos com pessoas com síndrome de down, retardo mental (leve, moderado), autismo, paralisia cerebral. De 0 a 5 anos trabalhamos com a estimulação precoce.

(En)Cena – Você saberia dizer há quanto tempo a APAE atua em Palmas?

Suelma Sousa – Olha, acredito que mais ou menos 20 anos.

(En)Cena – Como funciona o procedimento de entrada do usuário aqui?

Suelma Sousa – O usuário passa por uma triagem onde tem o psicólogo, que depois encaminha para o/a assistente social e para o enfermeiro, aí se for comprovada a necessidade de ele ser um aluno APAE, então o psicólogo encaminha para a Secretaria Pedagógica para realizar a matrícula na Escola Especial de Integração de Palmas.

(En)Cena – Você acha esse procedimento de entrada fácil e eficaz tanto para o usuário como para você profissional?

Suelma Sousa – Sim, com certeza, e vai melhorando cada vez mais. O paciente normalmente chega com o laudo médico, mas quando não tem, encaminhamos para um neurologista.

(En)Cena – Então nem sempre vocês têm todos os profissionais de que precisam, tendo que fazer encaminhamentos.

Suelma Sousa – Sim, quando o paciente não tem um laudo médico, precisamos fazer o encaminhamento para comprovar a necessidade de ele se tornar um aluno da APAE.

(En)Cena – Você sente a necessidade de ter os profissionais trabalhando aqui ou está tranquilo como estão fazendo os encaminhamentos? Sente falta de mais profissionais trabalhando com vocês?

Suelma Sousa – Ia facilitar se tivéssemos um psiquiatra, neurologista. Porque o neurologista que temos hoje atende de forma voluntária, então ele atende um aluno por semana, e as vezes a demanda é muito grande, então ia ajudar demais se tivéssemos um profissional com a gente.

(En)Cena – E o que você acha da atuação do psicólogo nesse processo? Acha que poderia melhorar?

Suelma Sousa – Acho que quanto mais profissionais melhor, porque o processo de matrícula depende do psicólogo primeiramente.

(En)Cena – Você sabe da existência da Rede de Atenção e Cuidado à Pessoa com Deficiência? Sabe que a APAE é apenas um dos pontos dessa Rede?

Suelma Sousa – Não sabia.

(En)Cena – Você acha que o ambiente na APAE é ideal para a demanda?

Suelma Sousa – Sempre há o que melhorar, em termos de pessoal e de estrutura. Falta alguns equipamentos, na minha área, por exemplo, falta uma sala de lavagem. É, tem muita coisa para melhorar.

(En)Cena – Como acontece o cuidado dentro da APAE com as pessoas que vocês atendem?

Suelma Sousa – Da minha área, verificamos os sinais vitais, atendemos conforme a demanda, por exemplo, se há algumas intercorrências como crises compulsivas, febre alta, dentre outras, e também realizamos visitas nas salas de aula para ver como estão os alunos, realizamos visitas domiciliares conforme a necessidade, para vermos a realidade da família, prestamos o serviço de enfermagem na pré e pós consulta médica, fazemos agendamento de consultas com o doutor que presta serviço voluntário, fazemos acompanhamento dos hipertensos diabéticos, orientações sobre higiene, orientação tal que as vezes necessita da presença de um responsável.

(En)Cena – Você acha que a sociedade hoje tem informações suficientes sobre a APAE?

Suelma Sousa – Talvez uns 50%, depende da divulgação. Mas os que vêm aqui normalmente são indicados ou encaminhados por profissionais da saúde.

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Minha experiência como profissional do SUS

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Sou enfermeira e profissional do SUS há 6 meses. Após 6 meses de formada tive a honra de ser vista como uma profissional do Sistema Único de Saúde.

Fonte: https://goo.gl/C831xS

Minha paixão pela escolha que fiz aumentou milhares de vezes, claro que, como qualquer outro sistema, enfrentamos dificuldades. Porém, quando se tem uma equipe, em sua maioria, de excelência, com desejo de ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas, vencer esses obstáculos é bem mais fácil.

Hoje tenho imenso prazer de dizer que sou enfermeira da atenção básica, com uma equipe que cuido carinhosamente e tenho muito orgulho de fazer parte. Ao todo somos 13 agentes comunitários de saúde, 3 técnicas de enfermagem em diferentes localidades e uma médica cubana do programa Mais Médicos.

Fonte: https://goo.gl/Ff1VY1

Minha área de abrangência é a zona rural do município onde cresci e tenho muito amor, é composta por uma média de 3100 pessoas, também compartilhamos nossa Unidade de Saúde com outra Equipe de Saúde da Família que, a saber, faz um trabalho com muita dedicação e excelência!

Ainda não conheço o rostinho de todos da minha área, temos algumas dificuldades no transporte, do acesso aos pacientes, mas está tudo caminhando para melhorias.

Fonte: https://goo.gl/BvKhjH

Enfim, me orgulho de ser servidora do SUS e faço o melhor para que os usuários também se sintam orgulhosos de receberem os cuidados desse sistema que tem como princípios doutrinários: universalidade, equidade e Integralidade que são extremamente necessários no cuidado ofertado ao usuário!

Àqueles que amam servir e defendem o SUS, quero dar minhas cordiais saudações e pedir que vocês mantenham as chamas da esperança acesa e o desejo de sempre fazer o melhor apesar de todas as dificuldades enfrentadas!

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Enfermeira Florence – “a dama da lâmpada”

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Pintura de J. Butterworth

“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor;
pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao
tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus?
É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes.”

Florence Nightingale

Florence Nightingale nasceu no ano de 1820 em Florença, Itália, por isso, recebeu esse nome, uma homenagem a cidade em que nascera. Era de família rica, e seu destino seria como o de outras mulheres de sua idade e classe social: fazer um bom casamento, cuidar da casa e da família. Seu pai, William Nightingale, empenhou-se bastante na educação de suas filhas, algo que na época só poderia ser feito com os homens, pois até então, não viam a necessidade de proporcionar educação às mulheres. Por conta disso, Florence cresceu com grande interesse em relação aos estudos.

Florence Nightingale

Florence teve várias experiências religiosas, dentre elas, uma revelação de Deus de que tinha a missão de servi-lo. A maneira que ela encontrou de cumprir com a sua missão foi cuidar das pessoas doentes. Apesar da preocupação que seus pais tinham com sua educação, não concordavam com o fato de que mulheres de alto poder aquisitivo pudessem trabalhar, pois o trabalho era restrito àquelas que eram viúvas ou pobres. Mas, ela enfrentou sua família em busca de seus sonhos, passou a visitar hospitais em diferentes lugares para conhecer as necessidades e aprender como cuidar de pessoas enfermas. Em uma visita a um projeto destinado a cuidar de doentes, criado por um pastor da Igreja Luterana, decidiu que dedicaria o resto da sua vida à enfermagem.

Um membro do governo inglês convidou-a para chefiar um grupo de enfermeiras para cuidar dos feridos durante a guerra da Crimeia. Com bastante entusiasmo aceitou o convite, pois além de contribuir com o próximo, viu nessa viagem uma possibilidade de realizar tudo o que aprendeu durante as visitas nos hospitais.

Guerra da Crimeia – Cerco de Sebastopol

A Guerra de Crimeia nasceu de um embate entre russos e otomanos, mas acabou envolvendo outros países, fazendo com que o conflito durasse dois anos. Várias pessoas morreram. As principais causas da morte eram as doenças infectocontagiosas, a falta de higiene nas enfermarias e também a falta de preocupação das enfermeiras com a higiene pessoal dos pacientes. Obstinada a revolucionar a saúde dos militares feridos na guerra, Florence tentava realizar tudo que aprendeu com extrema dedicação e afinco.

Assim, caminhava pelas enfermarias durante a noite sob a luz de uma lâmpada para observar os feridos que ali estavam, e, por conta disso, ficou conhecida como a “dama da lâmpada”. Ficava horrorizada com a sujeira do local, bem como com a falta de higiene dos pacientes. Sua inclinação para a matemática teve bastante utilidade em estudos estatísticos que apontaram o alto índice de infecções. Isso a fez refletir sobre o quanto as medidas de higiene e limpeza seriam úteis nesse processo de cuidado. Passou a organizar “mutirões” de limpeza nas enfermarias, recrutou as enfermeiras que eram supervisionadas por ela, como forma de enfatizar a importância de manter a higiene do paciente. Preocupava-se constantemente em ensinar aos enfermos a realizarem o autocuidado, e os que já tinham sua independência eram responsáveis por ajudar os demais. Com isso conseguiu diminuir consideravelmente o número de óbitos e doenças advindas da limpeza ineficaz.

Nessa época, a enfermagem era subordinada ao profissional médico, não tinha autonomia de avaliar o cliente e realizar os cuidados que eles precisavam para ajudar no seu processo de cura. Florence era perseguida pelos médicos por causa de suas iniciativas, já que eles viam tais atitudes como desobediência. Muitas vezes, os médicos negligenciavam o atendimento a alguns enfermos por conta de os mesmos serem inimigos de guerra. Mesmo assim, Nightingale os desafiava em busca de colocar a saúde do ser humano acima de diferença de qualquer natureza.

Por causa de sua luta, foi merecidamente reconhecida pelas suas conquistas como enfermeira. Ao voltar da guerra, continuou contribuindo para que a enfermagem alçasse voos mais altos, alcançando sua independência. Fundou a primeira escola de enfermagem do mundo no Hospital Sain’t Thomas, em Londres; escreveu um livro sobre treinamento para enfermeiras e contribuiu com a comissão governamental sobre saúde dos militares.

A dedicação de Florence Nightingale pela enfermagem foi extremamente importante para torná-la uma profissão reconhecida. Com a criação da escola de enfermagem, a profissão passou a ter um maior reconhecimento, pois antes era realizada por mulheres que exerciam a função empiricamente, com péssimas condições de trabalho e baixa remuneração.

A enfermagem passou ter autonomia no planejamento e execução dos cuidados a serem prestados, não só como forma de curar a doença já estabelecida, mas, principalmente, visando a sua prevenção. Partindo da teoria ambientalista criada por Florence, existe uma maior preocupação com o ambiente em que o paciente está inserido, pois ela acreditava que se o doente estivesse em um local propício (com boa iluminação, boas condições físicas e de higiene), teria mais energia para contribuir com sua própria melhora.

Apesar da batalha de Florence ter dado visibilidade à profissão, podemos observar que ainda há muito que melhorar. A enfermagem é uma profissão muito bonita, porém ainda desvalorizada. O enfermeiro é uma figura de extrema importância em uma unidade hospitalar, pois são eles que ficam com os pacientes a maior parte de sua permanência. São responsáveis por eles desde sua entrada até sua saída do hospital, devendo entregá-lo de preferência melhor que quando deu entrada na unidade. Vemos muitos erros cometidos por esses profissionais, mas não paramos para pensar na baixa remuneração, fazendo com que a maioria deles trabalhe em dois ou mais lugares por necessidade, ocasionando o desgaste físico e a falta de estímulo para com sua própria profissão. A enfermagem é uma profissão que ainda luta por uma carga horária e um piso salarial dignos de quem dedica suas vidas a cuidar do próximo.

 

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Lições que aprendi em meu primeiro estágio em Enfermagem

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Quando criança, perguntavam-me o que eu iria ser quando crescesse e eu respondia sempre: “eu vou ser grande!” Eu não sabia “o que na verdade eu iria ser”, mas hoje eu tenho um novo significado para o fato de ser “grande”. Não sou daquelas pessoas que desde pequena sonham com uma determinada profissão e de fato seguem pelo resto da vida. Resolvi escolher a enfermagem, e vejo que por meio dela eu posso ser “grande”, assim como eu desejava. Hoje eu vejo minha futura profissão como uma oportunidade de contribuir de alguma forma com as pessoas.

A enfermagem está presente nos momentos mais importantes dos pacientes. Somos cuidadoras, amigas, mães. Eu não tinha noção da dimensão desse laço que é criado no dia-a-dia de um hospital, da importância de ser chamado pelo nome, de perceber que tem alguém que se preocupa com você, que te ouve com atenção.

No meu primeiro estágio, excelentes professores me mostraram o quão grandioso e satisfatório é ser um enfermeiro. Eu sempre ouvia: “Cuide do seu paciente como você gostaria que cuidassem de você”, e isso é algo que pretendo carregar por toda minha carreira como enfermeira.

No Hospital, quando eu estagiava, a história de um homem que estava ali há dois meses me chamou a atenção. Ele não falava muito, mas eu pude ver que ele era bastante triste. Curiosa, fui perguntando um e outro o porquê de tanta tristeza. Algumas pessoas foram me falando que ele era muito solitário, ninguém o havia visitado durante todo esse tempo.

Ele não se conformava com o fato de ter uma doença incurável e por isso não tinha vontade de continuar lutando. Antes de descobrir que tinha câncer, tinha uma vida normal como a de todo mundo, era casado e tinha uma filha. Quando se viu doente, perdeu o encanto pela vida e não tinha mais ânimo nem para as pequenas coisas, como tomar banho e escovar os dentes. Eu me perguntava onde estava a família dele nessa hora. Foi quando descobri que sua mãe o deixou quando pequeno e foi separado de seu irmão; sua esposa tinha problemas com álcool e sua filha não se interessava em visitá-lo. É muito triste saber que não temos com quem contar.

Eu percebia nos seus olhos, quando lhe trocava um curativo, que não tinha sido fácil acordar todos aqueles dias e ver que, apesar de toda sua dedicação pela família, não havia ninguém para segurar sua mão nos momentos de aflição. Eu via que a equipe de enfermagem que cuidava dele tinha bastante carinho e uma atenção especial, mas infelizmente não foi o incentivo que ele precisava.

E assim, infelizmente, ele se foi em silêncio, mas intimamente clamava por um pouco mais de amor e atenção. Toda a equipe sentiu muito pela sua partida, com a consciência de que fizeram de tudo para suprir sua necessidade de afeto e companhia. Foi aí que eu vi a verdadeira necessidade de amarmos ao próximo, de nos preocuparmos com a felicidade do outro.

Eu acredito que foram bastante valiosas para ele as palavras de carinho, bem como o sorriso quando nós, estagiárias e enfermeiras, entrávamos no quarto… a nossa companhia (mesmo que em alguns momentos ele a recusasse). A família é de fundamental importância na recuperação de um paciente, mas nós podemos fazer a diferença de alguma forma, pois estamos com eles na maior parte de sua permanência no hospital. Nós devemos ser mais humanos e entender que uma “cara fechada” vinda de um paciente não quer dizer que ele não quer sua presença e, sim, que ele precisa dela.

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