O Voo, o Salto e o Rastejar: o caminho sem destino

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O Sol estava se pondo sobre o vale dourado, onde as árvores altas pareciam tocar o céu em chamas. Neste cenário mágico, três figuras singulares encontraram-se numa clareira silenciosa: Ária, a águia de olhos dourados e asas imponentes, Sombra, a pantera de pelagem negra como a noite, e Serp, a cobra de escamas brilhantes como mercúrio. Cada um chegou ali por razões distintas, mas todos traziam nos olhos a busca por algo mais.

Ária, sempre observando de cima, sentia-se presa a um ciclo sem sentido. Apesar de sua liberdade de voar para onde quisesse, ela acreditava que seu destino estava traçado, sendo condenada a vagar sozinha nos céus, nunca encontrando um propósito além do horizonte. Sombra, por outro lado, vivia com o peso de sua força. A pantera carregava a crença de que seu caminho era de solidão e confronto, uma herança da floresta que dizia que “o mais forte sempre sobrevive”. Já Serp, sinuosa e enigmática, era movida por um profundo desejo de provar que, mesmo próxima do chão, poderia alcançar os mesmos feitos que os outros.

Eles se encontraram no mesmo ponto sem saber que suas jornadas estavam interligadas. Uma velha tartaruga sábia, chamada Inu, os observava de longe, mas não se apresentou. Inu sabia que essa interação seria o início de uma transformação.

Ária pousou numa pedra alta e olhou os outros com desconfiança. “Por que vocês estão aqui? Não é o destino que nos trouxe?”, ela perguntou, sua voz grave e carregada de dúvida. “Talvez o universo tenha um plano para nós.”

Sombra rosnou em resposta, um som baixo e melancólico. “Destino? O destino é uma desculpa para aqueles que têm medo de decidir.” A pantera ergueu-se, os músculos reluzindo à luz dourada. “Eu não espero por caminhos prontos. Eu salto e faço o meu.”

“Fascinante,” completou Serp, deslizando pelo chão com a graça de uma onda prateada. “Eu rastejo porque fui feita assim. Mas quem disse que minha trilha é menor do que o voo de Ária ou o salto de Sombra? Não é o “destino” que define isso, mas o que faço com cada curva que encontro.”

Ária ficou em silêncio por um momento. Talvez eles tivessem razão, mas como mudar o que parecia tão fixo? “Como posso fazer algo além de voar? Não é esse o meu papel?”.

Quando a escuridão caiu, os três animais perceberam que precisariam atravessar a floresta densa para encontrar abrigo. No entanto, o caminho era perigoso e desconhecido, cheio de armadilhas naturais e predadores. Cada um acreditava que seu “destino” ditaria o que fariam.

Ária voou alto, mas logo descobriu que as árvores eram tão altas e espessas que sua visão ficava obstruída. Ela tentou guiar os outros de cima, mas não conseguia enxergar os perigos escondidos no chão.

Sombra saltou por entre galhos e pedras, sua força ajudando-a a superar obstáculos, mas seus saltos impetuosos a levaram a um desfiladeiro inesperado, onde teve que parar e reconsiderar seu caminho.

Serp, no entanto, rastejava pacientemente, encontrando caminhos que os outros ignoravam. “Não é a rapidez ou a altura que importam”, disse ela ao passar por uma brecha estreita. “É enxergar a oportunidade onde os outros não conseguem.”

Inspirados pela resiliência de Serp, Ária e Sombra começaram a repensar suas abordagens. A águia desceu ao nível das árvores, usando suas asas para mover galhos e criar passagens. Sombra, por sua vez, aprendeu a se mover com mais cautela, usando sua força não para dominar, mas para proteger.

Ao amanhecer, os três chegaram a uma clareira banhada pela luz do sol. Exaustos, mas triunfantes, perceberam que a travessia havia mudado a visão de cada um.

“Eu acreditava que meu destino era voar para longe e observar de cima,” disse Ária, seus olhos brilhando com algo além de dúvida. “Mas entendi que posso descer e moldar o que vejo.”

Sombra lambeu as patas, pensativa. “Achei que meu caminho era de força solitária. Mas, ao trabalhar com vocês, percebi que o salto mais poderoso é aquele que nos aproxima.”

Serp enrolou-se num tronco, satisfeita. “Vocês chamaram isso de destino, mas nunca foi. Nós escolhemos onde pisamos, onde voamos e como rastejamos. Não é o caminho que nos encontra, mas o contrário.”

Inu, a velha tartaruga, apareceu então. “Vocês aprenderam a lição: não há destino além do que criamos. Cada passo, cada voo, cada deslizar é uma escolha. E nessa clareira, onde convergem suas jornadas, nasce o que chamam de liberdade.”

E, ao fim de tudo, o vale dourado permaneceu em silêncio, testemunhando o início de três caminhos únicos, construídos pela força de quem ousou questionar o inevitável.

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A maternidade como ideal construído culturalmente

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A ideia da maternidade costuma ser vista como um tabu para as mulheres que não querem ser mães. Muitas pessoas encaram a falta de desejo pela maternidade como algo antinatural, errado ou até mesmo imoral. Isso pode ter um efeito prejudicial sobre as mulheres que não conseguem ou não querem exercer a maternidade e se sentem julgadas pelas expectativas da sociedade.

As mulheres nunca devem se sentir envergonhadas ou culpadas se optarem por não ser mães; é seu direito. É importante que a sociedade reconheça isso e apoie essas decisões, em vez de marginalizá-las. As mulheres não são de forma alguma obrigadas a cumprir qualquer papel de gênero específico – maternidade incluída – e, em vez disso, devem ser encorajadas a fazer escolhas que, em última análise, lhes tragam alegria e realização.

No século 21, a decisão de não ter filhos pode ser influenciada por uma série de fatores e desafios que são exclusivos dessa época. Aqui está um resumo desses elementos possíveis:

Avanço da tecnologia: O século 22 pode testemunhar um avanço exponencial da tecnologia, incluindo automação, inteligência artificial e robótica. Isso pode levar a mudanças drásticas no mercado de trabalho, com muitos empregos sendo substituídos por máquinas, o que pode influenciar a decisão de algumas pessoas de não terem filhos, pois a perspectiva de sustentar uma família pode se tornar incerta.

Mudanças climáticas e crises ambientais: As mudanças climáticas podem atingir seu pico, com efeitos influenciados na qualidade de vida e na disponibilidade de recursos naturais. A preocupação crescente com o meio ambiente pode levar algumas pessoas a não quererem ter filhos, com preocupações sobre o futuro do planeta e a capacidade de garantir um ambiente saudável e sustentável para as próximas gerações.

Pressões socioeconômicas: A pressão econômica e social pode aumentar, com a crescente desigualdade de renda e disparidades. A sobrecarga financeira e as dificuldades em garantir uma boa qualidade de vida podem influenciar a decisão de algumas pessoas de não terem filhos, em razão da preocupação com os custos envolvidos em criar e educar uma criança.

Mudanças culturais e sociais: A cultura e a sociedade do século 22 podem passar por mudanças revolucionárias, com novos valores e normas emergindo. A pressão social para ter filhos pode diminuir, e as expectativas em relação ao papel tradicional da maternidade e paternidade podem mudar. Isso pode levar algumas pessoas a optarem por não terem filhos, em busca de uma vida mais autônoma e centrada em si mesmas.

Escolhas individuais e liberdade de escolha: A ênfase na liberdade individual e na autonomia pessoal pode ser ainda mais valorizada. A ideia de que cada indivíduo tem o direito de tomar suas próprias decisões, incluindo a escolha de ter ou não ter filhos, pode ser amplamente aceita. Isso pode levar mais pessoas a praticarem sua liberdade de escolha de forma consciente e intencional em relação à parentalidade.

É importante ressaltar que esses são apenas cenários hipotéticos e que o futuro real da decisão de não ter filhos pode ser moldado por uma série de outros fatores complexos e variáveis, que não podem ser previstos com certeza. 

A decisão de ter ou não ter filhos é altamente pessoal e é influenciada por uma série de fatores individuais, culturais, sociais e psicológicos, que podem variar de pessoa para pessoa e de sociedade para sociedade. 

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Maternidade: escolha ou obrigação?

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Tarsila de Níchile: tarsiladenichile@gmail.com 

Santina Rodrigues: santina.rodrigues.oliveira@gmail.com 

Na sociedade em que vivemos hoje ser ou não ser mãe ainda é um tabu quase proibido de se questionar. É claro que algumas mulheres e homens podem contestar, mas a realidade é que a maior parte da sociedade, ao menos a brasileira e não só, enaltece a maternidade como destino natural da vida de uma mulher, o que pode ser visto na mídia, em comerciais com mulheres carregando seus lindos bebês no colo; ou nos finais de novela que apresentam casais formados e as mulheres grávidas; por fim, em famílias e entre amigos que normalmente perguntam: Quando virá o primeiro filho? E o segundo? Ou ainda quando lançam comentários diante de uma mulher que tem uma leve barriguinha: Está grávida de quantos meses? Ainda que muitas vezes elas possam não estar grávidas ou sequer pensando nisso… 

Estamos envoltos por uma cultura patriarcal que, de forma geral, pressiona para que todas as mulheres sejam mães e ameaçam as que não são com mensagens diretas ou subliminares do tipo: “Você só saberá o que é ser mulher de verdade quando for mãe”; “Se você não for mãe será uma mulher incompleta”; “Se você não tiver filhos irá se arrepender”; “Sem filhos quem cuidará de você na velhice?”; Por fim, a ameaça final associada ao esgotamento biológico: “Daqui a pouco seu relógio biológico vai tocar e você vai querer ter filhos e, se demorar demais, não terá mais tempo de gerá-los”. E por aí se vão as pressões implícitas (ou explícitas?) do culto à maternidade que aliás, vêm com frequência das próprias mulheres, inconscientes que estão de uma identificação sombria com o primado patriarcal. 

É claro que a maternidade é algo de suma importância para a preservação da espécie humana, sem ela nenhum de nós estaríamos aqui e a sociedade fatalmente desapareceria. E é claro, também, que muitas das mulheres experimentam momentos de felicidade sendo, entre outras coisas, mães. Mas, podemos questionar se a maternidade deveria continuar sendo pensada como destino irrefutável para todas as mulheres, independentemente de sua subjetividade. E este é o objetivo do presente artigo, afinal, nem toda mulher deseja ser mãe. No Brasil, por exemplo, segundo o artigo online da revista Bem Estar, o IBGE levantou que o arranjo familiar de casais sem filhos correspondia em 2014 a 19,9%, ou seja, 5,2% maior do que em 2004. Além disso, nem todas as mulheres podem ser mães biologicamente, e assim vemos as clínicas de fertilização terem um aumento anual no mundo da ordem de 9% (FERNANDEZ, 2019). Por fim, nem todas as que se tornam mães se sentem realizadas com a sua experiência de maternidade, como é relatado no livro “Mães Arrependidas”, 

de Orna Donath (2017). De qualquer forma, as imposições culturais valem para todas as mulheres e cabe a cada uma perceber como são afetadas e como lidar com essas exigências sociais. 

A maternidade, enquanto tema arquetípico, faz parte, além da consciência coletiva, também do inconsciente coletivo. Esse, por sua vez, possui conteúdos e modos de comportamento similares em toda a parte e em todos os indivíduos e tem a forma de categorias herdadas, as quais Jung chamou de arquétipos. Ele referiu-se aos arquétipos, também, como imagens universais, que possuem uma infinidade de aspectos, dentre eles o fato de existirem desde os tempos mais remotos, ressurgindo espontaneamente, sem a influência de uma transmissão externa. Entretanto, Jung esclarece que uma imagem primordial tem o seu conteúdo definido mais conscientemente a partir da experiência vivida de cada um. 

A psique coletiva, em parte de forma inconsciente e em parte de forma consciente, definiu culturalmente o corpo da mulher pela capacidade de conceber filhos ou não, a qual é considerada a essência de sua vida e a justificativa para sua existência, conforme os cânones do primado patriarcal. (Cf. DONATH, 2017, p. 27). No livro “Mães Arrependidas” (2017, p. 28), essa autora diz: “presume-se que a transição para a maternidade se deve estritamente ao desejo da mulher de  experimentar seu corpo, seu ser e sua vida de uma nova maneira, preferível à  anterior”. Ela continua, refletindo sobre o que a psique coletiva promete para a  futura mãe: uma feminilidade madura, uma oportunidade de evolução, um  sentimento de pertencimento, uma visita a sua própria infância, a oportunidade de  corrigir os erros de sua criação e reforçar os aspectos positivos, a criação de  vínculos mais profundos com seu parceiro, a possibilidade de ela vivenciar o amor incondicional, o fim da solidão, um envelhecimento respeitoso e até uma forma de  escapar a um hipotético presente sem sentido. A autora também toca na sombra  da psique coletiva, no que não é abertamente falado, quando menciona sobre  como as mulheres que não são mães são julgadas de forma crítica, independentemente dos motivos que tiveram para não viverem a maternidade,  seja por viverem sozinhas e não escolherem ser mães solteiras; seja por terem  limitações econômicas, físicas ou psíquicas; ou mesmo por viverem com um  parceiro que não deseja ser pai. Enfim, seja lá por qual motivo for, há sempre um  olhar de soslaio, uma inquietação no ar, um questionamento retido ou declarado direcionado à mulher que não se tornou mãe. (Cf. DONATH, 2017, p. 29).

Naturalmente, as mulheres que são “mães de ninguém” também estão  imersas na psique coletiva, sendo levadas a sentir e a questionar não só a si  mesmas, como também as demais, sobre esse tema. O termo “mães de ninguém”  tem o intuito de alterar a linguagem relacionada às “mulheres que não são mães”,  que já traz uma carga negativa e depreciativa como se algo que fosse natural às  mulheres não fosse cumprido por elas. As “mães de ninguém” buscam a  adaptação ao meio social, tentando cumprir exigências e opiniões, internas e  externas e, para isso, buscam ativamente criar uma determinada personalidade dentro deste contexto, a qual tenta e pode vir a convencer aos outros e às vezes  até a si mesmas de que são mesmo daquela maneira socialmente pré-definida.

Essa criação que cada pessoa faz ao longo do seu desenvolvimento,  principalmente na primeira metade da vida, Jung chamou de persona: uma  máscara constituída conforme os ideais normativos da consciência coletiva, que  serve para nortear a relação de cada indivíduo, particularmente, com os objetos e  espaços sociais externos. Mas, como alerta Jung, a persona não condiz  integralmente com a essência da personalidade individual. Ou seja, ela raramente  abarca quem a pessoa realmente é como um ser mais integral (Cf. JUNG, 2013,  p. 426). 

Pois, conforme ele esclarece, a persona é uma máscara da psique  coletiva, que aparenta falsamente uma individualidade, construída com base no  que as pessoas acham que são e como elas gostariam de ser vistas pelos demais  para se sentirem seguras e amadas. Entretanto, a consciência egóica do  indivíduo pode se identificar com a persona, apesar de ela não ser a verdadeira  individualidade. Isso pode ser percebido de forma indireta nos conteúdos contrastantes e compensadores do inconsciente que aparecem nos sonhos e nas  falhas de linguagem, por exemplo (Cf. JUNG, 2015, p. 47). Jung aponta ainda que: 

O indivíduo não é apenas um ser singular e separado, mas também um ser social, a psique humana também não é algo isolado e totalmente individual, mas também um fenômeno coletivo. E assim como certas funções sociais ou instintos se  opõem aos interesses dos indivíduos particulares, do mesmo  modo a psique humana é dotada de certas funções ou tendências que, devido à sua natureza coletiva, se opõem às necessidades  individuais. (JUNG, 2015 p.35, grifos do autor) 

Tomando por base o argumento acima de Jung, podemos entender que  quando as pessoas se identificam com a psique coletiva, elas tentam impor aos  outros as exigências do seu inconsciente, pois assim ficam com o sentimento de  uma validez geral, em função da universalidade da psique coletiva, ignorando as  diferenças das psiques individuais (Cf. JUNG, 2015, p. 40). Nas palavras de Jung  (2015, p.40) “Tal desprezo pela individualidade significa a asfixia do ser individual,  em consequência da qual o elemento de diferenciação é suprimido na  comunidade… As mais altas realizações da virtude, assim como os maiores  crimes são individuais”. 

Portanto, segundo Jung, quando há a identificação da  pessoa com a psique coletiva só prospera no indivíduo o que é coletivo, e então, o que for individual torna-se reprimido, podendo se tornar algo destrutivo que  adquire força por ter sido depositado inconscientemente na sombra. Isso porque  a sombra é composta pelos aspectos que consideramos que não se encaixam na  nossa persona, na imagem que gostaríamos de ter para atender às demandas  coletivas. Ela abrange os aspectos que são considerados desagradáveis ou imorais pelo nosso ego, e que por isso mesmo, gostaríamos de fingir que não  existem, por se referirem a nossas inferioridades e impulsos inaceitáveis, atos e  desejos vergonhosos, ou talvez considerados assim, ao menos em parte, por não  estarem de acordo com o que a psique coletiva entende como socialmente  honroso e adequado (Cf. HOPCKE, 95-97) 

Assim, apesar da imagem mágica que a psique coletiva impõe sobre a  maternidade, e, embora uma grande parte das mulheres encontre realização no  papel maternal, há também muitas mulheres que confundem seus reais desejos  com os da persona que construíram, além de outras que preferem ser “mães de  ninguém”, e até as que se arrependem de terem tido filhos. As ameaças dessa  imagem idealizada às mulheres que não querem ou não podem ser mães biológicas, e o silêncio que ainda predomina entre nós sobre as ansiedades,  angústias e sofrimentos relacionados à experiencia de uma maternidade real  precisam ser trazidos à luz para que possamos refletir, não só como terapeutas,  mas também como homens e mulheres. 

Essa reflexão é feita para que nós, como seres individuais e coletivos  simultaneamente, possamos ter a chance de perceber como nos sentimos e como  nos colocamos no mundo a respeito desse tabu, assim como para que possamos  ter maior consciência de como tratamos a nós mesmas, sendo mães ou não.  Refletindo sobre esse tema, podemos elaborar algumas coisas: todos temos uma  individualidade, pois a Natureza nos fez tão múltiplos quanto seres humanos  existem e assim estamos abarcados pelo nosso inconsciente e consciente  pessoais; todos estamos inseridos num contexto social e coletivo, em uma cultura  e, por isso, estamos mergulhados no inconsciente e na consciência coletivos;  assim, somos seres individuais e coletivos ao mesmo tempo e teremos situações  em nossas vidas que o nosso ser individual entrará em conflito com o nosso ser coletivo. 

Quanto mais percebermos que somos indivíduos inseridos em uma  cultura, mais podemos trazer para a luz da consciência nossos aspectos que não  se encaixam nos padrões coletivos e assim menos nos sentiremos ameaçados  por eles. Dessa forma, trabalhamos no sentido da individuação, segundo Jung  (2015 p.63-64) “de tornar-se um ser único”, cuja meta é “despojar o si-mesmo dos  invólucros falsos da persona, assim como do poder sugestivo das imagens  primordiais”. 

Referências: 

DONATH, Orna. Mães Arrependidas Uma outra visão da maternidade. 1ª. Ed.  Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. 

FERNANDEZ, Maria; SEVILLANO, Elena G. O custo de ser mãe aos 40 faz  prosperar uma bilionária indústria de reprodução assistida. El país, Madri, 22 jul  2019. Disponível em:  

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/19/actualidad/1563549009_803035.html#: ~:text=Aos%2040%20anos%2C%20cai%20para,o%20neg%C3%B3cio%20da% 20reprodu%C3%A7%C3%A3o%20assistida.  Acesso em: 26 dez 2020 

HOPCKE, Robert H. Guia para a obra completa de C.G. Jung. 3.ed. Petrópolis:  Vozes, 2012 

JUNG, Carl Gustav. Tipos Psicológicos. 7.ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

 ______Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 11.ed. Petrópolis: Vozes, 2014. ______O eu e o inconsciente. 27.ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

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As eleições e o inconsciente coletivo

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Em pleno 2022, ano de Copa… digo! Nos últimos anos temos visto a história de grandes eventos serem criados, vivenciamos grandes feitos em prol da humanidade, mas também observamos situações críticas e alarmantes, dentre elas a pandemia do Covid-19 é a que mais se destaca.

Neste ano as coisas não são diferentes, grandes eventos se iniciaram, outros estão acontecendo e alguns ainda estão por vir (Dá-lhe Hexa!). O último grande evento que se iniciou e ainda está em curso é a política nacional e estadual no Brasil.

Fonte: l1nq.com/TpJ6g

A escolha do Presidente, Senadores, Deputados Federais, Governadores e Deputados Estaduais ocorreram no último dia 02 de outubro de 2022. Para o cargo principal, a apuração de votos se mostrou bem diversificada.

Sem externar opinião política ou qualquer viés que possa influenciar o espectador, os dados oficiais demonstram que, para presidente, os candidatos mais votados receberam, respectivamente, 57.259.504 (cinquenta e sete milhões duzentos e cinquenta e nove mil e quinhentos e quatro) votos para o 1º lugar e, 51.072.345 (cinquenta e um milhões e setenta e dois mil e trezentos e quarenta e sete) votos para o 2º lugar.

Um fato que chama bastante atenção é a quantidade de Abstenções, no total, cerca de 32.770.982 (trinta e dois milhões setecentos e setenta mil e novecentos e oitenta e duas) pessoas se abstiveram de votar, um número extremamente significativo que, caso tivessem votado, com certeza definiriam as eleições ainda em primeiro turno.

Mas então, por que não votaram? Além disso, por que certas pessoas votaram no político A ou no B? E a pergunta mais importante, o que o Inconsciente Coletivo nos diz sobre isso?

Óbvio que de forma inconsciente você já deu sua opinião sobre cada uma das perguntas, certo? Bom, vamos lá!

O estudo sobre o inconsciente coletivo é muito extenso, porém, a fim de reduzi-lo em uma pequena explicação, podemos resumi-lo como sendo uma parte da psique que não pertence exclusivamente a um único indivíduo e suas experiências pessoais, mas de todos aqueles que ali residem.

Fonte: Google Imagens

Jung fala que o inconsciente coletivo é devido a hereditariedade, de modo que é algo que sempre esteve presente e não foi vivenciado exclusivamente por uma pessoa. Para simplificar trago o exemplo do Arquétipo da mãe. Independente da cultura, viés político, quando se fala da figura materna, todos pensam unanimemente na proteção e cuidado que todas as mães possuem, mesmo que suas histórias sejam totalmente incompatíveis e de classes sociais incomunicáveis.

Dito isto, temos que o inconsciente coletivo é algo que se faz presente, de forma inconsciente, na vida de grande parcela da sociedade, seja através de suas crenças e valores ou por uma questão episódica que ocorreu na sua região geográfica.

Outra informação relevante sobre o inconsciente coletivo é que Jung, em suas pesquisas, o dividiu em doze principais arquétipos que são comumente presentes na sociedade.

Respondida a última pergunta, agora fica mais fácil compreender e responder as duas primeiras.

A política, principalmente nos períodos de eleição, pode ser comparada a uma grande entrevista de emprego em que o empregador é o público votante que definirá quem irá representa-lo por um período (talvez) de quatro anos de mandato. 

Fonte: l1nq.com/OKgEl

Ocorre que para sejam eleitos, os políticos (vamos definir nesse texto que políticos são somente as pessoas que levam esse ofício como uma “profissão”, ok?) acabam por terem que utilizar-se de diversos recursos para atrair a maior quantidade de votos possíveis para garantir a ocupação de sua cadeira no cargo que almeja.

Uma das artimanhas que já é muito conhecida pelos políticos profissionais é a exploração dos arquétipos. Ora, não é incomum observamos propagandas em que colocam o candidato X que pretende ocupar o cargo Y alegando que ele é a única opção viável para salvar o país.

O arquétipo do herói é um dos mais utilizados nesse meio, principalmente no atual cenário de eleições presidenciais em que os candidatos se apresentam como antagonistas de ideais e caráter, com pautas extremamente definidas. Ambos buscam descreditar os argumentos do adversário para enaltecer a própria candidatura.

Arquétipos como o governante, o prestativo, o homem comum, até mesmo o inocente é usado neste cenário para atrair o maior público possível que se identifique com o candidato de sua preferência. É claro que existem outros fatores que induzem um indivíduo a escolher entre o político A ou B, mas vamos desconsidera-los neste texto.

Mas e a abstenção, como podemos explica-la? Bom, usando o raciocínio acima indicado é possível observar que, na maioria das vezes, aqueles que exercem o poder de escolha da presidência do país o fazem por se identificar com aspectos particulares de cada candidato. Viés político, pauta ideológica, projetos de governança, até mesmo histórico de erros e acertos. Podemos inferir que a auto identificação com o candidato ou a expectativa deste ser aquilo que almeja para solucionar os problemas pessoais é o que contribui para dar o voto.

Na contrapartida, a abstenção é exatamente a falta desta identidade similar, seja por decepção ou mesmo por questões ideológicas ou, simplesmente, por não estarem se comunicando de forma adequada com este público através dos arquétipos.

Uma coisa é certa, na política e em qualquer aspecto social, não é possível agradar a todos, mas é necessário que a maioria democrática opte por aquele que irá ditar o futuro do país.

REFERÊNCIAS

JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo.Tradução: Maria Luíza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva]. – Perrópolis, RJ. ed. Vozes, 2000.

DESCONHECIDO. ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE. Portal G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/apuracao/presidente.ghtml> acesso em 10 out 2022.

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A minha história contada por mim…

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Tudo começou em 1980, ano em que nasci. Porém, vou iniciar contando de quando me entendi por gente isso ainda criança, morava e estudava na fazenda tudo que eu queria era ser adulta para ser alguém na vida. Então, quando perguntavam o que eu queria ser quando crescer a resposta vinha dos meus pais que logo diziam, se estudar pra ser professora já tá bom.

Com isso comecei a pensar que professora seria profissão de pobre, por que eu queria mesmo era ser alguém que ouvisse e entendesse as pessoas. Depois de um tempo morando já em Guaraí, cursando o ensino fundamental, descobri um amor pela Psicologia então, tudo o que eu queria era me tornar uma Psicóloga e enquanto isso não aconteceu sempre trabalhei com crianças e sempre amei por sinal. Já alfabetizei vários e amava ensiná-los, comecei a ver ali um amor espontâneo, mas algo me fazia resistir a essa profissão (Pedagoga), ainda por achar que era um trabalho de pobre. O tempo passou, terminei o 2°grau e logo me mudei para Palmas com a intenção de ser psicóloga, prestei vestibular e para a minha surpresa passei de primeira na Ulbra, isso em 2002. Porém o curso era integral e muito caro para minha condição, me frustrei, e com isso ouvi mais pessoas dizendo: faz pedagogia para não ficar sem trabalhar, eu não aceitava ainda, mas aquilo já estava na veia.

Meu 1°trabalho em Palmas foi de babá onde ali naquela ocasião aprendi a amar mais os pequenos, um tempo depois trabalhei de auxiliar de sala em uma escola particular isso sem prestar o vestibular para pedagogia identifiquei-me cada vez mais com essa área de ensinar e aprender, decidir então fazer um vestibular e passei, mas não fui cursar. Hoje reconheço que perdi um tempo precioso mantendo resistência a algo que logo depois faria de mim a pessoa mais feliz sendo professora na educação infantil na qual sou há cinco anos. No meio desse caminho me casei, tive uma filha o casamento não deu certo, me vi separada, precisei sair da minha casa em Palmas com minha filha e praticamente com a roupa do corpo (minha e dela), foi algo necessário naquele momento. Mudei-me para Guaraí onde tive o apoio da minha irmã e o meu cunhado que me deram abrigo em sua casa e até a comida minha e da minha filha. Por um ano morei na casa deles isso em 2017 e na ocasião voltei a ouvir: faz pedagogia para não ficar sem trabalhar, e ficava refletindo sobre todas às dificuldades que passava naquele momento daí resolvi ingressar na Unopar no curso de “pedagogia”.

Logo no 1° período ganhei um “bolsa incentivo” por conta do pólo, pois não tinha dinheiro para pagar. Comecei com a cara, a coragem, e a determinação de não parar. Já no 2°período passei em um processo seletivo que duraria dois anos como auxiliar de sala na educação infantil isso agosto de 2018 onde comecei ali uma experiência única e linda, tudo por uma bolsa na qual me ajudaria a pagar a faculdade. Enfrentei muitas dificuldades, houve dias de não ter nem 1 real para o lanche da minha filha nem para mim, recebia ajuda de pessoas que costumo dizer que tem o cheirinho de Deus em minha vida, me emociono sempre quando falo de tudo que passei, teve momentos que para eu apresentar os seminários na faculdade pegava roupas e calçados emprestados por não ter condições de comprá-los, conto isso não para que sintam pena nem para me vitimizar, conto como incentivo para os que querem vencer na vida. Então, em 2019 no fim daqueles 2 anos de bolsa me vi sem ter como pagar a faculdade, pois moro de aluguel e tenho todos as despesas por minha conta. Pensei por vários momentos que não iria conseguir terminar e mais uma vez Deus provou o seu amor por mim quando trabalhei em uma creche. Lá conheci uma professora que é uma pessoa de Deus que pagou junto com o seu esposo a faculdade para mim, sinto muita gratidão por eles, e tudo que passei me fortaleceu para seguir em frente.

Com isso, comecei a dar aulas particulares e de reforço escolar para meus sobrinhos e filhos dos amigos e vi ali uma saída para realizar o meu sonho, o qual era ter a minha escolinha, esse sonho surgiu logo após entrar na faculdade. Em 2020 veio a pandemia da Covid- 19, e, com isso as pessoas começaram a me procurar para alfabetizar seus filhos justamente no ano em que o mundo passou pelos piores momentos na saúde foi o mesmo ano em que mais trabalhei, ano em que descobrir um amor tão grande por ensinar, pela educação infantil, por alfabetizar, e resolvi então fazer uma pós em psicopedagogia, a qual termino em Junho próximo, e logo logo quero um mestrado na área da psicologia, pois através da pedagogia vou ter a oportunidade de realizar um grande sonho nessa área. E, se Deus quiser e permitir eu quero chegar ao doutorado. “Eu acredito em mim, no meu potencial, nos meus sonhos, na minha força”. Hoje me sinto abençoada e iluminada por Deus pelo que faço, o meu trabalho é aquilo que me dá forças e orgulho de quem sou.

Fonte: Arquivo Pessoal

Quando olho para trás e vejo tudo que passei pra chegar até aqui e sei que ainda tenho muito a buscar, e nessa busca está a minha escolinha que é uma das minhas metas para o ano que vem pois, desde que comecei em 2019 esse espaço está sendo na área da casa onde moro com uma mesa e cadeiras da glacial, eu mesma coloquei um plástico na mesa e nas cadeiras para cobrir o nome da cerveja e comecei a trabalhar. Finalizei 2019 com 20 alunos, no ano seguinte consegui comprar uma mesa com os bancos, armários e equipei minha salinha, hoje ela é meu sonho, meu orgulho, minha gratidão, e o objetivo crescente cada vez mais é o de levar a educação ao nível que ela merece.

A “escolinha da tia Luh” vai escrever a sua história, hoje tenho parcerias em Guaraí e em outras cidades. E com fé em Deus logo terei a minha escolinha montada.

Atualmente trabalho de 8:00h às 20:00h, de segunda à sexta-feira, tenho uma grande demanda de alunos e família parceiras da tia Luh que divulgam o meu trabalho e indicam a escola, sou hoje referência em Guaraí com a certeza de está fazendo a diferença na vida de muitas crianças, tudo isso é o que me leva a não desistir, e nem quero, o maior orgulho que tenho é o retorno positivo de um trabalho feito com amor, fico muito feliz quando meus alunos reconhecem esse amor, e muitos dizem que querem ser iguais a mim quando crescer, ouvir isso é gratificante e com esses gestos tenho a plena certeza que estou no caminho certo, “a educação é um processo e ensinar é uma linda missão”.

Fonte: Arquivo Pessoal

Atualmente atendo mais de 80 crianças e estou trabalhando e estudando para ampliar esse número.

Hoje eu sou a tia Luh, mulher, mãe, professora, empreendedora, futura psicopedagoga e dona de si. E com muitos sonhos para a educação.

Esse é um relato da minha história, história da qual fugi por muito tempo, mais acredito que Deus tem um propósito para cada um de nós, hoje entendo que o meu propósito é educar, ensinar, alfabetizar, palestrar sobre a educação e nunca desistir.

Eu sou a tia Luh!

Luciene Mota

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É preciso ir além da sala de aula e se engajar em estudos externos, diz estudante de Psicologia

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A acadêmica de Psicologia do Rio de Janeiro, Luana Venâncio, alerta aos colegas para se alinharem a grupos de estudos extraclasse, caso os estudantes de fato queiram se aprofundar mais nas abordagens escolhidas.

Em entrevista para o (En)Cena, a acadêmica do curso de Psicologia Luana Venâncio, de 28 anos, dá dicas preciosas para os estudantes que estão em todas as fases de formação no curso. Talvez a mais sintomática seja não perder tempo e se aprofundar nas abordagens que geram mais curiosidade. Ou seja, isso também envolve participar de grupos de estudos para além das salas de aula da universidade, uma vez que a tendência dos cursos – na maioria das universidades – é ser generalista, o que inviabiliza, no decorrer da formação, um mergulho profundo no campo teórico escolhido.

Luana, que está no quarto período de Psicologia no Centro Universitário Augusto Motta, do Rio de Janeiro, participa de três grupos de estudos em Psicologia Analítica/Junguiana – inclusive um deles de Palmas, vinculado ao Ceulp/Ulbra – e comenta sobre a riqueza de participar de coletivos compostos por estudantes de Psicologia, professores, psicólogos e profissionais de áreas afins.

Fonte: Arquivo Pessoal

Confira este e outros tópicos na entrevista que segue.

(En)Cena: Como está sua vida acadêmica no momento?

Luana Venâncio – Eu estudo na Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta) no Rio de Janeiro e, atualmente, estou cursando o 4º período em Psicologia. Em época de pandemia, tive que me adaptar a uma nova rotina de estudos. Ter aulas online é um desafio para mim que sinto muita falta do ambiente acadêmico, mas estou otimista que tudo vai passar!

(En)Cena: Você participa de grupos de estudos para além da universidade… o que te motivou a procurar estes grupos?

Luana Venâncio – Acredito que a minha vontade de me aprofundar na abordagem analítica. Sinto que a Universidade traz muito conhecimento em todas as áreas da Psicologia e traz vivências, experiências, mas a Psicologia Junguiana não tem muito espaço na universidade onde estudo.  Com os grupos de estudo, tenho a oportunidade de desenvolver mais os conhecimentos da prática clínica. O primeiro grupo que entrei é daqui do Rio de Janeiro, chamado Lampeju,  que  é composto por estudantes e profissionais (psicólogos clínicos, pedagogos, professores e entre outros). É comum debatermos sobre textos e, também, discutirmos sobre casos clínicos das obras.

(En)Cena: Você considera que só o estudo acadêmico, dentro dos limites da universidade, é suficiente para a formação?

Luana Venâncio – Não considero. Acredito que a academia prepara o profissional para o mercado, mas a qualidade do profissional Psicólogo exige muito conhecimento que vai muito além da universidade. Filmes, livros, séries, documentários, grupos de estudos, feiras, encontros ajudam muito, mas é fundamental que além disso o graduando possa também estar em sua análise (psicoterapia individual). Muitos alunos ainda não têm o contato com a psicoterapia por falta de condições financeiras, o que traz consequências a sua qualidade como profissional. Isso reforça que ainda infelizmente o curso é elitizado (custo alto) em muitas universidades. Acredito que projetos que venham trazer a psicoterapia de forma mais acessível é sempre uma abertura, não só para este público, mas para todos.

(En)Cena: Qual a dica que você dá aos alunos que ainda ficam em dúvida, mesmo tendo avançado bastante no curso? Esta indecisão pode atrapalhar o mergulho na abordagem?

Luana Venâncio – Acredito que a dúvida faz parte do caminho dos graduandos (Risos). É comum flertarmos com outras abordagens e, também, com outras áreas (clínica, educacional, organizacional, jurídica…). Acredito que não exista um caminho padrão para lidar com essa dúvida, porque cada aluno vai lidar com a sua forma de resolver esta indecisão. Algo que pode ajudar muito é estudar mais sobre a área de atuação , conversar com profissionais e pesquisar materiais destes profissionais afim de ter mais conhecimento. Antes de entrar na universidade eu tinha uma ideia definida de ser somente Psicóloga Clínica, e hoje estou pensando em fazer mais um estágio além da clínica. Estou em dúvida sobre a Psicologia Social ou a Escolar como segundo estágio. Ainda não decidi (Risos).

(En)Cena: Você tem um perfil no Instagram onde narra, de forma bastante interessante, as cartas de Jung… como surgiu a ideia, e qual a reação do público?

Luana Venâncio – Quando li a primeira carta do Jung fiquei impressionada com tanta sensibilidade. A ideia surgiu na minha cabeça como forma de tornar este conhecimento acessível de uma forma diferente. A ideia da página é de levar conhecimento as pessoas, mas também uma forma de aprender com os textos, cartas e pensamentos da Psicologia Junguiana. As pessoas gostam muito e se sentem sensibilizadas com as cartas, principalmente aquelas em que Jung escreveu a pacientes. Pacientes que estavam muitas vezes em grandes conflitos sobre suas escolhas e caminhos.

(En)Cena: Você pensa em transformar estes posts em podcasts?

Luana Venâncio – Penso sim. Na verdade, essa é a proposta dos posts.

(En)Cena: Você pretende atuar na clínica?

Luana Venâncio – Sim. É o meu maior sonho! Ver as mudanças de uma pessoa, acompanhar sua história, suas escolhas, caminhos, para mim é o prazer da clínica.

(En)Cena: Há algo a mais que você gostaria de dizer aos estudantes de Psicologia?

Luana Venâncio – Eu gostaria de deixar uma frase do Jung que resume o meu pensamento. “Quem olha fora sonha, quem olha dentro desperta”. Acredito que toda vez que a dúvida bater à porta ou mesmo diante daqueles dias ruins, seria voltar o olhar para dentro. A resposta que procuramos sempre está dentro de nós. É isso que estou aprendendo. É muito importante trilharmos em caminhos que condizem com caminhos do nosso coração. Tudo que é feito com amor tem um grande diferencial.

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O que combina com a liberdade e a vida

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Todo ser humano deveria ter direito, desde o berçário, à moradia, à alimentação, à saúde, aos estudos, à segurança e ao transporte. Ninguém é livre morando nas ruas, pois mendigar não é liberdade. Para quem não tem nada, emprego é tudo. Emprego e salário justo são os pilares de sustentação de uma vida digna e livre. E o estudo é o alicerce dessa liberdade. Ver alguém escolher entre se sustentar e estudar é desumano. Estudo deveria ser sempre um direito, nunca um sonho.

Mas se o emprego é o pilar de sustentação de uma pessoa, o desemprego é o temporal que derruba esse alicerce. O desemprego rouba a autoestima, destrói famílias e coloca as conquistas de alguém em leilões, onde os ganhos de uns são perdas de outros.

O desemprego também pode ser uma oportunidade para se reinventar, mas quando ele assombra milhões de pessoas, deixando-as na miséria, há pouco espaço para reinvenção. Para quem nunca viveu o desespero de ver uma montanha de contas vencidas destruindo uma vida, o desemprego é só uma estatística, mas para quem o conhece, ele é um pesadelo.

Fonte: encurtador.com.br/gxJQ8

A liberdade também não combina com endividamento. Bom salário comprometido com dívidas penhora a carta de alforria de alguém no banco, e instituições financeiras não alforriam por compaixão

Outra coisa que combina com a liberdade é a coragem. Pessoas valentes podem ser muito diferentes entre si, mas têm algumas características em comum: não culpam ninguém por seus fracassos, encaram a realidade e batalham por seus sonhos, podendo adiá-los e reinventá-los, sem jamais abandoná-los. Por outro lado, pessoas que se queixam da vida e acusam outras por seus fracassos tendem a fugir da verdade e a se refugiar na ilusão da mentira. Só é livre quem não teme a verdade e sabe conviver com a realidade.

Um caminho seguro para a verdade é a leitura. Ler é uma bússola que nos aponta o Norte. A leitura pode não nos dar liberdade, mas certamente libertará nossa mente. Não somos livres para mudar certas realidades, apenas somos livres para escolher como lidar com elas.

Fonte: encurtador.com.br/cfvET

Nesta gangorra chamada vida, que ora nos leva para cima, mostrando as belezas lá do alto, e ora nos arremessa para baixo, nos ferindo com as pancadas, surgirão bifurcações. O caminho escolhido diante de uma bifurcação é que vai distanciar vitoriosos de perdedores. Perdedores perdem tempo reclamando e vitoriosos ganham tempo agindo.

Mas se a única garantia que vencedores e perdedores têm nesta vida, tão bela e efêmera como a flor de lótus, é a não garantia do minuto seguinte, devemos lutar ferozmente cada segundo vivo para escrevermos a história que sonhamos, porque a verdadeira comunhão com a liberdade é a vida.

Sem vida, não há luta.

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Romance mostra os desafios das escolhas e renúncias da vida

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A difícil tarefa de encarar as consequências da vida recheada de escolhas e renúncias. Esse é o enredo do livro “Lugar Cheio de Rãs”, da escritora Celina Moraes. A obra fala sobre a fabulosa incerteza do futuro e das inúmeras possibilidades por meio das decisões que as pessoas tomam em suas vidas.

O romance narra a vida de André, presidente de uma grande companhia no Brasil. Na carreira, ele é uma pessoa competente, tem o respeito de todos ao seu redor e se esforça para defender colegas que são honestos e trabalhadores. Mas por dentro, ainda remói um amor da adolescência que foi desfeito após sua paixão ter ido embora do país. No entanto, todas as respostas acabam sendo encontradas na cidade de Guanajuato, no México.

Segundo a autora, o livro vem recheado de reflexões sobre “fantasmas do passado”. Esses elementos são percebidos nos momentos em que os personagens são confrontados pelos ideais e idealizações. “É quando eles seguem um impulso constante para encontrar a felicidade”.

Fonte: encurtador.com.br/djs38

– A ideia é mostrar que as vontades nem sempre são suficientes para nos levar aonde queremos. É o amor que nos motiva e nos dá ousadia para se aventurar por caminhos jamais percorridos em sã consciência – destaca Celina.

Para a escritora, a fantasia é como um refúgio, muitas vezes pode tornar-se uma frustração, devido aos rumos imprevisíveis da vida. No entanto, ela acredita que o importante é sempre persistir nos seus sonhos e projetos de vida, mesmo que o destino nos obrigue a adiá-los e reinventá-los, porém, sem jamais abrir mão deles.

– O livro é a somatória de diversos rascunhos de romances que escrevi durante 20 anos, mas que não saíram da fase embrionária. Quando viajei ao México, em 2003, vi-me encantada com a beleza daquele lugar. Foi quando toda a história me veio à mente e ainda comentei com a amiga que me acompanhava: ‘meu romance vai se passar aqui’ – conclui.

Sobre a autora

Celina Moraes é escritora e seu romance de estreia foi Lugar cheio de rãs em 2009. O livro conquistou o Prêmio “Lúcio Cardoso” em 2010 por ter se classificado em 3º lugar na categoria “romance” do Concurso Internacional de Literatura promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE-RJ).

Serviço:
“Lugar cheio de rãs”
Autora: Celina Moraes

Book trailer: https://www.youtube.com/watch?v=6KG0SApF0kQ
Editora: Dobra
Tamanho: 14×21
Páginas: 237
Link para comprar:
https://amzn.to/2VQPEU4
Preços:
E-book Amazon R$ 2,80
Kindle Unlimited R$ 0,00
Capa dura: A partir de R$ 14,50

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